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30 junho 2022

Aniversário da desencarnação do inesquecível médium espírita - Geraldo Lemos Neto


ANIVERSÁRIO DA DESENCARNAÇÃO DO INESQUECIVEL MÉDIUM ESPÍRITA

Há exatos 20 anos, portanto, em 30 de junho de 2002, finalizava Chico Xavier a sua grandiosa missão terrena, permitindo a seu Espírito retornar ao plano espiritual para uma nova fase de sua bela trajetória evolutiva. Ficamos com a saudade, mas também com os frutos do maravilhoso pomar que ele plantou, com amor e devoção ao Mestre Jesus e ao Espiritismo, escola da espiritualidade superior na Terra, doutrina para a qual Chico deixa um legado imensurável.

Hoje, com efeito, é um dia jubiloso, e devemos sempre festejar este aniversário, pois aquele querido médium e humanista bem mereceu libertar-se das amarras carnais para de novo esvoejar pelos espaços superiores da infinitude da criação divina, ao lado dos seus amigos espirituais, dentre os quais Jesus, Guia e Modelo para a humanidade terrena. E nossos festejos ganham mais razão quando nos tocamos que, conquanto renascido na espiritualidade, não deixa de permanecer vivo entre nós porque sua obra está viva, muito viva, aliás.

E para celebrarmos essas duas décadas da elevação de Chico Xavier às altas esferas da espiritualidade, desfrutemos deste testemunho, palavras de quem teve a honra de conviver e ser amigo de Chico: a seguir, um texto tocante de nosso confrade Geraldo Lemos Neto, especialmente escrito para esta ocasião.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu Senhor. Eu chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que, então, pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros.” (João, 15:12 a 17)

Há 20 anos Chico Xavier, um espírito de escol, libertou-se dos liames da vida terrestre deixando-nos uma sensação de orfandade e um vazio existencial sem precedentes. Todos tínhamos nos acostumado com sua presença amorosa, inundando-nos de afetos e consolações, esclarecimentos e esperanças. Onde quer que se encontrasse era buscado para alívio das dores, pensando as feridas da alma, instruindo nossa ignorância espiritual e descortinando a mensagem renovada do Cristo, Nosso Divino Mestre. Era como se Jesus estivesse de novo entre nós a falar novamente de paz e união, concórdia e resignação, convidando-nos ao trabalho do bem comum e ao serviço do auto aperfeiçoamento. Chico, como ninguém nos últimos séculos, deu a própria vida em renúncia e amor por seu Divino Amigo, Jesus, dispensando todas as benesses da Terra para guardar no íntimo os verdadeiros dons celestes. Por mais se esforçasse, fazendo questão de se diminuir ou apagar-se, como um qualquer de nós, não conseguiu esconder a própria luz, que refulgiu, gloriosa, como um espelho cristalino, refletindo a Luz Maior de Deus!

Como no discurso de “despedida” de Jesus, “amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei”, Chico Xavier vivenciou este ensinamento, a dizer-nos sem palavras articuladas: Como vocês me testemunharam o exemplo, façam vocês também! Amar é dar a vida por um amigo e não há melhor amigo de nossos caminhos que não Jesus! O amor do discípulo do Cristo deve estender-se para com o seu irmão de jornada, deve ser tão grande que esteja disposto a doar-se. O amor exige sacrifício de si mesmo, exige entrega, e o Senhor nos convida a ser verdadeiros discípulos dele ao entregar as nossas vidas em suas mãos. Convida-nos a morrer para o ego e a viver para a fraternidade universal, afim de que nos amemos com o mesmo amor que ele nos deixou. O mandamento maior do Mestre dos Mestres para nós todos é este amor e ele só pode subsistir se produzir mais amor, um amor que nos fará ser dignos também de ser amados.

Passados 20 anos do retorno do Apóstolo Consolador à Pátria Maior, podemos atestar-lhe ainda mais um feito extraordinário, a se materializar na face da Terra: a chuva de livros de sua lavra mediúnica não cessou com a sua morte!

Até a data de sua desencarnação, 30 de Junho de 2002, as editoras espíritas haviam publicado 439 livros contendo as mensagens e revelações que suas faculdades mediúnicas haviam canalizado em benefício da humanidade sofredora e aflita, sedenta da água pura da fonte inesgotável da consolação, e faminta do pão divino do conhecimento superior. Psicografias, psicofonias, clarividências, clariaudiências, respostas intuitivas em entrevistas, atendimentos fraternos e obras de caridade foram os veículos que nos trouxeram a mais completa obra em língua portuguesa da história, tanto em quantidade de livros quanto em qualidade de seus conteúdos, capaz de ser classificada em todos os gêneros e subgêneros da literatura.

No dizer de Martins Peralva, “uma obra ciclópica, enciclopédica, destinada a transpor os séculos vindouros!” De sua partida do plano físico em Uberaba até hoje, portanto, a produção de Chico Xavier jamais parou. As editoras espíritas ligadas à responsabilidade da guarda de seus arquivos inéditos, ou à realização de novas compilações de sua obra, já publicaram 98 novos livros, em uma média aproximada de 5 novos livros por ano, quase a mesma de quando Chico estava encarnado. Em 7 de maio último, a Vinha de Luz Editora de Belo Horizonte lançou, na Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo, MG, o seu livro mais recente, Cândida Missão, que se tornou a 537ª obra de Chico Xavier.

Ficamos a meditar na grandeza desse feito. Qual a mensagem que a Espiritualidade Maior nos destina com essa constatação?

Em 17 de Julho de 1987, ao entrevistar Chico Xavier em sua casa de Uberaba (Vide Na Tarefa Cristã, publicada no livro Chico Xavier Mandato de Amor, União Espírita Mineira, Julho 1992), o querido médium, e amigo, revelou-me que a tarefa para a qual nascera era a de receber pela psicografia 30 livros da Espiritualidade Maior. Atingido o objetivo muito cedo com a publicação do Volta Bocage em 1947, a meta foi dobrada para 60 livros, e alcançada exatamente quando Chico se mudou para Uberaba em 1959 com o surgimento do Evolução em Dois Mundos. Novo objetivo se lhe revelou Emmanuel: 100 livros, também facilmente superado dez anos depois em 1969 com o Poeta Redivivos. A partir daí sua vida e seu corpo foram desapropriados em favor da continuidade da expansão do Consolador na Terra, através dos livros de sua lavra mediúnica. Ao desencarnar Chico nos deixou o Amor e Verdade em 2002, e 20 anos depois estamos diante de sua Cândida Missão, em continuidade vigorosa. Não mais a multiplicação de pães e peixes a saciar a fome da multidão, mas a multiplicação dos livros da Doutrina dos Espíritos, materializando o Consolador Prometido pelo Cristo para que muitas outras coisas que Jesus fez sejam escritas, informando-nos ainda que nem o mundo todo poderia conter os livros que se escrevessem sobre ele!

A tarefa continuou e continuará ainda por muito tempo, até que nós todos compreendamos a Revelação da Verdade que ela encerra, ressuscitando Jesus, o Divino Mestre, do mundo dos mortos, de novo, para o coração do povo sobrecarregado e aflito, socorrendo-nos e consolando-nos em nossas dores, mas sobretudo, esclarecendo-nos e instruindo-nos nas Verdades imorredouras das Leis Divinas.

<20 anos="" br="" de="" fev.="" saudade="">Mas não acabou!

Continuaremos ao longo do ano com nossa série de postagens especiais 20 anos de Saudade trazendo mais e mais histórias e eventos especiais envolvendo nosso irmão inesquecível Chico Xavier."

E sem nada podermos dizer de melhor, simplesmente dizemos Obrigado, Chico!

Geraldo Lemos Neto
Casa de Chico Xavier de Pedro Leopoldo - 30/06/22

Fonte: Luz Espírita

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23 junho 2022

Estupro: a Visão Espírita - Marcelo Henrique Pereira


ESTUPRO: A VISÃO ESPÍRITA

Dentre os crimes existentes, mormente no âmbito da natureza sexual, um dos mais aberrantes e horrendos é, sem dúvida nenhuma, o estupro. A legislação humana – particularmente, a brasileira, – impinge-lhe uma severa capitulação, dispondo sobre ele no título reservado aos Crimes contra os Costumes, no capítulo dos Crimes contra a Liberdade Sexual, conforme os artigos reproduzidos no quadro ao lado.

A moderna legislação pátria considera-o, ainda, como crime hediondo (1), o qual significa depravado, vicioso, sórdido, imundo, repelente, repulsivo, horrendo, sinistro, pavoroso, medonho. (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, 2ª ed., p. 884, Nova Fronteira, 1986).

