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31 março 2008

Obra de Arte - Benevides

OBRA DE ARTE

A paz que o homem tanto busca está tão próxima dele... porém é difícil para muitos achá-la, porque estão internamente cegos e com o coração empedrado.

Quantas oportunidades são dadas e doadas a todos, todos os dias, mas muitos não enxergam o que está à sua frente ou ao seu alcance; muitos não dão ouvidos a nada; consomem-se em tristeza, rancor, ganância e materialismo (do qual muitos não conseguem se desligar para se sintonizar no campo espiritual).

Se o homem desse mais valor a essa sintonia, com certeza iria achar a paz que procura e levar esta paz para dentro de si e emaná-la a todos; com isso iria doar e receber tanto amor e carinho, tanta sinceridade e benevolência, que seu mundo estaria melhor.

Mas tudo isso, que é tão simples, não é feito e os irmãos espirituais confundem-se e complicam-se em suas próprias vidas e comprometem-se muito na sua própria encarnação.

Somos todos responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas e ao nosso redor.
Nunca esqueças de te vigiar, de orar e de estabelecer um elo permanente com o mundo espiritual, pois brevemente todos retornarão a ele e será muito decepcionante se de nada tiver valido uma encarnação.

Nosso Mestre Jesus dá a todos a oportunidade para honrarem a vida e se resgatarem: que tu cumpras teu papel!

Aproveita o “ brilhante “ que foi dado a todos: a própria vida encarnada.
O escultor, quando esculpi uma obra de arte, quer que ela seja apreciada e adorada por todos, para ficar em sua memória a beleza dessa arte.

Faze assim de tua vida: uma história brilhante; lapida-a de maneira que os outros vejam como foi boa e proveitosa, e para que tu mesmo vejas que tudo valeu.
Tira os proveitos dessa escultura, pois ela é tua própria alma .

A obra perfeita ou imperfeita dependerá do grande artesão que fores durante tua jornada; quanto aos teus ensinamentos, busca-os, pois eles são doados pelo teu mentor a mando de Deus Nosso Pai e do Nosso Mestre Jesus, que nos ilumina em nossa grande jornada .
A grande arte da vida é a fé. Usa-a e verás quantas belas pinturas terás .
Fica com Deus e Jesus.

Texto de Benevides
Livro: Mensagem de um Amigo - Espiritos Diversos

Psicografia de Valter Carmona

30 março 2008

Os Indios Brasileiros e o Espíritos Obsessores

Os Indios Brasileiros e os Espíritos Obsessores

A rigor, não há povo à face da terra que não creia na ação de espíritos desencarnados sobre o homem em trânsito pela Terra. A origem dessa crença remonta aos primórdios da civilização e é a herança cultural das coletividades indígenas, primeiros conglomerados humanos a habitarem o planeta, que a cerca de 40.000 anos lidam com a inteligência, segundo o cálculo de estudiosos.

No Brasil, os registros mais antigos sobre o assunto estão na obra “Viagem ao Brasil”, do alemão Hans Stadem, lançada em Frankfurt no ano de 1555.

Capturado pelos índios Tupinambás, quando esteve em nosso País, o aventureiro Stadem pôde fazer ampla observação sobre os nativos. A certa altura do livro comenta: “Acreditam na imortalidade da alma e são afligidos durante a vida por um espírito maligno a que chamam “Kaagere” que lhes surge sob a forma de quadrúpede, ou ave, ou qualquer estranha figura. Crendo na imortalidade da alma, no trovão e nos espíritos malignos que os atormentam, tenho que uma semente de religião brotaria neles, não obstante as trevas em que vivem.”

Se a crença na imortalidade possa ser, para os selvagens, reflexo da saudade dos antepassados, por que as formas monstrualizadas? E por que na condição de perseguidores cruéis?

Em sendo criaturas primárias, donde tirariam essas imagens de seres torturadores e deformados, se não conheciam na vida que levavam qualquer coisa que sugerisse tal comportamento?

Pode-se concluir que, se não tinham razões para formação desse tipo de cultura, realmente viam e sofriam a ação de espíritos, também primários, que os atacavam em bandos ferozes e perispiritualmente animalizados pela mente em desalinho.

Somente o Espiritismo aprofunda a questão, em especial nas obras mediúnicas de André Luiz. O autor espiritual, que retrata quadros emocionantes da vida noutra dimensão, através da fidelidade psicográfica de Chico Xavier, é constante em afirmar que pululam junto à crosta terrena bilhões de almas alucinadas e ignorantes que se devotam à prática do mal.

Em “Evolução em Dois Mundos”, o consagrado benfeitor escreve: “Inúmeros infelizes, obstinados na idéia de fazerem justiça pelas próprias mãos ou confiados a vicioso apego (...) acabaram em deplorável fixação monoideística fora da noção de espaço e tempo, acusando passo a passo, enormes transformações na morfologia do veículo espiritual (...)”.

A fixação do ódio, em qualquer nível, desequilibra a mente. A mente desequilibrada perde o controle motor dos centros psicossomáticos. Descontrolados, estes centros deixam paulatinamente o comando das formas e possibilitam, nas estruturas plásticas de que se compõem, a instalação do processo degenerativo das células perispirituais.

Jornal Mundo Espírita OnLine
Federação Espírita do Paraná

29 março 2008

A Felicidade de Bezerra de Menezes - Suely Caldas Schubert

 
A FELICIDADE DE BEZERRA DE MENEZES


Um dia perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes qual foi sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual. Ele respondeu:

-A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo e, tocando-me, falou suavemente:
-Bezerra, acorde, Bezerra!

Abri os olhos e vi-a, bela, e radiosa.

-Minha filha, é você, Celina?!
-Sim, sou eu, meu amigo. A Mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.

Chegaram os meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina me disse:

-Venha ver, Bezerra.

Ajudando-me a erguer do leito, amparou-me até a sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.

-Quem são, Celina – perguntei-lhe – não conheço a ninguém. Quem são?

-São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome.

São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade...

E o Dr. Bezerra concluiu:

-A felicidade sem lindes existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.

“O Semeador de Estrelas”, Suely Caldas Schubert

28 março 2008

A Cura que se Deseja - Momento Espírita

A Cura que se Deseja

Impressionantes casos de curas são relatados por especialistas e estudiosos da área médica.

Um eminente oncologista americano, Dr. Bernie Siegel, narra o caso muito curioso de uma paciente que o procurou.

Ela morava a mais de mil quilômetros de distância da sua clínica.

Quando recebeu o diagnóstico de que teria somente poucas semanas de vida, pediu para consultar com Dr. Siegel.

Tentaram a princípio, demovê-la da idéia. Ela estava muito doente, a clínica ficava muito distante, ela já tinha um diagnóstico.

Ela insistiu, conseguindo seu intento.

Dr. Siegel a examinou e lhe disse que ela chegara tarde demais.

Ele era médico e como médico, constatara que nem cirurgia, nem quimioterapia poderiam curá-la.

Seu destino era mesmo a morte, a etapa final da natureza biológica.

A mulher estava irredutível e passou a crivá-lo de perguntas.

Ela teria uma chance em dez?

Com a resposta negativa, ela foi prosseguindo com as perguntas:

Teria uma chance em cem? Em mil? Em um milhão?

Bom, em um milhão de pacientes, é provável.- falou o especialista.

De olhos brilhando, com firmeza, ela argumentou:

Então, doutor, cuide de mim, porque eu sou essa paciente no meio do milhão.

Dada a firmeza da mulher, ele iniciou o tratamento.

Quando foi estudar seu histórico médico, Dr. Siegel deu-se conta que o câncer de que ela era portadora, começara exatamente quando ela entrou em um processo litigioso de divórcio.

Ela ficara tão triste, que desejara morrer, para se vingar do marido.

Foi quando gerou o câncer.

Trabalhou o médico essa questão com ela:

Morrer por causa de uma pessoa?

E motivou-a. Ela se submeteu à terapia psicológica de otimismo, enquanto fazia quimioterapia.

Resultado final: ela se curou.

E Dr. Siegel, que tem a certeza de Deus e de que o organismo é uma máquina extraordinária, conta que calcula o tempo de vida de seus pacientes pela forma como eles encaram a enfermidade.

Há os que optam pela terapia psicológica, porque crêem na vida e desejam lutar. São os que vivem mais.

Há os que simplesmente se entregam, não desejando lutar. São os que perdem a batalha mais rapidamente. Isto é, a vida.

* * *

Se você está enfermo, se recebeu um diagnóstico de difícil sobrevida, não se entregue.

A morte chegará, com certeza, pois nenhum ser vivo a ela escapa. Mas poderá chegar mais tarde. E sem tantos traumas.

Encare a enfermidade e decida-se por viver o melhor possível, emocionalmente falando.

Ame-se, ame aos que o cercam, ame a vida.

Não importa o tratamento a que você se submeta, ele terá total, parcial ou nenhuma eficácia, conforme o deseje você.

