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31 agosto 2019

A boa palavra - Divaldo P.Franco



A BOA PALAVRA


Os relacionamentos humanos, na atualidade, invariavelmente ocorrem entremeados de queixas e reclamações. Este é um período de descontentamento entre as pessoas com características de pessimismo e amargura.

Os maus exemplos de conduta moral e social de pessoas aparentemente nobres e de destaque na comunidade geraram sucessivas ondas de mal-estar e de agressividade.

Aqueles tipos padrões tombando dos altos postos que exerciam e surpreendidos como delinquentes insanos e perigosos, recolhidos ao cárcere ou não, vêm contribuindo para que não se acredite nos valores éticos, supondo-se que as virtudes são apenas ignorância dos comportamentos daqueles que se apresentam como modelos.

Os escândalos sucessivos nessa área geram insegurança e produzem desconfiança, respondendo pela perda de crédito das pessoas, umas em relação a outras.

Lentamente a ética da convivência cede lugar à indiferença, quando não a uma animosidade discreta ou clara, elegendo o individualismo e o egotismo como formas de sobrevivência, no que se denomina a batalha diária da existência.

Todos nascemos livres na condição de candidatos à felicidade. A educação e a instrução proporcionam os recursos próprios para se conseguir uma jornada rica de bênçãos, em uma sociedade equânime, se forem respeitados os códigos do Evangelho de Jesus. A sua observância constitui uma forma lúcida para o bem-estar de todo aquele que a isso se candidate.

Nunca houve tanto amor na sociedade como nos dias atuais, embora os noticiários da mídia sejam alarmantes, por apresentarem as ocorrências negativas e infelizes geradas por pessoas ainda primárias nas suas realizações com total ausência de ideais de nobreza.

Os princípios normativos da conduta evangélica, segundo Jesus, são todos baseados na excelência do amor e naquilo que desejamos para nós próprios, oferecendo aos demais. Desse modo, nunca te permitas desanimar alguém, usar as palavras de fogo da ofensa, as acusações perversas nascidas na inveja e na inferioridade moral. Todos temos muito a oferecer, que dignifica a vida e proporciona o crescimento espiritual dos seres humanos. Procura sempre estimular para o bem e enunciar palavras de encorajamento e de abnegação em favor do mundo.

As criaturas humanas necessitamos de estímulos edificantes para atender as necessidades do processo evolutivo. Não deixes, pois, que ninguém se afaste de ti, sem que leve algo de bom e especial para servir-lhe de sustentação numa hora difícil ou de levantamento quando se encontre caído.

Os teus bons conceitos e ações caindo nos corações aflitos germinarão como sementes de luz, a fim de que a sociedade se torne plena e o ser humano um hino de louvor e gratidão a Deus.


Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 25 de julho de 2019.

30 agosto 2019

Os riscos reais dos “concursos de beleza mirim”. Cuidado! - Jorge Hessen



OS RISCOS REAIS DOS "CONCURSOS DE BELEZA MIRIM"


O Programa do Sílvio Santos, do SBT, tem apresentado nas suas atrações um concurso de miss mirim na TV. São meninas na faixa etária até no máximo 10 anos de idade que desfilam sensualizadas vestidas de maiô e rostos maquiados, e disputam quem é a mais bonita. O programa tem sido mira de reprimendas, considerando-se o plausível conflito psicológico que poderá trazer para as mentes infantis.

Tal iniciativa robustece arquétipos de beleza que se enquadram desde cedo em um padrão extremamente restritivo de “formosura” feminina, ou seja, magrinha, loirinha, altinha, olhinhos claros etc. Obviamente tudo isso é extremamente lesivo para o desenvolvimento da criança, pois que competição de beleza desse tipo não é saudável para o desenvolvimento social de uma criança. Até porque os efeitos dessa “brincadeira” poderão ser perversos tanto para a “vencedora” quanto para as “perdedoras”, pois todas tenderão tombar sob transtornos de ansiedade, desordens alimentares, baixa autoestima e depressão, dentre outras patologias psíquicas e emocionais.

A “vencedora” certamente se prenderá àquele conceito de “beleza” que, caso se transforme na adolescência ou na vida adulta, poderá levá-la a se sentir “menos bela”. Já as “perdedoras” poderão interrogar “o que a vencedora tem que eu não tenho?”, derivando daí o nascedouro de tumultos psicológicos.

A criança não tem espontaneamente o desejo de aparecer, de ser a mais bonita, se não for estimulada por adultos. No fundo, é o ego dos pais que estimula. Pais que estão conduzindo suas filhas a entrar precocemente no mundo sexual adulto, atropelando fases do desenvolvimento e prejudicando o processo de aprendizagem afetiva das pequenas. Ou seja, a sexualidade, entendida como elemento presente em todos os estágios de desenvolvimento do indivíduo, acaba sendo desviada para o erótico, o excitante, o sensual, quando na realidade deveria ser canalizada para a construção das emoções, das relações sociais, da experimentação de papéis e do desenvolvimento da afetividade. E isso é profundamente danoso.

Entendo que os pais que inscrevem suas filhas para tais concursos certamente transportam frustrações íntimas e transferem para os rebentos a pretensão íntima de desfilarem nas passarelas. São pais que insistem em viver no mundo da fantasia e dos contos de fadas.

Recordo de Isabella Barrett, uma criança de apenas 6 anos, que foi estrela de concursos de beleza mirim transmitido pelo canal Discovery Home & Health, no programa Toddlers & Tiaras. O evento, transmitido com o título “Pequenas Misses”. Pasmem! Concursos de beleza de crianças são populares nos Estados Unidos porque têm clientela.

Recentemente assisti a um documentário assombroso, noticiando sobre a adolescência e a juventude dessas “ex-misses mirins”. Muitas delas foram forçadas pelos pais a participar desses concursos peculiares. Registra o documentário que a maioria dessas crianças se transforma em pessoas com dramas psiquiátricos profundos, e algumas mergulham nos subterrâneos das drogas e do meretrício. No epílogo do programa, ficamos sabendo que ao início dos problemas pessoais dessas crianças, na fase pré-adolescente, a maioria dos pais abandona as filhas ao “deus-dará”, na vida mundana.