As características fundamentais do tipo-crime dão-nos conta da atitude criminosa de alguém que constrange outrem à prática de conjunção carnal ou ato libidinoso, por meio de violência ou grave ameaça (artigo 213, do Código Penal Brasileiro).

Deixando de lado os aspectos puramente legais do tema, pretendemos traçar uma abordagem acerca da visão espírita (e espiritual) deste ato, assim como de suas causas e conseqüências, abstratamente falando. Queremos deixar bem claro que nossas posições são pessoais, com base em informações genéricas contidas nas obras básicas da Codificação Kardequiana, em virtude da escassa bibliografia existente.

Dentre as liberdades de que a criatura humana é detentora, na qualidade de direitos fundamentais, talvez a mais significativa seja a liberdade sexual. Afinal de contas, baseada em padrões de moralidade, distintos entre si e peculiares a cada individualidade, a escolha de parceiros sexuais não obedece a nenhum padrão. O ser, baseado em sentimentos e (ainda) em instintos, deixa aflorar sua sexualidade, partindo para a busca e o encontro de um companheiro para satisfazer seu prazer, na permuta de energias sexuais.

Por isso, quando se tem notícia de que ocorreu um estupro, isto é, a conjunção carnal forçada, imposta pela força física ou pela coação moral (psicológica), estamos diante da maior violência que se pode praticar contra o ser, excetuando-se, é claro, o aborto, onde a vítima é totalmente incapaz de defender-se.

No estupro, o que conta não é a possibilidade (ou não) de resistência da vítima às ações do agressor. Isto é secundário. Tampouco se deve verificar se a primeira, por sua ação ou intenção, manifesta em gestos, comportamentos, olhares, sinais, ou, ainda, em sua forma de trajar ou sua conversação, tenha provocado o aflorar dos desejos sexuais de outrem. Ou, ainda, se o criminoso possuía um estado psico-patológico anterior que o mantinha intimamente ligado à idéia da relação sexual, ou, até, a sua vinculação mental (fixação mental) ao objeto de seus desejos. O que realmente conta é a atitude desmedida, agressiva e irracional, e a enorme carga de responsabilidade que resulta do ato cometido, que agride a função sexual da vítima e interfere na energia contida nas gônadas femininas.

Em alguns encontros espíritas, presenciamos discussões que procuravam delimitar o estupro perante a Espiritualidade, isto é, tentavam analisar se, dentre as provas e expiações a que o homem se sujeita, em razão de seu grau evolutivo e da sua passagem por este planeta, não poderia estar planejada uma situação em que ocorreria o estupro, como forma de resgate de erros pretéritos, por parte da vítima.

O exame das obras básicas é, como dissemos, fundamental e constitui o primeiro passo, para entender tal situação.

Então, o que constitui o Planejamento Encarnatório?

Do exame de “O Livro dos Espíritos” (2), podemos extrair a cristalina idéia de que nem todas as tribulações que experimentamos na vida foram previstas e escolhidas por nós. A escolha se resume ao gênero da prova. Exemplificadamente, o Espírito de Verdade nos adverte: “Se o Espírito quis nascer entre malfeitores, por exemplo, sabia a que tentações se expunha, mas ignorava cada um dos atos que viesse a praticar. Estes atos são efeito de sua vontade, ou de seu livre arbítrio.”

A regra norteadora, como sempre é a liberdade de ação, com a necessária atenção para a responsabilidade quanto ao reflexo destes, o resultado.

Fazendo, pois, uma analogia com o suicídio, encontramos na literatura espírita a consideração de que todos os desencarnes são previstos pela Espiritualidade, à exceção daquele, quando o ser renuncia voluntariamente à oportunidade de vida, abreviando sua existência.

Assim, afirmamos que há certa resistência de nossa parte em aceitar que uma brutalidade como o estupro possa estar incluída como uma prova escolhida pelo espírito reencarnante, tendo em vista que, deste modo, quem seria “escalado” para ser o algoz, o estuprador? Não estaria sendo ele, instrumento de uma severa e dolorosa forma de “resgate”?

Poderiam afirmar alguns: quem sabe a vítima, numa vida, poderia retornar para ser o agressor em outra? Pois bem! Onde fica a Lei de Justiça, Amor e Caridade? Ou, quem sabe, voltaríamos nós à época da barbárie, onde a Lei de Talião era a severa espada da justiça, isto é, o que se fez, da mesma maneira se sofre? A razão espírita repudia tais considerandos…

Todavia, há que se mencionar, também, a questão da “necessidade dos escândalos” (Mateus: 18, 6-11), tão bem enfocada por Jesus. Mas, “ai de quem seja instrumento dos escândalos”, diz a passagem, demonstrando claramente que a Lei Natural presente no Universo aproveita as situações surgidas pela vontade humana, filtrando-as e enquadrando-as no contexto das encarnações dos seres. Uma guerra ocorre por vontade humana, dos dirigentes das nações e sua efetivação ceifará muitas vidas, entre civis e militares. Portanto, as pessoas atingidas pela desencarnação violenta decorrente das guerras, assim como aquelas que terão seqüelas físicas e psicológicas, aproveitam o acontecimento funesto para resgatarem dívidas de ontem. Mas, e quanto a seus algozes, os guerreiros que provocaram mortes e ferimentos? Evidentemente, por suas atitudes, serão julgados pelo tribunal da consciência e carecerão de novos reajustes, onde saldarão seus débitos, em outras existências.

O estupro, assim, não obedece a nenhum planejamento espiritual. Todavia, em acontecendo, vítima e agressor submetem-se aos desígnios da Lei Maior, sujeitos à completa análise espiritual da questão, resultando para a primeira, por suportar a prova com coragem e resignação, condição de progresso espiritual e, para o segundo, dolorosa senda de refazimento de seus atos, esperando contar, ainda, com o perdão da primeira como forma de ajuda para superar suas próprias deficiências.

E para nós, que ainda nos revoltamos quando presenciamos notícias sobre a ocorrência de um estupro, bradando justiça, entendamos que nada escapa aos desígnios da Providência e, antes de nos trans-formarmos em juízes dos infelizes seres que cometem tal atrocidade, lembremos da mensagem do Nazareno do “atire a primeira pedra”, re-colhendo-nos à meditação e à prece em seu favor, para que os mesmos possam sair do mar de lama em que se encontram, arrependendo-se sinceramente de seus atos, reivindicando, assim, nova oportunidade benfazeja de reparação, para, ao final, alcançar a paz e a serenidade.

(1) Lei Federal n.o 8.072/90.
(2) Questões 258 a 273.

Código Penal Brasileiro

Art. 213. Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça:
Pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.07.90)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 9.281, de 04.06.96)
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. (Redação dada ao parágrafo pela Lei nº 8.069, de 13.07.90)

Art. 223. Se da violência resulta lesão corporal de natureza grave:
Pena – reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.07.90)

Parágrafo único: Se do fato resulta a morte:
Pena – reclusão, de 12 (doze) a 25 (vinte e cinco) anos. (Redação dada pela Lei nº 8.072, de 25.07.90)

Art. 224. Presume-se a violência, se a vítima:
a) não é maior de 14 (catorze) anos;
b) é alienada ou débil mental, e o agente conhecia esta circunstância;
c) não pode, por qualquer outra causa, oferecer resistência.

Marcelo Henrique Pereira
Fonte:
Portal Casa Espírita Nova Era

22 junho 2022

Maldade - Nilton Moreira


MALDADE

Ao longo de nossa vida vamos nos deparando com pessoas de má índole que vivem praticando as mais variadas maldades. As vezes estas pessoas estão bem perto de nós, vizinhos, colegas de trabalho e até parentes, mas se quisermos ver o retrato das mais variadas formas de ruindade é só ligarmos o rádio ou televisão.

Principalmente são alvos de maldades as pessoas que tentam fazer o bem, pois sempre que vamos ajudar outrem a se erguer, a melhorar as atitudes perante a vida, a ensinar meios para os enfrentamentos, vamos nos deparar com interesses de pessoas ou grupos que tentam conquistar espaço na base da violência. É assim que vemos hoje as facções que tomam conta de espaços nas cidades e até em extensão territorial.

Mas toda essa preocupação em dominar espaços está atrelada ao poder econômico, ambição, onde muitos vivem do tráfico de armas, drogas, e outros ilícitos que rende quantia considerável, e o Estado tem dificuldade de enfrentar. Na realidade ninguém vem ao mundo predestinado a praticar o mal. Isso passa a ser uma opção após o nascimento.

Quando estamos ainda na espiritualidade fazemos opções para após o nascimento na carne sermos vitoriosos e assim resgatar fatos acontecidos em outras vidas. As vezes escolhemos um lar que vive em desequilíbrio, mas não quer dizer que vamos sucumbir ali, pois se fosse assim ninguém conseguiria ser boa pessoa.

