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31 março 2013

Reflexão sobre a Semana Santa - Mauro

 

 

REFLEXÃO SOBRE A SEMANA SANTA

 

A Igreja Romana designou a semana santa, rememorando os últimos passos do mestre Jesus em Jerusalém, desde a sua entrada triunfal, no domingo de ramos, até sua morte, na sexta-feira, e a ressurreição, no domingo de Páscoa, mas muitos tem desvirtuado o verdadeiro sentido de tal período, fazendo do mesmo um momento de comemoração, quando na verdade, tal data deveria servir como um momento de reflexão, pois o símbolo vivo da vida foi martirizado em prol da humanidade, e no entanto, a maioria tem se utilizado desses dias somente como mais uma oportunidade para saciar seus desejos materialistas, e viajarem para lugares inóspitos ou frívolos em busca do prazer fácil, da alcoolatria , do sensualismo e do sexualismo, esquecendo a sacralidade que a data representa para todas as religiões Cristãs.


Não se deve ocorrer comemoração nesta data, deve haver reflexão na morte do mestre que abriu as portas para a vida além da vida.

Reflexão sobre as responsabilidades de cada um na árdua tarefa terrena, reflexão sobre as fraquezas e defeitos que assolam as almas do mundo, partindo de si próprio.

É pedante a irresponsabilidade humana, mesmo com os avisos da espiritualidade.

E necessário mudar, é necessário conscientizar cada um de suas tarefas, embora o embotamento moral,nesse momento pelo qual a humanidade passa, ainda não permita muitas expectativas,mas a evolução flui e nada pode impedi-la, ademais, Deus e o mestre Jesus ainda se encontram,hodiernamente, em planos acessórios no seio da consciência da humanidade, a espiritualização ainda não se encontra entre as prioridades humanas, pois o homo sapiens ,se encontra ainda com as suas mentes afundadas no pântano do materialismo, dessa forma as consequências de tais atitudes refletirão nas gerações vindouras, de maneira lastimável, se não houver mudança urgente, e os corações humanos não forem tocados pelo Evangelho Cristão.

Somente uma minoria, habitante do orbe terreno, tem representado e tem dado ao Espírito o significado que lhe cabe dentro do planejamento e da organização Divina, a esses seareiros a tarefa é árdua, mas dignificante e prazerosa, pois, para eles é preparado o banquete Divino, cada um receberá o pagamento multiplicado em progressão geométrica, pelos atos no bem que praticarem em prol da humanidade, pois a misericórdia e a generosidade Divinas são imensuráveis para aqueles que trabalham no bem e pelo bem do planeta e do próximo.

No entanto, muita dor e sofrimento advirá para aqueles que relutam em assumir sua charrua e seus postos planejados anteriormente nas hostes Divinais, dores essas,causadas pela negligência, pela insensatez, pela covardia e pela própria sombra que recobre cada alma que se desvia do caminho.

Avisos são dados, mas são ignorados, chamadas são feitas, mas não são ouvidas, o que se pode fazer mais???

Assim venho, mais uma vez, vos alertar para que contribuam com Jesus e consequentemente consigo mesmos, pois, caso não façam as suas atribuições e cumpram seus compromissos para com a espiritualidade voluntariamente, cada um, segundo seu merecimento, sofrerá as consequências da lei de ação e reação e “haverá prantos e ranger de dentes” como está descrito no Evangelho Cristão.

Mais uma vez deixo a vós, a nossa palavra, para reflexão, nessa Semana Santa, que cada vez mais, só se afigura “Santa” no nome, e que sirva para a apreciação e reflexão do grupo e da comunidade espírita que faz parte dessa singela casa de oração.

Cordiais Abraços

Mauro(Espírito)

Psicografado no Centro Espírita Francisco de Assis – Jussara-Go na data de 05 de abril de 2012

 

30 março 2013

Visão da Vida - Joanna de Ângelis

 

VISÃO DA VIDA

Para quem da vida apenas vê o lado material, a sofreguidão pela conquista dos bens terrenos e a inquietação ante os problemas constituem razões prioritárias.

Colocando na morte o termo da vida, todas as cogitações transitam no círculo estreito dos interesses imediatos, sem encontrar motivação para mais amplos e audaciosos vôos do pensamento.

Em decorrência, os interesses giram no estreito espaço das paixões dissolventes e inquietantes.

Todas são questões de efêmera duração, pela própria conjuntura em que se situam.

A dor, os problemas, em tais casos se apresentam como desgraças.

Os caprichos não atendidos e os desejos não supridos tornam-se razão de desdita e loucura.

É muito diminuta a visão da vida sob a colocação da realidade corporal.

Quando o homem considera a vida uma oportunidade valiosa de crescimento moral e de conquista dos valores eternos, bem diversas são as colocações filosóficas em que se movimenta.

Os sofrimentos adquirem um significado próprio dos quais retira valiosos recursos de paz e temperança para uma vivência útil.

O fardo dos problemas se dilui ante uma atitude correta de considerar as dificuldades e sublevá-las, solucionando cada uma conforme esta se apresente.

Advém, então, um natural desapego aos bens físicos, por entender quão transitória é a posse e como varia de mãos em breve tempo...

Um sentimento de solidariedade espontânea toma corpo nas atitudes, propiciando alegria de servir e, ao mesmo tempo, dilatando os objetivos do existir.

Evite impressionares-te em excesso com as posições breves da pobreza e da fortuna, da saúde e da enfermidade, da juventude e da velhice...

Considera a vida sob o ponto de vista global - no corpo e fora dele -, assim adquirindo harmonia íntima e real visão das suas finalidades.

Atribui a cada fato, acontecimento, questão, o valor que realmente mereça, tendo em vista a curta duração do corpo e a destinação do Espírito.

Descobrirás, então, como agir e superar os limites, seguindo, tranqüilo, na direção do destino ideal.


Livro: Alerta
Espírito de Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo P. Franco

29 março 2013

Doenças da Alma - Emmanuel

 

DOENÇAS DA ALMA

Na forja moral da luta em que temperas o caráter e purificas o sentimento, é possível acredites estejas sempre no trato de pessoas normais, simplesmente porque se mostrem com a ficha de sanidade física. 

Entretanto, é preciso lembrar que as moléstias do espírito também se contam. 

O companheiro que te fala, aparentemente tranqüilo, talvez guarde no peito a lâmina esbraseada de terrível desilusão. 

A irmã que te recebe, sorrindo, provavelmente carrega o coração ensopado de lágrimas. 

Surpreendeste amigos de olhos calmos e frases doces, dando-te a impressão de controle perfeito, que soubeste, mais tarde, estarem caminhando na direção da loucura. 

Enxergaste outros, promovendo festas e estadeando poder, a escorregarem, logo após, no engodo da delinqüência. 

