Total de visualizações de página

23 outubro 2018

As adversidades nos mostrando quem somos



AS ADVERSIDADES NOS MOSTRANDO QUEM SOMOS


Engraçado como a vida é vista por nós. Ela pode nos incomodar sobremaneira quando vivenciamos os percalços da vida, ou pode ser o precioso diamante que não desejaremos vender jamais apesar dessas mesmas adversidades.

O que faz com que ela seja assim aos nossos olhos? Penso que a resposta está exatamente aí: nos nossos “olhos”!

A vida será exatamente aquilo que enxergarmos, como uma conquista de nosso esforço e entendimento. Poderemos vê-la como uma benção ou como uma provação intransponível se ainda não compreendemos que podemos enxergá-la além das próprias provas.

Claro que (podemos pensar), se já estamos conseguindo ver, apesar dos percalços, que a vida é boa, então, parece-nos que já não precisamos nos preocupar tanto, que já estamos crescendo. É verdade, mas pode não ser na proporção que estamos imaginando!

Para que tenhamos a certeza dessa conquista evolutiva, a vida precisa nos abrir a visão para que não nos iludamos conosco. Ela nos trará adversidades das mais necessárias, das mais sábias... aquelas que tocam nas nossas feridas que ainda estão por cicatrizar, para que não as esqueçamos de tratar e não deixemos de progredir em nossa caminhada, deixando resquícios para trás.

Explico melhor: se, em razão das experiências que estou tendo, acredito falsamente na depuração de minha alma, precisarei “daquela” experiência para que me veja como realmente sou. Então, por exemplo, percebo que estou muito paciente no meu trabalho. Para tudo o que vivencio lá, nada está me tirando do sério. Concluo, por consequência, que já compreendi a preciosidade das relações para com o próximo.

Mas, se essa não é a verdade ainda do meu Ser, a providência divina agirá para que eu possa me curar da miopia a que estou acometida.

Pelo curso do rio de nossa existência, seremos levados a vivenciar experiências que ainda não compreendemos, não suportamos enfrentá-las, para que percebamos que algumas situações do cotidiano não mais nos tirarão do sério, porém, ainda há muito a ser aprendido.

As adversidades são instrumentos maravilhosos de nossa lapidação interior, se, claro, desejarmos enxergá-las como tal. Somente quando começamos a entender a presença constante de Deus em tudo o que vivemos, em tudo o que está ao nosso redor, começaremos (só começaremos!) a não mais nos revoltarmos com tais experiências.

O normal é, quando nos vemos diante de algo que tememos, reagimos. E nossa reação imediata será com base no que realmente somos. Não há como ser diferente. No entanto, a partir desta reação instantânea, poderemos nos frear, raciocinar e não desejar seguir agindo com as mazelas do passado. Aí está o “espelho” que reflete quem somos. Estão aí os “óculos” que nos auxiliam a enxergar a nossa construção íntima, apesar da miopia que nos compromete a visão.

Da mesma forma que a criança não compreende o quanto é importante a vacinação para o seu futuro e suplica para os seus pais que não a deixem passar por aquele sofrimento, nós também agimos assim diante da agulha da experiência dolorosa, suplicando ao Pai que nos afaste daquele cálice. Mas, ao crescer, aquela criança percebe o amor maior de seus pais por ela, porque compreende o que seria de sua vida sem a imunidade que a vacina lhe trouxe. É assim que percebemos o amor maior de Deus por nós, porque compreendemos o que seria de nossa existência vivenciando e colhendo o que a nossa ignorância moral planta a cada experiência.

Por isso, não deixemos de valorizar quaisquer circunstâncias que nos chegam, porque estarão elas eivadas da sabedoria divina a nos ensinar o que precisamos deixar para trás e alimentar o que realmente importa para a nossa vivência nos patamares mais altos de nossa escala evolutiva.




Nenhum comentário: