Nem sereis chamados guias,
porque um só é o vosso guia, o Cristo. (Mateus, 23:10)
A primeira preocupação dos candidatos ao desenvolvimento mediúnico é saber quem são seus guias. Recomendamos que não dêem tanto interesse a tal cogitação, e recordem o que Jesus dissera aos seus discípulos, anotado por João, capítulo 14:6 : “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”.
Tenhamos, pois, o Cristo como guia de todos nós e os outros aparecerão como por encanto, sem que exijamos as suas presenças. Não vamos tirar de todo o direito, e esse não é nosso propósito, do médium interessar-se pela personalidade espiritual que o dirige ou acompanha. O que o bom senso reclama é não tornar isso um fanatismo.
O sensitivo de hoje, mormente o espírita, compreende e resguarda os deveres diante da função mediúnica. Encontra na comunicação um fenômeno altamente respeitável e, entendendo as leis espirituais do intercâmbio, deixa, neste tocante, e em primeiro lugar a vontade de Deus, a espontaneidade.
Nunca força comunicações, por saber que os Espíritos superiores sabem mais do que os próprios médiuns, quando devem ou não se manifestar. O mundo espiritual elevado tem programação de todos os seus trabalhos, o seu tempo é todo esquematizado, sem que percam uma fração que seja de oportunidade.
Tudo o que se relaciona ao bem, em todas as suas divisões, tudo o que se cogita em favor da caridade, na sua mais alta conscientização, tudo o que o amor usa como eixo principal, é feito em nome de Jesus Cristo, para que Ele nos inspire e nos oriente em toda a execução.
A mediunidade nos homens, para nós, é uma porta, senão ponte, por onde podem e devem transitar as nossas idéias. Todavia, abrir a porta ou deixar livre o pontilhão, fica por conta do próprio medianeiro, que deve acrescentar o asseio indispensável aos canais que lhe pertencem.
Podem notar que cada Espírito que tem a missão de escrever mensagens por intermédio dos homens, insiste no aprimoramento dos seus tutelados, para que possam, com isso, ajudar a serem ajudados.
Tudo no mundo, para o bom funcionamento, requer cuidados especiais, e em se referindo ao automóvel, o dono não deve esquecer da gasolina, do óleo, da limpeza, e de vez em quando um “check-up” no seu motor.
Pois o instrumento físico é um carro com maiores requisitos. O pensamento é a gasolina; a palavra, o óleo; o esforço de melhorar todos os dias, o “check-up” e o aprendizado, a limpeza. A lei é a mesma, sendo que no homem esplende em outra dimensão.
Quando encontramos um instrumento mediúnico apropriado, sentimo-nos contentes, e a nossa alegria beneficia muito a quem serve de canal para nós, e esse benefício certamente é extensivo a muitas criaturas. Se quisermos as boas companhias espirituais, cultivemos as boas tendências, porque somos mais assistidos pelos nossos semelhantes.
Os nossos guias são aqueles que atraímos com os nossos feitos. E Jesus... Ele, o Cristo de Deus, é o Pastor e todo o rebanho terreno. Ele é o Guia principal de todos nós, por misericórdia humana e divina, sem que por isso nos assemelhemos a Ele.
Confiemos em Deus, escolhendo o Mestre dos mestres como Guia, analisando, meditando e procurando imitá-Lo em todos os momentos, para que possamos emprestar aos Espíritos elevados as nossas possibilidades, que por ela, falarão aos outros.
E quando aparecer na tua mente a fome de saber quem são teus guias espirituais, ora, espera e entrega ao tempo, que a revelação vem, sem que tanto te esmeres na preocupação.
Enquanto o véu de Ísis não se rasgar, para que conheças os teus protetores espirituais, decora e repete este versículo, que tornamos a escrever: Nem sereis chamados guias,
porque um só é o vosso guia, o Cristo. (Mateus, 23:10)
Miranez
Psicografia de João Nunes Maia
Obra: Médiuns - Capítulo 98
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