O nascer na pobreza é uma provação, que enfrentada com paciência e fé certamente obteremos êxito, pois não estamos abandonados, e se o fardo é pesado vamos receber em algum momento da vida o socorro do Pai Maior, basta que sejamos perseverantes.

O aportar num lar abastado, “berço de ouro”, onde vamos herdar benefícios financeiros sem muito esforço, também é uma grande provação, pois teremos de empreender muita energia para conseguir manter a fortuna, além da missão que trazemos de ajudar o próximo, já que nada na Terra é nosso, pois tudo nos é dado por empréstimo. Se vemos muitas pessoas que estão na miséria descambando para a droga, também vemos muitos abastados financeiramente que também são dependentes e recebem em seus grandes gabinetes a cota de ilícitos.

Então Jesus nos convida através do Evangelho, seguirmos os Seus ensinamentos, perseverando no bem, possibilitando assim evolução e cumprir as metas na Terra. Força amigos!


Nilton Moreira
Artigo da Semana - Estrada Iluminada
Fonte: Espirit Book

21 junho 2022

Como é ser espírita, segundo Kardec? - Rita Foelker


COMO É SER ESPÍRITA, SEGUNDO KARDEC?

Fala-se muito em Espiritismo, mas pouco se sabe a seu respeito. J. Herculano Pires

Espiritismo é uma doutrina filosófica, suas bases e princípios se encontram nos cinco volumes da chamada Codificação Espírita, obra resultante do trabalho conjunto de Espíritos Superiores e dos médiuns que transmitiram comunicações reunidas e coligidas por Allan Kardec, tendo ele submetido, tanto as mensagens, quanto as respostas dos Espíritos, ao escrutínio da razão e ao princípio da universalidade dos ensinos dos espíritos.

Como Kardec e os Espíritos realizaram isso?

Os fenômenos mediúnicos haviam se tornado muito populares na França do século XIX, por meio de grupos que provocavam manifestações diversas de efeitos físicos, com fins de entretenimento ou curiosidade. No ano de 1855, Kardec foi convidado por seu amigo, Sr. Carlotti, a comparecer a uma dessas reuniões, sobre a qual ele se mostrou bastante cético, a princípio. Tendo contudo, comparecido e observado os fatos com mentalidade científica, análise lógica e sem preconceitos, Kardec percebeu que ali havia um fenômeno real, o qual passou a estudar mais amiúde.

Enquanto outros participantes dirigiam aos Espíritos perguntas fúteis e visavam a diversão, Kardec elaborou questões sérias, para as quais começou a receber respostas coerentes e profundas, que iriam constituir a origem dos livros que ele publicou, entre 1857 e 1868, cujo conteúdo reúne os conceitos espíritas fundamentais.

Ele também escreveu logo na Introdução a O Livro dos Espíritos que:

“Para designar coisas novas são necessárias palavras novas; assim exige a clareza de uma língua, para evitar a confusão que ocorre quando uma palavra tem múltiplo sentido. As palavras espiritual, espiritualista, espiritualismo têm um significado bem definido, e acrescentar-lhes uma nova significação para aplicá-las à Doutrina dos Espíritos seria multiplicar os casos já tão numerosos de palavras com duplo sentido. […] Diremos que a Doutrina Espírita ou o Espiritismo tem por princípio a relação do mundo material com os Espíritos ou seres do mundo espiritual. Os adeptos do Espiritismo serão os espíritas ou, se quiserem, os espiritistas.

Ambos os termos – ‘Espiritismo’ (substantivo, doutrina codificada por Allan Kardec) e ‘espírita’ (substantivo e adjetivo que relacionam pessoas, locais, fatos, objetos e ideias ao Espiritismo) – foram explicitamente vinculados nesse trecho à Doutrina Espírita que é específica, com princípios e conceitos nela claramente definidos, como Deus, espírito, matéria, reencarnação, evolução, mediunidade, entre outros. E aos seus adeptos.

Mas fora dos centros e grupos de estudos esclarecidos a esse respeito, existe muita confusão.

Na internet, onde nos habituamos a lançar nossas pesquisas sobre os mais diversos assuntos, no site Guia do Estudante, por exemplo, o Espiritismo é considerado uma religião brasileira das massas, muito influenciada por Chico Xavier…

A Wikipédia também não colabora, dizendo que é uma doutrina espiritualista, que pretende explicar a reencarnação e a evolução.

Outros usos comuns das mesmas palavras

Culturalmente, longe de sua conotação nos livros de Kardec, observamos o uso do termo ‘espírita’ para referir-se a cartomantes e benzedores, por sua aproximação com o contexto da mediunidade. Mas a atividade não se baseia necessariamente em conhecimento profundo (ou sequer raso) do Espiritismo segundo Kardec e, sim, no fato da pessoa ser (suposta ou verdadeiramente) médium ou sensitiva. No senso comum, se envolve algum tipo de mediunidade, clarividência ou relação com o mundo espiritual, é “espiritismo”.

Nesse ponto, cabe uma distinção importante:

1. Espiritismo, na definição de Kardec, é filosofia ou doutrina filosófica de conteúdo definido.

2. Mediunidade, por sua vez, é um dos termos amplamente abordados na Codificação e na Revista Espírita. Mas trata-se de uma faculdade humana, como a visão ou a inteligência, pertencente ao campo da sensibilidade e comunicação, presente em todos os encarnados em diferentes graus e tipos de manifestações. Nos livros de Kardec, aqueles que produzem efeitos ostensivos, de certa intensidade, são chamados de médiuns propriamente ditos, podendo ser ou não espíritas e, até mesmo, nunca ter ouvido falar em Espiritismo.

Portanto, ‘espírita’ e ‘mediúnico’ não são sinônimos.

Outras vezes, encontramos instituições religiosas que se autodenominam “espíritas” e, neste caso, a palavra ‘espírita’ significa que são realizadas atividades que pressupõem auxílio espiritual ou presença de Espíritos, por meio da prática mediúnica (faculdade humana inata) ou de aplicação do passe.

Assim como a mediunidade, o passe é atividade sem relação obrigatória com a doutrina codificada por Allan Kardec. O passe é uma prática milenar e Jesus a utilizava, assim como estudiosos e adeptos do Magnetismo Animal, muito antes de Kardec.

Por outro lado, os princípios e conceitos pertencentes à Filosofia Espírita, relacionados entre si pelo entendimento, vão além dessas práticas, porque estruturam toda uma visão de mundo com bases científicas e consequências morais, a qual precisa ser aprofundada pelo estudo e meditação, além de bem compreendida. Kardec escreveu, logo no início do capítulo III de O Livro dos Médiuns: “o Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia. Quem desejar conhecê-lo seriamente deve, pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando”.

Essa compreensão é ainda mais relevante, quando pensamos na tarefa da divulgação espírita. Como divulgar consiste em levar a Doutrina a quem não a conhece, é de suma importância esclarecer bem seus conceitos originais, a fim de que aquele que se inicia agora nesse conhecimento possa penetrar de fato nas suas consequências existenciais e morais. Rita Foelker – Filósofa, palestrante e jornalista. Escritora reconhecida nos temas: espiritualidade, inteligência emocional e educação, publica livros desde 1992. Faz palestras no Brasil e no exterior. Formação em Pedagogia Sistêmica com a Educação, pelo Instituto Hellen Vieira da Fonseca. https://vidasinteligentes.com/

20 junho 2022

Docilidade - Divaldo Pereira Franco

 
DOCILIDADE

A proposta insuperável é que nos amemos uns aos outros.

A infeliz cultura moderna estabelece, no entanto, que nos armemos uns contra os outros.

A sociedade contemporânea conquistou níveis intelectuais e tecnológicos surpreendentes, demonstrando o poder da inteligência e da investigação, mas não logrou correspondentes patamares na área do sentimento e dos valores morais.

Superou obstáculos quase impossíveis de serem removidos, sem que haja conquistado o controle das paixões emocionais inferiores, que trabalham em favor da exaltação do gozo a qualquer preço, como se a existência tivesse a única finalidade do prazer exaustivo.

Tem apresentado filosofias magistrais umas e aberrantes outras, optando, na sua quase generalidade, por aquelas que a mantém prisioneira dos tormentos íntimos e dos transtornos psicológicos.

Aqueles que oferecem harmonia interior e comunhão afetiva vêm sendo abandonados, por parecer pobreza de caráter e medo da realidade posta a serviço da usurpação dos relevantes significados éticos essenciais à vida em família, em grupos harmônicos de convivência.