É que as enfermidades do espírito atormentavam as forças da criatura, em processos de corrosão inacessíveis à diagnose terrestre.
Aqui, o egoísmo sombreia a visão; ali, o ódio empeçonha o cérebro; acolá, o desespero materializa fantasmas; adiante, o ciúme converte a palavra em látego de morte... 

Não observes o semelhante pelo caleidoscópio das aparências. 

É necessário reconhecer que todos nós, espíritos encarnados e desencarnados em serviço na Terra, ante o volume dos débitos que contraímos nas existências passadas, somos doentes em laboriosa restauração. 

O mundo não é apenas a escola, mas também o hospital em que sanamos desequilíbrios recidivantes, nas reencarnações regenerativas, através do sofrimento e do suor, a funcionarem por medicação compulsória. 

Deixa, assim, que a compaixão retifique em ti próprio os velhos males que toleras nos outros. 

Se alguém te fere ou desgosta, debita-lhe o gesto menos feliz à conta da moléstia obscura de que ainda se faz portador. 

Se cada pessoa ofendida pudesse ouvir a voz inarticulada do Céu, no instante em que se vê golpeada, escutaria, de pronto, o apelo da Misericórdia Divina: 

“Compadece-te”. 

Todos somos enfermos pedindo alta. 

Compadeçamo-nos uns dos outros, a fim de que saibamos auxiliar.

E mesmo que te vejas na obrigação de corrigir alguém — pelas reações dolorosas das doenças da alma que ainda trazemos —, compadece-te mil vezes antes de examinar uma só. 

Espírito de Emmanuel
Médium:Francisco Cândido Xavier 

28 março 2013

Ser Feliz - Hammed

  SER FELIZ

(Capítulo 5, item 20.)


“... Assim, pois, aqueles que pregam ser a Terra a única morada do homem, e que só nela, e numa só existên­cia, lhe é permitido atingir o mais alto grau das felicidades que a sua natureza comporta, iludem-se e enganam aqueles que os escutam...”

As estradas que nos levam à felicidade fazem parte de um método gradual de crescimento íntimo cuja prática só pode ser exercitada pausadamente, pois a verdadeira fórmula da felicidade é a realização de um constante trabalho interior.

Ser feliz não é uma questão de circunstância, de estarmos sozinhos ou acompanhados pelos outros, porém de uma atitude comportamental em face das tarefas que viemos desempenhar na Terra.

Nosso principal objetivo é progredir espiritualmente e, ao mesmo tempo, tomar consciência de que os momentos felizes ou infelizes de nossa vida são o resultado direto de atitudes distorcidas ou não, vivenciadas ao longo do nosso caminho.

No entanto, por acreditarmos que cabe unicamente a nós a responsabilidade pela felicidade dos outros, acabamos nos esquecendo de nós mesmos. Como conseqüência, não ad­ministramos, não dirigimos e não conduzimos nossos próprios passos. Tomamos como jugo deveres que não são nossos e assumimos compromissos que pertencem ao livre-arbítrio dos outros. O nosso erro começa quando zelamos pelas outras pes­soas e as protegemos, deixando de segurar as rédeas de nossas decisões e de nossos caminhos.

Construímos castelos no ar, sonhamos e sonhamos irrealidades, convertemos em mito a verdade e, por entre ilusões românticas, investimos toda a nossa felicidade em relacionamentos cheios de expectativas coloridas, condenando-nos sempre a decepções crônicas.

Ninguém pode nos fazer felizes ou infelizes, somente nós mesmos é que regemos o nosso destino. Assim sendo, sucessos ou fracassos são subprodutos de nossas atitudes construtivas ou destrutivas.

A destinação do ser humano é ser feliz, pois todos fomos criados para desfrutar a felicidade como efetivo patrimônio e direito natural.

O ser psicológico está fadado a uma realização de plena alegria, mas por enquanto a completa satisfação é de poucos, ou seja, somente daqueles que já descobriram que não é necessário compreender como os outros percebem a vida, mas sim como nós a percebemos, conscientizando-nos de que cada criatura tem uma maneira única de ser feliz. Para sentir as primeiras ondas do gosto de viver, basta aceitar que cada ser humano tem um ponto de vista que é válido, conforme sua idade espiritual.

Para ser feliz, basta entender que a felicidade dos outros é também a nossa felicidade, porque todos somos filhos de Deus, estamos todos sob a Proteção Divina e formamos um único re­banho, do qual, conforme as afirmações evangélicas, nenhuma ovelha se perderá.

É sempre fácil demais culparmos um cônjuge, um amigo ou uma situação pela insatisfação de nossa alma, porque pensa­mos que, se os outros se comportassem de acordo com nossos planos e objetivos, tudo seria invariavelmente perfeito. Esque­cemos, porém, que o controle absoluto sobre as criaturas não nos é vantajoso e nem mesmo possível. A felicidade dispensa rótulos, e nosso mundo seria mais repleto de momentos agradáveis se olhássemos as pessoas sem limitações preconceituosas, se a nossa forma de pensar ocorresse de modo independente e se avaliássemos cada indivíduo como uma pessoa singular e distinta.

Nossa felicidade baseia-se numa adaptação satisfatória à nossa vida social, familiar, psíquica e espiritual, bem como numa capacidade de ajustamento às diversas situações vivenciais.

Felicidade não é simplesmente a realização de todos os nossos desejos; é antes a noção de que podemos nos satisfazer com nossas reais possibilidades.

Em face de todas essas conjunturas e de outras tantas que não se fizeram objeto de nossas presentes reflexões, considera­mos que o trabalho interior que produz felicidade não é, obvia­mente, meta de uma curta etapa, mas um longo processo que levará muitas existências, através da Eternidade, nas muitas mo­radas da Casa do Pai.