Assunto correlado, escrevemos há alguns anos sobre Thylane Lena Rose Blondeau, uma menina de 10 anos de idade que fez uma produção fotográfica para a revista Vogue Paris, erguendo polêmica devido à roupa ousada, maquiagem e poses provocantes. O ensaio fotográfico causou indignação em pessoas ligadas a ONGs de proteção à criança. De acordo com a organização “Concerned Women for America”, os pais da criança devem ser responsabilizados por ter permitido à criança realizar aquele trabalho. (1)

Percebemos claramente a exploração infantil e temos convicção de que os pais deviam ser criminalizados. Infelizmente, o mundo ingênuo da criança vem sendo explorado pela fúria predadora da sensualidade desorientada, envilecendo a inocência e dignidade infantis. Como se não bastasse “o caso Thylane”, há outras situações polêmicas na contenda, a exemplo dos cursos de pole dancing (2) para crianças, na cidade do México, e dança “funk carioca”, no estado do Rio de Janeiro. Muitas meninas (crianças e adolescentes) têm aderido ao “sexting” (3), postando fotos sensuais na internet. São meninas e meninos que exploram os espaços virtuais nos sites de relacionamento.

Cada vez mais cedo, e com maior magnitude, as excitações da criança e do adolescente germinam adicionadas pelos diversos e desencontrados apelos das revistas libertinas, da mídia eletrônica, das drogas, do consumismo impulsivo, do mau gosto comportamental, da banalidade exibida e outras tantas extravagâncias, como espelhos claros de pais que vivem alucinados, estancados e desatualizados, enjaulados em seus quefazeres diários e que jamais podem demorar-se à frente da educação dos próprios filhos.

A criança é o futuro, sabemos disso. E, “com exceção dos espíritos missionários, os homens de agora serão as crianças de amanhã, no processo reencarnacionista (4)”. A demanda de redenção dos novos tempos que chegam há de principiar na alma da infância, se não quisermos divagar nos cipoais teóricos da fantasia exacerbada. Precisamos perceber no coração infantil o esboço da geração próxima, procurando ampará-lo em todas as direções, pois “a orientação da infância é a profilaxia do futuro (5)”. Por questão de prudência cristã, não podemos permitir “que as crianças participem de reuniões ou festas que lhes conspurquem os sentimentos em nenhuma oportunidade, porque a criança sofre de maneira profunda a influência do meio (6)”.

Fiquemos atentos, pois a educação, por definição, constitui-se na base da formação de uma sociedade saudável. A tarefa dos pais é a da educação das crianças pelo exemplo de total dignificação moral sob as bênçãos de Deus. Nesse sentido, os postulados Espíritas são antídotos contra todos os venenosos ardis humanos, posto que aqueles que os conhecem têm consciência de que não poderão se eximir das suas responsabilidades sociais, sabendo que o futuro é uma decorrência do presente. Deste modo, é urgente identificarmos no coração infantil o esboço da futura geração saudável.



Jorge Hessen


Referências bibliográficas:


(1) Hessen, Jorge. Artigo Educação espírita: Arcabouço da futura geração saudável, disponível em http://aluznamente.com.br/educacao-espirita- arcabouco-da-futura-geracao-saudavel/ acessado em 17/05/2013


(2) Pole dance tem suas raízes na dança exótica, strip-tease e burlesco e têm elementos de apelo sexual e subversão.
(3) Refere-se a envio e divulgação de conteúdos eróticos, sensuais e sexuais com imagens pessoais pela internet utilizando-se de qualquer meio eletrônico, como câmeras fotográficas digitais, webcams e smartphones.


(4) Xavier, Francisco Cândido. Coletânea do Além, ditado por Espíritos Diversos, São Paulo: FEESP, 1945, Cap. A Criança e o Futuro pelo Espírito Emmanuel


(5) Vieira, Waldo. Conduta Espírita, ditado pelo espírito André Luiz, Rio de Janeiro: Ed FEB, 1997, Cap. 21- Perante a Criança.

29 agosto 2019

Sinais de que sua alma já reencarnou várias vezes - Sem Autoria



SINAIS DE QUE SUA ALMA JÁ REENCARNOU VÁRIAS VEZES


A Reencarnação segundo Chico Xavier foi feita para nós termos a oportunidade de evoluir, é a possibilidade de nos livrar das diversas imperfeições que temos. Além disso, a cada encarnação nós enfrentamos diversas provas e expiações e são elas que nos fazem crescer espiritualmente.


Com isso, chegaremos um dia na perfeição de viver plenamente de acordo com as leis divinas.


Existem diversas formas de aproveitar verdadeiramente as encarnações. A vida nos oferece muitos desafios diariamente, não podemos de jeito nenhum deixar de passar a oportunidade de consertar um erro que cometemos em outras vidas.

Chegará o dia em que viveremos apenas pelo bem da humanidade, que nossos deveres serão apenas nos amar. Mas para aprendemos a amar tanto, temos que nos cuidar e caminhar para a evolução moral.

Observamos os princípios da reencarnação em todas as partes da vida:


Os ciclos da natureza, dia e noite, o movimento cíclico do sol, a terra, a lua e o sistema solar.

Também vemos a reencarnação refletida ao nosso redor todos os dias:


Uma planta cresce, morre e libera suas sementes. Suas sementes são introduzidas na terra, começam a brotar e uma nova vida renasce mais uma vez.

Existe uma teoria da reencarnação também afirma garantir justiça. De acordo com a lei do Karma (uma inflexível e impessoal regra do Universo), recebemos o que merecemos em cada vida.

Nossas boas e más ações produzem bons ou maus resultados vida após vida. Com o Karma, não há supostamente nenhum sofrimento injusto, porque ninguém é inocente. Todo sofrimento é merecido, baseado no Karma ruim.

Não há graça, nem perdão, nem misericórdia!


Isso não somente é uma má notícia para aqueles que estão sobrecarregados e abatidos com o peso de sua consciência, como também entra em conflito com nosso senso moral de que alguns sofrimentos são injustos e merecem nossa piedade e ações para que possam ser aliviado. A reencarnação, ou o renascimento da energia, ou vida, ocorre ao nosso redor em diferentes formas e formas todos os dias.

Talvez seja por isso que para muitos de nós a reencarnação é algo intuitivo, algo que ressoa na própria natureza, na própria essência da vida.


Também vemos que nossas vidas e tudo ao nosso redor seguem um padrão fundamental: mudança, crescimento, transformação e evolução.

Nós vemos que toda a vida passa por um processo de maturação em diferentes taxas e velocidades. Assim, para muitos de nós, o processo de “maturação da alma” através do processo de reencarnação, soa tão instintiva e fundamentalmente correta quanto qualquer outro processo na vida.

Não apenas isso, mas alguns de nós experimentamos sentimentos, memórias e sensações extraordinárias que apontam para a legitimidade de uma experiência tão misteriosa.