Essas manifestações terroristas de cada qual fazer o que lhe aprouver demonstra o baixo nível de aspirações e emoções pessoais.

Saímos da barbárie grupal, ancestral, na qual o valor da vida se encontrava na brutalidade, na ausência de beleza estética e higiênica, que proporciona saúde e bem-estar.

Descambamos nas expressões grosseiras do comportamento, nos rudes combates da competição desalmada e da vitória mentirosa da fama, para logo depois sucumbirmos nas faixas sombrias da loucura, da miséria moral e espiritual em que nos consumimos.

Transformamos o amor num tóxico poderoso de vícios e dependências degradantes, deixando-nos alucinados e perversos.

Por consequência, o homem e a mulher modernos estão asfixiados na escuridão do sofrimento por eles mesmos buscado, sem esperança próxima de ventura e alegria.

Fazendo-se uma análise sincera das gerações passadas, seus erros e suas glórias, constatamos que ainda é tempo de encontrarmos a felicidade, atingindo os objetivos essenciais da vida.

Ei-los insertos em o Sermão das Bem-aventuranças, conforme Jesus nos ofereceu: pobres em espírito, simples e puros de coração, humildes e dóceis, amorosos e gentis...

Substitui num momento a agressividade pela bondade, a violência pela gentileza, o ódio pela ternura, a mágoa pelo perdão e verás quanto estás perdendo de plenitude em tua sementeira de espinhos na atualidade.

Recorda que o amor é fonte inexaurível de bênçãos e com ele, bem como através dele, conseguirás viver em plenitude.

Amando, não terás conflito de consciência, porque o amor é a alma da vida.

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 16/06/22


19 junho 2022

Cuidado com o "olho gordo" - Marcos Paterra

 
CUIDADO COM O "OLHO GORDO"

Quando adolescente meu avo sempre dizia para que eu tomasse cuidado com o “olho Gordo” (1), pedia-me para tomar cuidado com exibicionismos ou a quem contava sobre minhas aquisições ou desejos, pois a inveja era um mal que vestia várias formas.

A Inveja segundo a psicologia é o desejo de atributos, posses, status ou habilidade de outras pessoas, é um sentimento controverso, que indica algo positivo que desperta algo negativo. A inveja é um dos sentimentos mais difíceis de serem aceitos pelo ser humano, pois, na maioria das vezes ocorre inconscientemente.

Um sentimento tão antigo quanto o da existência do próprio Homem, os primeiros relatos de inveja vêm de tempos antigos, na Bíblia encontramos quando Caim assassina Abel, porque, este estava recebendo mais atenção e valorização por parte dos pais.

Na psicologia a inveja é definida como: “O deslocamento de energia do potencial de determinado indivíduo para a exacerbada preocupação com a satisfação e prazer de outra pessoa, geralmente íntima do sujeito em questão”.

Estudos feitos em Tóquio pelo neurocientista Hidehiko Takanashi (2) do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, o estudo chamado de “Quando sua conquista é minha é a minha dor, e a sua dor é a minha conquista”. Essa pesquisa mostrava que pessoas sentiam prazer ao despertar a inveja, o chamado ShadenFreud (3), palavra alemã para a sensação de prazer que o invejoso tem ao notar o infortúnio do invejado. A inveja se processa na mesma região que a dor física, ou seja, a inveja é um sentimento doloroso.

“Ao entendermos como funciona esse mecanismo neurocognitivo poderemos prevenir e tratar esse tipo de conduta”, disse o cientista à BBC Brasil.

A pesquisa, que durou um ano e meio, estudou o comportamento de 19 pessoas em boas condições de saúde. Durante os experimentos, eles tiveram os cérebros monitorados por aparelhos de ressonância magnética. As pessoas eram induzidas a imaginar um cenário que envolvia outras três personagens. Duas delas seriam hipoteticamente mais capazes e inteligentes do que os voluntários da pesquisa.

Quando os voluntários sentiam inveja, a parte do córtex dorsal anterior do cérebro era ativada. Hidehiko Takahashi concluiu em seu estudo que quando as pessoas sentiam schadenfreude, a região do estriado ventral do cérebro era ativada. Essa área é responsável processar os sentimentos de prazer.

“Pessoas muito invejosas tendem a ter uma grande atividade nessa região do cérebro, que é responsável pela dor física e também é associada à dor mental”, contou o pesquisador.

Concluindo sob a ótica da pesquisa: a inveja também pode ser um dos motivos porque sentimos schadenfreude, já que queremos que o outro não tenha o que desejamos.

Essa conclusão coincide com as afirmações de Aristóteles (4), que dizia que a inveja é como a dor quando vemos a boa sorte de outra pessoa, que é estimulada por “aqueles que têm o que devemos ter”.

Mas… Essa inveja ou “Olho Gordo” pode de fato nos influenciar? A resposta sob perspectiva espírita é SIM, podemos exemplificar com experiências efetuadas por Bill Tiller chefe do departamento de Ciências dos Materiais em Stanford, há décadas elabora experiências para verificar se as intenções humanas podem afetar os sistemas físicos. Para isso construiu um DERI ; Trata-se de uma caixa simples com uns diodos, um oscilador, uma memória programável, alguns resistores e capacitores.

A caixa foi colocada em um local, e ao seu redor foram colocados quatro médiuns. Eles entraram em estado de meditação profunda, concentrando suas energias para a água. O objetivo é influenciar um experimento-alvo, específico: aumentar ou diminuir o pH da água; aumentar a atividade termodinâmica de uma enzima hepática.

Simplificando: Os quatro médiuns se concentram em uma caixa eletrônica simples e desejam algo como: Mudar o pH da água que ali contêm. Os testes foram feitos por quatro meses, usando “caixas” diferentes a cada mês. Resultado: O pH da água mudou em todas as tentativas, a probabilidade das mudanças terem ocorrido naturalmente era de menos 1 para 1000; Tiler afirma que se o pH do seu corpo mudar em uma unidade, você morre. (5)

O poder do pensamento, que é nossa força mental pode ser arrasadora, poderíamos aqui mencionar na história os essênio, vedas, e até hindus, de suas crenças sobre a capacidade do pensamento em atrair coisas boas ou ruins.

No espiritismo, a capacidade do pensamento em atrair para si coisas boas ou ruins tem o nome de Psicosfera (6) e quer dizer: Atmosfera psíquica, Campo de radiação do períspirito (7), que se exterioriza em redor do próprio organismo físico.

Cada ideia ou força mental é de alguma maneira, armazenadas na psicosfera do fluido que circula em torno de nós. É assim que se constroem os pensamentos doentios, criadores de perturbações físicas diversas.

Dr. Jorge Andrea (8) informa: “Pensamentos, emoções e sentimentos harmoniosos contribuem para manutenção do equilíbrio e saúde física, mental e espiritual do ser humano. O contrário gera profundas disfunções e distonias causadoras de desequilíbrios, doenças e enfermidades, reversíveis ou irreversíveis, podendo contribuir significativamente para a instalação de um processo auto ou heteroobsessivo.[…]” (9)

Allan Kardec na questão 933 de O Livro dos Espíritos (10) completa:

P: Assim como, quase sempre, é o homem o causador de seus sofrimentos materiais, também o será de seus sofrimentos morais?

R: Mais ainda, porque os sofrimentos materiais algumas vezes independem da vontade; mas, o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, numa palavra, são torturas da alma. “A inveja e o ciúme! Felizes os que desconhecem estes dois vermes roedores! Para aquele que a inveja e o ciúme atacam, não há calma, nem repouso possíveis. À sua frente, como fantasmas que lhe não dão tréguas e o perseguem até durante o sono, se levantam os objetos de sua cobiça, do seu ódio, do seu despeito. O invejoso e o ciumento vivem ardendo em contínua febre. (…).”

Divaldo Franco nos brinda com essa afirmação:

“[…] Naturalmente a Doutrina Espírita examina a problemática do ponto de vista dos fenômenos anímicos. O denominado mau-olhado nada mais é do que uma intensa vibração mental de alguém que é dominado por sentimentos inferiores – a inveja, a competitividade – e ao descarregar esta onda de sentimentos negativos e vibrações perversas, muitas vezes atinge aquele contra o qual é dirigido esse pensamento perturbador. E atinge-o porque o outro se encontra numa faixa vibratória equivalente, e através do fenômeno da sintonia capta aquela descarga perturbadora. […]”. (11)

Devemos também tomar cuidado com os nossos pensamentos a fim de que não tenhamos o “olho gordo” sob as pessoas que nos são próximas. A reforma íntima, o policiamento de nossos atos e pensamentos, afastam os inimigos espirituais, encarnados e evita que sejamos “invejosos”.