Obra: Renovando Atitudes
Médium: Francisco do Espírito Santo Neto
Espírito Hammed


27 março 2013

Jesus e os Outros - Momento Espírita



JESUS E OUTROS
A Humanidade vive uma profunda crise ética.
As notícias publicadas nos mais diversos veículos de comunicação são desanimadoras.
A um olhar superficial, parece que o mal leva a palma do mundo.
A política afunda na corrupção.
A violência campeia solta pela sociedade.
A falta de pudor se afigura o signo das novas gerações.
A esperteza obtém mais resultados do que a lealdade.
A sonegação de tributos chega a ser apontada como legítima defesa.
Ante tanta sujeira e deslealdade, ser honesto parece algo exótico.
O homem menos refletido pode se perguntar:
"Compensa ser correto?
Em um mundo desonesto e envilecido, não seria melhor também tirar vantagem?"
Para ponderar sobre a questão, convém recordar as lições do Cristo.
Em determinada passagem do Evangelho, Pedro indaga ao Mestre a respeito do destino e das tarefas de outro discípulo.
Jesus, de forma bem significativa, responde:
"Que te importa a ti? Segue-Me tu."
A lição é clara. Cada qual somente é responsável por bem desempenhar seu papel no mundo.
Evidentemente, devemos nos auxiliar uns aos outros. Afinal, o Messias exortou-nos ao amor recíproco.
Contudo, cada um vive o seu momento peculiar.
Do mesmo modo que não é possível colher frutos antes do tempo, um homem não pode apresentar virtudes que ainda não desenvolveu.
Mas, a criatura comprometida com os valores cristãos, não pode utilizar a venalidade alheia como desculpa.
Quem já se conscientizou da importância da honestidade, tem o dever de ser estritamente leal, até às últimas conseqüências.
Jesus afirmou que a cada um será dado segundo suas obras.
Assim, não importa que os outros vivam iludidos. O compromisso do cristão é com a própria consciência.
A dignidade é uma recompensa em si mesma. Por incitar ao cumprimento dos deveres, ela propicia a paz íntima duradoura. Um tesouro que ninguém pode roubar.
Você não é responsável pelo mundo, mas responde por todos os seus atos.
O seu viver digno e ético certamente contribuirá para a construção de uma sociedade melhor.
Por outro lado, de que lhe adiantaria tentar viver adaptado a um mundo corrupto?
Você já anseia por outros valores.
A falta de pudor e de comedimento, de dignidade e de brios não mais combinam com você.
Além disso, ao final de sua vida, você certamente se arrependeria de não ter sido fiel aos seus mais puros anseios.
Viva, pois, com dignidade.
Ante a desonestidade e a indignidade, ofereça seu viver ilibado.
Preserve a pureza de seus atos, independentemente do que façam os outros.
Uma das virtudes a serem adquiridas pelo Espírito em sua jornada pela eternidade é a tolerância.
E onde é possível ser tolerante, senão no meio da ignorância?
Entre Espíritos puros, você não teria ensejo de conquistar essa qualidade.
Assim, considere a sua vida na Terra como uma luminosa oportunidade.
Conviva tranqüilamente entre os corruptos, sem se deixar iludir pela corrupção, sabendo que apenas lobos caem em armadilhas para lobos.
Perceba e tenha piedade dos erros alheios.
Mas, lembre que seu compromisso é com as Leis Divinas e com sua própria consciência.
Equipe de Redação do Momento Espírita

26 março 2013

Parábolas e Símbolos - Divaldo P.Franco


PARÁBOLAS E SÍMBOLOS


Pergunta-se, frequentemente, por qual razão falava Jesus por parábolas. 
 
A interrogação pode ser respondida após breve e cuidadosa reflexão. 
 
Desejando que a Sua mensagem ultrapassasse o tempo em que era enunciada e o lugar em que se fazia ouvida, não poderia ficar encerrada nas formulações verbais vigentes, pela pobreza da própria linguagem. 
 
Se assim fora, à medida que o tempo avançasse, ficaria superada em razão da maneira como fora formulada. 
 
Utilizando-se, porém, da parábola, do conhecimento dos símbolos, deu-lhe caráter de permanência em todas as épocas. 
 
A Semiótica ou disciplina que estuda os símbolos, demonstra a facilidade que os mesmos representam para o entendimento de tudo quanto é transcendental ou subjetivo, tornando-o de fácil identificação. Talvez o símbolo seja o recurso mais recurso de comunicação entre os seres humanos. 
 
Especialistas em paleontologia encontraram-nos gravados em cascas de ovos há mais de sessenta mil anos, o que confirma a sua perenidade. 
 
Todo símbolo reveste-se de um significado, não somente num como em todos os lugares, em qualquer idioma ou dialeto, facilitando o entendimento da sua representação. 
 
Demais, uma narrativa amena, em forma de parábola, facilmente é entendida, ao mesmo tempo, memorizada, e quando é narrada, embora se alterem as palavras, o símbolo nela incluído ressalta e preserva-lhe o significado. 
 
Convivendo com mentes pouco esclarecidas culturalmente, numa época de obscurantismo e de graves superstições, deveria superar os limites de então e coroar as futuras conquistas do conhecimento intelectual. 
 
Concomitantemente, o seu objetivo era o de insculpir o pensamento no imo das emoções, e as parábolas, por centrarem o seu significado nos símbolos, jamais seriam olvidadas ou adulteradas.
Caberia à psicologia do futuro penetrar nos arcanos do inconsciente humano, no qual se arquivam todos os acontecimentos e se transformam em símbolos, que se fazem decompostos à medida que são liberados em catarse espontânea...
Uma figueira brava e uma rede de pescar, uma pérola e uma semente de mostarda em qualquer idioma e em todas as épocas preservam a sua realidade, facilitando o entendimento da narrativa na qual comparecem. 
 
Desejando apresentar o reino dos Céus de forma inconfundível como deveria ser, totalmente desconhecido então, explicitado num símbolo adquiria fácil compreensão dos ouvintes e mais acessível assimilação emocional. 
 
A moderna psicologia analítica, assim como a psicanálise penetram nos símbolos para interpretar os arquétipos, as heranças ancestrais, os mitos e contos de fadas, que se encontram arquivados nos recessos profundos do inconsciente humano. 
 
Recorrem aos sonhos e às associações, para desvelar as imagens sombreadas e guardadas em símbolo que, interpretados, facultam trabalhar-se os conflitos, a fim de dilui-los. 
 
Jesus foi e permanece sendo o mais qualificado psicoterapeuta da Humanidade, antecipando as doutrinas psicológicas, a fim de iluminá-las quando surgisse.

 *   *   *

Todos os seres humanos têm no seu jornadear conflitos semelhantes aos do filho pródigo, que foge do lar, atraído pela ilusão do prazer e, tombando na realidade angustiante que desconhecia, retorna à segurança do pai generoso...
 
Como expressar em profundidade excepcional a lição do bom samaritano, propondo o amor ao inimigo em forma de caridade compassiva, senão conforme o fez Jesus? 
 
A reflexão em torno das virgens loucas, insensatas e das prudentes, que se preservaram, teoriza,  de forma segura, o significado da fidelidade ao dever de maneira muito especial. 
 
O pastor que vai em busca da ovelha extraviada, assim como a mulher que procura a dracma perdida, são especiais e inesquecíveis ensinamentos sobre a valorização e a dedicação pessoal. 
 
As extraordinárias imagens simbólicas de     que Ele se utilizou para ser compreendido e dizer da Sua grandeza sem autoencômios nem relevações desnecessárias, refletem-Lhe a sabedoria:
- Eu sou a luz do mundo...
- Eu sou a porta das ovelhas...
- Eu sou o caminho, a verdade e a vida...
- Eu sou o pão da vida...
- Eu sou a videira...
-Aquele que beber da água que eu lhe der...
 
Nas admoestações, os Seus célebres ais ainda convidam à meditação:
- Ai de vós os ricos!...
-Ai de ti Corazim! Ai de ti Betsaida!...
-Ai do homem pelo qual vem o escândalo...
-Ai de vós escribas e fariseus...
-Ai de vós, porque sois semelhantes aos túmulos...
 
Não menos enriquecedores são os postulados de amor e de promessa de plenitude em favor daqueles que Lhe forem fiéis:
- O que fizerdes a um destes em meu nome...
- Eu vos apresentarei a Meu Pai...
-Eu vos mando como ovelhas mansas...
-Eu os aliviarei...
 
As canções de exaltação penetram, ainda hoje, a acústica de todas as almas, que Lhe ouvem os enunciados incomparáveis:
- Um homem tinha dois devedores...
- Ide convidar os estropiados, os excluídos, os infelizes...
- O Reino dos Céus é semelhante a um homem que...
-Eu estarei convosco para sempre...
*   *   *
As suaves parábolas de Jesus são o coroamento melódico da sinfonia das bem-aventuranças que a Humanidade jamais olvidará.
Todos os seres humanos estão incluídos no sermão do monte, quando o amor se transforma na fonte inexaurível da trajetória evolutiva dos Espíritos. 
 
Por fim, Ele exclamou:
- O Reino dos Céus está dentro de vós...
Exultai!
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na reunião mediúnica de 6 de novembro de 2012, no Centro Espírita  Caminho da
Redenção, em Salvador, Bahia.




25 março 2013

As Bênçãos da Argumentação - Miramez


As Bênçãos da Argumentação

O desenvolvimento intelectual oferece riqueza de argumentação valiosa à alma que se instrui; não obstante sem a harmonia procedente da educação evangélica, essa argumentação pode ser destrutiva. Compete a quem ouve, se pretende ficar ouvindo, selecionar, com apurada atenção, para não ingerir, pelo entendimento, as coisas impuras ao seu paladar espiritual.

Tem muito cuidado para que de ti não partam escândalos de julgamento. Não julgues os outros pelo que ouvires deles, pois esse não é o teu serviço. O intercâmbio com as pessoas deve servir-te de lição individual. Se a tua boca reproduzir o que escutastes dos teus companheiros e sendo assuntos indignos de menção,  atrairás ondas vibratórias de magnetismo inferior da mesma qualidade do primeiro emissor e ficarás revestido com os mesmos sentimentos decadentes, de natureza viscosa de difícil limpeza, no seu corpo espiritual e orgânico.

A nossa aura se ilumina ou se escurece em variadas expressões, de conformidade com os nossos sentimentos. Quando pensamos e falamos, nós refletimos o que somos no espelho vivo dessa energia que nos circunda. Não penses que quando falares a uma pessoa em particular, estás envolvendo somente ela com a tua palavra e sugestão. Forcas sutis, independentes do teu controle, correm pelos fios invisíveis, ligando-te aos familiares ou almas da mesma estação evolutiva em que estás, amigos ou simpatizantes, associados na mesma ideia, beneficiando-os ou atormentando-os. Vê o mal ou o bem que podes fazer, que está em teu poder para ser entregue aos outos em nome de Deus, pela tua boca. Observemos o capítulo dezesseis, versículo trinta e dois, de Atos dos Apóstolos. Na sutileza dos escritos, poderemos assimilar esta verdade mencionada: “E lhe pregaram a palavra de Deus, e a todos de sua casa”.

Todas as argumentações de Jesus Cristo são, por excelência, uma bênção. Os homens aprofundaram-se na ciência positiva, ou seja, palpável aos seus sentidos mais grosseiros e esqueceram-se, por enquanto, que a ciência verdadeira é a do Espírito. Jesus, quando conversava com uma pessoa cujo interesse era buscar n’Ele a saúde para alguns dos seus familiares, curava o enfermo à distância, pelos canais que acima registramos, pois os recursos do espírito vão muito além. Estamos no princípio do entendimento verdadeiro do poder da alma, quando ela está liberta e se compenetrou da grande arte espiritual de viver bem.

Quem sabe pensar, enriquecendo suas ideias com os sentimentos superiores, e fala com educação e sabedoria, não tem necessidade de buscar algo em alguma parte, porque dentro dele existe tudo. Basta, para tanto, apenas uma ordem: “faze isso”, e tudo será feito.

Quem ler estas mensagens apressadamente, e não tiver contato com outras do mesmo nível argumentativo, poderá achá-las envolvidas em promessas, sem as devidas constatações. Porém, essa não é a verdade e já existem na Terra muitas criaturas que vivem, pensam e agem na dimensão que ora afirmamos. E muitos deles estão disfarçados, em posições humildes, sem pretensão de se fazerem conhecidos. Sê proveitoso no falar, porque a palavra é o teu instrumento: Trabalha falando, trabalha corrigindo, trabalha enriquecendo, trabalha analisando, trabalha doando, trabalha elevando, trabalha multiplicando a fé, falando bem.

Estarás dizendo, a partir daí, onde já chegaste com Jesus. Trabalhando e corrigindo as tuas próprias deficiências, mostrarás o amor que tens por todos. Laborando no enriquecimento dos valores imortais da vida, estarás provando que não esqueceste de duplicar os talentos que Deus te deu. Reforçando a análise dos outros e de ti mesmo, no silêncio do coração, engrandecer-te-ão na humildade. Trabalhando na operação universal com o Cristo, doarás sempre. E quando elevares o trabalho acima de todas as exigências, realmente multiplicarás a fé, germe divino que Deus colocou, com as suas próprias mãos, no terreno fértil dos sentimentos.

Estamos com pressa, vamos trabalhar com o Senhor!


Livro Horizontes da Fala, cap. 24, 
Espírito Miramez 
Psicografia de João Nunes Maia


24 março 2013

Posses - Momento Espírita

  
POSSES

O verdadeiro possuidor é sempre o melhor doador.

O que se tem, se deve. Quando se oferece, se possui.

Na contabilidade da vida, a verdadeira posse se apresenta como o bem que se oferta e proporciona alegria, ao invés de significar o recurso que se armazena, permanecendo inútil.

A verdadeira doação enriquece aquele que a faz, certamente beneficiando quem a recebe.

Convencionalmente, a pessoa que economiza e guarda valores amoedados torna-se rica. Quase sempre, porém, se amesquinha, apaixonando-se pelos haveres de que se faz prisioneira.