Sua alma nas vidas passadas:


Também conhecida como metempsicose” e “transmigração”, a reencarnação e o conceito de vidas passadas existem há milhares de anos, remontando às antigas tradições célticas, gregas, asiáticas e indianas.

Atualmente, aproximadamente 51% da população mundial acredita em alguma forma de vida após a morte, e aproximadamente 7% acreditam que finalmente estamos reencarnados.

Uma das crenças mais intrínsecas da reencarnação é que a maioria de nós já viveu muitas vidas antes, e às vezes podemos nos lembrar dessas vidas passadas…


É de se ressaltar que, entre uma encarnação e outra, o espírito continua trabalhando, continua aprendendo, continua evoluindo, de modo que ele não reencarna no mesmo estágio em que desencarnou.

Com essas vidas passadas e seres passados, tendemos a nos identificar como extensões de nós mesmos e de nossos egos.

Mas como podemos saber se nossa alma reencarnou muitas vezes?

Sinais de que sua alma reencarnou muitas vezes:


Quando entendemos a reencarnação como o processo de amadurecimento, ou evolução, da energia da alma, segue-se que alguns de nós experimentaram intuitivamente coisas diferentes em nossas vidas que se refletem na era da energia conhecida como nossa alma. Acredita-se comumente que muitas de nossas características pessoais, experiências e habilidades nesta vida são refletidas em se vivemos na Terra antes.

Assim quanto mais amadurecemos, mais talentosos somos em certas áreas da vida e mais frequentemente temos experiências espirituais.

A verdade é que todos reencarnamos, no entanto, alguns de nós passaram por este ciclo mais do que outros e, portanto, experimentamos muitas das seguintes características:

Sonhos recorrentes:


Os sonhos são reflexos da mente inconsciente e, embora os sonhos repetitivos às vezes pode significar traumas, medos ou problemas que o seu cérebro está tentando processar (as questões pendentes), os sonhos repetitivos também podem ser reflexos de experiências de vidas passadas.

Muitas pessoas afirmam ter experimentado certos eventos, viram pessoas em particular ou foram para lugares específicos com frequência em seus sonhos que eles acham que são muito familiares e de alguma forma reconhecíveis.

Memórias fora do lugar e hora:


Há muitos casos bem documentados de crianças pequenas que têm memórias perdidas que se mostram estranhamente precisas em detalhes.

Enquanto memórias e momentos fora de lugar podem ser devidos a fantasias simples, mal-entendidos ou uma incongruência na capacidade de lembrar, há evidências que sugerem que esses tipos de memórias podem revelar conexões com vidas passadas. 

Voce tem uma forte intuição:

A intuição é a capacidade de equilibrar a mente consciente e inconsciente e explorar nossas fontes mais profundas da sabedoria primordial e conhecimento inato.

Amadurecer mais com a alma mais perto que nós obter de volta para a fonte. Amadurecer mais com a alma mais perto que nós obter de volta para a (também conhecido como nirvana, a eternidade, a unidade) a partir do qual vêm as nossas almas e do qual o inconsciente coletivo, um corpo de conhecimento universal.

Déjá vu:

Todos nós experimentamos déjá vu em algum momento de nossas vidas. É essa sensação estranha que já experimentamos ou vivemos um momento antes.

Muitas vezes, o déjá vu vem espontaneamente e é desencadeado por cheiros, sons, imagens, gostos e outras sensações. Enquanto alguns afirmam que déjá vu é uma dissonância neurológica, outros dizem que reflete a possibilidade de outras dimensões (ou seja, universos paralelos), e outros acreditam que revela a experiência de vidas passadas.

Empátia:

Os empates absorvem as emoções e, em alguns casos, as dores físicas das pessoas ao seu redor, empatizam literalmente é experimentar e sentir diretamente o que os outros experimentam e sentem.


Embora identificar-se como empático e absorver as emoções dos outros possa ser visto em alguns casos como um modo psicológico de contornar os próprios problemas e culpar os outros, em outros casos é um sinal de uma alma que sofreu muitas encarnações anteriores e tem configurado” eu “

Precognição:

Também conhecida como: visão do futuro’ ou ‘segunda vista”, a precognição é a capacidade de obter informações sobre eventos futuros que geralmente não estão disponíveis.

A precognição pode ser experimentada através de visões, sensações físicas e sentimentos, assim como em sonhos. Enquanto alguns a consideram quase científica, para outros, a precognição é uma experiência muito real e pode indicar o amadurecimento da energia da alma.

Retrocognição:

A retrocognição é o oposto da precognição e refere-se à capacidade de obter informação não geralmente disponíveis sobre eventos passados.

Esses eventos passados ​​podem ser da vida de alguém, ou em algum momento no passado.

É claro que a retrocognição, ao contrário da precognição, não é fácil de provar ou verificar, no entanto, para aqueles que a experimentaram, essa capacidade também poderia ser um sinal de reencarnação.

Você sente que é mais velho:


Algumas pessoas são perpetuamente jovens de coração”, mesmo em suas vidas posteriores, e da mesma forma, algumas pessoas parecem ter nascido com Almas velhas”.

Muitas vezes a experiência de se sentir mais velho do que a sua idade reflete é comumente associada à reencarnação e isso se reflete na teoria da Era da Alma”.

Fobias inexplicadas:

Muitos acreditam que certas memórias ou experiências podem transmitir ou deixar resíduos em nossa infância e na idade adulta de vidas passadas.

Seja verdade ou não, ou simplesmente uma maneira de evitar o problema, muitos acreditam que podemos experimentar os ecos de traumas passados ​​em nossas próprias vidas na forma de inexplicáveis ​​medos e fobias.

Alguns exemplos são:

Medo de se afogar, certos tipos de animais, certos lugares, números particulares, cores,etc.

O estranho sentimento de não pertencer a este planeta , etc.


O desejo de encontrar o seu lar pode ser visto como um reflexo do desejo de retornar à fonte (unidade, consciência, divindade).

Muitas pessoas sentem que esse anseio lembra um atleta que corre uma corrida longa e quer chegar à linha de chegada.

Da mesma forma, as almas que reencarnaram muitas vezes expressam essa necessidade básica de finalmente completar o ciclo e voltar para casa.

Sentir que esta Terra não é sua casa é muitas vezes acompanhada por sentimentos crônicos de fadiga e desconfiança pela vida na Terra.

Você se sente identificado com algum desses sinais? Conhece alguém sente algum desses sentimentos?

Comente sua experiência, pois você poderá ajudar outras pessoas.


