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13 maio 2016

O Cristão não se atemoriza ante os desafios da vida - Jorge Hessen

 
O CRISTÃO NÃO SE ATEMORIZA ANTE OS DESAFIOS DA VIDA

Uma situação de crise econômica e agravamento da insegurança, como nos dias de hoje, alteram as relações sociais, sobretudo no trabalho. Há nessa conjuntura uma relação entre o social e o trabalho, e o sujeito na organização será afetado por isso, aumentando seu medo e sofrimento. O maior temor de quem tem emprego hoje é perdê-lo. A demissão é traumática, sem dúvida. O modelo de relação de trabalho atual é cruel. O sujeito que, dentro da organização, assiste a diversas demissões, vê vários de seus colegas serem “despedidos”, e que tem medo de ser a próxima vítima, sabe que a falta de proteção é uma das causas dos seus medos e angústias.

Vivemos e continuamos a viver numa sociedade atemorizada. O medo é um sentimento proveniente da incerteza diante dos desafios da vida. A sociedade promete demasiadamente ao indivíduo, entretanto não lhe proporciona segurança e vende ilusões sorrateiras. A tecnologia materialista impele o homem a desejar ter cada vez mais, a consumir e adquirir bens materiais, esquecendo-se dos bens verdadeiros – os bens espirituais (que coincidentemente algumas “religiões” comercializam sem nenhum pudor).

Urge reagir a esta perspectiva de obter, de adquirir. Porém, há os que desejam competir e temem fracassar. Vários deixam-se abater ante as extravagâncias de comportamento, dos gastos excessivos e do exibicionismo, esperando vencer a consternação do medo. Os desprevenidos descambam para a delinquência e para as devassidões. Procuram possuir (sem poder) o que a sociedade oferece, sendo possuídos pela posse, gerando uma onda de violência urbana e de vícios pervertidos. O excesso da vida automatizada provocou carência de solidariedade humana, originando uma avalanche de incertezas e desconfianças.

O medo pode ser decorrente de grande choque moral nas profundezas do ser, como intenções maquiavélicas ou infidelidades conjugais. Tudo isso suscita a contemporânea consciência de culpa e os enigmas de relacionamento. O receio de encarar os seus problemas e resolvê-los arremessa as pessoas a conectarem-se com outras mentes desencarnadas em desalinho que lhes inspiram e sugerem a fuga através das drogas, da bebida, do cigarro, do apelo erótico exagerado.

Irrompe-se o temor de não se sentir parte do grupo dos “vitoriosos”, conduzindo os medrosos a chamar a atenção para si através do comportamento excêntrico, uso excessivo de tatuagens e de trajes espalhafatosos. E o patético da síndrome do medo é quando alguém não se sente amado e busca desenfreadamente o amor a qualquer preço, em qualquer lugar. Como não consegue distinguir o legítimo amor, busca o abominável escambo (troca) de parceiros, a compensação dos desejos, aportando facilmente na licenciosidade, na prostituição escamoteada.

Confiemos plenamente na Inteligência Suprema que providencialmente administra a vida, sabendo que Ele, a Causa primeira de todas as coisas, é Soberanamente Bom e Justo, e que nos seus estatutos não há espaços para injustiças. Certamente, agindo assim, ao olharmos para trás, teremos uma percepção diferente dos fatos que nos aconteceram e perceberemos que todas as experiências, boas ou más, cooperaram para o nosso bem, mediante as quais o ser progride sempre!

Através do trabalho solidário e fraternal, aprendemos a entender as dores e angústias dos nossos companheiros, a ter compaixão, e finalmente a amar verdadeiramente. O triunfo é sobre nós mesmos, e para consegui-lo é preciso lutar. Portanto, oremos e peçamos orientação de Jesus; deixemos os receios e expulsemos o medo, para que possamos viver e agir com dignidade.

Jorge Hessen

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