Pense nisso e decida o que almeja para si.


Redação do Momento Espírita
com base no cap. 25 do livro
Um encontro com Jesus,
de Divaldo Pereira Franco,

compilado por Délcio Carlos Carvalho, ed. Leal

27 março 2008

A Opinião dos Outros - Momento Espírita

A Opinião dos Outros

Você se importa com a opinião que os outros têm a seu respeito?

Se a sua resposta for não, então você é uma pessoa que sabe de si mesma. Que se conhece. É auto-suficiente.

No entanto, se a opinião dos outros sobre você é decisiva, vamos pensar um pouco sobre o quanto isso pode lhe ser prejudicial.

O primeiro sintoma de alguém que está sob o jugo da opinião alheia, é a dependência de elogios.

Se ninguém disser que o seu cabelo, a sua roupa, ou outro detalhe qualquer está bem, a pessoa não se sente segura.

Se alguém lhe diz que está com aparência de doente, a pessoa se sente amolentada e logo procura um médico.

Se ouve alguém dizer que está gorda, desesperadamente tenta diminuir peso. Mas se disserem que é bonita, inteligente, esperta, ela também acredita.

Se lhe dizem que é feia, a pessoa se desespera. Principalmente se não tem condições de reparar a suposta feiúra com cirurgia plástica.

Existem pessoas que ficam o tempo todo à procura de alguém que lhes diga algo que as faça se sentir seguras, mesmo que esse alguém não as conheça bem.

Há pessoas que dependem da opinião alheia e se infelicitam na tentativa de agradar sempre.

São mulheres que aumentam ou diminuem seios, lábios, bochechas, nariz, para agradar seu pretendido. Como se isso fosse garantir o seu amor.

São homens que fazem implante de cabelo, modificam dentes, queixo, nariz, malham até à exaustão, para impressionar a sua eleita.

E, quando essas pessoas, inseguras e dependentes, não encontram ninguém que as elogie, que lhes diga o que desejam ouvir, se infelicitam e, não raro, caem em depressão.

Não se dão conta de que a opinião dos outros é superficial e leviana, pois geralmente não conhecem as pessoas das quais falam.

Para que você seja realmente feliz, aprenda a se conhecer e a se aceitar como você é.

Não acredite em tudo o que falam a seu respeito. Não se deixe impressionar com falsos elogios, nem com críticas infundadas.

Seja você. Descubra o que tem de bom em sua intimidade e valorize-se.

Ninguém melhor do que você para saber o que se passa na sua alma.

Procure estar bem com a sua consciência, sem neurose de querer agradar os outros, pois os outros nem sempre dão valor aos seus esforços.

A meditação é excelente ferramenta de auto-ajuda. Mergulhar nas profundezas da própria alma em busca de si mesmo é arte que merece atenção e dedicação.

Quando a pessoa se conhece, podem emitir dela as opiniões mais contraditórias que ela não se deixa impressionar, nem iludir, pois sabe da sua realidade.

Nesses dias em que as mídias tentam criar protótipos de beleza física, e enaltecer a juventude do corpo como único bem que merece investimento, não se deixe iludir.

Você vale pelo que é, e não pelo que tem ou aparenta ser. A verdadeira beleza é a da alma. A eterna juventude é atributo do espírito imortal.

O importante mesmo, é que você se goste. Que você se respeite. Que se cuide e se sinta bem.

A opinião de alguém só deve fazer sentido e ter peso, se esse alguém estiver realmente interessado na sua felicidade e no seu bem-estar.

***

Nenhuma opinião que emitam sobre você, deve provocar tristeza ou alegria em demasia.

Os elogios levianos não acrescentam nada além do que você é, e as críticas negativas não tornarão você pior.

Busque o autoconhecimento e aprenda a desenvolver a auto-estima.

Mas lembre-se: seja exigente para consigo, e indulgente para com os outros.

Eis uma fórmula segura para que você encontre a autoconfiança e a segurança necessárias ao seu bem-estar efetivo.

E jamais esqueça que a verdadeira elegância é a do caráter, que procede da alma justa e nobre.

Pense nisso, e liberte-se do jugo da opinião dos outros.

Equipe de Redação do Momento Espírita
www.momento.com.br

26 março 2008

A Força do Amor - Momento Espírita

A Força do Amor

Eram noivos e se preparavam para o casamento, quando o pai da noiva descobriu que o rapaz era dado ao jogo.

Decidiu se opor à realização do matrimônio, a pretexto de que o homem que se dá ao vício do jogo, jamais seria um bom marido.

Contudo, a jovem obstinada decidiu se casar, assim mesmo. E conseguiu, fazendo valer a sua vontade, vencendo a resistência do pai.

Nos primeiros dias de vida conjugal, o rapaz se portou como um marido ideal. Entretanto, com o passar dos dias, sentia crescer em si cada vez mais o desejo de voltar à mesa de jogo.

Certa noite, incapaz de resistir, retornou ao convívio de seus antigos companheiros.

Em casa, a jovem tomou um bordado e ficou aguardando. Embora ocupada com o trabalho manual, tinha os olhos presos ao relógio. As horas pareciam passar cada vez mais lentas.

Já era alta madrugada, quando o marido chegou. Nem disfarçou a sua irritação, por surpreender a companheira ainda acordada. Logo imaginou que ela o esperava para censurar a sua conduta.

Quando ele a interrogou sobre o que fazia àquela hora ela, com ternura e bondade na voz, disse que estava tão envolvida com seu bordado, que nem se dera conta da hora avançada.

Sem dar maior importância à ocorrência, ela se foi deitar.

No dia seguinte, quando ele retornou ainda mais tarde da casa de jogos, a encontrou outra vez a esperá-lo.

"Outra vez acordada?", perguntou ele quase colérico.

"Não quis que fosse se deitar, sem que antes fizesse um lanche. Preparei torradas, chá quentinho. Espero que você goste."

E, sem perguntar ao marido onde estivera e o que fizera até aquela hora, a esposa o beijou carinhosamente e se recolheu ao leito.

Na terceira noite, ela o esperou com um bolo delicioso, cuja receita lhe fora ensinada pela vizinha.

Antes mesmo que o marido dissesse qualquer coisa, ela se prendeu ao pescoço dele, abraçou-o e pediu que provasse da nova delícia.

E assim, todas as madrugadas, a ocorrência se repetiu. O marido começou a se preocupar.

Na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso às cartas do que à esposa, que o esperava, pacientemente, como um anjo da paz.

Começou a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo de indiferença e quase repulsa por tudo quanto o rodeava.

O que ele tinha em casa era uma mulher que o esperava, toda madrugada, para o abraçar, dar carinho. E ele, ali, naquele lugar?

Aos poucos, foi se tornando mais forte aquele incômodo. Finalmente, um dia, de olhar vago e distante, como se tivesse diante de si outro cenário, o rapaz se levantou de repente da mesa de jogo.

Como se cedesse a um impulso quase automático, retirou-se, para nunca mais voltar.

***

Nos dias de hoje, é bem comum os casais optarem por se separar, até por motivos quase ingênuos.

Poucas criaturas decidem lutar para harmonizar as diferenças, superar os problemas, em nome do amor, a fim de que a relação matrimonial se solidifique.

Contudo, quando o amor se expressa, todo o panorama se modifica. É difícil a alma que resista às expressões do amor. Porque o amor traz a mensagem da plenificação, do bem estar, da alegria.

Desta forma, é sempre salutar investir no amor, expressando-o através de gestos, pequenas atenções, gentilezas.

O amor é o sentimento por excelência e tem a capacidade de transformar situações e pessoas.

Experimente-o agora.

Autor: Equipe de Redação do Momento Espírita,
com base no cap. "A Força do Amor",

do livro o Primado do Espírito,
de Rubens C. Romanelli, ed. Síntese.

25 março 2008

Quando - André Luiz

QUANDO ...

Quando compreendermos que vingança, ódio, desespero, inveja ou ciúme são doenças claramente ajustáveis á patologia da mente, requisitando amor e não o revide...

Quando interpretarmos nossos irmãos delinqüentes por enfermos da alma, solicitando segregação para tratamento e reeducação e não censura ou castigo...

Quando observarmos na caridade simples dever...

Quando nos aceitarmos na condição de espíritos em evolução, ainda portadores de múltiplas deficiências e que, por isso mesmo, o erro do próximo poderia ser debitado á conta de nossas próprias fraquezas...

Quando percebermos que os nossos problemas i as nossas dores não são maiores que os de nossos vizinhos...

Quando nos certificarmos de que a fogueira do mal deve ser extinta na fonte permanente do bem...

Quando nos capacitarmos de que a prática incessante do serviço aos outros é o dissolvente infalível de todas as nossas mágoas...

Quando nos submetermos à lei do trabalho, dando de nós sem pensar em nós, no que tange a facilidades imediatas...

Quando abraçarmos a tarefa da paz, buscando apagar o incêndio da irritação ou da cólera com a bênção do socorro fraternal e abstendo-nos de usar o querosene da discórdia...

