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14 janeiro 2015

Alma da Terra - Revista Internacional de Espiritismo



ALMA DA TERRA

Pela alma da Terra pode entender-se a coletividade dos Espíritos encarregados da elaboração e da direção de seus elementos constitutivos; ou, melhor ainda, o Espírito ao qual é confiada a alta direção dos destinos morais e do progresso de seus habitantes, missão que não pode ser entregue senão a um ser eminentemente superior em saber e em sabedoria.

Neste caso, não é, a bem dizer, a alma da Terra, porque esse Espírito nela não está encarnado nem subordinado ao seu estado material.

É um chefe, preposto à sua direção, como um general é preposto à condição de um exército.

Um Espírito, encarregado de tão importante missão, qual a governança de um mundo, não poderia ter caprichos, ou Deus seria muito imprevidente para confiar a execução de seus desígnios soberanos a seres incapazes de os levar ao fracasso, por sua má vontade. (R.E., set/1868, “Alma da Terra”)(1)

A Terra não tem alma, que lhe pertença propriamente, porque não é um ser organizado, como os que são dotados de vida, tem-nos, aos milhões, que são os Espíritos encarregados de seu equilíbrio, de sua harmonia, de sua vegetação, de seu calor, de sua luz, das estações, da encarnação dos animais, que superintendem, assim como a dos homens. Isto não quer dizer que tais Espíritos sejam a causa desses fenômenos: eles os presidem, como os funcionários de um governo presidem a cada uma das engrenagens da administração.

A Terra progrediu à medida que se formou; progride sempre, sem jamais se deter, até o momento em que tiver atingido o máximo de sua perfeição. Tudo o que nela é vida e matéria progride ao mesmo tempo porque, à medida que se realiza o progresso, os Espíritos encarregados de velar por ela e seus produtos, progridem por seu lado, pelo trabalho que lhes incumbe, ou cedem lugar a Espíritos mais adiantados. Nesse momento ela chega a uma transição do mal ao bem, do medíocre ao belo. Deus, criador, é a alma do universo, de todos os mundos que gravitam ao infinito, e os Espíritos encarregados, em cada mundo, da execução de suas leis, são agentes de sua vontade, sob a direção de um delegado superior. Esse delegado pertence, necessariamente, à ordem dos Espíritos mais elevados, porque seria injúria à sabedoria divina crer que ela abandonasse à fantasia de uma criatura imperfeita o cuidado de velar pela realização do destino de milhões de suas próprias criaturas. (R.E., set/1868, “Alma da Terra”)(1)

É a coletividade de todas essas inteligências, encarnadas e desencarnadas, inclusive o delegado superior, que constitui, a bem dizer, a alma da Terra, da qual cada um de vós faz parte. Encarnados e desencarnados são as abelhas que trabalham na edificação da colmeia, soba a direção do Espírito-chefe. Esta é a cabeça, os outros, os braços.

Esse Espírito-chefe também pode encarnar, quando recebe a missão, o que ocorre quando sua presença entre os homens é necessária ao progresso. (R.E., set/1868, “Alma da Terra”)(1)

Os Espíritos sempre disseram que alguns entre eles têm atribuições especiais. Agentes e ministros de Deus dirigem, conforme o seu grau de elevação, os fatos de ordem física, bem como os de ordem moral. Assim como alguns velam pelos indivíduos, dos quais se constituem gênios familiares ou protetores, outros tomam sob o seu patrocínio reuniões de indivíduos, grupos, cidades, povos e, mesmo, mundos.

A alma da Terra deve, pois, entender-se como Espírito chamado por sua missão de dirigi-la e fazê-la progredir, tendo sob suas ordens inumeráveis legiões de Espíritos encarregados de velar pela realização de seus desígnios.

O Espírito diretor de um mundo deve ser, necessariamente, de uma ordem superior, e tanto mais elevado quanto mais adiantado for o mundo. (R.E., abr/1860, “Formação da Terra”)(1)

O governador espiritual da Terra é Jesus.

1. Kardec, Allan. Revista Espírita.
Redação da Revista Internacional de Espiritismo
Fonte: site "Mensagens Espíritas"


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