Sem autoria


28 agosto 2019

Amai a ti mesmo - Glaucio Antonio de Queiroz Oliveira





AMAI A TI MESMO


Jesus foi enfático ao declarar que não veio ao mundo para modificar a Lei e sim para aperfeiçoá-la. Na época de sua chegada já eram conhecidos os dez mandamentos revelados por Moisés, os quais foram devidamente reafirmados pelo Cristo, porém com a devida observância de que os dois primeiros seriam os mais importantes, conforme vemos em Mateus (22: 37-40), vez que os demais decorreriam destes.

Dos dois principais mandamentos exaltados por Jesus cabe-nos observar que o seus núcleos circulam sobre a necessidade de nos capacitarmos para amar. Um amor sincero, desprovido de terceiras intenções, ou seja, desenvolver um sentimento nobre de respeito a Deus e ao próximo, sendo neste último caso um amor que devotamos a nós mesmos.

Amarás o teu próximo como a ti mesmo, eis a máxima do segundo mandamento!

Diante disso, uma pergunta que sobressalta neste instante é: Quanto estamos amando a nós mesmos?

Sabemos hoje que o maior objetivo da reencarnação é chegarmos à perfeição. A dita perfeição guarda relação com o reino ao qual habitaremos, que não é o planeta Terra.

E nós, estamos cumprindo o objetivo da reencarnação, buscando tornarmo-nos pessoas mais voltadas ao amor que o Cristo nos pede ou estamos apenas vivendo com o objetivo de saciar as nossas paixões mundanas, não nos preocupando com o aperfeiçoamento espiritual? Se a resposta estiver mais voltada para uma vida voltada aos gozos mundanos, por óbvio não estamos nos amando, o que nos faz sermos os maiores sabotadores de nossa própria paz. O consumismo, o luxo, o egoísmo, a ira, a sensualidade, dentre outros, são paixões que nos afastam de nossos objetivos: progredir espiritualmente. Amar a ti mesmo passa pelo desafio de domar os próprios sentimentos, voltando os olhos para a vida eterna, longe da matéria densa deste planeta. Somos espíritos, criados sem este corpo denso que ora utilizamos, e para a vida em espírito precisamos nos preparar.

Meu reino não é deste mundo, disse-nos Jesus. O nosso também não, já o sabemos, mas, infelizmente, poucos agem sob essa perspectiva. Por isso, amar a ti mesmo é aproveitar a vida para fomentar em ti o espírito do amor. Olhar para o mundo com os olhos da vida eterna, da alma, sabendo que o materialismo e os sentimentos vis apenas atravancam o crescimento espiritual, afastando o ser do Criador e retardando o advento da autoperfeição.

Ame a ti mesmo, começando por observar as próprias emoções e os objetivos que queira atingir na vida!


Glaucio Antonio de Queiroz Oliveira

27 agosto 2019

Calar e discórdia - Momento Espírita



CALAR A DISCÓRDIA


A harmonia plena ainda constitui um sonho distante de qualquer organização humana.

Os homens guardam grandes diferenças entre si.

Diversos fatores induzem a distintas formas de entender e viver a vida.

A educação recebida no lar, as experiências profissionais e afetivas, os professores e os amigos.

Todos esses elementos contribuem para a singularidade da personalidade humana.

A diversidade produz a riqueza.

Se todos os homens pensassem do mesmo modo, o marasmo e a mesmice tomariam conta do mundo.

Uma assembleia ou equipe composta de forma heterogênea possui grande potencial.

Ocorre que conviver em harmonia com o diferente pressupõe maturidade.

Em qualquer gênero de relacionamento humano, é necessário respeitar o próximo.

Mas é preciso também manter o foco em um objetivo maior.

Toda associação humana possui uma finalidade.

No âmbito profissional, busca-se o crescimento da empresa na qual se participa.

Na esfera familiar, colima-se a educação e o preparo de seus membros para a vida, em um contexto de dignidade.

Em uma associação filantrópica, tem-se por meta a prática do bem.

A noção clara do objetivo que se persegue facilita a convivência.

O fato de alguém discordar de suas ideias não significa que esteja contra você.

O relevante é verificar qual o modo mais eficiente de atingir a meta almejada pelo grupo.

A convivência humana raramente deixa de produzir algum atrito.

Mas é preciso saber calar a discórdia.

Se o embate de ideias e posições não é ruim, a agressividade e o radicalismo sempre o são.

Pense sobre as instituições que você integra.

Sua presença em tais ambientes visa ao interesse coletivo, ou à exaltação de seu ego?

É melhor afastar-se delas do que, por mesquinharia, ser causa de desestabilização e brigas.

Mas o ideal é aprender a sacrificar seu interesse pessoal em prol de uma causa maior.

Se uma controvérsia surge, reflita com serenidade sobre os pontos de vista envolvidos.

Caso sua posição não seja defensável, abdique dela.

Procure ser um elemento pacificador nos meios em que se movimenta.

Há pouca coisa tão cansativa quanto um altercador contumaz.

Certas posturas são toleráveis apenas em pessoas muito jovens.

Na maturidade, a rebeldia e a vaidade sistemáticas são ridículas.

Não canse seus semelhantes, com posições inflexíveis e injustificáveis.

Aprenda a ceder e a compatibilizar, quando isso não comprometer sua honestidade e sua ética.

De que lhe adianta vencer um debate, se a causa que você defende sofre com isso?

O homem sábio identifica quando deve avançar e quando deve recuar.

Mas sempre o faz de forma sincera e digna.

De nada adianta afetar concordância e semear a discórdia nos bastidores.

A dissimulação e a intriga são indignas de uma pessoa honrada.

Reflita sobre isso, quando se vir envolvido em debates e contendas.

Quando se engajar em uma causa, sirva-a com desinteresse.

Jamais se permita servir-se dela para aparecer.

Mas principalmente nunca a prejudique por radicalismo e imaturidade.


Por Redação do Momento Espírita


26 agosto 2019

Divertimento e futilidades - Joanna de Ângelis,

(Foto de Luiza Campos - Por do Sol em Santos/SP)


DIVERTIMENTO E FUTILIDADES


Todos os seres se encontram na Terra ferreteados pelas necessidades de evolução.

Conservando em germe o conhecimento, qual a glande do carvalho, por meio de experiências sucessivas conquista a sabedoria jacente na síntese interior para alcançar o esplendor estelar da beleza e da sabedoria que lhe está destinado.

Naturalmente, na fase inicial do processo de crescimento são os impulsos que rompem a cobertura exterior para abrirem campo em favor das conquistas intelecto-morais.

Esse peregrinar faculta-lhe desenvolver o progresso intelectual e tecnológico que contribuem para o seu avanço e a conquista da plenitude, caso sejam utilizados conforme os valores éticos existenciais.

