(By Glenn Parker)
A NECESSIDADE DA EDUCAÇÃO PARA MORRER
A felicidade do outro lado da vida depende exclusivamente da forma como vivemos aqui na Terra...
Decorridos muitos milênios de evolução física e espiritual, o homem terreno ainda não se acostumou com o fenômeno “morte”, que se lhe afigura como o aniquilamento, o fim, ou seja, o desaparecimento para sempre do mundo em que vivemos.
A falta de uma educação adequada, que nos dê o conhecimento dos mistérios que envolvem essa velha senhora, provoca angústia, medo, saudade excessiva, e muitas vezes desespero, diante daqueles que partem para o outro lado da vida. É claro que parte desse medo provém de informações deturpadas, veiculadas por religiosos que teriam a responsabilidade de informar corretamente, porque de alguma maneira sabem que a vida continua, mas a idéia de amedrontar, de coagir os adeptos rebeldes, faz que sigam à risca os dogmas e superstições que nos acompanham há séculos, atrofiando a mente dos incautos da religiosidade fanática.
O estudo demorado e criterioso realizado por Allan Kardec e outros lideres da Doutrina do Consolador nos dá conta de que a morte é apenas um sono que se completa, um estágio entre duas vidas, não interferindo em nada na vida do espírito imortal, esse viajor incansável da eternidade, que continua a sua jornada em outros planos de vida, ostentando um novo corpo, que o Apóstolo Paulo chamou em uma de suas Epistolas de “Corpo Espiritual”, feito de fótons, ou seja, de luz. Dentro do sistema do Universo em que vivemos, a morte não existe em termos de aniquilamento, mas de transmutação incessante, significando sempre o fim de um processo temporal; fim que na realidade será sempre um novo começo na química das transformações.
A palavra de ordem para encarar a morte em qualquer circunstância da vida é “educação”. Hoje já não existe a menor dúvida, precisamos nos educar para morrer, para esse encontro sublime com a nossa própria consciência imortal, que é o nosso juiz severo e exigente, que certamente analisará, questionará e decidirá sobre o nosso futuro, com base nas nossas ações perpetradas no passado e no presente.
Somos o que fomos ontem e seremos amanhã o que estamos sendo hoje, portanto, faz-se necessário um questionamento sério sobre o que estamos fazendo, o que buscamos para as nossas vidas, e qual é o objeto de nossa predileção, porque se sabemos que a vida continua em outras dimensões do espaço, vale a pena viver em paz e em compartilhamento com os outros.
Discute-se muito a respeito do sofrimento antes da morte, na hora da morte, e principalmente depois da morte; quando no mundo espiritual, já não mais ostentamos a vestimenta física, e isso incomoda a todos, inclusive os chamados religiosos, porque na realidade, apesar das muitas informações que chegam até nós, pela mediunidade e pelos livros, não temos ainda a certeza do que nos vai acontecer depois que atravessáramos as águas enigmáticas do “rio da morte”.
Educar-se para morrer é viver de acordo com as Leis Divinas que regem a vida cósmica, que não podem ser adulteradas, nem aqui nem no Além; como também respeitar e cumprir as leis dos homens, que resumidamente correspondem a uma espécie de freio, necessário para coibir a nossa intemperança mental. Não invadir fronteiras alheias, não falar mal dos outros, não roubar, não matar, não prestar falso testemunho, não mentir, afastar-se definitivamente do ódio, do rancor, do ressentimento, da raiva, da sensualidade, da maldade, da crueldade, da perversidade, do autoritarismo, da prepotência, do orgulho, do ciúme e do egoísmo, etc.
A felicidade do outro lado da vida depende exclusivamente da forma como vivemos aqui na Terra, porque esses dois ciclos de vida estão interligados, e os três estágios que conhecemos como nascimento, vida e morte não passam de incógnitas de uma mesma equação, que podemos chamar de eternidade. Precisamos nascer cada vez melhor, com um corpo físico mais aparelhado e com os sentidos mais aperfeiçoados; precisamos viver melhor, em paz e em compartilhamento com os nossos semelhantes, sem atritos, sem brigas e agressões, e finalmente, precisamos morrer com dignidade, deixando para trás um rastro de alegria, de paz e de felicidade nos corações daqueles que compartilharam conosco a jornada física.
O amor é a essência divina que envolve as criaturas em todas as faixas do Universo de Deus. É profundo como o mar aberto; infinito como o céu estrelado, abraçando ricos e pobres, fracos e fortes, comandantes e comandados, reis príncipes e plebeus, numa interação energética divina, abrangendo a todos sem exclusões, reaquecendo a natureza inteira, como se fosse um infinito sol, vivificando almas que caminham para Deus; penetrando as trevas do nosso egoísmo, alcançando por fim o coração humano. Todos os seres foram criados para amar, porque as partículas morais do amor repousam na fecundidade de Deus e o amor florescerá sempre, até que um dia possa reunir a humanidade terrestre numa única comunhão de fraternidade universal.
Autoria:Djalma Santos
Livro: A Transição Planetária do Homem
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