O MUNDO DE REGENARAÇÃO
Steven Arthur Pinker, linguista e psicólogo, com doutorado em Psicologia Experimental, e escritor de livros de divulgação científica, foi durante 21 anos professor no Departamento do Cérebro e Ciências Cognitivas do Massachusetts Institute of Technology.
Ele demonstra, com estatísticas, que a humanidade passa por seu mais pacífico período histórico. Nessa visão, o terrorismo islâmico, os massacres em escolas e locais públicos e a criminalidade urbana empalidecem diante da brutalidade sem limites das eras anteriores. Pinker diz que o anjo civilizatório, enfim, aprisionou a maldade inata do homem, e que as estatísticas são imprescindíveis para justificar qualquer argumento científico. Elas são um método válido e seguro de avaliação. “É o que torna a minha tese legítima”.
Afirma ele: “O fato é que, desde 1945, o número de mortos em guerras ou de vítimas de assassinatos e estupros é o menor dos últimos 5.000 anos, quando se leva em conta a relação com o total da população”.
Questionado por que então o mundo se tornou mais pacífico, ele afirma “que uma sucessão de eventos históricos fez com que o lado bom do homem sobressaísse ao violento e animalesco. Todos temos demônios e anjos dentro de nós. O processo civilizatório, com o advento do estado, a institucionalização da Justiça, a difusão e o aprimoramento da cultura, permitiu que os anjos derrotassem os demônios. Foi o que livrou a espécie humana da barbárie”.V
Foge do nosso escopo, neste momento, discutir sua afirmativa quanto a existência de “anjos e demônios dentro de nós”, mas vale muito a pena assistir, com legendas, a defesa de suas idéias no endereço eletrônico http://www.ted.com/talks/lang/pt-br/steven_pinker_on_the_myth_of_violence.html.
Em nome da ciência, e por método científico, Steven Pinker prova que a civilização está muito melhor em comparação com o passado.
A esse respeito, atentemos para O Livro dos Espíritos.
Em sua questão 784 encontramos: “A perversidade do homem é muito grande. Não parece recuar em vez de avançar, pelo menos do ponto de vista moral? – Engano vosso. Observai bem o conjunto e vereis que o homem avança, uma vez que compreende melhor o que é o mal e a cada dia corrige abusos. É preciso o mal chegar a extremos para fazer compreender a necessidade do bem e das reformas.”
Avançar significa progredir, e como o progresso é parte da Lei Natural, o Codificador questionou na questão 779: O homem traz em si o impulso de progredir ou o progresso é apenas fruto de um ensinamento? – O homem se desenvolve naturalmente, mas nem todos progridem ao mesmo tempo e do mesmo modo; é assim que os mais avançados ajudam pelo contato social o progresso dos outros.
A resposta acima nos leva à particularidade do desenvolvimento dos espíritos, em função do Livre Arbítrio de cada um, e à “obrigatoriedade” dos que estão em posição superior, qualquer que seja essa posição, espiritual ou material, de socorrer os mais necessitados.
Com relação a dualidade do progresso do espírito, a questão 780 é muito clara: “O progresso moral é sempre acompanhado do intelectual? – É sua conseqüência, mas nem sempre o segue imediatamente”. Desta forma, há uma diversidade de entendimento moral entre os espíritos vinculados ao nosso globo, e a explicação vem pela questão 755, onde Kardec pergunta: “Como se explica existirem, no seio da civilização mais avançada, seres algumas vezes tão cruéis quanto os selvagens? – Exatamente como numa árvore carregada de bons frutos há os que ainda não amadureceram, não atingiram o pleno desenvolvimento. São, se o quiserdes, selvagens que têm da civilização apenas o hábito, lobos extraviados no meio de ovelhas. Espíritos de ordem inferior e muito atrasados podem encarnar em meio a homens avançados na esperança de avançarem; mas, sendo a prova muito pesada, a natureza primitiva os domina”.
O futuro é promissor, e é evidenciado pela questão 756: “A sociedade dos homens de bem estará um dia livre dos malfeitores? – A humanidade progride; esses homens dominados pelo instinto do mal que se acham deslocados entre as pessoas de bem desaparecerão pouco a pouco, como o mau grão é separado do bom depois de selecionado. Então renascerão sob um outro corpo e, como terão mais experiência, compreenderão melhor o bem e o mal. Tendes um exemplo disso nas plantas e nos animais que o homem conseguiu aperfeiçoar e nos quais desenvolveu qualidades novas. Pois bem! É somente depois de muitas gerações que o aperfeiçoamento se torna completo. É a imagem das diferentes existências do homem”. E o método utilizado pela Inteligência Suprema é descrito pela questão 783: “O aperfeiçoamento da humanidade segue sempre uma marcha progressiva e lenta? – Há o progresso regular e lento que resulta da força das coisas; mas quando um povo não avança rápido o suficiente a Providência provoca, de tempos em tempos, um abalo físico ou moral que o transforma”.
Como o estágio de regeneração é coisa para o futuro, convém nos inteirarmos a respeito da benção que temos nas mãos, entendendo que a mensagem do Consolador é redentora, conforme esclarece a questão 799: “De que maneira o Espiritismo pode contribuir para o progresso? – Destruindo o materialismo, que é uma das chagas da sociedade, e fazendo os homens compreenderem onde está seu verdadeiro interesse. A vida futura, não estando mais encoberta pela dúvida, fará o homem compreender melhor que pode, desde agora, no presente, preparar seu futuro. Ao destruir os preconceitos de seitas, de castas e de raças, ensina aos homens a grande solidariedade que deve uni-los como irmãos”.
Então, as perguntas que se seguem é: o que estamos fazendo com nossas possibilidades de progresso? Como estamos direcionando nossas conquistas? A quem temos ajudado? O que temos feito pelos nossos inimigos e pelos inimigos da sociedade?
O Senhor Jesus deixou claro que a seara é grande, e por isso há necessidade de muitos trabalhadores, e para que tenhamos o “direito” de viver em um mundo regenerado, será preciso crescer moral e intelectualmente, socorrendo os que se encontram à nossa retaguarda, desenvolvendo e exemplificando a confiança e o otimismo, porque, assim como o Senhor disse que iria nos preparar o lugar, disse também que a cada um sempre é dado segundo suas próprias obras.
Pensemos nisso.
Antônio Carlos Navarro
C. E. Francisco Cândido Xavier – São José do Rio Preto /SP
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