Marcos Paterra
Fonte:
Agenda Espírita Brasil

Notas do autor:

(1) Expressão no senso comum que denomina inveja ou cobiça.
(2) Pesquisador-chefe do Departamento de Neuroimagem Molecular do Instituto Nacional de Ciência Radiológica, localizado no subúrbio da capital japonesa.
(3) Literalmente, alegria ao dano; é um empréstimo linguístico da língua alemã para designar o sentimento de alegria ou satisfação perante o dano ou infortúnio de um terceiro. 
(4) Aristóteles foi um filósofo grego durante o período clássico na Grécia antiga, fundador da escola peripatética e do Liceu, além de ter sido aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande.
(5) Informações referenciadas do livro “Quem Somos Nós” de William Arntz,. Cap. ”O Domínio da Mente Sobre a Matéria” Tradução: Doralice Lima. Ed.Pretígio.Rio de Janeiro.2005.
(6) Vem do grego psyché + sphaîra.
(7) Perispírito é o nome dado por Allan Kardec ao elo de ligação entre o espírito e o corpo físico.
(8) Jorge Andrea dos Santos, Nascido em 1916, em mais de meio século cruzou o país de Norte a Sul, fazendo palestras divulgando o espiritismo em seu aspecto cientifico.
(9) ANDRÉA, Jorge. Contexto Espiritual nos Processos Mediúnicos e Obsessivos p. 36 in jornal “A REENCARNAÇÃO” – Nº 425 p.34/37. Ed FERGS. Porto Alegre/RS.
(10) KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Rio de Janeiro: FEB, 2008.
(11) Frase retirada do Programa Transição, número 007 de 23/11/08, disponível no site http://www.kardec.tv/, o médium Divaldo Pereira Franco , explicando sobre o tema mau-olhado e feitiçaria.

18 junho 2022

Sob a Luz Que Liberta - Sidney Fernandes

 
SOB A LUZ QUE LIBERTA

Existem Espíritos que, por sua rebeldia e persistência no mal, saturados de obsessões pelas posses efêmeras do mundo, tocados pelas sombras da revolta, são abandonados e esquecidos pela bondade de Deus?

A ideia do inferno eterno e de criaturas sem perdão era alimentada desde a época de Jesus, por interesse de pessoas que se arvoravam em intermediários de Deus e buscavam vantagens financeiras para conceder a salvação, em nome do Criador. Na questão 116, de O Livro dos Espíritos, mentores afirmam que um pai justo e misericordioso não pode banir seus filhos para sempre.

Todos nós, um dia, seremos perfeitos, ainda que isso demore muito tempo. O fracasso de um só filho de Deus representaria a derrogação da sua lei de progresso. Fomos criados para o bem e um dia chegaremos a ele.

Vítimas de crimes e injustiças, quando desencarnam, assumem comportamentos distintos. Alguns desses irmãos, de índole pacífica e condescendente, prosseguem em suas jornadas evolutivas e consideram seus desafetos como enfermos, deixando que se entendam com a justiça divina.

Outros, desarvorados, permanecem por tempo indeterminado em tenebrosas regiões espirituais. Muitos recusam-se a usar a bússola do perdão e do bem e passam a alimentar o objetivo precípuo de fazer justiça com as próprias mãos, empenhados em combater seus inimigos em busca de vingança.

Almas infelizes podem permanecer jungidas aos seus verdugos por séculos, aprisionadas pelos elos dos próprios grilhões com que prendem suas vítimas. Pensam que torturam seus perseguidos e não se dão conta de que estão presos a eles, renunciando à vida e à convivência com entes queridos. Para esses, o tempo de inferno restaurador corresponderá ao tempo da culpa deliberada.

A secular missão consoladora da Doutrina Espírita nos restaura a confiança em Deus e em sua justiça que, longe de se assemelhar à dos homens, que insistem em conceber um deus antropomórfico, feito à sua imagem e semelhança, trata seus filhos como amoroso pai, distanciado das paixões típicas da inferioridade humana.

No entanto, se o tempo não cumpre sua função restauradora, e teimamos em manter as impurezas em nosso corpo perispiritual, surgem a dor, a carência, a deficiência e os duros trabalhos de reajuste, que têm o condão de despertar, não, todavia, de renovar. Nossa definitiva retomada para o caminho evolutivo somente ocorrerá por intermédio da introspecção e do despertamento interior.

Não estamos, porém, entregues à própria sorte. Mesmo chafurdados na lama que criamos à nossa volta, jamais nos faltarão o amparo e o redirecionamento proporcionado por nossos mentores espirituais. Existe, contudo, uma condição fundamental para que nos abeberemos de sua proteção: temos que escutá-los.

Deus jamais desiste de quem quer seja e não se utiliza apenas da ferramenta da dor para recuperar seus filhos transviados. Diz André Luiz, em Ação e Reação, que gerando novas causas com o bem, podemos neutralizar o mal praticado, reconquistando o nosso equilíbrio.

Assim é que, quando as sombras se afastam, ainda que momentaneamente, de criaturas sombrias, o saber e o sentimento podem adentrar seus íntimos, implantando-lhes a réstia de luz capaz de conceder vida nova para suas almas.

Esta é a extraordinária mensagem do Espiritismo: o consolo e a esperança para todos os devedores, desde que se disponham a voltar-se novamente para a luz.

Texto baseado no livro: Sob a Luz Que Liberta, de Sidney Fernandes
Fonte:
Kardec Rio Preto

17 junho 2022

Resignação - Joanna de Ângelis

 
RESIGNAÇÃO

A resignação é uma virtude pouco considerada na vilegiatura humana, dando lugar a aflições perfeitamente dispensáveis ao processo evolutivo existencial.

Quase desconhecida, a resignação é a natural aceitação das ocorrências perturbadoras, no dia a dia de todas as criaturas.

Conscientizando a respeito do insucesso não esperado num empreendimento, facilita o reexame tranquilo do acontecimento negativo, abrindo possibilidade de reiniciá-lo em nova óptica com o mesmo entusiasmo da vez anterior.

Quase sempre, quando algo tem lugar negativo numa realização, o indivíduo permite-se a dominação do ego no seu procedimento, considerando absurdo o resultado desagradável, e se entrega à revolta ou ao desânimo, exatamente quando, por um pouco de esforço, se encontraria preparado para o êxito.

Resignar-se é o estado de consciência do dever cumprido e da incapacidade de executá-lo de forma a resultar da maneira feliz esperada. Quando se aguardam resultados sempre favoráveis, vive-se numa redoma de presunção que resulta do egoísmo exacerbado.

O aparente erro constitui ocasião para aprimoramento da habilidade de bem desempenhar as tarefas que promovem o progresso.

Quem não está emocionalmente preparado para o erro, o equívoco, menos está capacitado para o êxito. Como todos são seres falíveis na pauta das realizações, acerto e engano são probabilidades finais de toda ação significativa.

A resignação ante um acontecimento negativo valoriza o aprendiz para conservar-se humilde perante a grandeza da Vida.

Por mais se agigante a capacidade de conhecer, de saber, sempre se está na condição de um verme pensante contemplando a magia surpreendente do cosmo nas suas mais gloriosas facetas.

Enquanto se está fixado em termos de limites, muito fácil se lhe torna abarcar o conhecimento reduzido, mas benéfico à existência. Todavia, quando se alarga a visão em direção ao Universo, todas as possibilidades de entendimento esbarram na infinitude de todas as suas expressões gloriosas.

Desse modo, aprende que luta é caminho de ascensão, mas que vitória é algo que somente se pode anelar após as experiências repetidas nas etapas iniciais.

Aprende, portanto, a aceitar o insucesso com a mesma atitude de resignação que se espera, quando a empresa é desafiadora.

*

Nunca te superestimes no comportamento social, acreditando que estás assinalado para o sucesso que te aguarda com facilidade.

Para tanto, recorre ao tentame desafiador para descobrires onde te equivocaste e como o que te parecia correto desviou-se do rumo reto, levando-te ao desar inesperado.

Em face do raciocínio, não desistas das tuas aspirações, caso não consigas a vitória nos primeiros tempos.

Muitas vezes é necessário insistir agora, aprimorando a capacidade do entendimento para os resultados felizes mais adiante, no futuro.

Muitos candidatos ao progresso desiludem-se de insistir e continuar, quando não são abençoados pelos bons resultados no empreendimento.

A negativa de agora, cujo êxito seria precipitado, não é próprio para o empreendimento, considerando as circunstâncias do porvir, que ofereciam campo para o prosseguimento se assim houvesse ocorrido.

Aprende a compreender os acontecimentos conforme sucedem, e não consoante o desejas.

