BUSCAR OS INTERESSES DA PÁTRIA
Devemos buscar os interesses de nossa pátria?
O Livro dos Espíritos, que é a obra que lançou todas as bases da doutrina espírita, diz o seguinte:
Para o espírito, “a pátria é o universo”.
Kardec comenta essa resposta:
“A situação dos Espíritos e sua maneira de ver as coisas variam ao infinito, na razão do grau de seu desenvolvimento moral e intelectual. Os Espíritos de uma ordem elevada geralmente fazem, na Terra, estações de curta duração. Tudo quanto aqui se faz é assaz mesquinho em comparação com as grandezas do infinito; as coisas a que os homens atribuem a maior importância são tão pueris aos seus olhos, que eles encontram poucos atrativos neste mundo, a menos que tenham sido chamados a fim de concorrer para o progresso da humanidade.”
A resposta dos espíritos superiores a Kardec e as palavras do próprio Kardec não deixam dúvidas sobre o posicionamento ideal com relação àquilo que chamamos de pátria. Existem aqueles que se dizem “nacionalistas” e que visam sempre os interesses de seu país. No entanto, o que é na verdade um país?V
As diferenças de países, cidades, culturas, nacionalidades, territórios, etc… fomos nós que criamos. O ser humano criou determinadas linhas fronteiriças entre os espaços terrestres do nosso globo e denominou isso de “países”, “estados”, “distritos”, “cidades”, etc. Mas há de se refletir… Existem mesmo essas fronteiras que nós criamos? Essas linhas são reais? Alguns países colocam suas fronteiras em rios que passam e dividem um país do outro. Outros colocam montanhas como uma divisão e um estabelecimento de fronteiras. Outros traçam uma linha imaginária que separa uns dos outros.
Mas essa linha é apenas isso… imaginária: ela não é um limite real, mas um limite que nós mesmos impomos à geografia local. Uma montanha não é uma fronteira… é apenas uma montanha. Um rio não é uma fronteira… é apenas um rio. As fronteiras são decididas arbitrariamente pela mente divisionista do ser humano. Por isso não devemos buscar o bem de nosso país, pois este país não existe, é mera criação de nossa mente, de nossos valores, de nossa cultura, de nossas tradições. O mundo não tem fronteiras, ele é uno e todos nós somos espíritos irmãos vivendo as experiências terrenas evolutivas no mesmo orbe planetário… Não devemos buscar nosso bem, nossos interesses, a nossa melhoria, conquistar isso ou aquilo, ser melhor que outros povos, nos achar mais capazes, mais inteligentes, etc.
Devemos buscar o bem de todo o mundo… e não pensar apenas em nossos próprios interesses. Como disseram os espíritos superiores, para o espírito, a pátria é o universo, e quanto mais elevado é o espírito, menos ele se preocupa com os interesses de uma ínfima localidade. O universo é infinito, não tem fronteiras, divisões, nem linhas demarcatórias. Os espíritos superiores se veem como parte desse infinito e desse ilimitado… desse eterno sem dimensões e sem temporalidade.
Divisões, fronteiras e linhas demarcatórias só existem para nos dividir, para criar zonas de conflito e fazer uns brigarem com os outros pelos seus próprios interesses. Cada um defendendo seu lado e esse comportamento gerando um eterno conflito. Vamos dar fim a todas as divisões… e sermos como os espíritos elevados que dizem, claramente, que sua pátria é o universo infinito.
Hugo Lapa
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