Quando, enfim, nos enlaçarmos, na experiência comum, na posição de filhos de Deus e irmãos autênticos uns dos outros, esquecendo as nossas faltas recíprocas e cooperando na oficina do auxílio mútuo, sem reclamações e sem queixas, a reconhecer que o mais forte é o apoio do mais fraco e que o mais culto é o amparo do companheiro menos culto, então, o egoísmo terá desaparecido da Terra, para que o Reino do Amor se estabeleça. Definitivo, em nossos corações.

Do livro Paz e Renovação
Ditado por André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

24 março 2008

Necessidade de Reforma

Necessidade de Reforma

Vivemos tempos tormentosos.

Há guerras em várias partes do mundo.

Em nosso país, o cenário político e social é desolador.

Entre denúncias de corrupção e de venalidade, resta pouca fé nos homens públicos.

A impunidade instiga novos desmandos.

O povo se mira nas figuras eminentes e procura encontrar no comportamento destas, justificativa para seus próprios equívocos.

Levar vantagem parece um objetivo que se generaliza pelo corpo social.

A idéia do sucesso como resultado de um esforço continuado e metódico torna-se pouco sedutora.

O famoso "jeitinho brasileiro" não mais significa criatividade, mas esperteza e falta de caráter.

Muitos se indagam: Haverá futuro para uma sociedade assim constituída?

A história nos fornece inúmeros exemplos de civilizações que se corromperam.

Em Roma, no período do Império, os costumes e os valores degeneraram.

O filósofo e jurista Marco Túlio Cícero era profundamente angustiado com esse estado de coisas.

Deixou inúmeros escritos que denotam sua preocupação com a corrupção que invadia a vida pública romana.

Ele se preocupava com medidas populistas freqüentemente adotadas pelos governantes.

Tais medidas atendiam a caprichos da multidão, mas sem educá-la ou destiná-la a trabalho útil.

Quem trabalhava era fortemente tributado, a fim de que largos benefícios fossem concedidos pelo estado.

Era, já naqueles tempos, a prática do assistencialismo, às custas dos contribuintes.

Mas o que mais indignava Cícero era a corrupção e a troca de favores envolvendo o dinheiro público.

Ao refletir sobre os vínculos fraternos, ele afirmou: "A primeira lei da amizade é não pedir nem conceder nada de vergonhoso".

Disse ser uma desculpa indigna, em qualquer falta, admitir que se agiu em favor de um amigo.

Bem se percebe a semelhança com a situação brasileira atual.

Ainda vivemos sob o regime do compadrio.

O dinheiro público é rateado entre alguns, como se fosse particular.

A humanidade evoluiu muito sob o prisma intelectual e científico, nesses dois milênios.

Mas, embora alguns avanços, permanece titubeante no que tange à moralidade.

Em conseqüência, o mundo segue conturbado e carente de paz.

Na verdade, todos sofremos em razão da falta de ética.

A inadimplência faz com que os preços de produtos e serviços sejam maiores.

O desvio do dinheiro público dificulta a construção de creches, escolas e hospitais.

Se queremos viver num mundo melhor, devemos nos empenhar em promover uma reforma ética.

E toda mudança começa no indivíduo.

Para que a sociedade melhore, cada um deve esforçar-se em se aprimorar.

É imperativa a adoção de novos hábitos.

Chega de procurar levar vantagem, de fugir dos próprios deveres.

Basta de mentir, fraudar, sonegar e trair.

O patrimônio público é sagrado e todos são responsáveis por ele.

O dinheiro público não existe para ser apropriado por alguns, mas para atender demandas relevantes da coletividade.

Impõe-se a severa fiscalização de sua utilização, como o cumprimento de um dever.

Quando formarmos uma sociedade consciente de seus deveres, apenas por isso já desfrutaremos de grande tranqüilidade.

Texto da equipe do Momento Espírita
www.momento.com.br

23 março 2008

Feliz Pascoa

Agradeçamos - Meimei

AGRADEÇAMOS

Sabemos que a nossa mente, para evoluir, sofre processos de transformação por vezes violentos e rudes, qual acontece à terra necessitada de amanho para produzir.

Nos círculos da natureza, observamos o arado, vergastando o solo e ferindo-o, e se a grande massa rochosa aparece, de improviso, impedindo o esforço do lavrador, notamos que a dinamite comparece, estilhaçando os obstáculos...

Assim também a nossa inteligência não se modifica sem a visitação da dificuldade.

A lâmina dos problemas inquietantes como que nos tortura, dia-a-dia, constrangendo-nos à compreensão mais justa da vida e se o endurecimento espiritual é a nota de nossas reações, ante a passagem da máquina renovadora do sofrimento, surgem os impactos diretos da provação sobre a nossa experiência pessoal, desintegrando-nos antigas cristalizações no
egoísmo e no orgulho.

Ofereçamos o coração do Divino Cultivador que é Jesus.

Digne-se o Mestre Divino fazer de nossa existência o que lhe aprouver.

Os golpes sublimes da Vontade superior sobre os nossos desejos serão recursos do máximo proveito para o nosso próprio futuro.

Se a dor nos procura, em forma de incompreensão do meio ou na máscara de tristes desilusões terrestres, abençoemo-la, acentuando a nossa fé viva em Nosso Senhor e continuemos servindo o próximo, na medida de nossas possibilidades, porque a dor é realmente a Sábia Instrutora, capaz de elevar-nos da Terra para os Céus.

De "Sentinelas da Alma", de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito Meime
i

22 março 2008

Para Onde Vamos Durante o Sono - Momento Espírita

Para Onde Vamos Durante o Sono

Era manhã de sol nas proximidades do mar.
A esposa despertara ansiosa por narrar ao marido a experiência que tivera na noite anterior.

Estavam fisicamente separados por cerca de 5 dias, em cidades diferentes, e a saudade já batia forte.

Há mais de trinta anos dividiam a mesma cama, a mesma vida, e qualquer rápida separação já era sentida por ambos.

Tomando do telefone, então, ela lhe conta, que na noite anterior tivera uma sensação muito especial.

Deitada na cama, nos primeiros instantes do sono, sentira o perfume dele, como se ele tivesse acabado de sair do banho, e se colocado ao seu lado, como sempre o fazia em casa.

Além do aroma agradável, percebeu uma presença muito forte, como se ele realmente estivesse ali.

Virou-se rapidamente, mas não havia ninguém.
O marido, do outro lado da linha, ouvia tudo também emocionado.

Quando ela terminou a narração, foi a vez dele dizer:

Pois também vivi uma experiência singular nesta noite.

Na madrugada, acordei com a certeza de que você estava dormindo ao meu lado. Tinha certeza que você estava ali. Mas quando olhei para o seu lugar na cama, nada vi.

Terminam os dois a conversa, surpresos, dizendo:

É... acho que nos encontramos esta noite!

Muitos de nós temos histórias muito peculiares sobre o período do sono.

Aqueles que conseguem lembrar mais claramente dos sonhos trazem experiências muito ricas, por vezes, e que merecem nossa análise.

Para onde vamos durante o sono? Todas essas lembranças serão apenas produto do cérebro?

O Espiritismo vem nos elucidar, afirmando que durante o período do sono, a alma se emancipa, isto é, se afasta do corpo temporariamente.

Desta forma, o que conhecemos como sonhos são as lembranças do que o Espírito viu e vivenciou durante esse tempo.

Quando os olhos se fecham, com a visitação do sono, o nosso Espírito parte em disparada, por influxo magnético, para os locais de sua preferência.

Através da atração produzida pela afinidade, procuramos muitas vezes aqueles que nos são caros, amigos, parceiros e amores.

Por isso é que aqueles que muito se amam na Terra, podem se encontrar no espaço, e continuarem juntos.

É assim que encontramos Espíritos amados, que já não se encontram conosco fisicamente, e partilhamos com eles momentos inesquecíveis.

Por vezes lembramos, por outras tantas não, mas sempre conservamos no íntimo bons sentimentos, ou a sensação de ter vivido experiência agradável.

O Espírito sopra onde quer, e mesmo durante nosso aparente repouso, perceberemos que ele está em atividade, sempre.

* * *

Podemos nos preparar melhor para conseguirmos ter bons sonhos.

Obviamente que os acontecimentos do dia, e nosso estado emocional irão influenciar nossas experiências oníricas, mas podemos tomar alguns cuidados a mais para aproveitar melhor este período:

uma leitura salutar,

a oração sincera,

uma música suave que nos acalme,

alguns momentos de meditação.

Todos estes ingredientes colaboram para que as últimas impressões do dia sejam positivas, e sejam levadas conosco, favorecendo a emancipação da alma.
Assim, tenha bons sonhos...

