“Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.” (João 12:35)
A palavra misericórdia tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). "Ter compaixão do coração", significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as outras pessoas, ou seja, sentir a miséria do outro no próprio coração.
Não resta dúvida que a evolução da espécie humana, no tempo e no espaço, sempre foi um misto entre a sombra e a luz. Horas andamos nas luzes e horas percorremos em trevas. Andar e percorrer não é possuir.
Desse processo antagônico, entre luz e sombra, resultará a edificação do reino de Deus em nós. Somos compelidos, muitas vezes, a julgamentos e condenações imprecisos, precipitados e descaridosos, típicos de espíritos imaturos e infantis. Espíritos em evolução que temporariamente esquecem como agem a dor e as imperfeições, frutos do livre arbítrio, assim nos afastando, num instante de rebeldia, das luzes que tanto almejamos. “Misericórdia quero, e não sacrifícios” [1] e as palavras D’Ele ecoam no tempo!
O ato de julgar o outro é marca de espíritos pouco evoluídos e nada sensíveis aos processos de burilamento do Ser Imortal, esquecido das advertências do Cristo: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” [2]
Atentemos para a recomendação do Cristo: “Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.” [3]
A Justiça Divina chama a todos para a reabilitação diante das Leis de amor e pela Divina Misericórdia somos beneficiados por essas mesmas Leis, tendo oportunidades valorosas de ajustamentos éticos, morais e espirituais, por isso a benção da reencarnação. Se pudéssemos explicar de maneira mais fácil a dádiva da reencarnação descreveríamos ouvir a voz de Deus dizendo: “Vai Filho, vive mais um dia para acertar as pendências que ficaram no ontem!”
O trabalho incessante no bem é recurso dos mais preciosos para a iluminação de nós mesmos. Aproveitar as benções do tempo, da saúde e a oportunidade de serviço é buscar andar na luz enquanto temos luz e diminuir a ação das trevas que ainda há em nós. O anular das trevas é o afastar-nos das más inclinações, dos desejos caprichosos e das tendências punitivas e excludentes, radicadas no arcabouço da nossa individualidade sob os açoites das emoções.
A luz trazida pela Mensagem Imortal do Amor é sinal extremo da Misericórdia Divina que aguarda possamos retribuir o amor com gestos de amor.
Sentir as misérias do outro no próprio coração é buscar recursos divinos em nós e espalhar as sementes pequeninas da misericórdia nos corações ressequidos pela dor e sedentos da água da compreensão.
Como diria o poeta: “quem me dera ter um coração para amar e outro coração para sofrer, arrancaria, assim, sem pestanejar, o sofrimento do peito e faria brotar mil corações alvissareiros para espalhar o amor e anular o domínio da dor”. [4]
Para iluminar os porões da nossa individualidade mister se faz viver diariamente com a perfeita consciência do Deus que existe em cada um de nós. Lembremos as lutas, as edificações e assim como do carvão mineral pode-se extrair o diamante puro, fulguremos nossa luz na forja do destino a fim de marcharmos com o Criador amando e sentindo a intimidade do coração do próximo.
Nota e referências bibliográficas:
(1) Mateus 9:13
(2) João 8:7
(3) João 12:35
(4) Autor desconhecido
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