Há, em consequência, sistemas que se encarregam de amealhar e ensinar a poupar, gerando as cirandas de investimentos, que permitem conseguir lucros e vantagens.

Os que se tornam ricos dessa forma, vivem em constante ansiedade em relação às oscilações do câmbio, das bolsas, dos títulos, pobres de sentimentos elevados, vítimas da ganância financeira.

A riqueza, em si mesma, não é boa, nem é má, dependendo de quem a usa e de como é utilizada.

Com facilidade gera o apego e o medo de ser perdida.

Empobrece outros indivíduos, enquanto dorme nos cofres da avareza, permitindo que a miséria se generalize.

*   *   *

Aprendamos a repartir, a fim de melhor compartilharmos.
O que tenhamos passa, deixaremos de possuir em algum momento; mas, o que somos permanece, não se consome.

Reflitamos em torno da transitoriedade da existência física e compreenderemos quão urgente é aproveitá-la com sabedoria.

A sucessão inesgotável do tempo demonstra a fragilidade das coisas diante dele. Também demonstra que tudo quanto é terreno tende a se consumir, de forma lenta e progressiva.

Somente as conquistas intelecto-morais têm sabor de eternidade.

Desse modo, busquemos nos enriquecer de aquisições espirituais, que nos alargarão os horizontes do entendimento da vida, melhor apresentando-nos o significado e o objetivo da existência carnal.

Portadores de uma visão correta a respeito de como devamos proceder, iremos nos libertando de incontáveis fatores degenerativos de nossa personalidade e que são responsáveis por problemas, doenças, insatisfações que nos afligem.

Então, não mais disputaremos vaidades, nem nos afetarão agressões, que são de nenhuma importância.

Nossas aspirações serão mais elevadas.

Não nos sentiremos maiores ou menores, de acordo com o jogo das enganosas referências, das inúteis competições do palco terrestre.

Nossas conquistas não serão medidas por aplausos ou vaias.

Viveremos tranquilos, e disporemos de tudo quanto é necessário, sem o tormento dispensável do supérfluo.

*   *   *

A vida nos dá tudo, bastando nosso esforço para consegui-lo.

Também nos toma, sem que possamos reter os bens que não nos pertencem.

Saúde, paz, alegria, trabalho e autorrealização nos sejam as raras moedas de que necessitamos para a jornada humana, que nos abrirão as portas do futuro no rumo da Imortalidade.

Redação do Momento Espírita, com base no cap.7, do livro Momentos de saúde, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

23 março 2013

A Magnanimidade de Deus - Jorge Hessen

A MAGNANIMIDADE DE DEUS
 
O amor do Todo-Poderoso sustenta nossas vidas e a estrutura do Universo. Lembremo-nos Dele, expõe Emmanuel: “para que saibamos agradecer os talentos da vida, abraçando o próprio dever como sendo a expressão de Sua Divina Vontade e encontraremos a força verdadeira de nossa fé, a erguer-nos das obscuridades e problemas da Terra para a rota de luz.”. (1) Sim! Rota de luz porque o Altíssimo é um dos princípios mais ancestrais e inexauríveis do patrimônio cultural da humanidade.


Ao longo dos milênios, Deus tem sido objeto dicotômico entre a fé e razão, de medo ou de amor; todavia para o Criador se conduzem as atenções humanas, não só para afirmar a Sua existência, como para denegá-Lo. Voltaire dizia que “se Deus não existisse, então seria necessário inventá-lo (…) até porque creio no Deus que criou os homens, e não no Deus que os homens criaram.”. (2)


René Descartes, na essência da sua vigília racionalista, expõe Deus através da razão. Blaise Pascal, por outro lado, fala-nos que só podemos reconhecer Deus através da Fé. A divisão entre fé e razão sempre existiu ao longo do processo histórico. Compreender o Onipotente pela razão é uma atitude substancialmente filosófica, enquanto que aceitar o Todo-Poderoso pela fé é uma atitude predominantemente religiosa.


Para nós, espíritas, “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas.” (3) Recusamos a fé cega e defendemos, com contextos, a fé racional, conduzindo as pessoas a não crerem, simplesmente por terem uma crença qualquer, mas, a saber, porque crêem em algo. Uma das básicas questões espíritas é demonstrar científica e filosoficamente a existência de Deus.


Por isso, encontramos Deus em nossas cogitações mais íntimas. Quer sejamos crédulos, quer agnósticos, estamos continuamente procurando transcender rumo a metas cada vez mais desafiadoras. Em Deus não há bifurcações. Deus é Absoluto, é Infinito, é Onipotente, é Onisciente, é Único. O filósofo Baruch Spinoza pronunciou certa vez que não necessitamos orar nos santuários pétreos, lúgubres e obscuros erigidos pelas mãos humanas que cremos ser a Sua Morada. Até porque a casa do Altíssimo está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Ele está e expressa o amor pela humanidade. Deus não está nos livros. O que adianta ficarmos lendo supostas escrituras sagradas se não sabemos ler Suas Leis num amanhecer, num por do Sol, numa paisagem, no olhar dos amigos, nos olhos dos filhinhos. Não encontraremos Deus em nenhum livro! Por essas e outras razões, Albert Einstein, quando perguntado se acreditava em Deus, respondeu: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela por si mesmo na harmonia de tudo o que existe, e não no Deus teológico”. (4)


Amemos pelo encanto de amar, e mesmo que nos machuquemos, terá valido a pena. Aprendamos a partilhar o amor. Mas como podemos decompô-lo? Comecemos olhando no fundo dos olhos do nosso filho (independente da idade dele), e digamos: Eu o amo! Façamos o mesmo com o nosso consorte, com nossos pais, avós, irmãos.


A Bondade de Deus é refletida pela Lei da exuberância da vida. Mas o que é a vida? Bem, a vida é um arquiteto admirável, que alça nas profundezas submarinas os castelos de algas e de corais. A vida é um formidável escultor, que constrói cada folha e talha ramículos e contornos jamais repetidos em qualquer outra flor ou folha encontrada na Terra. A vida é um químico sublime, que confere a cada fruta o seu sabor peculiar e inconfundível, e através das raízes entranhadas nos solos consegue converter água em açúcar e madeira. A vida é um perfumista primoroso que transforma o húmus em fragrância.


Por isso há os que agradecem ao Criador convertendo a infecundidade da terra em sossegado, tranquilo e alegre jardim; plantam e colhem e idealizam milhões de buquês de flores. Outros compõem melodias, improvisam poemas, criam leis, varrem os logradouros públicos, constroem casas. E sempre quando trabalhamos sob a inspiração de Deus, o céu, a terra e o ar se enriquecem de sublimados êxtases, tudo se expande e se alegra no Universo – oceanos musicalizam suas águas no “fluxo e refluxo” das marés, cachoeiras se arremessam das altitudes orvalhando encostas majestosas no silencioso e nobre gigantismo das montanhas; as soberbas árvores se curvam em suave reverência às plantinhas delicadas e aos quase imperceptíveis arbustos tênues, abarcando o altar da natureza, exaltando a Grandiosa Criação.