Redação do Momento Espírita com base no cap. 17,
do livro Estudando a Mediunidade,
de Martins Peralva, ed. Feb
www. momento.com.br

21 março 2008

Na Construção do Futuro - Emmanuel

NA CONSTRUÇÃO DO FUTURO

"Respondeu Jesus: O meu reino não é deste mundo..." - JESUS - JOÃO, 18:36.

"Todo cristão, pois, firmemente crê na vida futura, mas a idéia que muitos fazem dela ainda é vaga, incompleta e , por isso mesmo, falsa em diversos pontos. Para grande número de pessoas, não há, a tal respeito, mais do que uma crença, balda de certeza absoluta, donde as dúvidas e mesmo a incredulidade.

O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em vários outros, o ensino do Cristo, fazendo-o, quando os homens já se mostram maduros bastante para aprenderem a verdade." - Cap. II, 3 - ESE.

Esperavas pelos irmãos do caminho a fim de te entregares à construção da Terra melhor e quedas-te, muita vez, em amargoso desalento porque tardem a vir.

Observa, porém, a estrada longa da evolução, para que o entendimento te pacifique.

Milhares deles são corações de pensamento verde que te rogam apoio e outros muitos seguem trilha adiante, inibidos por névoas interiores que desconhecem.

Repara os que se renderam às lágrimas excessivas.
Choraram tanto que turvaram os olhos não mais divisando os companheiros infinitamente mais desditosos a lhes suplicarem auxílio nas vascas da aflição.

Contempla os que passam vaidosos sem saberem utilizar, construtivamente, os favores da fortuna.

Habituaram-se tanto às enganosas vantagens da moeda abundante que perderam o senso íntimo.

Enumera os que se embriagam de poder transitório.
Abusaram tanto da autoridade que caíram na exaltação da paranóia sem darem conta disso.
Relaciona os que asseveram amar, transformando a afetividade no egoísmo envolvente.

Apaixonaram-se tanto por criaturas e cousas, cultivando exigências, que deliram positivamente sem perceber.
Anotam os que avançam, hipnotizados pelas dignidades que receberam
do mundo.

Fascinaram-se tanto pelas honras exteriores que olvidaram os semelhantes a quem lhes compete o dever de servir.

Nenhum deles atrasou por maldade. Foram vítimas da ilusão que, freqüentemente, se agiganta qual imenso nevoeiro na periferia da vida, mas regressarão depois à verdade triunfante para atenderem às tarefas que realizas.

Para todos eles que ainda não conseguiram chegar à grande renovação é compreensível o adiamento do trabalho a fazer.

Entretanto, nada nos justificará desânimo ou deserção na Obra do Cristo, porque embora estejamos consideravelmente distantes da sublimação necessária, transportamos conosco o raciocínio lúcido e libertado no sustento da fé.

De "Livro da Esperança", de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito Emmanuel

20 março 2008

Até Quando - Momento Espírita

Até Quando?

Quantas vezes você já indagou por quanto tempo ainda conseguirá agüentar as dificuldades que o atormentam?

Quantas vezes, pela manhã, ao despertar, você se sente sem forças para enfrentar o dia que surge?

Quantas vezes já disse a si mesmo que chegou ao limite de suas energias, que não agüenta mais?

E, no entanto, você prossegue, dia após dia, nas lides do trabalho, nas problemáticas familiares, nos embaraços financeiros, enfim...

É bastante peculiar essa capacidade que tem o ser humano de não se entregar, mesmo que pareça estar em quase desfalecimento.

Mais de uma vez, com certeza, você já ouviu falar de crianças e bebês encontrados com vida, após dias de soterrados. Como se recusassem a desistência da luta, da vida.

E nos recordamos dos sofrimentos das mulheres que vivem em países onde lhes são negados quaisquer direitos.

Sem direitos à escola, a atendimento médico, a tratamento humanitário.

Mulheres que em plena adolescência, ou ainda na meninice, são dadas em casamento a homens, quase sempre bem mais velhos que elas.

Elas têm seus sonhos destroçados, suas vontades menosprezadas.

Mulheres que sofrem espancamentos por nada e por coisa alguma.

Porque ousaram conceber uma menina, quando o marido aguardava um menino.

Porque tentam andar sozinhas pelas ruas, porque planejam fugir, porque erguem a tonalidade da voz.

Os maus tratos são rotina. E ninguém se importa. O que faz um homem, portas adentro de seu lar, com a esposa ou filhos, não é da conta de ninguém.

Os anos passam e elas vão acumulando no corpo as marcas dos espancamentos: dentes faltando, lacerações, hematomas.

Algumas fogem da vida, por não enxergarem perspectivas de alterações positivas, em suas existências.

Outras, corajosas, optam por estabelecer objetivos para si mesmas.

Objetivos que as mantêm vivas e as fazem não desistir: a vida de seus filhos, a sua liberdade, a liberdade de seu país.

Como uma rocha, enfrentam os ventos turbulentos. Choram, lamentam, mas não desistem.

Quantas agressões pode suportar um corpo humano? Qual o limite?

Algumas ainda carregam a generosidade n´alma, para socorrer seres que crêem mais infelizes que elas mesmas.

Uma generosidade que não se abala, nem se contamina pelos desapontamentos e desilusões de cada dia.

E quando têm a oportunidade de fazer algo a benefício de outrem, se entregam até ao sacrifício da própria vida.

São exemplos. Por isso, quando as forças lhe estiverem falhando, pense que dentro de você ainda existem energias.

E não se deixe derrotar, jamais. Um dia, o panorama se modifica. A noite se transforma em alvorada.

Aguarde pelos raios da madrugada nova e não se entregue ao desânimo, em circunstância alguma.

O sol pode demorar a surgir, mas sempre ressurge, afagando a vida e renovando a esperança.

Aguarde, sem abandonar a luta. Amanhã, amanhã pode ser o dia da sua libertação do círculo das dores.

Espere.

Redação do Momento Espírita
www.momento.com.br

19 março 2008

Consequências do Sofrimento - Momento Espírita

Consequências do Sofrimento

Existem pessoas muito amargas no Mundo. Pessoas que parecem ter se tornado indiferentes à dor alheia, às dificuldades que tantos enfrentam.

Fechadas em si mesmas, essas pessoas somente exteriorizam a mágoa que as atormenta.

Por mais familiares ou amigos as envolvam em manifestações de afeto, de consideração, elas persistem na sua posição.

Afirmam que foram muito feridas, receberam traições, sofreram em demasia e, por isso, ficaram assim.

Contudo, há de se considerar que, em verdade, a causa da sua amargura não são as dores eventualmente experimentadas, desde que muitas pessoas sofreram muito mais do que elas e não têm essa mesma reação.

Recordamos do exemplo da paquistanesa Mukhtar Mai.

A jovem paquistanesa, para atender uma desavença tribal, mereceu a penalidade da violência sexual, por vários homens do clã que se considerou ofendido.

Sua história ganhou as manchetes. Tudo porque essa jovem corajosa, em vez de se entregar ao desespero, resolveu lutar por seus direitos.

Direitos humanos. Direitos de mulher.

Sabedora de que centenas de mulheres, em seu país, se suicidam, todos os anos, depois de passarem por situações semelhantes à sua, ou outras violências, resolveu agir.

Analfabeta e pobre, a partir de valores que lhe foram dados pelo governo paquistanês, em um acordo histórico, ela abriu uma escola para meninas.

Seu objetivo é que as futuras gerações de mulheres, em seu país, não cresçam analfabetas como ela e venham a ser vítimas indefesas de toda forma de barbárie.

Diretora de escola, foi eleita mulher do ano nos Estados Unidos, em 2005.

Em março de 2007, o Conselho Europeu outorgou a ela o North-South Prize de 2006, pela contribuição notável aos direitos humanos.

É ela mesma, Mukhtar Mai quem diz: Se eu ficasse em casa chorando e me lamentando pelo meu destino, não poderia mais me olhar no espelho.

Às vezes, fico sufocada de indignação. Mas nunca perco a esperança.

Minha vida tem um sentido. Minha infelicidade tornou-se útil para a comunidade.

Todos os dias eu ouço as meninas recitarem suas lições, correrem, conversarem no pátio e rirem.

Todas essas vozes me reconfortam, alimentam minha esperança.

Essa escola tinha de ser criada, e eu continuarei a lutar por ela.

Daqui a alguns anos, essas menininhas já terão suficientes ensinamentos escolares para enfrentar a vida de uma outra maneira, espero.

Luto por mim mesma e por todas as mulheres vítimas de violência em meu país.

Ao defender meus direitos de ser humano, lutando contra o princípio da justiça tribal que se opõe à lei oficial, tenho a convicção de estar apoiando as intenções da política de meu país.

Se pelos estranhos caminhos do destino posso ajudar, desse modo, o meu país e o seu governo, é uma grande honra.

Que Deus proteja minha missão.

* * *

Pensemos no exemplo e nas palavras da paquistanesa, que continua aguardando por justiça, sem deixar de lutar pelo bem geral.

Pensemos e, ante as dores que nos cheguem, decidamos pela melhor ação: aproveitar integralmente a lição, a oportunidade, o momento.