A tua visão é imediata, resultado de imaturidade psicológica, de inexperiências que te impedissem alcançar o desejado.

As ocorrências são conforme sua própria constituição, com os seus mecanismos especiais, e não de acordo com os vários critérios de observação e desejo de cada pessoa.

Toda meta final é desafiadora, razão pela qual é a etapa última para a conquista de um objetivo, abrindo possibilidades para mais audaciosos passos.

Algumas delas exigem reencarnações sucessivas dos seus candidatos.

Eis porque muitos inventos surpreendem, dando a impressão de que os seus responsáveis já os conheciam de alguma forma. Sem dúvida, foram iniciadas as pesquisas antes, em outra etapa evolutiva, e ficaram por terminar, facultando a bênção do tempo, a fim de resultarem concluídos.

Quando alguém se afadigue na luta, tentando concluir um empreendimento com habilidade, ele está repetindo experiência que ficou inconclusa ou cujos resultados não eram os esperados.

Encontram-se no inconsciente as lembranças incompletas que retornam como tendências a serem realizadas no trânsito atual da reencarnação.

Todas as etapas desastrosas devem ser aceitas resignadamente, para se poder realizá-las tantas vezes quantas necessárias, a culminarem nos resultados desejados.

O tempo é inexorável e tem a finalidade de produzir resultados que se encaixam na ordem geral do Universo.

A resignação, nesse caso, é a perfeita compreensão de que ainda faltam valores para completarem a atividade.

Quantas vezes os descobridores da Ciência, da Arte, da Literatura experimentaram e repetiram a sua obra até considerá-la concluída?

Insiste, portanto, com alegria, nas tuas batalhas morais, mantendo a coragem sempre que se faça necessária, e o triunfo chegará com certeza.

*

Resignado sempre ante a massa ignara que O rejeitava, após beneficiar-se, Jesus prosseguiu até o fim, sem qualquer desânimo, e ainda hoje insiste gentilmente para que nossos passos sejam dirigidos para o Reino de Deus.

Resignado, avança!

Cada passo dado à frente é vitória da tua jornada espiritual.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 6 de dezembro de 2021, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

16 junho 2022

A árdua tarefa de namorar - Nilton Moreira

 
A ÁRDUA TAREFA DE NAMORAR 
 
Houve um tempo que era demorada a caminhada para conseguir namorado ou namorada. Tudo iniciava por um flerte, uma leve aproximação de olhares completados com sorrisos, um abaixar de cabeças mostrando um recato ou uma expressão corporal demonstrando segredos e mistério, e as vezes uma piscada de olho pelos mais atrevidos.

O tempo passa, o telefone chega dando a quem o dispunha na época ferramenta impulsionante nas comunicações a distância, bastando apenas que as partes descobrissem o número para discar e efetuassem ligações e lançassem assim seus galanteios e suas seduções.

O tempo proporciona um salto maior e chegam as baladas, os barzinhos, os saraus e por consequência os encontros ocasionais que favorecem que as pessoas se conheçam sem compromisso de horários, alegando ser “a noite uma criança”. O amor parece ser livre de compromissos e surgem as expressões, amizade colorida, ficar, curtir, tirar onda como variantes do namorar.

Mas a tarefa de namorar é bem cheia de meandros. Se é um período que os casais se conhecem, é também o mais complexo da trajetória do relacionamento a dois, pois o compromisso não existe, e de uma hora pra outra pode desfazer-se o elo, pois dependendo do momento e local onde os dois se encontraram, a atração sentida inicialmente pode esvair-se num breve momento.

Finalmente chegamos nos dias atuais onde a tarefa namorar ficou mais árdua. Hoje com a pandemia os rostos estão cobertos, e é preciso procurar ler nos olhos a mensagem que cada um dos que se encontra quer dizer. Claro que a máscara também proporciona um certo mistério e charme para quem vê romantismo em tudo, mas também esconde a expressão facial, e o sorriso fica afeto a contração da maçã do rosto que levam flexionam os olhos.

Se no passado tínhamos o telefone, hoje contamos com WhatsApp, telegram, Skype, facebook e tantos outros canais para os namorados se comunicarem, e com uma grande vantagem que é o olhar em tempo real.

Mas se em meio a pandemia está difícil o visual facial por inteiro, não nos preocupemos, pois os espíritos que somos certamente se reencontram e se reconhecem em meio as multidões, pois eles se identificam pela energia, pela aura que exala de suas psicosfera, afinal é o espírito que ama e não o corpo material, e certamente quando essa conexão acontece passa a existir uma simbiose apaixonante, inexplicável aos sentimentos, e o amor verdadeiro acontece.

Namorar é trocar uma energia ímpar. Feliz semana dos namorados.

Nilton Moreira
Artigo da Semana - Estrada Iluminadabr
Fonte:
Espirit Book

15 junho 2022

A necessidade do estudo - Rogério Coelho


 A NECESSIDADE DO ESTUDO


Os livros espíritas são degraus que oferecem acesso à luz do conhecimento maior “(…) Espíritas, instruí-vos…” - O Espírito de Verdade (1)

O verbo “estudar” é o mais conjugado por todos os Instrutores Espirituais a começar pelo Espírito de Verdade.

Em “O Livro dos Espíritos” q. 780, os Benfeitores Amigos afirmam que o progresso moral vem a reboque do progresso intelectual. Sem o estudo, como lograr esses dois tipos de progresso?!

É pelo estudo da Doutrina Espírita que descobrimos que a causa de todos os males da humanidade se apoia nos pilares do orgulho e do egoísmo; e é também pelo autoconhecimento que podemos estabelecer uma programação de melhoria íntima gradual.

A Codificação Espírita, juntamente com as excelentes obras que lhe são subsidiárias, tais as da lavra de Léon Denis, André Luiz, Emmanuel, Yvonne Pereira, Camilo, Irmão José, Joanna de Ângelis, Amélia Rodrigues, Manoel Philomeno de Miranda, Vianna de Carvalho etc…, constituem o imbatível cardápio de luz com o qual podemos alimentar o Espírito, facultando-lhe o conhecimento emancipador…

O Espiritismo oferece-nos “a chave para compreendermos tudo de maneira fácil”, e em “espírito e verdade” especialmente os ensinamentos de Jesus.

No livro: “Atualidade do pensamento Espírita”, (LEAL), Vianna de Carvalho, através da mediunidade de Divaldo Franco, esclarece: “(…) o conhecimento elevado sempre liberta o Espírito de suas paixões perturbadoras. Assim, quando os postulados espiritistas forem conhecidos e vividos, haverá uma radical mudança de comportamento em todas as áreas do pensamento e do relacionamento interpessoal, tempo em que o amor vicejará forte nos corações, banindo em definitivo, da Terra, os terríveis monstros do egoísmo, da guerra, da desolação, da infelicidade. (…) Quanto mais instruções recebermos, melhores possibilidades haverão para compreendermos os objetivos essenciais da existência e a finalidade da nossa jornada terrena”.

A ancestral e, entre nós, pouquíssimo conhecida cultura árabe compara todo livro a um degrau. Sendo que o bom livro é um degrau que nos leva para cima, na direção dos arejados proscênios de luz; o mau livro é um degrau que nos leva para os baixios pantanosos, para os pestilentos marnéis existenciais.

Portanto, não fica difícil deduzir que tipos de degraus são aqueles que apontamos acima e para onde devem nos levar… Assim, se desejamos – verdadeiramente – nos modificarmos, construindo um futuro espiritual melhor, devemos nos empenhar em estudar e conhecer a bibliografia espiritista, verdadeiros degraus de luz, a começar pela Codificação Espírita. Ali vamos encontrar explicações filosóficas, com embasamento científico e consequências religiosas. Destarte descobriremos novos caminhos, novos posicionamentos, nova compreensão que, por certo, modificarão a nossa forma de pensar, de ver, de falar e de agir… É o progresso intelectual engendrando o progresso moral, constituindo-se ambos os fatores que impulsionarão a nossa definitiva emancipação espiritual.

O Espírito de Verdade não aconselharia a “instrução”, se tal não fosse essencial para o nosso progresso.

Portanto, tenhamos o gosto pela leitura e dirijamo-nos – perseverante e obstinadamente – às searas dos estudos que nos ensejarão o conhecimento alforriador, conhecimento esse que, por sua vez, nos livrará da ignorância ancestral que tanto prejuízo tem causado à nossa economia espiritual.

Rogério Coelho
Fonte:
Agenda Espírita Brasil

Referências:

(1) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 125.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, cap. VI, item 5.


14 junho 2022

Perdoa-me, Senhor, porque errei! - Maria Lúcia Garbini Gonçalves



PERDOA-ME, SENHOR, PORQUE ERREI!