Hodiernamente, a aquisição dos recursos científicos ensejou uma tecnologia superior que se encarrega de modificar as estruturas do pensamento e da convivência mediante o bem-estar, a satisfação das necessidades emocionais. O prazer derivado das conquistas em pauta arrebata e toma conta de muitas vidas, divertindo-as em compensação às lutas severas das exigências sociais contemporâneas. Em consequência, são aplicadas horas úteis que deveriam ser direcionadas para compromissos relevantes, que vão ficando em segundo plano, perdendo o fascínio elevado pela irrelevância da futilidade.

A busca pelo novo, por informações rápidas fragmenta a mente, altera a capacidade do raciocínio, da reflexão...

Diminuem os espaços-tempo que deveriam ser dedicados à meditação em torno dos graves compromissos assumidos no mais Além...

Certamente, alguns desses divertimentos são ingênuos e agradáveis, por isso mesmo, nada obstante se vão transformando em necessidades viciosas.

Os interesses culturais cedem campo às estruturas do pensamento rápido, interessante, que logo é substituído por outro mais atraente, isso quando se adquire o hábito da obscenidade, da fixação nos instintos sexuais e pervertidos... Mesmo os ingênuos retratam, não poucas vezes, o ridículo, o mesquinho ou o nobre comportamento de alguém que se torna viral.

Entidades desencarnadas perturbadoras inspiram a busca de tais desvios de atenção, quando não encaminham para os programas soezes e perversos que encharcam a mente e desestruturam os tesouros morais.

Reserva-te horas próprias para os teus divertimentos e até mesmo atividades úteis, libertando-te um pouco da máquina mágica para a vida emocional, o contato pessoal, a convivência humana.

Por momentos, liberta-te do virtual e volta a viver o real, o cotidiano, o humano, o calor da presença e do intercâmbio de energias corporais.

Tem cuidado com as fugas psicológicas para as diversões sob pretextos que são apenas desculpas de justificação.

São perigosos tanto os estados de mente vazia como os de pensamentos frívolos e divertidos.

Necessitas de equilíbrio emocional, de silêncio interior, de reflexionar...

*

Faze uma análise sincera do teu recente comportamento, em relação ao tempo útil.

Quantos livros edificantes leste no mês último?

Dirás que não tiveste tempo ou disposição para fazê-lo, e é certo, porque estavas tomado pelas frivolidades virtuais.

De tudo quanto programaste fazer, que lograste realizar conforme o planejamento?

Talvez o cansaço não te haja permitido, mas esse estado não será resultado natural do nada fazer, das horas mal aplicadas?

Quantas missivas e conversações edificantes tiveste com pessoas-problema, que te necessitavam?

É provável que não tinhas disposição naqueles momentos, porque acabaste de percorrer páginas sociais da comunicação virtual e ainda não digeriste uma parte sequer, estando em paisagens das nuvens mentais para rever noutra oportunidade que, por certo, não se dará...

Aplica de maneira mais sábia os teus conhecimentos e possibilidades, enriquecendo-te de vida e de harmonia emocional.

Todos admiram os triunfadores e gostariam de alcançar a glória, a sublime finalidade da existência, porém, não estão dispostos a ofertar dedicação e renúncia, prazer e espontaneidade para a conquista máxima.

Detém o passo no jogo da infantilidade ou da curiosidade em torno da vida alheia, das suas grandezas e misérias.

Tens compromissos muito graves a atender.

O mundo moral estertora e as criaturas humanas, algumas estúrdias, outras primárias e as nobres, encontram-se no campo de aprendizagem, a caminho da sepultura cujo momento não sabem quando ocorrerá.

Reorganiza os teus programas mentais, a fim de que as tuas possibilidades intelectivas estejam conectadas a fontes generosas de sabedoria e de amor transcendente que alimentam o ser espiritual que és.

Rejubila-te, distrai-te, quanto possível, mas não adies os teus deveres espirituais a pretexto algum.

A Primavera simboliza bênção da Natureza, prodigalizando estesia e equilíbrio em toda parte, inclusive no aparente caos.

És originado na luz do Amor e avanças nesse rumo sublime.

Não desperdices ocasião de espalhar claridade e nunca deixes ninguém sair da tua companhia sem que leve alguma luminosidade para jamais perder o caminho.

O homem e a mulher inteligentes destacam-se na comunidade pela harmonia e conhecimento luminosos que distribuem à sua volta.

Agradece as dádivas da tecnologia que facilita a existência e propõe novos caminhos para a evolução. Entretanto, nunca olvides que a presença física, a contribuição direta e pessoal conseguem milagres no relacionamento das vidas, que se necessitam umas das outras.

*

Todo o Evangelho de Jesus é um hino de beleza, de esperança, de edificação e de ternura beneficiando o mundo.

Ele afirmou:

- Vinde comigo e eu vos farei pescador de homens (e mulheres).

Recolhe a rede dos divertimentos e atira no oceano humano aquela que consegue a salvação de vidas.


Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 8 de abril de 2019, no Centro Espírita Caminho da Redenção.


25 agosto 2019

Colônias Espirituais: Análise Doutrinária - Ricardo dos Santos Malta



COLÔNIAS ESPIRITUAIS: ANÁLISE DOUTRINÁRIA


“O mundo dos Espíritos não é o reflexo do vosso; o vosso é que é uma imagem grosseira e muito imperfeita do reino além-túmulo”. (Revue Spirite, Maio de 1865).

Sabemos que as revelações espirituais devem passar pelo rigoroso método do Controle Universal do Ensino dos Espíritos (CUEE), que encontra suas bases delimitadas na introdução de O Evangelho segundo o Espiritismo. Por isso, todo e qualquer ensinamento/revelação que não preencha esse pré-requisito de admissibilidade, não poderá ser considerado parte integrante do Espiritismo.

Cumpre salientar que antes mesmo das obras psicografadas por Francisco Candido Xavier, já existiam outras relatando a existência das cidades espirituais, destacam-se: Além do véu (G. Vale Owen); Raymond: uma prova de sobrevivência da alma (Oliver Lodge); A vida no outro mundo (Caibar Shutel); A crise da morte (Ernesto Bozzano), entre outras.

Após André Luiz, vários Espíritos, por meio de grupos e médiuns distintos, surgiram para confirmar essa revelação.

Ao nosso entender, esses relatos (das colônias espirituais) fazem parte da universalidade do ensino dos Espíritos.

Mas, afinal, o que é uma colônia espiritual?

Seria uma região circunscrita semelhante ao céu teológico?

É o que iremos analisar adiante.

