INTERFERÊNCIA DOS ESPÍRITOS EM
NOSSAS VIDAS
A doutrina espírita não deixa dúvida ao informar que os Espíritos, por terem sido as
almas dos homens que viveram na Terra, interferem na nossa vida com suas paixões
perniciosas uns, e outros com suas aspirações de alto teor moral/espiritual.
A lei de ação e reação vai desenvolvendo a sua função na vida moral dos
Espíritos, estejam na carne ou fora dela, porque a vida responde de conformidade com a
qualidade da sementeira que deitarmos sobre ela.
O homem de hoje reflete a soma dos seus atos, de suas ações nas reencarnações
passadas, é o que informa há milênios as religiões orientalistas. E, a partir de meados do
século passado, com o advento da Doutrina dos Espíritos em 1857, o mundo ocidental se
deixou incorporar pelo mesmo conceito. Ocidentalizou-se, com o missionário Allan
Kardec, a lei de causa e efeito.
Estamos hoje defrontando pessoas e situações cujo início deu-se em vidas
anteriores à atual, sendo cobrados por algumas pessoas por aquilo que lhes negamos
antes, e por outras somos restituídos no que nos foi retirado no passado espiritual. É bom
sabermos que não estamos apenas pagando, restituindo, mas recebendo, também, tendo
de volta o que nos foi retirado indevidamente.
“O que nos acontece teve início antes”, é o que nos afirma Joanna de Ângelis.
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São sempre os mesmos Espíritos envergando novas personalidades nos novos
palcos da vida, todos carregando a bagagem moral acumulada em inúmeras experiências
reencarnatórias.
Pelo fato de toda ação construir uma reação semelhante, o nosso futuro começa
agora a ser construído, tendo como base nossas iniciativas. Tudo quanto fizemos de bom
ou de mal aos que conosco caminham pelas sendas da existência terrena, não se refuta
no Espiritismo.
DEUS cria a vida e a entrega ao homem, transmitindo-lhe, na oportunidade, a
responsabilidade de a conduzir, fornecendo-lhe meios e condições para o melhor
desempenho de suas tarefas redentoras, como asseveraram os Espíritos a Allan Kardec,
através das respostas às perguntas 704 e 711 de O Livro dos Espíritos.
Dispensemos acurada atenção aos nossos pensamentos, os quais vamos
plasmando dia a dia no mundo mental, e que se vão condensando na esfera física caso
sejam contumazes, determinando assim as nossas ações.
Necessário fugirmos das situações perturbadoras, sendo aconselhável nos
fixarmos nos propósitos enobrecedores para que, só assim, desfrutemos de paz, para
viver e oferecer.
Devemos elaborar um programa de cunho altruístico e cumpri-lo, dentro de
deveres pequenos para os olhos do mundo, mas de alta significação às vistas divinas, os
quais podemos assinalar: reservar algum dia da semana para uma visita aos enfermos;
visitar um abrigo de crianças ou de idosos, levando carinho aos que lá se detêm;
contribuir com alguma importância para um trabalho assistencial; mostrarmo-nos alegres;
a todos tratar bondosamente; manter um clima de esperança íntimo que naturalmente
haverá de refletir-se exteriormente, beneficiando os demais; dar um telefonema a um
amigo ou parente necessitado; escrever umas poucas palavras de ânimo e de esperança;
ajudar materialmente a uma família carente... . Recebemos o que damos, e se queremos
receber mais do que damos, passemos a dar mais do que recebemos.
Junto às demonstrações de caridade, firmemos nossos mais acendrados
propósitos de renovação moral, visando a superação das imperfeições e o alcance de
novos limites, buscando nutrir otimismo que, com certeza, nos enriquecerá de boa
disposição orgânica.
Nossos pensamentos ditarão as nossas aspirações, tarefas e ações,
estabelecendo, caso sejam sadias, a sintonia com os Espíritos que facultarão
aprendizagem no campo da educação superior, mas que, sendo doentias, perturbadoras
e egoístas nos farão escravos das tendências inferiores.
Nossas realidades espirituais serão aquelas extravasadas e assimiladas pelos que
conosco lidam, elas que se encontram sempre incrustadas nas camadas mais profundas
do nosso psiquismo, aguardando a nossa voz de comando, que é acionada pela nossa
vontade.
Compete-nos, diante de tamanha realidade, atuarmos no bem, sempre ligados ao
amor, porque o amor responderá com total eficiência, já que ele reflete a interferência
benfazeja dos Mentores da Vida Maior, na programação de nossa existência.
Estabeleçamos com Eles um vínculo cada vez mais firme, certos de ser o recurso
de que dispomos para vivermos a relativa felicidade na Terra, confiantes em que ela se
estenderá além da aduana da morte, quando nos depararemos com a verdadeira vida, a
espiritual.
Adésio Alves Machado
Artigo publicado originalmente no Jornal Espírita de Pernambuco – julho de 1999
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