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21 março 2013

O Livro Espírita - Roosevelt Andolphato Tiago


O Livro Espírita
Considerações do Codificador


Muitas duvidas existem hoje com relação ao trato e cuidados que devemos ter para com os livros e as demais publicações espíritas. Devemos ou não publicar tudo que vem dos espíritos? É adequado ter em nossas bibliotecas espíritas todo tipo de livros supostamente psicografados? Quais os critérios e parâmetros verdadeiramente espíritas que devem ser considerados?

Temos uma contribuição do Codificador que já nos coloca em alerta, quando diz: (...) “No mundo invisível como na Terra, não faltam escritores, mas os bons são  raros” - (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio.), vendo que ele estabelece suas considerações envolvendo escritores encarnados como os respectivos espíritos.

Deve haver responsabilidade por parte dos dirigentes, editoras e administradores de bibliotecas e livrarias ditas espíritas na aceitação das obras, para que não venhamos a divulgar em nome do espiritismo, informações que possam plantar dúvida em seus leitores.

Novamente temos de Allan Kardec uma valiosa informação: “É preciso que se saiba que o Espiritismo sério se faz patrono, com alegria e  apresso, de toda obra realizada com critério, qualquer que seja o país  de onde provém, mas que, igualmente, repudia todas as publicações excêntricas.  Todos os espíritas que, de coração, vigiam para que a Doutrina não seja  comprometida, devem, pois, sem hesitação, denunciá-las, tanto mais porque, se  algumas delas são produtos da boa-fé, outras constituem trabalho dos próprios  inimigos do Espiritismo, que visam desacreditá-lo e poder motivar acusações  contra ele. Eis porque, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a Doutrina Espírita aceita daquilo que ela repudia” - (Allan Kardec, Viagem  Espírita em 1862. Instruções Particulares. VI.), nessas palavras temos clareadas prováveis dúvidas do comportamento que devemos ter diante da literatura dos imortais.

Os próprios escritores muitas vezes se incomodam com o rigor de algumas editoras no processo de avaliação, entretanto são cuidados que devem agradar o espírita comprometido como vemos na orientação que segue: (...) “Todas as precauções são poucas para evitar as publicações lamentáveis. Em  tais casos, mais vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa” - (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio). A Doutrina Espírita é portadora de uma mensagem de absoluto valor e inestimável objetivo para os destinos do planeta e deve ser tratada como tal. 

Chamamos atenção também para os avaliadores dos livros adquiridos pelos “Clubes do Livro” e para distribuição, não podendo deixar que o valor de comercialização do livro, seu preço, seja determinante no processo de escolha contrapondo com a mensagem que ele traz, quando o preço é o fator determinante, comprometemos nossa postura como espíritas e negligenciamos aos compromissos abraçados, como podemos ver: “Inferimos que a proporção deve ser mais ou menos geral. Por aí pode julgar-se  da necessidade de não publicar inconsideradamente tudo quanto vem dos  Espíritos, se quiser atingir o objetivo a que nos propomos, tanto do ponto de  vista material quanto do efeito moral e da opinião que os indiferentes possam  fazer do Espiritismo”. (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio.)

Como o próprio nome já diz, se as obras de Allan Kardec, trazidas por espíritos superiores são chamadas “básicas” é por que devem ser a base para tudo o que virá, garantindo a pureza das informações que nos chegam. Comparar o conteúdo das obras atuais com as do Codificador é nossa única maneira de garantia de informação correta. Nova contribuição segue a esse respeito:  “É urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem  suspeita, que parecem, ou vão parecer contrárias a todas as que não tiverem uma  atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são elaboradas nos campos  inimigos do mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os fachos  da discórdia. Cabe-vos não vos deixar apanhar. Tendes todos os elementos  necessários para as apreciar” - (Espírito Erasto, Revista Espírita, 1863,  dezembro), ficando claro que esses “elementos necessários” são as informações já apresentadas no processo de estruturação do Espiritismo deixadas por Kardec e os que lhe auxiliaram naquele processo.

Alguns vão dizer que somos intransigentes ou mesmo fanáticos, contudo somente os espíritas sérios sabem que a grandeza dos apontamentos de Allan Kardec são tão grandes que serão sempre atuais, afinal foram recebidos por Espíritos que estão em muito a nossa frente, e fica dessa forma a certeza de que os que levantam a bandeira da fidelidade doutrinária assim devem agir ao ler: “Há polêmica e polêmica; e há uma diante da qual não recuaremos jamais, que é a  discussão séria dos princípios que professamos” - (Allan Kardec, Revista  Espírita - Novembro/1858).




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