Ora, sabemos que não existem locais determinados e circunscritos no plano espiritual. Todavia, não há como negar que os Espíritos se reúnem por simpatia, isto é, que os desencarnados se agrupam na dimensão espiritual pela lei de afinidade. Por óbvio, essa reunião poderá moldar um ambiente de harmonia ou de perturbação, de acordo com o psiquismo dos seus habitantes.

Pode-se afirmar com segurança que no “mundo dos Espíritos também há uma sociedade boa e uma sociedade má; dignem-se, os que daquele modo se pronunciam, de estudar o que se passa entre os Espíritos de escol e se convencerão de que a cidade celeste não contém apenas a escória popular” (O Livro dos Espíritos. Introdução. Item X).

Uma Colônia espiritual nada mais é do que uma cidade fluídica, criada pelo próprio psiquismo dos Espíritos, que se reúnem em grupos, por afinidade, constituindo “um mundo do qual o vosso dá uma vaga idéia” (LE. Q. 278), ou, nas palavras do ilustre Leon Denis: “Espíritos similares se agrupam e constituem verdadeiras sociedades do invisível.” 

Neste sentido, elucida o psicólogo Adenáuer Novaes:

Através da manipulação dos fluidos, os espíritos constroem suas moradas e se organizam de acordo com sua evolução espiritual. Cidades, colônias, organizações diversas são construídas pela utilização e manipulação do Fluido Cósmico Universal. Quanto mais evoluído o espírito, mais capacidade o tem de utilizar-se dos diferentes tipos de fluidos. É pelos fluidos e suas modificações que se estruturam as cidades astrais.

O Fluido Cósmico Universal (FCU) é “a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza” (A Gênese. Cap. XIV, Item. 2). O FCU constitui a chave para a explicação de inúmeros fenômenos e também o da criação das colônias espirituais.

Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre (GE. Cap. XIV, Item. 3).

Os fluidos são uma espécie de matéria prima que os Espíritos manipulam para criar determinados efeitos. Obviamente que, quanto mais evoluído for o Espírito, maior será a sua capacidade de manipular os fluidos conscientemente. Em A Gênese, encontramos maiores explicações desse verdadeiro laboratório da vida espiritual: Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não os manipulando como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e a vontade. Para os espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. (GE. Cap. XIV, Item 14).

A Doutrina não poderia ser mais clara. Os Espíritos podem, pelo pensamento, “concentrar à sua vontade esses elementos e dar-lhes a forma aparente que corresponda à dos Objetos materiais” (LM. Cap. VIII). Ou seja, nada impede que os Espíritos, reunidos em grupos afins, criem formas e ambientes que constituam verdadeiras sociedades do invisível.

O certo é que tais essências, tais fluidos, são tão reais, tão concretos para os desencarnados como os elementos do mundo em que vivemos o são para nós. Unicamente, os desencarnados construirão, no mundo espiritual, de maneira bem diversa daquela que empregamos na terra.

A força motora dos seus pensamentos poderosamente associados e disciplinados, irradiando energias cuja natureza o homem ainda poderá conhecer, agirá sobre os fluidos e essências e edificará o que antes fora delineado e desejado.

“Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente” (GE; Cap. XIV, Item 14). Desse modo, as criações podem ser subdivididas em duas categorias: conscientes e inconscientes.

Observe-se:

a) Criações conscientes: Quando os Espíritos, através do pensamento, imprimem aos fluidos tal ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis, não estão eles exercendo uma vontade consciente?

A resposta só pode ser positiva. As cidades espirituais são, pois, criações intencionais. Por óbvio, não podem ser tão instáveis como as criações inconscientes.

b) Criações inconscientes: os Espíritos podem, inconscientemente, criar imagens fluídicas como se fossem fotografias do pensamento. É assim que eles se apresentam portando determinado objeto ou exibindo certa característica física. Pelo fato de não ser o produto de uma intenção, essas criações são tão fugitivas quanto sua causa de origem, ou seja, desaparecendo o condicionamento mental inconsciente (causa) também desaparece o seu efeito.

Corrobora Ernesto Bozzano: (…) a paisagem astral se compõe de duas séries de objetivações do pensamento, bem distinta uma da outra. A primeira é permanente e imutável, por ser a objetivação do pensamento e da vontade de entidades espirituais muito elevadas, prepostas ao governo das esferas espirituais inferiores; a outra é, ao contrário, transitória e muito mutável; seria a objetivação do pensamento e da vontade de cada entidade desencarnada, criadora do seu próprio meio imediato.

Não devemos confundir as criações intencionais, elaboradas por psiquismos elevados, com aqueloutras que são meros efeitos de uma causa volúvel e involuntária. Os Espíritos de baixo escalão são incapazes de criações complexas, que são resultado de uma força intencional elevada. As sociedades do invisível são forjadas por Espíritos de escol para atender as necessidades evolutivas dos desencarnados que ainda se encontram condicionados ao ambiente material.

Sim, em geral, as descrições que recebemos do mundo espiritual são referentes aos agrupamentos de Espíritos condicionados à vida material. Falta-nos a percepção para compreender o que se passa nas esferas mais elevadas.

Ainda de acordo com Ernesto Bozzano, tudo está organizado com o fim de tornar mais fácil, aos recém-desencarnados, o período de transição da existência terrestre para a existência espiritual propriamente dita. Estamos falando de Espíritos condicionados psiquicamente ao ambiente material. É sabido que a natureza não dá saltos. Pelo exposto, conclui-se pela total coerência doutrinária das revelações que trazem em seu bojo os relatos das sociedades organizadas no mundo espiritual, devendo-se, contudo, analisar cada caso criteriosamente.

Desta forma, o presente estudo não tem por objetivo confirmar todas as obras psicografadas que tratam da temática, pelo contrário, reconhecemos que há muita mistificação e exageros anímicos nas prateleiras das livrarias espíritas.


Ricardo dos Santos Malta
Advogado. Pós Graduado em Direito Tributário. Estudioso e Pesquisador espírita.


24 agosto 2019

Em geral o Espiritismo não trabalha com datas predefinidas para acontecimentos - Wellington Balbo



EM GERAL O ESPIRITISMO NÃO TRABALHA COM DATAS PREDEFINIDAS PARA ACONTECIMENTOS



Desde que o mundo é mundo o homem busca, por meio das previsões, antecipar-se aos acontecimentos. Quer saber o que poderá ocorrer-lhe adiante, desvendar o futuro, vasculhar o que ainda não aconteceu, como se a vida fosse um livro já escrito em que ao invés de escrevermos a história vamos apenas abrindo as páginas para ver as tintas que ali já estavam grafadas.