Isso mesmo! A vida está no ar, na terra, no mar, nas montanhas, nas flores, nas estrelas. A vida está no protoplasma, uma gota gelatinosa invisível a olho nu, que na cabeça de alfinete comportaria 1 milhão de gotículas. Se por acaso toda a vida – animal, vegetal, humana – desaparecesse da face da Terra e ficasse um só protoplasma e um raio de sol, o heliotropismo  restabeleceria a vida através da lei da cissiparidade, e essa única gotícula se multiplicaria sucessivamente, e em breve estariam os campos e prados reverdecidos, os mares e rios povoados, a Terra povoada, na ninharia de alguns milhões de anos apenas.


A nossa compreensão de Deus muda na mesma proporção em que a nossa percepção sobre a vida se amplia. É uma tarefa espinhosa, quando o limitado intenta alcançar o Ilimitado, ou o finito entender o Infinito. Da megaestrutura dos astros à infra-estrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância viva da mente do Criador da vida.  Portanto, guardemo-nos em Deus e exoremos ao Mestre Galileu, Seu Venerado Emissário, para que acuda-nos na absorção dos eflúvios do amor e da bênção da Paz. Ajoelhemo-nos, em espírito, para rogar aos Benfeitores Espirituais não nos permitam a desesperança, em face do desamor de alguns, afim de que possamos, no derradeiro instante do testemunho, ver, sentir, oscular a face Augusta do Senhor, refletida, no curso de milênios, na Vida e na Obra de Jesus Cristo. 

JORGE HESSEN

Referências bibliográficas:

  1. Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. O espírito da verdade, ditado por Espíritos diversos, Cap. 19– Guarda-te em Deus (Emmanuel), Rio de Janeiro: Editora FEB, 1962
  2. Disponível em http://pt.wikiquote.org/wiki/Voltaire, acessado em 24/02/2013
  3. Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, Rio de Janeiro: Editora FEB, 2001, perg 1
  4. Citado em Golgher, I. O Universo Físico e humano e Albert Einstein, B.H: Oficina de Livros, 1991, p. 304


22 março 2013

Os Martírios Modernos - André Luiz Iesi Sobreiro


OS MARTÍRIOS MODERNOS 



   Na história do Cristianismo, inúmeros espíritos de elevada hierarquia foram enviados por Jesus com a missão de conduzir os seguidores da nova doutrina, afim de que não nos perdêssemos pelos caminhos...



   Vários exemplos podem ser citados: Kardec, Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá, Francisco de Assis, Estevão, entre outros. Pelas vias da reencarnação, esses e vários outros homens de confiança de Jesus estiveram repetidamente entre nós, relembrando conceitos importantes para o nosso crescimento espiritual.



   Vale lembrar que o próprio Cristo foi crucificado, tamanho o amor por Ele doado e a incompreensão recebida em troca. E, entre outros trabalhadores devotados que, em seu Nome foram martirizados, podemos citar Tiago Maior, Paulo, John Huss, Estevão, etc. Esse último é considerado pela maioria dos historiadores do Cristianismo, como o primeiro mártir da Doutrina Nascente.



   Naquela época, se os interesses dominantes fossem contrariados, os ousados trabalhadores do Messias sofriam amargas retaliações, a ponto de, algumas vezes, serem mortos pelos poderosos, posteriormente a julgamentos arbitrários e, não raro, simulados.



   Atualmente, aqueles que buscam verdadeiramente a reforma íntima e a divulgação da Boa Nova (pelo trabalho, pela palavra e pelo exemplo) também encontram seu martírio. Mas, inegavelmente, o sofrimento que se enfrenta nos tempos modernos difere muito dos que foram vivenciados pelos mártires citados acima. As leis humanas protegem-nos dos assassinatos, espancamentos, etc. Mas os martírios morais nos afligem, com toda a pujança. Reflitamos sobre isso.



   Numa primeira análise, reflitamos sobre um trecho da carta de Paulo aos Efésios (capítulo 04, versículos 17 a 24), quando o mártir nos fala sobre o homem velho e o homem novo. O primeiro reflete, claramente, nossas encarnações pretéritas, instintivas, grotescas... O segundo, o ser evangelizado, renovado, que se esforça para seguir Jesus, pelos seus exemplos. Pois bem: esses dois seres (homem velho e novo) estão brigando dentro de nós, pois o homem novo quer nascer, e o homem velho teima em não morrer. Esse é o primeiro martírio que enfrentamos: o conflito do que é correto, com o que nos interessa.



   Em segundo lugar, vamos refletir sobre outro ponto dessa caminhada evolutiva. Após a chamada ‘conversão’, quando iniciamos a reforma íntima e o homem novo começa a vencer a luta, outro martírio inicia-se. O verdadeiro cristão parece remar contra a maré, em termos sociais. Está sempre na contramão, com relação àquilo que a sociedade prega. Vejamos:


Quando a sociedade sugere a vingança, o cristão sugere o perdão; 
Quando a sociedade sugere a atitudes drásticas, o cristão sugere paciência; 
Quando a sociedade sugere o julgamento, o cristão sugere o discernimento;



   E, pela demonstração de amor ao próximo e bom senso, o verdadeiro cristão é taxado pela sociedade... Bobo, subserviente, sem amor próprio... São assim tratados os que amam ao próximo, sem condená-lo, quando tudo assim conspira.



   No âmbito religioso, também encontramos martírios modernos. Em todas as seitas contemporâneas, há preconceitos contra os irmãos que seguem outras linhas de raciocínio religioso, contrariando claramente a lei do amor que Jesus nos ensinou. Com base nesse preconceito, nota-se discriminação, agressão verbal e até agressão física, em casos extremos...



   Jamais nos esqueçamos, porém, que Jesus ampara os mártires modernos, e seus sofrimentos não são em vão. Muitas vezes, resgatam erros clamorosos do passado, e ainda que não seja essa a causa, quando não se revoltam contra os agressores, dão exemplo de amor incondicional ao Evangelho redentor. Ali, o Mestre Nazareno recomendou que amássemos os inimigos, fizéssemos o bem aos que nutrissem por nós o ódio e orássemos pelos que nos perseguissem e nos caluniassem, pois assim seríamos filhos do Pai que está nos Céus.






