OS MARTÍRIOS MODERNOS
Na história do Cristianismo, inúmeros
espíritos de elevada hierarquia foram enviados por Jesus com a missão de
conduzir os seguidores da nova doutrina, afim de que não nos
perdêssemos pelos caminhos...
Vários exemplos podem ser citados:
Kardec, Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Francisco de Assis,
Estevão, entre outros. Pelas vias da reencarnação, esses e vários outros
homens de confiança de Jesus estiveram repetidamente entre nós,
relembrando conceitos importantes para o nosso crescimento espiritual.
Vale lembrar que o próprio Cristo foi
crucificado, tamanho o amor por Ele doado e a incompreensão recebida em
troca. E, entre outros trabalhadores devotados que, em seu Nome foram
martirizados, podemos citar Tiago Maior, Paulo, John Huss, Estevão, etc.
Esse último é considerado pela maioria dos historiadores do
Cristianismo, como o primeiro mártir da Doutrina Nascente.
Naquela época, se os interesses
dominantes fossem contrariados, os ousados trabalhadores do Messias
sofriam amargas retaliações, a ponto de, algumas vezes, serem mortos
pelos poderosos, posteriormente a julgamentos arbitrários e, não raro,
simulados.
Atualmente, aqueles que buscam
verdadeiramente a reforma íntima e a divulgação da Boa Nova (pelo
trabalho, pela palavra e pelo exemplo) também encontram seu martírio.
Mas, inegavelmente, o sofrimento que se enfrenta nos tempos modernos
difere muito dos que foram vivenciados pelos mártires citados acima. As
leis humanas protegem-nos dos assassinatos, espancamentos, etc. Mas os
martírios morais nos afligem, com toda a pujança. Reflitamos sobre isso.
Numa primeira análise, reflitamos sobre
um trecho da carta de Paulo aos Efésios (capítulo 04, versículos 17 a
24), quando o mártir nos fala sobre o homem velho e o homem novo. O
primeiro reflete, claramente, nossas encarnações pretéritas,
instintivas, grotescas... O segundo, o ser evangelizado, renovado, que
se esforça para seguir Jesus, pelos seus exemplos. Pois bem: esses dois
seres (homem velho e novo) estão brigando dentro de nós, pois o homem
novo quer nascer, e o homem velho teima em não morrer. Esse é o primeiro
martírio que enfrentamos: o conflito do que é correto, com o que nos
interessa.
Em segundo lugar, vamos refletir sobre
outro ponto dessa caminhada evolutiva. Após a chamada ‘conversão’,
quando iniciamos a reforma íntima e o homem novo começa a vencer a luta,
outro martírio inicia-se. O verdadeiro cristão parece remar contra a
maré, em termos sociais. Está sempre na contramão, com relação àquilo
que a sociedade prega. Vejamos:
Quando a sociedade sugere a atitudes drásticas, o cristão sugere paciência;
Quando a sociedade sugere o julgamento, o cristão sugere o discernimento;
E, pela demonstração de amor ao próximo e
bom senso, o verdadeiro cristão é taxado pela sociedade... Bobo,
subserviente, sem amor próprio... São assim tratados os que amam ao
próximo, sem condená-lo, quando tudo assim conspira.
No âmbito religioso, também encontramos
martírios modernos. Em todas as seitas contemporâneas, há preconceitos
contra os irmãos que seguem outras linhas de raciocínio religioso,
contrariando claramente a lei do amor que Jesus nos ensinou. Com base
nesse preconceito, nota-se discriminação, agressão verbal e até agressão
física, em casos extremos...
Jamais nos esqueçamos, porém, que Jesus
ampara os mártires modernos, e seus sofrimentos não são em vão. Muitas
vezes, resgatam erros clamorosos do passado, e ainda que não seja essa a
causa, quando não se revoltam contra os agressores, dão exemplo de amor
incondicional ao Evangelho redentor. Ali, o Mestre Nazareno recomendou
que amássemos os inimigos, fizéssemos o bem aos que nutrissem por nós o
ódio e orássemos pelos que nos perseguissem e nos caluniassem, pois
assim seríamos filhos do Pai que está nos Céus.
Autor: André Luiz Iesi Sobreiro
e-mail: andreespirita@gmail.com
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