Seríamos, a partir desta ideia, não construtores do nosso destino, mas meros coadjuvantes, indivíduos passivos em face do irremediável Maktub.

Aí estaria a quebra do livre arbítrio e da possibilidade de escolha do homem, tese esta que contraria o bom senso.

Claro que não me refiro aqui às previsões escritas por filósofos, historiadores, economistas ou professores que se arvoram a desenhar possíveis cenários para o mundo baseados em dados e informações do ontem e do hoje.

Refiro-me às previsões de ordem mística, miraculosa que extrapolam as leis da natureza. E dentre essas previsões, uma das que mais chamam atenção é, sem dúvida, as que falam do fim do mundo.

Já tivemos infinitos fins de mundo. A época de Kardec também abraçou os finais de mundo. Kardec traz, aliás, um texto na Revista Espírita, abril de 1868, que fala sobre o final do mundo em duas ocasiões. Uma em 1.840, portanto, anterior ao texto publicado na Revista Espírita e outra em 1.911, portanto, data posterior ao texto. Hoje, em 2019, sabemos que o mundo não acabou em 1.911.

Mas as previsões prosseguiram. Uma das mais recentes foi o final do mundo em 2012. Recordo-me que muita gente me procurava, apavorada, com o possível final dos tempos.


Eu brincava:

Ora, somos Espíritos imortais, caso o mundo acabe Deus arrumará outro para que possamos morar. Não há razão para medo.

A propósito, acompanhei um caso curioso: um casal, atônito com a ideia de terem seus dias exterminados em 2012 sem conhecer um país que não fosse o Brasil, decidiram fazer um largo empréstimo no banco para realizar a tão sonhada viagem antes do final do mundo.

O banco aprovou o empréstimo, eles viajaram, aproveitaram e… o mundo não acabou. Resultado: ficaram 5 anos pagando as prestações do empréstimo, decepcionados e bem complicados financeiramente.

Numa das sessões da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, em junho de 1860, Kardec faz constar interessante observação que pode elucidar essas questões referentes a datas previstas para acontecimentos.

Convidado por um médium a corroborar com sua tese de que determinados acontecimentos têm data fixa para ocorrer, Kardec declina o convite e diz que este não é o objetivo do Espiritismo. Caso algo aconteça em data predita trata-se de uma excepcionalidade e insistir em coisas assim é, definitivamente, desvirtuar a função que o Espiritismo veio prestar à humanidade.

É interessante ao espírita, portanto, seguindo a diretriz de Kardec, abster-se de entrar nessas discussões de datas e previsões, apontando este ano, mês ou dia para que determinados fatos ocorram.

Futurologia não é o forte do Espiritismo, já disse Kardec. Ora, se este não é o forte do Espiritismo, para quê insistir?


Pensemos nisso.


Wellington Balbo

23 agosto 2019

Culpa e sentimento de rejeição - Jorge Hessen




CULPA E SENTIMENTO DE REJEIÇÃO (*)


Ante os delitos morais cometidos, há pessoas que introjetam a autorrejeição, implantando na consciência a chaga da culpa. Por efeito disso, sentem-se rejeitadas por todos, ao invés de trabalharem pela reparação do erro. Até porque se não o fizer de imediato arremessará para a encarnação seguinte os conflitos conscienciais incrustados.

Há os que arriscam camuflar os delitos, porém ocultar conflitos culposos não libera a consequência do desacerto, porquanto as desordens íntimas surgirão na forma de enfermidade física, emocional ou psicológica. Por conseguinte, projetarão suspeitas infundadas nos outros, receando serem identificados e desmascarados.

Na atual existência existem diversos casos de autorrejeição dos transgressores das leis divinas da consciência. São aqueles que na juventude, na “calada da noite”, fizeram abortos criminosos e receiam serem descobertos. Há os que cometeram vis adultérios e buscam esconder-se dos outros e sob a chibata da culpa temem ser revelados a qualquer momento. Esses são casos infrequentes, os menos raros são os culpados por crimes esquecidos de reencarnações anteriores. Daqueles que trazem a mácula perante a consciência e como não se superaram nas vidas anteriores, permanecem hoje alimentando culpas.

Mesmo que os demais não descubram seus crimes e os desmascarem, o movimento de autorrejeição delonga a expansão. Quando não se tem consciência desse processo e não há coragem (ação pelo coração) para reparação do erro, o mecanismo de autorrejeição se aprofunda e o culpado cria inimigos em todos os lugares. Guiados pelo imaginário, permanecem em estado de paranoia culposa. Por consequência, conservam os níveis egocêntricos, neuróticos e transformam uma situação imaginária em acontecimento real.

Desse modo, encharcados pelo psiquismo autodefensivo agridem os outros. Sentem-se sucessivamente invadidos na intimidade e atacam o próximo. Sob o mecanismo psicológico de projeção creem que os outros os julgam, condenam e punem, razão pelo qual vivem se precavendo contra tudo e contra todos.

No estado paranoico da culpa, decorrente dos crimes cometidos no passado, mesmo que esquecidos, o culpado se sente criminoso e entende que a qualquer momento será desmascarado e sob nessa alucinação acredita que os outros o estão perseguindo.

As leis divinas não são punitivas, elas são amorosas, educativas (provacionais) e reeducativas (expiatórias). Certamente violações às leis morais incidirão na economia espiritual, precisando de reparação dos agravos. Não necessariamente numa reencarnação imediata, até porque, atualmente, muitos poderão estar reparando crimes de dez encarnações anteriores. Ademais, será necessária a dor para reparação dos erros? Cremos que não. O caminho seguro será o desenvolvimento das virtudes do coração, atuando com autoamor e amor ao próximo.

A autoconsciência e o autoperdão são mecanismos que tornam dispostos os infratores para reparação do delito. Sendo que a evolução espiritual ocorre tanto na horizontal como na vertical da vida. A dor é o aguilhão que impele a evolução na horizontal. O transgressor sofre até o limite do cansaço e no esfalfamento observa que não há outra alternativa, senão fazer o BEM, decidindo daí galgar na vertical da vida.

Nos casos em que os conflitos culposos são muito intensos, são necessários tratamentos psicoterápicos para recuperação. Dificilmente o culpado se liberta sozinho das desordens concienciais, porque a culpa incrustada na mente pesa muito no psiquismo, daí a necessidade terapêutica para que o culpado compreenda a realidade como ela é e não da forma como crê que seja.