21 março 2013

O Livro Espírita - Roosevelt Andolphato Tiago


O Livro Espírita
Considerações do Codificador


Muitas duvidas existem hoje com relação ao trato e cuidados que devemos ter para com os livros e as demais publicações espíritas. Devemos ou não publicar tudo que vem dos espíritos? É adequado ter em nossas bibliotecas espíritas todo tipo de livros supostamente psicografados? Quais os critérios e parâmetros verdadeiramente espíritas que devem ser considerados?

Temos uma contribuição do Codificador que já nos coloca em alerta, quando diz: (...) “No mundo invisível como na Terra, não faltam escritores, mas os bons são  raros” - (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio.), vendo que ele estabelece suas considerações envolvendo escritores encarnados como os respectivos espíritos.

Deve haver responsabilidade por parte dos dirigentes, editoras e administradores de bibliotecas e livrarias ditas espíritas na aceitação das obras, para que não venhamos a divulgar em nome do espiritismo, informações que possam plantar dúvida em seus leitores.

Novamente temos de Allan Kardec uma valiosa informação: “É preciso que se saiba que o Espiritismo sério se faz patrono, com alegria e  apresso, de toda obra realizada com critério, qualquer que seja o país  de onde provém, mas que, igualmente, repudia todas as publicações excêntricas.  Todos os espíritas que, de coração, vigiam para que a Doutrina não seja  comprometida, devem, pois, sem hesitação, denunciá-las, tanto mais porque, se  algumas delas são produtos da boa-fé, outras constituem trabalho dos próprios  inimigos do Espiritismo, que visam desacreditá-lo e poder motivar acusações  contra ele. Eis porque, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a Doutrina Espírita aceita daquilo que ela repudia” - (Allan Kardec, Viagem  Espírita em 1862. Instruções Particulares. VI.), nessas palavras temos clareadas prováveis dúvidas do comportamento que devemos ter diante da literatura dos imortais.

Os próprios escritores muitas vezes se incomodam com o rigor de algumas editoras no processo de avaliação, entretanto são cuidados que devem agradar o espírita comprometido como vemos na orientação que segue: (...) “Todas as precauções são poucas para evitar as publicações lamentáveis. Em  tais casos, mais vale pecar por excesso de prudência, no interesse da causa” - (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio). A Doutrina Espírita é portadora de uma mensagem de absoluto valor e inestimável objetivo para os destinos do planeta e deve ser tratada como tal. 

Chamamos atenção também para os avaliadores dos livros adquiridos pelos “Clubes do Livro” e para distribuição, não podendo deixar que o valor de comercialização do livro, seu preço, seja determinante no processo de escolha contrapondo com a mensagem que ele traz, quando o preço é o fator determinante, comprometemos nossa postura como espíritas e negligenciamos aos compromissos abraçados, como podemos ver: “Inferimos que a proporção deve ser mais ou menos geral. Por aí pode julgar-se  da necessidade de não publicar inconsideradamente tudo quanto vem dos  Espíritos, se quiser atingir o objetivo a que nos propomos, tanto do ponto de  vista material quanto do efeito moral e da opinião que os indiferentes possam  fazer do Espiritismo”. (Allan Kardec, Revista Espírita, 1863, maio.)

Como o próprio nome já diz, se as obras de Allan Kardec, trazidas por espíritos superiores são chamadas “básicas” é por que devem ser a base para tudo o que virá, garantindo a pureza das informações que nos chegam. Comparar o conteúdo das obras atuais com as do Codificador é nossa única maneira de garantia de informação correta. Nova contribuição segue a esse respeito:  “É urgente que vos ponhais em guarda contra todas as publicações de origem  suspeita, que parecem, ou vão parecer contrárias a todas as que não tiverem uma  atitude franca e clara, e tende como certo que muitas são elaboradas nos campos  inimigos do mundo visível ou no invisível, visando a lançar entre vós os fachos  da discórdia. Cabe-vos não vos deixar apanhar. Tendes todos os elementos  necessários para as apreciar” - (Espírito Erasto, Revista Espírita, 1863,  dezembro), ficando claro que esses “elementos necessários” são as informações já apresentadas no processo de estruturação do Espiritismo deixadas por Kardec e os que lhe auxiliaram naquele processo.

Alguns vão dizer que somos intransigentes ou mesmo fanáticos, contudo somente os espíritas sérios sabem que a grandeza dos apontamentos de Allan Kardec são tão grandes que serão sempre atuais, afinal foram recebidos por Espíritos que estão em muito a nossa frente, e fica dessa forma a certeza de que os que levantam a bandeira da fidelidade doutrinária assim devem agir ao ler: “Há polêmica e polêmica; e há uma diante da qual não recuaremos jamais, que é a  discussão séria dos princípios que professamos” - (Allan Kardec, Revista  Espírita - Novembro/1858).




20 março 2013

Aos Escravos da bebida, indicamos Jesus - Jorge Hessen


AOS ESCRAVOS DA BEBIDA, INDICAMOS JESUS

O consumo de alcoólicos pelo ser humano não é hábito recente; é tão antigo quanto o próprio homem das cavernas. Seja qual for o período histórico e em que sociedade com a qual se relacionou ou a cultura que recebeu, o homem tem bebido. Há 3700 anos “Código de Hamurabi” já trazia normativos sobre as situações, lugares e pessoas que podiam ou não fazer a ingestão de bebida alcoólica. Há 2500 anos os chineses perdiam – literalmente – a cabeça por causa da bebida alcoólica – a prática era punida com a decapitação. Configura-se um costume extremamente antigo e que vem persistindo por milhares de anos.

 Paulo escreveu para os cristãos de Efésio: “e não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito.” (1) O álcool é a droga “lícita” mais consumida no mundo contemporâneo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Ainda de acordo com a OMS, a bebida alcoólica é a droga legalizada de escolha entre crianças e adolescentes. Estima-se que o uso desse tóxico tenha início aos 10 a 12 anos. Os males gerados pelo alcoolismo são a terceira causa de morte no mundo.

 Estudos encontrados na literatura científica mostravam que os homens bebiam mais que as mulheres em todas as faixas etárias, e que jovens consumiam mais álcool do que idosos. Porém, outras pesquisas apontam para o aumento anual, no Brasil e no mundo, do porcentual de mulheres dependentes. No passado, pontuam os especialistas, para cada cinco usuários problemáticos de álcool existia uma mulher na mesma condição. O estudo demonstra que atualmente a razão comparativa é de 1 para 1. Elas já bebem tanto quanto eles, mas concentradas em fases distintas. É mais recente a aceitação social do uso do álcool pelas mulheres. Realmente, antes elas não bebiam tanto. Com isso, o foco das campanhas preventivas ficou muito centrado nos homens. As mulheres ficaram negligenciadas nessa abordagem. Raros são os ginecologistas, por exemplo, que questionam se as suas pacientes bebem.