Utilizemos a dor a nosso favor e, se possível, de todos os demais que conosco privam das bênçãos deste lar chamado Terra.


Redação do Momento Espírita, com base no livro Desonrada,
de Mukhtar Mai, ed. BestSeller.
www.momento.com.br

18 março 2008

Em Torno de uma Irritação - Emmanuel

Em Torno de uma Irritação

Observação estranha, mas fato real. As ocorrências da irritação aparecem muito mais freqüentemente nos caracteres enobrecidos. Espécie de enfermidade da retidão, se a retidão pudesse adoecer.

A pessoa percebe a grandeza da vida, acorda para a responsabilidade, consagra-se à obrigação e passa a prestigiar disciplina e tempo; adquirindo mais ampla noção do dever, que reconhece precisa exprimir-se, irrepreensivelmente executado, supõe-se com mais vasta provisão de direitos.

E, por vezes, leva mais longe que o necessário a faculdade de preservá-los e defendê-los, iniciando as primeiras formações de irascibilidade, através da superestimação do próprio valor. Instalado o sentimento de auto-importância, a criatura abraça facilmente melindres e mágoas, diante de lutas naturais que considera por incompreensões e ofensas alheias.

Chegando a esse ponto, as vítimas desse perigoso síndroma, vinculado à patologia da mente, surgem perante os mais íntimos na condição de enfermos prestimosos, amados e evitados, de vez que não se lhes pode ignorar a altura moral e nem adivinhar o momento da explosão.

E porque o mau-humor dos espíritos respeitáveis, pelo trabalho que exercem e pela conduta que esposam, dói muito mais que a leviandade de criaturas menos afeitas à dignidade e ao serviço, semelhantes companheiros estimáveis e preciosos são procurados tão-somente em regime de exceção ou postos à margem pela gentileza dos outros, interpretados à conta de amigos temperamentais ou nervosos distintos.

Examinemos a nós mesmos.
Dirijamos para dentro da própria alma o estilete da introspecção.

Se a agressividade nos assinala o modo de ser, tratemos do caráter enfermiço, com a mesma atenção com que se medica um órgão doente.

E se a nossa consciência jaz tranqüila, na certeza de que temos procurado realizar o melhor ao nosso alcance, no aproveitamento das oportunidades que o Senhor nos concedeu, estejamos serenos na dificuldade e operosos na prática do bem, à frente de quaisquer circunstâncias, lembrando-nos de que a erva-de-passarinho asfixia as árvores nobres e a tiririca se alastra, como verdadeira calamidade, justamente na terra boa.

De "Estude e viva", de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira,
pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz

17 março 2008

A Importância do Mundo - Francisco de Paula Vítor

A IMPORTÂNCIA DO MUNDO

"Não te peço para que os tires do mundo, mas para que os livres do mal."
Jesus (Jo, 17:15)

Sem embargo, é nos vastos cenários da existência terrena que o espírito reencarnado precisa crescer para Deus, avançando na conquista das suas perfeições.

Lamentável é que há tanto tempo se pense que para servir a Deus e eximir-se dos erros, tenha-se que fugir da convivência do mundo.

A formação das escolas iniciáticas, monastérios e claustros, ao longo das experiências das sociedades humanas, se teve a virtude de permitir o desenvolvimento de férreas disciplinas em muitas almas, se conseguiu a valorização de hábitos de trabalhos, dos mais simples aos mais elaborados, impôs neuroses múltiplas e incontáveis torturas íntimas por causa da constante presença do pecado e das fobias desconcertantes relativas aos poderes satânicos do mal.

Por outro lado, o afastamento do aconchego familiar por parte de corações, na maioria das vezes muito jovens e inexperientes, determinou o surgimento de irresolúveis ansiedades e carências efetivas perturbadoras.

Criaturas meigas e mansas aceitavam todos esses padecimentos como desígnios de Deus, como sua missão terrena, e se convertiam em eminentes servidores do bem, estendendo o amor de suas almas dulcificadas.

Outras, porém, a quem se impunha tal vivência, fosse por imposição de castigos por parte da família, fosse por determinação da orfandade, tornavam-se exemplos completos de frieza, de insensibilidade e mesmo de maldade extrema, dispostas aos crimes mais horrendos, em nome de Deus, bandeando-se, muitas vezes, para viciações e incontinências, como se cometessem inconscientes vinganças que, quanto mais as praticavam, mais se atormentavam em seu âmago entre remorsos e revoltas.

A visão do mundo como um antro de perdição, incontestavelmente, é grave equívoco decorrente da miopia espiritual dos indivíduos. O Senhor não nos situaria num inferno, a fim de, sadicamente, punir-nos depois da queda.

O mundo é uma escola que atende a alunos de vários níveis em incontáveis estágios de compreensão e maturidade.

É no atritar das diferenças que nasce a lucidez para o bom e para o belo. É desse conjunto de contrastes que surge o discernimento entre o que nos é lícito e o que nos é conveniente, de acordo com a advertência do Apóstolo Paulo.

Condenar o mundo porque muitos se perdem será ignorar que nele também muitos se alcandoram, muitos se iluminam.

Ver no mundo a matriz de todos os males humanos será inculpar a boa escola porque grupos de estudantes preferiram ser relapsos, dando as costas aos esforços, às nobres disciplinas, à dedicação aos compromissos.

Quando Jesus roga ao Pai pelos Discípulos, que ficariam sem a Sua presença física, comove-nos ao valorizar as experiências do mundo, ainda quando sejam difíceis, enfatizando a importância de que eles não tombassem nas ciladas do mal. E pede, então, para que o Pai Celeste os livrasse do mal.

Do mesmo modo que o Mestre, ao nos ensinar a orar, roga ao Criador para que não nos deixasse cair em tentação, e que nos livrasse do mal que nos torna maus indivíduos, agora Ele o repetiria ao pedir pelos Seus Continuadores.

Não será difícil perceber, então, que o grande problema para o espírito em experiências libertadoras no mundo não é o mundo em si mesmo, mas os apelos de fora, que entram em ressonância com a perturbação do íntimo, fechando o circuito das tentações, capazes de nos incitar o desejo da fuga do equilíbrio do bem, o que caracteriza a comunhão com a desarmonia do mal.

Não te peço para que os tires do mundo...
Jesus é o Guia Seguro da humanidade, perenemente de braços abertos, confiante em nossa vontade de vencer o mundo tortuoso de dentro, que reflete perturbação do lado de fora, e de abençoar o mundo dificultoso de fora, que nos proporciona valiosas e felizes conquistas para o mundo renovado de dentro.

De "Quem é o Cristo?", de J. Raul Teixeira,
pelo Espírito Francisco de Paula Vítor

16 março 2008

Pensamentos Formas - Miramez

PENSAMENTOS FORMAS

Há uma proposição que diz: "Toda forma é um conglomerado de coisas". É justamente o que queremos dizer. Os pensamentos são formas emblemáticas que transmitimos em muitas dimensões para as mentes da mesma sintonia, e os sentimentos que plasmamos neles são partes de nós, que ficam nos outros, sob a nossa responsabilidade.

Há momentos de fraqueza humana em que o pensamento alheio causa distúrbios inacreditáveis, dependendo do estado de alma de quem o recebe, como do influxo mental de quem o transmite.

A realidade é que orar e vigiar, como nos propõe o Evangelho, na lavoura das idéias, é dever sagrado de cada dia. A agenda do cristão deve ter uma palavra com letras grandes: VIGILÂNCIA. As formas mentais têm uma força coesiva sem precedentes, maior que a liga de todas as colas e o traço de todos os cimentos.

Os espíritos de alta envergadura conhecem a ciência, de modo a desintegrar as formas mentais inferiores, aproveitando-as, como lixo mental, em adubos, ou canalizando-as para animais da mesma faixa, que as transmitam em alimentos psíquicos, de certa forma, para eles, suculentos.

A estrutura congênita das idéias, quando se trata de alma evoluída, é de máxima importância, pois é nessa oportunidade que ela começa a amar o próximo, inicia seu dia doando o que mais lhe toca o coração.

É a verdadeira caridade espiritual, porque em uma corrente contínua de pensamentos se estende a mensagem da fraternidade, por não lhes dar o trabalho de limpeza psíquica. Se a humanidade fosse consciente da grandeza das emoções elevadas, transformaria o mundo dos sentimentos em fontes puras de amor.

As correntes mentais inferiores, intercruzando os espaços da Terra e se ajustando, por sintonia, com as pessoas, é que impulsionam os países às guerras, às calamidades, aos grandes desacertos financeiros. E essa troca de magnetismo decadente entre os homens proporciona as maiores promiscuidades, os desajustes dos lares, e os desleixos morais, por entorpecer as mentes e levá-las às mais baixas vibrações.