O estado de culpa acarreta a obsessão. O processo obsessivo, de modo geral, não começa no obsessor, porém nas matrizes conscienciais do culpado autorejeitado que se movimenta psicologicamente no autojulgamento, autocondenação e autopunição, cunhando aí o plugue mental, quando esbugalha a mente para o complexo obsessivo. Metaforicamente expondo, a culpa é o plugue mental que favorece a obsessão.

Na verdade, muitos processos obsessivos não são evidentes, porém sutis e intensos. A intensidade é a alienação e a sutilidade é a intervenção sorrateira do obsessor sem que o obsedado perceba. Deste modo é hipnotizado e condicionado a práticas malsãs, passando uma existência espiritual e sutilmente perseguido. Muitas vezes só se dá conta da obsessão após a desencarnação.

A melhor terapia para a culpa é o exercício do Evangelho como convite para afastar-se do egocentrismo e centrar-se na essência divina que É. Esse é o caminho para a libertação dos movimentos egocêntricos e egoicos. A prática da leitura edificante, os afazeres da caridade necessariamente para consigo, e em seguida a caridade real com o próximo “sem assistencialismos inócuos”, a participação das atividades do centro espírita , em geral podem promover o espírito imortal e auxiliar todos os envolvidos.

Quando dissemos “sem assistencialismos inócuos” afirmamos que a maior caridade não é a material, mas a espiritual que precisa ser exercida sob o símbolo da benevolência para com todos, indulgência para com as faltas alheias e perdão das ofensas. Que são exercícios práticos para que as pessoas se desvencilhem da monoideia da culpa. Nesse movimento de exercícios espíritas cristãos, a mente não mais permite a introdução das ideias dos obsessores e a pessoa realiza as ações práticas, que são bastante trabalhosas, mas impulsionam a evolução na vertical da vida. É como ascender numa escada aprumada e muito íngreme , mas poucos são aqueles que se dispõem a elevar-se , a maioria permanece rezingando dizendo que a vida é “madrasta” sem fazer esforços reais para a ascensão.

Com as práticas cristãs as pessoas realizam ações concretas consigo mesmas e com o próximo, trabalhando não mais no movimento paranoico da culpa, porém no movimento harmonizador de si mesmas e dos outros, ,porém isso não se consegue por promessas labiais, mas por ações efetivas. A medida que vamos amadurando a consciência, priorizamos o que é essencial e colocamos o ego a serviço do eu espírito imortal.

Nas condições humanas ainda temos uma estrutura egoica, todavia somos essência divina. Contudo, acreditamos que somos o ego, mas não somos. Quando expandimos a consciência percebemos que temos um ego, mas somos essência divina. Ter o chamado ego não é problema. Embora ele ainda traga a sua ignorância, porquanto moureja na dimensão do não saber, do não sentir e do não vivenciar as leis divinas, o ego precisa ser iluminado pela essência divina que somos.

A autorrejeição comumente não surge de forma evidente, porém veladamente. Surge muitas vezes na condição de complexos de inferioridade ou de superioridade. Aparece com a tendência de solidão , de rejeição ou por inveja dos outros.

O culpado rejeita todos os que trabalham pela autorrenovação. Porque estes estão dando exemplo para ele. Identifica nos outros um “espelho” retratando o comportamento que deveria ter, mas que não se dispõe a tal. Em face disso, rejeita e repudia o “espelho” , arremessa-lhe pedra para fragmentá-lo, para não ver a imagem da renovação que deveria buscar. Deste modo, mantém-se preguiçoso e acovardado para a autorrenovação moral. O “espelho” saindo da sua vista não ficará todo momento recomendando e cobrando o que deve fazer.

Em síntese, é urgente que afastemo-nos da chaga chamada culpa e utilizemos a razão para o equilíbrio íntimo, a fim de que possamos reparar o mal que fizemos no passado. Trabalhemos com penhor e segurança pelo progresso individual e coletivo, até porque a culpa nos transforma em pesos mortos na economia ativa da sociedade e não conseguiremos realizar nada de bem, belo e bom para ninguém sob o guante da culpa.


Jorge Hessen

(*) Fonte: Projeto Espiritizar / FEEMT – Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=_7HRHX1Z-MI&list=PL1r1wspRthZQrAp3ok5owfAPGldFn79nV&index=3 acesso 22/07/2019.


22 agosto 2019

Aprenda a Escutar - Vania Mugnato de Vasconcelos




APRENDA A ESCUTAR



A capacidade de ouvir é resultado de um processo fisiológico que se inicia a partir da 26ª semana de gestação, quando, no ventre materno, a criança passa a perceber sons como, por exemplo, a voz de seus pais.

Ouvir é uma aptidão física a qual o ser humano empregará durante toda sua vida. Assim, é coerente dizer que a não ser que alguém tenha uma limitação ou cessação da saúde auditiva, todos ouvirão sons – palavras, acordes musicais, barulhos diversos, enfim.

Contudo, especialmente no relacionamento humano, nas atividades que exigem interação com o outro, é preciso mais do que ouvir, é preciso escutar. É que, ao contrário do que muitos pensam, enquanto ouvir é perceber através dos canais auditivos os sons que estão à volta, escutar é o processo de ouvir com interesse, concentrado no que está sendo dito, buscando o significado intrínseco das palavras emitidas por outrem.

Destarte, a diferença básica entre uma palavra e a outra é bastante significativa, pois enquanto ouvir é uma aptidão física, escutar é uma disposição mental positiva, proativa, na intenção de atribuir às palavras um sentido aprofundado. Por isso é preciso aprender a escutar. É preciso prestar atenção para que sejamos capazes de interpretar o mais fielmente possível o que está sendo dito.

Nesse sentido, relacionamentos produtivos comumente são os que se baseiam no diálogo, criando um intercâmbio de ideias, compreensões, conhecimentos e sentimentos. E para haver diálogo deverá existir aquele que fala e aquele que escuta, alternadamente, com cuidado e interesse, buscando alcançar além das palavras, enxergando a alma.

Aliás, na parábola do semeador, Jesus encerra suas explicações pronunciando sugestiva observação: “aquele, porém, que recebe a semente em boa terra, é aquele que escuta a palavra, que nela presta atenção e produz frutos, e rende cem, ou sessenta, ou trinta por um”. (Mateus, 13:18 a 23)

Também disse na mesma parábola “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, ou seja, perceba além do que está sendo dito, compreenda meus ensinamentos, minhas lições, para que sua vida seja espiritualmente mais proveitosa.

Num mundo onde as fronteiras físicas e a distância são derrubadas pela comunicação tecnológica, urge reavaliar comportamentos. Muitos só querem falar, ouvir sem dar atenção, sem sentir amor, sem escutar.


Vania Mugnato de Vasconcelos