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17 maio 2018

Bullying problema de saúde pública e de segurança sociaL - Jorge Hessen



BULLYING PROBLEMA DE SAÚDE PÚBLICA E DA SEGURANÇA NACIONAL [1]


Vítima de abusos e bullying em sua escola na Califórnia, a adolescente Rosalie Ávila, 13 anos, tirou a própria vida: “sou feia e perdedora“, escreveu, em um bilhete encontrado por seus pais depois da tragédia. Estudante do oitavo ano em uma escola pública em Calimesa (114 km ao leste de Los Angeles), Rosalie se enforcou em seu quarto depois de deixar o bilhete de despedida para os pais: “me desculpem, pai e mãe. Eu amo vocês“.[2] (grifamos)

Ao todo, 5.900 menores, entre 10 e 24 anos, tiraram a própria vida nos Estados Unidos em 2015, segundo números oficiais. O site governamental “Stop Bullying” indica que 28% dos estudantes nos Estados Unidos sofrem esse tipo de abuso entre o 6º e 11º ano, e 9%, agressão pelas redes sociais. [3]

Os fatos, chocantes e tristes, trazem dois alertas a todos os pais e mães: o primeiro deles é estarem atentos às mudanças de comportamento dos filhos e buscar ajuda profissional sempre que necessário. O segundo alerta é falar com o filho sobre o respeito às diferenças. Ensinar sobre diversidade e tolerância. Essas lições, quando assimiladas desde cedo, formam pessoas mais empáticas e sensíveis à dor do outro – além, é claro, de evitar comportamentos agressivos como o bullying.

Importa ressaltar que o bullying é considerado uma questão de saúde pública e de segurança social. Por essa razão o tema tem sido discutido com pujantes cores por especialistas das áreas do direito, da psicologia, da medicina, da sociologia, da pedagogia e outras. Tal prática está por trás de muitas tentativas e consumação de homicídio e suicídio de adolescentes. Em setembro de 2017, um adolescente matou um colega e feriu outros três em sua escola no estado de Washington, em mais um caso de “bullying” [4]

As vítimas são os indivíduos considerados psicologicamente mais frágeis da relação entre crianças e jovens, transformados em objeto de diversão e “prazer” por meio de “chacotas” maldosas e intimidadoras. Há crianças e adolescentes que sofrem humilhações racistas, difamatórias ou separatistas que os levam a ter queda do rendimento escolar, somatizar o sofrimento em doenças psicossomáticas e sofrer de algum tipo de trauma que influencia traços da personalidade.

Via de regra, os filhos que praticam o bullying quase sempre são insurgentes e incorrigíveis, impermeáveis a todos os processos educativos; por isso, “os pais [espíritas] de tais rebeldes, depois de movimentar todos os processos de amor e de energia no trabalho de orientação educativa deles, e sem descontinuidade da dedicação e do sacrifício, que esperem a manifestação da Providência Divina para o esclarecimento dos filhos incorrigíveis, compreendendo que essa manifestação deve chegar através de dores e de provas amargas, de modo a semear-lhes, com êxito, o campo da compreensão e do sentimento.” [5]

O Espiritismo não nomeia soluções mágicas, peculiares e simplificadas, refreando ou regulamentando cada atitude, nem impõe fórmulas ilusionistas de bom comportamento, sobretudo para os jovens. A Terceira Revelação elege consentir, e explica em toda sua amplitude, os dispositivos da lei divina, que asseguram a todos o direito de escolha (o livre-arbítrio), porém com a responsabilidade consequente de cada ato.

Jorge Hessen


Referências bibliográficas:

[1] No Brasil, o bullying é traduzido como o ato de bulir, tocar, bater, socar, zombar, tripudiar, ridicularizar, colocar apelidos humilhantes e etc. A violência é praticada por um ou mais indivíduos, com o objetivo de intimidar, humilhar ou agredir fisicamente a vítima.




[5] XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 17. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995

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