Os nossos pensamentos brotam do fulcro mental com uma ardência de vida sem paralelos na escala das emoções. Quando canalizados aos seus devidos fins, esvaziam o campo energético da alma, para depois serem reabastecidos pelos centros de força mais responsáveis pela consciência. Isso é um cinetismo indescritível do éter cósmico.

E não sendo usado para a nobreza do caráter, o reator emotivo cria colisões nos campos de força, de maneira a demorar o próprio reabastecimento e adormecer, de certa forma, parte da consciência, que retarda o seu comando instintivo dos órgãos e deixa de fornecer a cota de energia protoplasmática ao sensível metabolismo celular.

O místico se embriaga nas suas sábias deduções, caindo em êxtase pelo prazer que lhe dão as formas mentais elaboradas em sua mente. Todavia, o espírito inferior sofre com as suas criações, que correspondem à sua própria inferioridade.

O Cristo, médico das almas, foi também o maior médico dos corpos. A especulação científica chegará algum dia à realidade do espírito, cinzelando os fatos com a oficialidade de que os pensamentos bons são capazes de restaurar os homens e as coisas danificadas, como torturar vidas e desagregar formas na ação magnética inferior. Poderemos ser médicos de nós mesmos, elaborar remédios, que nos possam curar. Isso depende da educação da mente.

A configuração das idéias obedece a um plano evolutivo por excelência e pré-estabelecido por esquema do Todo Poderoso. Entretanto, compete a nós outros uma intervenção, cuja altura devemos alcançar, de determinadas modificações no que concerne aos valores emotivos.

Devemos plasmar, com os recursos a nós oferecidos no magnetismo estuante da mente, o amor mais puro, que se irradia em muitas formas de conceitos, porque ele, sendo vida maior, sustenta todas as vidas, em todos os reinos do alvorecer eterno.

Ao nosso pensamento é justo não faltar o traço que compete à elegância.

Sejamos felizes, deixando o Cristo participar das nossas correntes mentais e entremos, com Ele, no reino de Deus.

De "Horizontes da Mente", de João Nunes Maia,
pelo Espírito Miramez

15 março 2008

Ante a Vida Espiritual - Emmanuel

ANTE A VIDA ESPIRITUAL

Descerrando o portal luminoso da Vida Mais Alta, os Espíritos Sábios e Generosos não entrariam em comunicação com o homem para induzi-lo à ociosidade ou à inconseqüência.

É indispensável te lembres disso para que a Doutrina do Amor não seja em tuas mãos chave à má fé ou brinquedo de que te arrependerás fatalmente amanhã.

Decerto, os instrutores desencarnados estender-te-ão braços amigos nas dificuldades e lutas, mas não te furtarão aos obstáculos, de vez que os óbices da senda são lições estimulantes e valiosas; auxiliar-te-ão ao socorro do corpo doente ou exausto, mas, acima de tudo, ensinar-te-ão a conservar a própria saúde para que não menosprezes o veículo que te acolhe, na Terra, por templo de redenção e trabalho; amparar-te-ão o espírito atormentado nas provas justas; contudo, não te subtrairão a cruz regeneradora, porque, antes do elixir da consolação, necessitas de ombros fortes para o desempenho dos deveres que o mundo te conferiu.

Recebe no intercâmbio espiritual a visita dos amigos que te ajudam, conscientes e respeitáveis, benevolentes e dignos, não como agentes na execução de teus desejos inferiores, mas sim como mensageiros veneráveis da Luz Divina, consagrados à formação de tua verdadeira felicidade.

Recorda que chegam ao teu círculo, acordando-te novas noções de responsabilidade e justiça e guiando-te para a Vida Superior...

E honrando-lhes a companhia com o devotamento à verdade e com a dedicação incessante ao bem, estarás preparando abençoado e precioso caminho ao próprio futuro, de vez que serás igualmente o desencarnado de amanhã, reclamando atenção e respeito, entendimento e carinho para a missão que te cabe realizar, nas tarefas que te cabem atender.

De "Instrumentos do Tempo", de Francisco Cândido Xavier,
pelo Espírito Emmanuel

14 março 2008

Amor e Companheirismo - Joanna de Ângelis

Amor e Companheirismo

O companheirismo fortalece-se através da vitalidade do amor.

Nem sempre transcorrerá em clima de total identidade de propósitos e de sentimentos, como é natural, pois se trata de duas ou mais pessoas outras envolvidas na afetividade, no relacionamento fraternal. Por extensão, na convivência a dois, quando os interesses se apresentam ricos de esperanças, mas o comportamento é descuidado, sem arquivos de maturidade psicológica, desfaz-se, por falta de estrutura e de profundidade.

Pensa-se que a finalidade do companheirismo é fugir-se ao tédio, à solidão, e nunca se procura nele identificar o significado do amor, os benefícios dele defluentes, as satisfações da convivência e da amizade.

Pessoas que se sentem solitárias buscam relações com o propósito de fugir do desconforto que as assalta, porque isoladas, sem campo emocional para expressar os seus estados interiores. Não obstante, pareça justa a busca, não alcança o objetivo, por tratar-se de uma fuga e não de uma realidade.

Quem assim procede, pensa apenas em receber, em vencer os conflitos, apagar os ressentimentos íntimos que guarda contra si mesmo, terminando por transferi-los para aqueles com os quais pretende identificar-se.

Somente um trabalho de autodescoberta facilita a comunicação com os demais indivíduos, porquanto, ao serem identificados os traumas e as inquietações, as ansiedades e os desejos, não os transfere para os outros, procurando vencê-los em si mesmo antes que lutar contra, projetando-os como imagens detestáveis que são vistas nas pessoas a quem procura amar.

Quando se está carente de afeto e se deseja relacionamentos amorosos, o romantismo toma conta da imaginação e estabelecem-se normas de afetividade, nas quais o outro deve preencher as lacunas internas e os vazios existenciais.

Formulam-se programas de convivência exterior, como os passeios, divertimentos, refeições em restaurantes e lugares paradisíacos, teatros e cinemas, dando campo às emoções que logo passam, trazendo de volta a mesma insegurança, insatisfação e tédio...

Somente quando se é capaz de vencer os distúrbios íntimos e os auto-ressentimentos, é que se pode amar e buscar relacionamentos que estejam liberados de projeções perturbadoras e de fáceis atritos desgastantes.

É comum descobrir-se pequenas coisas que são detestáveis, quando praticadas pelo ser com quem se relaciona ou a quem se afeiçoa. Não obstante, essa repulsa decorre de intolerância interior a atitudes semelhantes que a pessoa mantém e não se dá conta de como procede.

Ao combater aquilo que lhe é desagradável no outro, está-se descobrindo, inconscientemente, a respeito de comportamentos iguais que vivencia e que, certamente, incomodam também ao companheiro que os silencia.

Joanna de Angelis / Divaldo Franco
Garimpo e Amor

13 março 2008

Auxílio Moral - Emmanuel

Auxílio Moral

Em muitas circunstâncias, afligimo-nos ante a impossibilidade de alterar o pensamento ou o rumo das pessoas queridas.

Como auxiliar um filho que se distancia de nós, através de atitudes que consideramos indesejáveis, ou amparar um amigo que persiste em caminho que não nos parece o melhor?

Às vezes, a criatura em causa é alguém que nos mereceu longo tempo de conveniência e carinho; noutros lances da vida, é pessoa que se nos erigia na estrada em baliza de luz.

Tudo o que era harmonia passa ao domínio das contradições aparentes, e tudo aquilo que se nos figurava tarefa triunfante nos oferece a impressão de trabalho deteriorado, voltando à estaca zero.

Chegados a esse ponto de indagação e estranheza, é imperioso compreender que todos temos, na edificação espiritual uns dos outros, uma parte limitada de serviço e concurso, depois da qual vem a parte de Deus.

O lavrador promove condições favoráveis ao plantio da lavoura, mas não consegue colocar o embrião na semente; protege a árvore, mas não lhe inventa a seiva.

Assim ocorre igualmente conosco, nas linhas da existência. Cada qual de nós pode ofertar a outrem apenas a colaboração de que é capaz. Além dela, surge a zona íntima de cada um, na qual opera a Divina Providência, através de processos inesperados e, muitas vezes, francamente inacessíveis ao nosso estreito entendimento.

Diante, pois, dos seres diletos que se nos complicam na estrada, o melhor e mais eficiente auxílio moral com que possamos socorrê-los será sempre o ato de estender-lhes a bênção da oração silenciosa, para que aceitem, onde se colocaram, o Amparo Divino que nunca falha.

Sejam quais forem os problemas que nos forem apresentados pelos entes queridos, guardemos a própria serenidade e cumpramos para com eles a parte de serviço e devotamento que lhes devemos, depois da qual é forçoso que nos decidamos a entregá-los à oficina da vida, em cujas engrenagens e experiências recolherão, tanto quanto nós todos temos recebido, a parte oculta do amor e da assistência de Deus.