Esta rogativa do título deste ensaio encontra-se em o E.S.E., item 6 no capítulo 5: “Bem-aventurados os aflitos”. É o que os Espíritos Superiores sugerem que roguemos a Deus toda a vez em que vivenciamos as vicissitudes da vida. “O homem que pratica o mal nem sempre é totalmente punido em sua existência atual, porém, ele nunca escapará às consequências de suas faltas. A prosperidade do mal é apenas momentânea, porque se ele não for punido hoje, certamente, o será amanhã. Assim, a infelicidade, que à primeira vista nos parece imerecida, tem uma razão de ser. Aquele que sofre, está resgatando os erros que cometeu no passado e sempre poderá dizer: Perdoa-me, Senhor, porque errei.”

Não é novidade que o ser humano é imperfeito; desde que nascemos escutamos isso, pois errar é natural num planeta em Provas e Expiações, conforme nos é explicado na Codificação Espírita. O que o Espiritismo também nos ensina é como enfrentar as consequências de nossos erros pretéritos naturalmente e com responsabilidade.

É muito comum, mesmo sendo espírita, sentirmo-nos como que vítimas da vida, queixando-nos dos problemas de saúde ou de outras espécies, mas convém lembrarmos que somos os únicos responsáveis por eles, e que dói menos se admitirmos isso e pedirmos perdão pela nossas faltas geradoras deles.

Essa atitude de humildade gera uma sensação libertadora, nos propiciando um estado de mais paz no coração, pois estamos aceitando a expiação que as Leis da vida nos impõem como um belo aprendizado. E, além do quê, estamos num processo de recuperação de nosso perispírito e que se bem aproveitado, não mais teremos que vivenciá-lo.

Poderíamos até ajudar nossos familiares que também sofrem, rogando a Deus que os perdoe pelo erro que cometeram. Seria muito difícil sugerir para uma criança, ou para um adulto não espírita, que rogue a Deus perdão pelo seu sofrimento, mas podemos usar do remédio da oração por eles. Aliás, foi o que Jesus fez por todos nós quando na cruz rogou ao Pai que nos perdoasse porque não sabíamos o que fazíamos. Que lindo ato de Jesus! Quanto mais entendemos das lições que Ele nos deixou, mais compreendemos a Sua grandeza e a nossa ignorância.

Jesus também nos faz entender a importância de pedirmos perdão por nossos erros, bem como a perdoar ao próximo, na própria oração dominical que Ele nos ensinou, o “O Pai Nosso”. Essa magnífica oração é um pequeno resumo da atitude que temos que ter sempre em mente para o nosso progresso espiritual. No capítulo 28 de O.E.S.E, os Espíritos apresentam a sua interpretação de maneira clara e didática.

Ainda em o E.S.E, mas no capítulo 11, intitulado “Amar ao próximo como a si mesmo”, item 13, “A fé e a Caridade”, um Espírito protetor aconselha-nos: “Para ser cristão, na sociedade atual, não é mais necessário o sacrifício do mártir, nem o sacrifício da própria vida, mas simplesmente, o sacrifício do egoísmo, do orgulho e da vaidade. Vocês serão vencedores, se forem inspirados pela caridade e sustentados pela fé.”

É maravilhoso ver que nas obras da Codificação Espírita tudo se encaixa numa espetacular coerência e harmonia. Quando pedimos perdão a cada sofrimento que passamos na vida, estamos combatendo o orgulho e a vaidade, porque nos reconhecemos errados. Quando pedimos perdão pelos irmãos pecadores estamos enviando vibrações benéficas a eles, logo, estamos combatendo o egoísmo e sendo caridosos. E como os efeitos de nossas boas ações, pela Lei da Causa e Efeito, será o bem que naturalmente retorna para nós, a nossa fé tende a ser reforçada.

Então, que Deus nos ajude, a lembrar dessa preciosa lição de Jesus a todo sofrimento que tivermos daqui por diante.

Maria Lúcia Garbini Gonçalves
Fonte:
Agenda Espírita Brasil

13 junho 2022

Na rota construtiva do espírito - Leonardo Arruda

 



NA ROTA CONSTRUTIVA DO ESPÍRITO

Na rota construtiva do espírito, a todo instante somos chamados a experimentar situações que parecem injustas. São momentos que diante da nossa infantilidade espiritual, transformam-se em pensamentos devastadores a alimentar sentimentos como tristeza, raiva, medo, hostilidade, desespero, frustração, ódio, dentre outros que ganham força diante da limitada visão que temos de nossos deveres como espírito.

As tentações nos convidam a todo instante a vivermos pelos prazeres momentâneos, buscando por aprovação e aplausos no mundo. Por isso, importante se faz a coragem afim de compreender que a terra não é um local de prazeres eternos mas sim uma escola bendita que nos fornece o conhecimento necessário ao progresso espiritual.

Como apresentado na questão 115 de O Livro dos Espíritos, o avanço é um movimento inevitável ao espírito, porém o grande desafio se faz progredir de forma consciente a compreender que vivemos as sementes plantadas no passado e somos convidados diariamente ao cultivo do hoje para a vivência saudável do amanhã.

Saibamos confiar em Deus e nos instrutores que tem nos ofertado o caminho, aceitando as horas difíceis com a resignação e a paz do aluno honesto, que dá o melhor de si no estudo teórico e prático das lições da vida, de modo a compreender de consciência tranquila os desígnios do Pai.

A aceitação e a coragem serão sempre a metade da solução de qualquer dos problemas que por ventura bata a nossa porta. Saibamos diante das dificuldades do cotidiano, exercer a paciência, não apenas em favor e auxílio dos outros, mas principalmente a favor de nós mesmos.


Leonardo Arruda
Fonte:
Agenda Espírita Brasil

12 junho 2022

Sê fiel até o fim - Divaldo Pereira Franco


SÊ FIEL ATÉ O FIM

Todo ideal e compromisso afetivo deve sustentar-se na fidelidade.

A faculdade de ser fiel às determinações da vida constitui um relevante significado de dignidade moral.

À medida que o ser humano se ilustra e supera a ignorância, mais percebe a grandeza da lealdade naquilo em que se fixa, assim como naqueles que participam dos seus objetivos humanos.

Muitas vezes, o indivíduo não tem ideia da contribuição que pode oferecer e que, infelizmente, escasseia na convivência social.

Enquanto os ideais são novos e ainda não foram defrontadas as naturais dificuldades para realizar o empreendimento, parece fácil a afinidade entre as pessoas que tomam parte no projeto. À medida, porém, que o tempo avança, surgem os conflitos no relacionamento, suspeitas infundadas e, quando mais tarde ocorre alguma ruptura, aparecem as embaraçosas situações da inimizade com todas as suas consequências malévolas.

Conversações e comentários, que antes sustentavam a amizade, tornam-se armas utilizadas com o objetivo de difamação, de acusações injustificáveis e de maledicência perversa, que não raro se transformam em calúnias infelizes.

Há um ditado popular que assevera: Os ouvidos que escutam hoje serão a boca da acusação mais tarde.

Dessa forma, torna-se necessário ser prudente na amizade, evitando os arroubos das confidências e narrações indevidas, mesmo porque a censura destrutiva é veneno letal nas atividades humanas.

É curioso notar como as paixões de baixo nível, agasalhadas no sentimento humano, são sensíveis e estão sempre em vigília, desbordando a qualquer sinal de desconforto, de desconfiança, de desagrado.

Casais que se entendiam antes, com afeto legítimo, não suportam qualquer ocorrência que seja desagradável, culminando em crimes hediondos, quando contrariados.

Afetos filiais e paternais na infância e/ou na adolescência desdobram-se em ódios ferrenhos, quando se sentem atingidos por legítimas ou falsas ideias, e amigos que chegam ao homicídio, por pequenezes ridículas, que antes seriam motivo de zombaria...

Empresas que se destroem, porque a ganância de um é mais forte do que a do outro, seu sócio, lentamente transformado em competidor...

Os indivíduos vivem em competição, quando seria ideal viverem em cooperação, ajudando-se reciprocamente. O problema de alguém se tornaria também do grupo em que respira, dividindo-se responsabilidades, por ter a confiança que ninguém lhe tomaria o lugar ou o sobrecarregaria com o objetivo de destruí-lo.

Foi pensando nessa fidelidade que Jesus, ao divulgar a Sua mensagem de amor, propôs: Sê fiel até o fim.

Significa estar ao lado especialmente nas situações mais deploráveis e infelizes, quando, realmente, necessita-se do amigo.

