LIBERDADE REAL
Clama-se por liberdade de pensamento, de opinião, de movimento, de ação...v
A liberdade expressa-se como necessidade política e religiosa, artística e cultural, econômica e ética, para ser vivida, mas, mesmo quando se encontra estabelecida e proclamada, a imaturidade psicológica e o atraso moral de grande parte da sociedade que a anela, geram perturbações e descambam no crime.
Não se pode fruir de liberdade sem a consciência de responsabilidade, que faculta o respeito às leis, aos direitos dos outros, aos compromissos institucionais relevantes com disciplina e consideração.
Quando a Revolução Francesa proclamou os louvores à liberdade, desapeando do poder a velha Casa dos Capetos tradicionais, o clero, a aristocracia e os dominadores momentâneos, logo vieram os direitos humanos e a conquista da cidadania. No entanto, o desequilíbrio de alguns líderes apaixonados e atormentados abriram os lamentáveis períodos para a instalação dos dias do Terror, que mancharam a dignidade humana já ultrajada pelos ódios entre os novos partidos governamentais e desonraram os ideais libertários.
A ânsia pela liberdade, infelizmente, ainda hoje se transforma em terrorismo aparvalhante, em guerras hediondas, quando facções alucinadas atiram-se em lutas cruéis, semeando o horror e a destruição, logo, porém, sucumbindo por sua vez, vencidas por outros grupos mais perversos que as odeiam.
Liberando o fanatismo de qualquer natureza, sempre insano, produz a selvageria de que a civilização já deveria estar liberada, em espetáculos de morbidez que levam ao desespero dezenas, centenas de milhares de pessoas que são obrigadas a abandonar tudo, a fim de fugirem da sanha venenosa, para buscarem amparo em regiões não menos terríveis, como os campos de refugiados nos desertos, nas áreas infectas do mundo...
Vidas estioladas todas essas, que perdem as raízes da sua origem e desenvolvem-se em situações deploráveis de miséria de todo tipo.
As etnias africanas ou europeias, asiáticas ou americanas, permanecem em atos de agressividade, com derramamento de sangue que encharca o solo ressequido, utilizando-se do direito à liberdade que negam aos demais, também seus irmãos, que são acusados de estar do outro lado. E o que eram antes fraternidade, sorrisos, converte-se, rapidamente, em inconcebíveis carnificinas que estarrecem.
A verdadeira liberdade, porém, paira acima dos ideólogos interessados na libertinagem e no desar.
Ei-los, os violentos e sandeus, mascarados de idealistas e sonhadores, repentinamente transformados em hediondos inimigos da Humanidade que desarticulam, ambiciosos e extravagantes, violentos e inescrupulosos.
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Jesus referiu-se que somente há liberdade quando se conhece a Verdade. E, por isso mesmo, recomendou que se a buscasse com empenho e insistência. A Verdade, porém, é Deus. Na impossibilidade atual de se entendê-lO e mesmo conhecê-lO, na Sua transcendência, a busca do conhecimento espiritual, da finalidade da existência terrestre, liberta da ignorância, que é a responsável por incontáveis males que afligem a sociedade.
Nesse sentido, merece que se reflexione em torno da liberdade interior que se expande para fora, quando se percebe que a verdade se estabelece inicialmente no íntimo, quando se inicia o esforço pela superação do egoísmo, responsável pelos desejos subalternos e pelos vícios sociais, morais e comportamentais.
Essa é a revolução especial, mais difícil, única, porém, que pode proporcionar a conquista do objetivo existencial, que é a plenitude.
Livre, portanto, é todo aquele que compreende a necessidade de contribuir em favor do bem geral, que se esforça pela vivência solidária e transforma os seus desejos, alterando-lhes o direcionamento.
Tudo quanto antes aspirava apenas para si, agora se transforma num esforço comum em benefício de todos.
O vício escraviza, asselvaja, retém a sua vítima nas prisões da dependência tirânica, e por mais se desfrute de liberdade política e social, onde se vai, permanece-se em encarceramento.
Somente através da consciência responsável e digna pelo que opera na mudança do comportamento moral, é que se pode vivenciar a liberdade, mesmo quando as circunstâncias ainda não a concedem.
A criatura que aspira por ser realmente livre deve empenhar-se com denodo para transformar as dependências viciosas em conquistas éticas saudáveis.
O Mestre Galileu, sitiado pelos fariseus e pretorianos impenitentes e pusilânimes, seguidos pelos escravocratas de diferentes denominações, enfrentou a impostura e o poder de mentira com a autoridade moral da Sua pureza, fazendo-se respeitar e temer, por cuja grandeza foi crucificado...
Altivo, na execução do programa renovador da Humanidade, substituiu a Lei antiga pela de amor, intimorato, proclamou a liberdade e viveu-a, atraindo multidões, que abalaram o Império Romano e modificaram-lhe a estrutura. Entretanto, à medida que as criaturas se descuidaram moralmente, perderam a liberdade, por permitir-se os vícios, corrompendo-se e tornando-se vítimas das suas próprias ambições desnaturadas, os desejos mesquinhos e hediondos que as assinalam.
Séculos de trevas e dores sucederam-se até o momento em que a ciência se libertou do totalitarismo da fé cega, preparando a sociedade para a chegada do Consolador.
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A Revelação Espírita, ao esclarecer as consciências que anseiam pelo infinito, proclama a imortalidade da alma e sua reencarnação, demonstra-as, enquanto proporciona a visão do futuro que a todos aguarda, e rompe os grilhões retentivos dos vícios, à medida que proporciona a liberdade real.
Livre e feliz, segue Jesus, o Libertador, e a Ele entrega-te, a fim de plenificar-te em definitivo.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 11 de junho de 2014, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
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