De "Alma e Coração", de Francisco Cândido Xavier,
pelo espírito de Emmanuel

12 março 2008

Jesus e Decisão - Joanna de Ângelis

JESUS E DECISÃO

A um jovem, que parecia disposto a ingressar na Nova Era, candidatando-se a segui-Lo, Jesus propôs o convite direto, sem preâmbulos.

Apesar do interesse que se refletia na face ansiosa, o moço, receoso, esquivou-se sob a justificativa de que iria antes sepultar o genitor que havia morrido.

Diante da resposta que parecia justa, o Mestre foi, no entanto, contundente, informando-o: "Deixa aos mortos o cuidado de sepultar os seus mortos; mas tu, vem construir no coração o reino de Deus."

Pode causar estranheza a atitude e proposta de Jesus a um filho que pretendia cumprir com o seu dever imediato: no caso, enterrar o pai desencarnado. É provável que esse fosse o seu direito real, adiando o engajamento na tarefa da vida eterna.

Todavia, é possível que o moço ocultasse alguma outra intenção.

O desejo de estar presente ao velório e à inumação do cadáver talvez significasse a preocupação de ser visto como um filho cuidadoso e fiel, merecedor da herança que lhe cabia.

Alguma disposição testamentária, provavelmente, exigia-lhe o cumprimento desse dever filial, sob pena de perder o legado. Então, a sua presença não significaria um ato de amor, mas um ato de interesse subalterno.

Os bens materiais, não obstante, possuam utilidade, favorecendo o conforto, o progresso, a paz entre os homens quando bem distribuídos, são, às vezes, de outra forma, algemas cruéis que aprisionam as criaturas, e que, transitando de mãos, são coisas mortas, que não merecem preferência ante as verdades eternas.

Igualmente se pode pressupor que o rapaz, ainda cioso de sua juventude, não estivesse disposto a renunciá-la, encontrando, na justificativa, uma forma nobre para evadir-se do compromisso.

Os gozos materiais são cadeias muito vigorosas que jugulam os homens às paixões primitivas que deveriam superar a benefício próprio, mas que quase sempre os levam à decomposição moral, à morte dos ideais libertadores.

Quiçá a preocupação a respeito da nova responsabilidade causasse no candidato um receio injustificado, levando-o à escusa com o argumento apresentado.

O medo de assumir compromissos graves impede o desenvolvimento intelecto-moral do indivíduo, mantendo-o estacionado na rotina despreocupada e monótona do seu dia-a-dia.

O convite de Jesus faz-se acompanhar de um programa intenso, iniciando-se na renovação íntima para melhor, e prosseguindo na ação construtiva do bem em toda parte.

O medo é fator dissolvente da individualidade humana, responsável por graves desastres e crimes que poderiam ser evitados. É força atuante que conduz à morte das realizações dignificantes e das próprias criaturas.

Por fim, suponhamos que o sentimento filial prevalecesse na resposta e ele estivesse preocupado com o pai desencarnado. Ainda assim, qualquer pessoa poderia sepultá-lo, mas ninguém, exceto ele mesmo, poderia encarregar-se da sua iluminação.

Jesus era a sua oportunidade única.

Jesus penetrou-o e sabia o motivo real de sua recusa.
Porém, deixou-o livre para decidir-se.

Ele foi sepultar o progenitor e não voltou. Perdeu a oportunidade. Muitos ainda agem assim.

Observa o que elegeste para tua atual existência: seguir a vida e vivê-la ou acumular tesouros mortos para sepultá-los no olvido.

Desnuda-te interiormente e contempla-te que possuis de real, que a morte não te arrebatará, e o que seguirá contigo?

Usa de severidade neste exame de consciência e toma o lugar do jovem convidado.

Que responderias a Jesus nesse momento?

Queixa-te dos problemas que te aturdem e os relacionas, ignorando ou tentando desconhecer que estás na Terra para aprender, resgatar, reeducar-te.

Olha ao teu redor e compreenderás o quanto é urgente que te decidas pelo melhor e duradouro para ti como ser imortal que és.

Postergando a decisão, quando então a tomar, provavelmente as circunstâncias já não serão as mesmas e a tua situação estará diferente, talvez complicada.

O momento é este. Deixa-te permear pela presença d Ele e, feliz, segue-O. Com tal atitude os teus problemas mudarão de aparência, perderão o significado afligente, contribuirão para a tua felicidade.

Renascerás dos escombros e voarás no rumo da Grande Luz, superando a noite que te aturde.

De "Jesus e Atualidade", de Divaldo P. Franco
pelo espírito Joanna de Ângelis

11 março 2008

Insuperável Brandura - Marco Prisco

INSUPERÁVEL BRANDURA

Quando você for defrontado por alguém violento, que o agrida verbalmente ou o ameace fisicamente, recorde-se de que ele é muito infeliz.

Todo aquele que não recebeu amor na infância ou foi vítima de insucessos emocionais, sempre perde o endereço de si mesmo e se torna inimigo dos outros.

Conceda-lhe a graciosa dádiva da bondade que não o torna mais desventurado. Não há quem resista a um indisfarçável gesto de benevolência.
*
Surpreendido pela astúcia dos perversos, sempre hábeis na arte de infligir sofrimentos aos outros, tenha em mente que eles são também impiedosos para consigo mesmos.

A sua desorientação provém de experiências amargas, nas quais sofreram crueldades e abandono.

Proporcione-lhes o ensejo de despertar, dando-lhes compreensão.
Ninguém recusa amor, mesmo que, aparentemente reaja com aspereza, o que é falta de hábito em recebê-lo.
*
No pandemônio da revolta que grassa violenta em toda parte, anunciando desastres morais e conjunturas físicas dolorosas, reserve-se o direito de permanecer em paz.

O aturdimento que procede de alguns poucos, facilmente contamina o grupo social que se perturba. O agitador, é alguém que se sentiu desrespeitado nos seus direitos de criança e, na ocasião, não soube administrar a ira nem a frustração, agora tornadas bandeiras de comportamento doentio.

Seja amistoso para com ele, apresentando-lhe o outro lado da existência humana. O ser carente vive armado contra tudo e todos, até o momento em que se sente rociado pela presença da brandura.
*
No crepitar das labaredas das acusações e calúnias contra alguém, gerando situações asfixiantes e más, continue portador de generosidade para com a vítima.
Quem delinqüe, perde-se no labirinto de terríveis alucinações morais.

Não fustigue mais o desditoso, antes aplique temperança para com ele. O solo que arde, não pode receber mais calor, e sim, água refrescante que lhe diminua e aplaque a temperatura elevada.
Todos somos sensíveis à compreensão de alguém para conosco.

Perseguido pela inveja ou malsinado pela insensatez daquele que não gosta de você, resguarde-se na compaixão para com ele.

A insegurança que o leva a afligi-lo é resultado da família com a qual viveu e de quem somente recebeu lições de impiedade e malquerença.

Ele gostaria, por certo, de ser como você, e, na impossibilidade de que se dá conta, tenta amargurá-lo.

Ofereça-lhe o silêncio em resposta de brandura, que o alcançará inexoravelmente, alterando-lhe a atitude interior. Nada pode detê-la, e quem a recebe jamais prossegue como antes.
*
Na raiz de muitos males, que afligem e desconcertam a criatura, o desamor de que foi objeto, na atual ou em anterior reencarnação, é o responsável pelo seu transtorno.

Naturalmente, quem lhe experimenta o aguilhão impiedoso deseja libertar-se, defendendo-se e acusando, reagindo.

Não existe, porém, defesa real quando se agride nem se conquista harmonia quando se entra em debates de violência.

Nunca aceite as injunções do mal nem as arruaças dos desordeiros, simplesmente deixando de conceder-lhes consideração.

Você cresce na vertical do amor, tendo por dever levantar caídos e nunca torná-los mais vulneráveis ao mal que neles reside.

Viva com brandura e esparza-a, tornando o mundo melhor e as criaturas menos desesperadas.
Somente quem ama e se reveste de bondade pode resistir aos conflitos e desafios perturbadores da sociedade agressiva que prefere ignorar o Bem.

Marco Prisco Londres, 21-6-98 . De "Luzes do alvorecer",
de Divaldo P. Franco - diversos espíritos

10 março 2008

Ajuda aos Mortos - José Herculano Pires

 
AJUDA AOS MORTOS


“Como podemos ajudar os mortos? Os mortos estão mortos. Nada temos a fazer com eles. Tratemos de ajudar os vivos e deixemos os mortos em paz. Vocês, espíritas, são necrófilos!”.

O cidadão se aborreceu porque encontrou num jornalzinho espírita de bairro esta solicitação piedosa: “Ajudem os que pereceram no incêndio, orando por eles. Os mortos não estão mortos e precisam de ajuda”. Ficou mais indignado quando meu amigo Juvenal lhe explicou que muitos mortos são esclarecidos em reuniões espíritas.