Divaldo Pereira Franco
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 02/06/22


11 junho 2022

“Perca total” e “Nóis vamo” – Não se preocupe com as deturpações - Orson Peter Carrara


"PERCA TOTAL" E "NÓIS VAMO" 
NÃO SE PREOCUPE COM AS DETURPAÇÕES

Nossa língua portuguesa sofre permanentes deturpações, tanto na fala incorreta como na escrita que está sujeita desde os erros de digitação ou na escrita totalmente deformada e mesmo nas abreviaturas que a virtualidade provocou, com grande prejuízo no idioma. Os dois exemplos no título pouco representam diante das constantes agressões ao idioma, sua grafia e uso corrente na comunicação. Mas não se preocupe. A ideia geral, da origem correta, esta permanece, apesar do uso indevido. Ele, o idioma, é inatacável em sua grandeza e será assimilado devidamente no tempo por todos nós. Aliás, no exemplo do título, destaque-se o correto: Perda total e Nós vamos.

O mesmo raciocínio pode ser aplicado às deturpações variadas em uso no movimento espírita, em desrespeito à Codificação do Espiritismo, oriunda da lucidez de Allan Kardec. Fruto de interpretações equivocadas, mal entendimento, fascinações, personalismos e mesmo ignorância de seus princípios, encontra-se todo tipo de adulteração ou tentativas e práticas equivocadas, deturpadas e precipitadas no trato com o impecável texto original de toda a obra de Kardec, especialmente em se tratando de mediunidade (inclua-se todo o desdobramento daí advindo), reencarnação, mundos habitados e outras preciosas orientações.

Considere-se, entretanto, que a ideia geral dos princípios fundamentais permanece inatacável. Os detalhes das interpretações, entendimento e usos é que sofrem a natural influência de nossas bagagens ainda medíocres e nem sempre bem direcionadas, em virtude das mazelas que ainda carregamos conosco. De uma forma ou outra, todavia, a assimilação vai se dando, consolando ainda que com equívocos, esclarecendo ainda que precariamente, orientando ainda que com deturpações. E todos assimilarão no devido tempo porque não há como alterar ou deturpar o que é da própria Lei e da própria natureza. O entendimento é que vai evoluindo.

Todos chegaremos à compreensão real da verdade. Os caminhos podem ser diferentes, e todos eles têm sua utilidade. Não nos preocupemos e nem nos desgastemos com as deturpações que vamos observando, pois é um processo natural de crescimento e entendimento. Mas, cumpramos com o nosso dever: estudar a Doutrina Espírita, com afinco e reflexão, vencendo nossas próprias opiniões pessoais – sempre precárias e limitadas – e apresentando a Doutrina Espírita como ela, íntegra e racional, em seu prioritário objetivo: nossa melhora moral.

Orson Peter Carrara
Fonte: Agenda Espírita Brasil

10 junho 2022

Aqui se faz, Aqui se paga - Nilton Moreira


AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA


É comum ouvirmos a expressão de “o que aqui se faz, aqui se paga”, máxima condicionada em razão de vermos todos os dias a maldade estampada nos mais diversos recantos do mundo. Devemos considerar que existem dois aspectos do “aqui se faz, aqui se paga”. Um considera-se que ao praticarmos maldade vamos ser punidos ao longo dos anos de vida, seja pela justiça comum ou por acontecimento de ordem Divina que nos alcançará.

O outro aspecto, segundo variante maior de pessoas é que ao praticar-se um mal poderemos pagar também em vidas futuras, embora tenha pessoas que acredita não existir vidas futuras e sim um juízo final, que ensejará benesses com ida para o céu ou choro e ranger de dentes no inferno.

Para os materialistas não tem muito sentido o dizer “o que aqui se faz, aqui se paga”, pois não acreditam em punição através da justiça Divina, não acreditam em um Ser Superior a eles e que o sofrer é fruto do acaso. Não acreditam em vida após o passamento, e que estão abandonados aqui no Planeta.

O mais lógico é que pagamos nossos erros já nesta vida, se isso for possível, pois do contrário geraremos resgate em próximas existências. Isso vemos todos os dias quando nos deparamos com pessoas que já nascem com certas dificuldades em discrepância com outras que já chegam ao mundo com tudo pronto. Não passam sacrifícios no que diz respeito principalmente a recursos materiais.

Para quem acredita em uma só vida não consegue explicar por exemplo porque uns nascem na miséria e outros na opulência, já que o acaso não existe. Seria Deus injusto então?

Mas tem maldades que em razão de serem complexas e graves não são possíveis serem pagas nesta vida e nem em apenas uma vida futura, sendo portanto necessário várias reencarnações.

Em razão de voltarmos a viver no mesmo planeta em vidas futuras, e assim nos reencontrarmos com pessoas que já convivemos, fica simples adequar a frase “aqui se faz, aqui se paga”, já que só vamos sair da Terra após saudarmos todas nossas dívidas, que pode até demorar, mas que sairemos deste planeta em melhores condições do que aqui chegamos, isso é uma realidade.

É fundamental que antes que pratiquemos um mal, saibamos que haveremos de ter uma colheita a altura de nosso plantio! Não escapamos da Justiça Divina, e não devemos nos fixar na alegoria de juízo final com consequência do celestial ou do fogo eterno.

Devemos sim pensar na Lei de ação e reação. Isso traduz “aqui se faz, aqui se paga”.


Nilton Moreira
Artigo da Semana - Estrada Iluminada
Fonte: Espirit Book


09 junho 2022

Quando surgem os imprevistos... - Momento Espírita



QUANDO SURGEM OS IMPREVISTOS...

Luiz e sua família programaram uma viagem de férias para a praia.

A família se reuniu, mais de uma vez, consultando as tantas opções de passeios.

Divertiram-se escolhendo uma praia maravilhosa: dias junto ao mar, andando na areia, tomando água de coco...

Foram planejados os mínimos detalhes para usufruírem de todos os lindos dias de sol e calor.

A data da viagem foi se aproximando e o entusiasmo crescendo.

Finalmente, chegou o dia! A família alcançou seu destino. A praia era realmente linda, conforme tinham visto nos folhetos de viagem.

Na primeira manhã, o dia amanheceu com muita chuva, vento e frio.

Podemos pensar que a família desanimou e começou a se lamentar: Por que a chuva hoje? Não poderia ter chovido na semana passada? Por que estragar toda nossa programação? E agora?

Mas, não foi assim que eles se comportaram.

Estavam tão dispostos a aproveitar a viagem em família que não perderam tempo. Decidiram fazer novos planos.

Na pesquisa na internet, descobriram várias outras opções de passeios.

A primeira, a ida a um interessante museu. Depois, aulas de cerâmica típica, ministradas por morador da localidade. Também, descobriram um mercado municipal com várias comidas tradicionais...

Dessa forma, o passeio continuou agradável e todos aproveitaram a feliz convivência, naqueles dias de férias, apesar da chuva, dos ventos, do frio.

* * *

Quantas vezes ocorrem imprevistos em nossas vidas?

Podemos cair no abismo infindável das lamentações. Podemos encontrar alguém para culpar pelo que acontece.

Isso nos deixará ainda mais arrasados, irritados. E os primeiros a sofrer por causa disso, seremos nós mesmos.

A lamentação somente nos levará a perder tempo e energia, não resolvendo nenhuma dificuldade.

E poderá, ainda, nos criar alguns problemas de saúde, enquanto literalmente, estragamos nosso dia. Por vezes, dos que nos estão próximos, também.

Se preferirmos, podemos contornar o problema e procurar solucioná-lo, sem nos estressarmos e sem acusar ninguém.

Podemos encarar os imprevistos como fazendo parte do mundo em que vivemos.

Em vez de lamúrias, uma atitude ativa, para encontrar soluções.

A vida é dinâmica e não temos o controle de tudo. As situações fortuitas acontecem.

A sabedoria está em encararmos tudo com disposição de quem deseja acertar, encontrar outro caminho, solucionar, ao menos em parte, o inconveniente.

A escolha é nossa de como lidar com os imprevistos da vida.

Buscar as melhores alternativas para situações inesperadas que nos alcancem e olhar para elas como oportunidades de aprendizado.

Talvez, nossos planejamentos devam contemplar mais alguns itens, além daqueles de que nos servimos para essa circunstância.

Com certeza, não é fácil lidar com as frustrações, mas é através do domínio de nossas emoções que podemos crescer e nos fortalecer moralmente.

Finalmente, conscientes dos nossos limites, entreguemo-nos a Deus e O busquemos, através da oração, sempre que nos sintamos incapazes de superar os impedimentos.

Redação do Momento Espírita, com base no vídeo Encarar os imprevistos, de Lufe Gomes e no cap. 27, do livro Momentos de decisão, pelo Espírito Marco Prisco, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.