 As grandes vítimas são os filhos, envolvidos numa rotina de restrições e constrangimentos. Filhos de mulheres que consomem álcool em excesso durante a gravidez estão sujeitos à síndrome alcoólica fetal, que pode provocar sequelas físicas e mentais no recém-nascido. Crianças e adolescentes filhos de pais com o vício estão mais sujeitos a desequilíbrios emocionais e psiquiátricos. Normalmente, o primeiro problema identificado é um prejuízo severo na autoestima, com repercussões negativas sobre o rendimento escolar e as demais áreas do funcionamento mental. Esses adolescentes e crianças tendem a subestimar suas próprias capacidades e qualidades.

 Os dados atuais sobre alcoolismo são devastadores. Segundo pesquisa realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clinicas (HC) de São Paulo, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, mais de 9% dos idosos paulistanos consomem bebida alcoólica em excesso. O levantamento feito com 1.563 pessoas com 60 anos ou mais apontou que 9,1% dessa população abusa do álcool, o equivalente a 88 mil idosos da capital paulista.

 Demonstrado cientificamente que o álcool é pernicioso em qualquer faixa etária, seus danos entre os adolescentes são patentes, sobretudo, durante a fase escolar, uma vez que o uso sucessivo da substância impede o rendimento, além de provocar desordem mental, falta de coordenação, problemas de memória e de aprendizado. Consequentemente, esse processo resulta também em dores de cabeça, alteração do ciclo natural do sono, da fala e do equilíbrio.

 A dependência ao álcool pode ser hereditária, havendo uma predisposição orgânica do indivíduo para o seu desdobramento, no qual o Espírito imortal traz em seu DNA perispiritual as marcas e consequências do vício em outras experiências reencarnatórias, sendo compreensível, então, que o alcoolismo seja transmissível de pais para filhos. As matrizes dessas disfunções estão no passado, seja de forma hereditária ou espiritualmente, em decorrência de experiências infelizes, remanescentes de pregressas existências.

 Segundo André Luiz, “ao reencarnarmos trazemos conosco os remanescentes de nossas faltas como raízes congênitas dos males que nós mesmos plantamos, a exemplo, da Síndrome de Down, da hidrocefalia, da paralisia, da cegueira, da epilepsia secundária, do idiotismo, do aleijão de nascença desde o berço.” (2) “O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual”. (3) Em “Evolução em dois Mundos” o mesmo autor espiritual revela-nos que “os neurônios guardam relação íntima com o perispírito.” (4) Portanto, a ação do álcool no psicossoma é letal, criando fuligens venenosas que saturam no corpo psicossomático, danificando tanto as células perispirituais quanto as células físicas.

 As substâncias dos alcoólicos ingeridos caem na corrente sanguínea, daí chegam ao cérebro, atacam as células neuronais; estas refletirão nas províncias correlatas do corpo perispiritual em configuração de danos e deformações apreciáveis que, em alguns casos, podem chegar até a desfigurar a própria feição humana do perispírito.

 Infelizmente a liberalidade de muitas famílias com o álcool é um dos maiores problemas para a prevenção: é mito considerar que maconha leva os jovens a outras drogas. São as bebidas alcoólicas que fazem esse papel. Nefastamente é a azada família que estimula a ingestão dos “inofensivos destilados e/ou fermentados”. Não são poucos que começaram a beber quando o patriarca (pai), orgulhoso do filho que virava homem, os atraía para os drinques dos “machões”.

 O vício de beber cria rotinas que envolvem cúmplices encarnados e desencarnados que compartilham do mesmo hábito e manias. Bares, restaurantes, lanchonetes, clubes sociais e avenidas estão repletos de jovens que, displicentemente, fazem uso, em larga escala e abertamente, das tragédias engarrafadas ou enlatadas. A instalação do alcoolismo envolve três características: a base genética, o meio e o indivíduo. Filhos de pais alcoólatras podem ser geneticamente diferentes, porém só desenvolverão a doença se estiverem em um meio propício e/ou características psicológicas favoráveis.

 Os infelizes “canecos carnais” não só desfiguram e arrasam o corpo como agridem e violentam o caráter e deterioram o psicossoma através das obsessões, acendidas por espíritos beberrões que compartilham junto do bêbado os mesmos vícios e se alimentam através dos vapores alcoólicos expelidos pelos poros e boca numa simbiose mortificante. É precisamente esse vampirismo incorpóreo que ilustra o motivo de o alcoolismo ser avaliado como moléstia progressiva e de certo modo incurável. É verdade! Parar de beber, dizem membros do AA’s (Alcoólicos Anônimos), é a vitória maior para o dependente, mas a doença não acaba. Se ele voltar a dar uns goles, em pouco tempo recupera um ritmo igual ou até maior do que o mantido antes da pausa. “Não existe ex-alcoolista nessa história”, sustentam os frequentadores dos AA’s.

 Essas são razões suficientes para que nas celebrações e festejos com amigos nos bares da vida, fugir do compromisso da vã tradição da bebedeira a fim de divertir-se. O oceano é constituído de pequenas moléculas de H2O, e as praias se formam com incontáveis grânulos de areia. É indispensável, portanto, desatar-se daquele clichê do “é só hoje”, e quando arrastados a comportamentos para “distrair”, não se deve aceitar a perigosíssima escapadela do “só um golinho”, até porque não se pode esquecer que uma miúda picada de cobra peçonhenta, conquanto em acanhada porção, pode produzir a morte imediata, portanto ao invés de se distrair vai se destruir.

 Sem dúvida que  mais fácil é evitar-lhes a instalação do que lutar depois pela supressão do vício (como dizem os membros dos AA’s: não há ex-alcoólatra). A questão assenta raízes densas na sociedade, provocando medidas curadoras e profiláticas nos círculos religiosos, médicos, psicológicos e psiquiátricos, necessitando de imperiosa assistência de todos os segmentos sociais para (quem sabe!) minimizar seus efeitos flagelantes. Destarte, faz-se urgente assentar a questão da alcoolfilia no foco dos debates públicos. Até porque o problema da consumação alcoólica precisa ser atacado sem trégua, a fim de que sejam encontradas soluções para a complexa epidemia do “tóxico legal”.

 Para todos jugulados pelos vícios recomendamos Jesus. Sim! O Messias que prometeu: “vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração; e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” (5)

 Jorge Hessen  - http://jorgehessen.net

 Referências bibliográficas :

(1) Efésios, 5:18.
(2) Xavier, Francisco Cândido. Nos domínios da mediunidade, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed FEB, 2000, p.139-140
(3) Xavier, Francisco Cândido. Missionário da Luz, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2001
(4) Xavier, Francisco Cândido. Evolução em, Dois Mundos, ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: Ed. FEB, 2003
(5) Mateus 11:28-30