Sua objeção foi à mesma de sempre: “Vocês pretendem ser mais que os anjos e os santos, mais que Deus? Pensam que os mortos dependem de meia dúzia de bobagens que vocês lhes dizem nas sessões?” Juvenal sorriu e me fez um pedido. Que eu tentasse explicar ao cabeça-dura que se passa na doutrinação espírita. Vou tentar resumir o que lhe disse.

Para começar, lembrei-lhe este pequeno trecho da prece de Emmanuel em favor dos mortos do Edifício Joelma: “Acende-lhes nos corações a luz divina da imortalidade, oculta neles mesmos, a fim de que a mente se lhes distancie do quadro de agonia ou desespero, transferindo-se para a visão da vida imperecível”.

Com essas palavras Emmanuel coloca de maneira bem clara o problema da doutrinação espírita. Não cabe a nós, criaturas humanas, libertar os espíritos de suas angústias. Cabe-nos apenas auxiliá-los, como irmãos na vida e na morte, a desviar a mente torturada da situação dolorosa em que se encontravam no momento da morte.

Nem todas às pessoas compreendem que a morte é simplesmente, como diz Chico Xavier, um descondicionamento do espírito. É uma passagem, como a define a sabedoria popular. O espírito obrigado a abandonar o corpo material retira-se do plano físico para o plano etéreo da vida. E às vezes tão rapidamente que nem percebe o que se passou.

Perdendo a consciência no momento da morte, o espírito desperta no mundo espiritual como quem volta de uma síncope. Mas, conserva todas as sensações, toda a lembrança das angústias por que passou ao morrer. Essas sensações e lembranças condicionam a sua nova situação fora do corpo físico. E o corpo espiritual lhe parece o corpo físico.

Logo após a morte as ligações do espírito com o plano físico não se rompem de todo. Ele está ainda impregnado de sensações materiais, provindas do sensório fisco a que se acostumou durante a vida. É, portanto, mais acessível ao esclarecimento dos homens do que à influência dos anjos. Está mais ligado a nós do que aos espíritos desencarnados.

Mas, os mortos, como os vivos, trazem oculta em si mesmos a noção da imortalidade. Essa noção está no inconsciente de todos nós, porque todos somos imortais.

Na mente subliminar, pesquisada por Frederic Myers, abaixo do nível da mente comum, circulam as correntes ídeo-emotivas provenientes de vidas anteriores e do plano espiritual.

A comunicação mediúnica dá ao espírito, ainda inseguro no mundo espiritual, a sensação de segurança que lhe faltava. Ligado magneticamente ao médium ele se sente como se estivesse no seu corpo material.

Então o doutrinador espírita pode conversar com ele como de vivo para vivo e despertá-lo para a compreensão do seu verdadeiro estado ao mesmo tempo, os espíritos amigos que o levaram à comunicação e permanecem junto a ele conseguem ajudá-lo com mais eficiência.

Os homens apenas iniciam a doutrinação, que na verdade será completada pelos espíritos orientadores do trabalho mediúnico. É assim que o Céu e a Terra se encontram para a solidariedade humana entre dois mundos.

O trabalho principal do doutrinador é desviar a mente do espírito recémdesencarnado do quadro trágico da sua morte. Provando-lhe que ele continua vivo e livre do corpo material, cuja perda foi como a perda de uma simples vestimenta, desvia-lhe a atenção para a nova realidade em que se encontra. O resto é trabalho dos espíritos.


José Herculano Pires

09 março 2008

O Anjo de Karen - Momento Espírita

O ANJO DE KAREN

A adolescente aguardou o final da aula e se dirigiu ao professor. Confiava nele e, por isso, desejava lhe contar a tormenta que estava vivenciando.

Estava prestes a sair de casa, embora não soubesse para onde ir. Mas, não agüentava mais a situação.

Sua mãe se prostituíra e, todos os dias, homens diferentes adentravam o que deveria ser o seu lar.

Era uma vergonha! - dizia Karen. Tenho vergonha de minha mãe. Não nos falamos há muito.

O professor, experimentado nas questões do mundo, ouviu com atenção e sugeriu que ela conversasse com sua mãe.

Alguma vez perguntara a ela o que estava acontecendo? Por que se permitia tal comportamento?

Mãe e filha eram como duas estranhas vivendo sob o mesmo teto. Quando uma entrava, a outra saía.

O tempo passou. Aquele ano se findou e meses depois, a jovem procurou o professor, outra vez.

Estava diferente. O rosto irradiava felicidade. Ela falara com sua mãe. Um longo e doloroso diálogo.

Contudo, se dera conta que sua mãe sofria de uma grave carência afetiva.

A mãe falara de sua viuvez muito jovem, uma filha para criar, a rebeldia de Karen, a soma das dificuldades.

E, por fim, do equivocado caminho pelo qual optara.

Mais um tempo passado e Karen veio dizer ao professor que ela e sua mãe tinham transferido residência.

Que se haviam tornado amigas. Que agora costumavam fazer tudo juntas. Que a mãe deixara a vida equivocada e se dedicava, com exclusividade a ela.

Saíam, conversavam, faziam compras, trocavam idéias. Como era boa aquela mãe - descobrira a jovem.

Karen estava muito agradecida ao professor por ter sugerido que ela conversasse com sua mãe, que se aproximasse dela.

Hoje, passados alguns poucos anos, Karen está casada e tem um filhinho.

O genro encontrou na sogra uma pessoa especial, dedicada, carinhosa.

Agora, quando o casal deseja viajar, ou necessita estender-se em horas a mais no trabalho, é a mãe dedicada que fica com o netinho.

Vovó, mamãe! – essas são as palavras mágicas que alimentam o coração da mãe de Karen.

Em verdade, o anjo de Karen. O anjo de sua vida, que vela todos os dias por ela, pelo genro a quem acolheu como filho e ao netinho.

* * *

O diálogo franco, honesto ainda faz muita falta. No lar, as pessoas se isolam, magoadas umas com as outras, por palavras ditas ou não ditas, por atitudes impensadas.

Tudo se tornaria bem mais fácil se as pessoas aprendessem a conversar, a perguntar porquês, a indagar de razões.

Se, em vez de se falar às ocultas, criar desconfianças, gerar desencontros, aprendêssemos sempre a conversar, olhando nos olhos uns dos outros, a vida se tornaria mais fácil de ser vivida.

Pois o que complica a vida é cada qual ficar em seu canto, imaginando que não é amado, querido, desejado.

Quando seria tão simples perguntar: Por que você está agindo desta forma?

Por que tomou aquela atitude? Por que não fez o que lhe pedi? Por que esqueceu do nosso aniversário?

Pense nisso e adote, em sua vida, a atitude de nunca deixar para depois o elucidar qualquer questão.

Converse mais, participe das questões familiares, seja amigo dos seus amores.

Descubra, enfim, a riqueza de cada um e enriqueça-se interiormente, tornando a sua vida plena de amor, de atitudes de afeto e bem-querer.

Experimente!

Redação do Momento Espírita com base em fato real. www.momento.com.br

08 março 2008

Parábola Moderna - Ignotus

PARÁBOLA MODERNA

Enfermara fazia muito tempo e transitara de guichê em guichê de informações, munido com a competente guia para o internamento hospitalar.

Difícil, ali, a vaga de que necessitava.
Adicionando à enfermidade a fome perseguidora, desmaiou à porta da Repartição, quase ao término do expediente.

Passado o primeiro choque de alguns transeuntes, ali ficou semi-hebetado.
- Certamente é bebida, afirmaram alguns, ou epilepsia, completaram outros.
- Convém que não nos metamos, acentuaram terceiros, e ele ficou girando no mundo do vagado demorado.

A noite caiu e ele, sem forças, continuou tombado.
A precipitação de todos não tinha tempo para examiná-lo; a velocidade dos veículos não permitia que o vissem desfalecido.
Ele permaneceu derreado.

Quando o silêncio se abatera sobre o centro comercial, um petiz desafortunado vendo-o tombado se acercou e perguntou-lhe o que havia. Ele balbuciou algumas palavras e o menino de rua, acostumado ao sofrimento humano, respondeu: "Isto se resolve com uma xícara de café."

Saiu a correr e a correr retornou, trazendo nas mãos o estimulante que lhe faltava ao corpo combalido.

Depois, ofereceu-lhe ombro gentil e ajudou-o a tomar a condução em local próximo a fim de retornar ao lar.

A criança não lhe pediu o nome. Nem ele agradeceu ao benfeitor anônimo.
Tudo sob o manto da noite e o olhar da Caridade.

*
Cuidado com a indiferença! Porque tudo esteja mal, não agraves com o cepticismo a maldade que grassa.

Sê o Samaritano, mesmo que não tenhas "nada com isto", que ele não seja dos teus e que a pressa te esteja impulsionando para dele fugir.

Talvez, um dia, - pois que ninguém está isento dessa ocorrência - sejas tu o tombado, na calçada da rua, ou no leito do hospital, em qualquer lugar, sob o manto da noite e o olhar da Caridade.

De "Espelho d'alma", de Divaldo Pereira Franco,
pelo espírito Ignotus