O Livro Espírita
Considerações do Codificador
Muitas duvidas existem hoje
com relação ao trato e cuidados que devemos ter para com os livros e as
demais publicações espíritas. Devemos ou não publicar tudo que vem dos
espíritos? É adequado ter em nossas bibliotecas espíritas todo tipo de
livros supostamente psicografados? Quais os critérios e parâmetros
verdadeiramente espíritas que devem ser considerados?
Temos uma contribuição do Codificador que já nos coloca em alerta, quando diz: (...) “No mundo invisível como na Terra, não faltam escritores, mas os bons são raros”
- (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio.), vendo que ele
estabelece suas considerações envolvendo escritores encarnados como os
respectivos espíritos.
Deve haver responsabilidade por
parte dos dirigentes, editoras e administradores de bibliotecas e
livrarias ditas espíritas na aceitação das obras, para que não venhamos a
divulgar em nome do espiritismo, informações que possam plantar dúvida
em seus leitores.
Novamente temos de Allan Kardec uma valiosa informação: “É preciso que se saiba que o Espiritismo sério se faz patrono, com alegria e apresso, de toda obra realizada com critério, qualquer que seja o país de onde provém, mas que, igualmente, repudia todas as publicações excêntricas. Todos os espíritas que, de coração, vigiam para que a Doutrina não seja comprometida, devem, pois, sem hesitação, denunciá-las,
tanto mais porque, se algumas delas são produtos da boa-fé, outras
constituem trabalho dos próprios inimigos do Espiritismo, que visam
desacreditá-lo e poder motivar acusações contra ele. Eis porque,
repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a Doutrina Espírita aceita daquilo que ela repudia”
- (Allan Kardec, Viagem Espírita em 1862. Instruções Particulares.
VI.), nessas palavras temos clareadas prováveis dúvidas do comportamento
que devemos ter diante da literatura dos imortais.
Os próprios escritores muitas vezes se
incomodam com o rigor de algumas editoras no processo de avaliação,
entretanto são cuidados que devem agradar o espírita comprometido como
vemos na orientação que segue: (...) “Todas as precauções são poucas
para evitar as publicações lamentáveis. Em tais casos, mais vale pecar
por excesso de prudência, no interesse da causa” - (Allan
Kardec, Revista Espírita, 1863, maio). A Doutrina Espírita é portadora
de uma mensagem de absoluto valor e inestimável objetivo para os
destinos do planeta e deve ser tratada como tal.
Chamamos atenção também para os avaliadores
dos livros adquiridos pelos “Clubes do Livro” e para distribuição, não
podendo deixar que o valor de comercialização do livro, seu preço, seja
determinante no processo de escolha contrapondo com a mensagem que ele
traz, quando o preço é o fator determinante, comprometemos nossa postura
como espíritas e negligenciamos aos compromissos abraçados, como
podemos ver: “Inferimos que a proporção deve ser mais ou menos geral.
Por aí pode julgar-se da necessidade de não publicar
inconsideradamente tudo quanto vem dos Espíritos, se quiser atingir o objetivo a que nos propomos, tanto do ponto de vista material quanto do efeito moral e da opinião que os indiferentes possam fazer do Espiritismo”. (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio.)
Como o próprio nome já diz, se as obras de
Allan Kardec, trazidas por espíritos superiores são chamadas “básicas” é
por que devem ser a base para tudo o que virá, garantindo a pureza das
informações que nos chegam. Comparar o conteúdo das obras atuais com as
do Codificador é nossa única maneira de garantia de informação correta.
Nova contribuição segue a esse respeito: “É urgente que vos ponhais em guarda contra
todas as publicações de origem suspeita, que parecem, ou vão parecer
contrárias a todas as que não tiverem uma atitude franca e clara, e
tende como certo que muitas são elaboradas nos campos inimigos do mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os fachos da discórdia. Cabe-vos não vos deixar apanhar. Tendes todos os elementos necessários para as apreciar”
- (Espírito Erasto, Revista Espírita, 1863, dezembro), ficando claro
que esses “elementos necessários” são as informações já apresentadas no
processo de estruturação do Espiritismo deixadas por Kardec e os que lhe
auxiliaram naquele processo.
Alguns vão dizer que somos intransigentes
ou mesmo fanáticos, contudo somente os espíritas sérios sabem que a
grandeza dos apontamentos de Allan Kardec são tão grandes que serão
sempre atuais, afinal foram recebidos por Espíritos que estão em muito a
nossa frente, e fica dessa forma a certeza de que os que levantam a
bandeira da fidelidade doutrinária assim devem agir ao ler: “Há polêmica
e polêmica; e há uma diante da qual não recuaremos jamais, que é a
discussão séria dos princípios que professamos” - (Allan Kardec,
Revista Espírita - Novembro/1858).
Autor: Roosevelt Andolphato Tiago
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