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30 agosto 2013

A Capacitação do Trabalhador da Mediunidade - Rose Figueiredo



A CAPACITAÇÃO DO TRABALHADOR DA MEDIUNIDADE

A especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária.

Os benfeitores espirituais nos esclarecem que a mediunidade é recurso de trabalho e aprimoramento para o homem da Terra. “É talento divino para edificar o consolo e a instrução entre os homens.” (Seara dos Médiuns – Cap. Médiuns Transviados / O Livro dos Médiuns, Q. 220)

Emmanuel ainda nos ensina que a mediunidade “[...] é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos seus filhos misérrimos”. (O Consolador – Q. 382)

Através do maravilhoso intercâmbio entre os dois planos da vida, o ser humano ajuda-se, mutuamente, em favor do seu aprimoramento, sob a supervisão amorosa de Deus. A mediunidade é, pois, sublime instrumento da bondade divina para redimir o ser das suas amarras milenares, transformando-o em agente impulsionador do progresso na Terra. Daí a grande responsabilidade daquele que assume a tarefa de trabalhar em favor de si mesmo e do bem comum, utilizando os recursos da mediunidade. É imprescindível que se instrua, a fim de conhecer os caminhos seguros da sua execução.

Emmanuel esclarece que “a primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias [...]”. (O Consolador – Q. 387)

Elucida também que “a especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar”. (O Consolador – Q.388)

Entendemos, também, que a prática mediúnica exige disciplina, renúncia e mesmo sacrifícios pessoais. Precisa haver, por parte do trabalhador, comprometimento e busca constante da sublimação das energias psíquicas, para que os frutos do seu labor mediúnico sejam proveitosos a si mesmo e aos demais. Portanto, pela complexidade de que se reveste a prática mediúnica, o trabalhador necessita buscar o conhecimento, a fim de exercer a tarefa enobrecedora do intercâmbio produtivo.

Allan Kardec já destacava a importância de um curso regular de Espiritismo, “[...] com o fim de desenvolver os princípios da Ciência e de difundir o gosto pelos estudos sérios. Esse curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípios, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de espalhar as ideias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns” (Obras Póstumas, 2ª Parte, Projeto 1868 – item Ensino Espírita)

O Codificador também alerta em O Livro dos Médiuns: Todos os dias a experiência nos traz a confirmação de que as dificuldades e os desenganos, com que muitos topam na prática do Espiritismo, se originam da ignorância dos princípios desta ciência [...]. (O Livro dos Médiuns, Introdução)

A Doutrina Espírita, através dos seus ensinos, nos oferece a orientação segura para o correto exercício da mediunidade, fazendo com que a sua prática se torne fonte de luz e esclarecimentos.

É necessário, portanto, estudá-la de forma metódica e sistemática, à luz do Evangelho de Jesus, antes e após o ingresso na tarefa mediúnica.

A capacitação do trabalhador deve, pois, estar assentada em dois fundamentos básicos, que constituem os seus referenciais:

a) o conhecimento doutrinário, extraído das obras codificadas por Allan Kardec, e, das suplementares a estas, de autoria de Espíritos fiéis às orientações da Doutrina Espírita;

b) conduta espírita, ética e moral, segundo as orientações de Jesus, contida no seu Evangelho.

(Apostila de Estudo e Prática da Mediunidade, Programa II, 3ª Ed. Brasília – FEB 2007 – Roteiro 4, página 90)

Essa capacitação deve buscar, principalmente, favorecer o aprofundamento de temas doutrinários, sobretudo os relacionados à prática mediúnica, desenvolvendo o gosto pelo estudo espírita. 

Deve ainda preparar o trabalhador para exercer a mediunidade de forma natural, como é preconizada pela Codificação Espírita. Neste sentido, é importante atentar para o seguinte conceito de médium, existente em O Livro dos Médiuns: Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, rara são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. (O Livro dos Médiuns – Q. 159)

Assim sendo, todos nós somos capazes de registrar, consciente ou inconscientemente, ideias e sugestões dos Espíritos. Portanto, todos podem, em princípio, participar de uma reunião mediúnica e para ela contribuir positivamente, sendo, porém, necessária a preparação devida a tão importante tarefa.

A capacitação do trabalhador da mediunidade, além de enfocar o conhecimento teórico, necessita oferecer a oportunidade da experimentação. Para se desenvolver qualquer habilidade é necessário que o candidato tenha conhecimento da teoria e realize exercícios continuados. Assim também ocorre com as faculdades psíquicas. Para saber se alguém possui algum tipo de mediunidade é preciso exercitá-la.

Allan Kardec esclarece: [...] por nenhum diagnóstico se pode inferir, ainda que aproximadamente, que alguém possua essa faculdade. Os sinais físicos, em os quais algumas pessoas julgam ver indícios, nada têm de infalíveis. Ela se manifesta nas crianças e nos velhos, em homens e mulheres, quaisquer que sejam o temperamento, o estado de saúde, o grau de desenvolvimento intelectual e moral. Só existe um meio de se lhe comprovar a existência. É experimentar. (O Livro dos Médiuns – Q. 200)

A capacitação deve, ainda, auxiliar o trabalhador a se integrar nas atividades da Casa Espírita. É importante que o medianeiro, além da sua atuação nas reuniões de estudo da mediunidade, seja também um participante ativo das demais tarefas da Casa. Isto vai favorecer o desenvolvimento das habilidades necessárias para o exercício do intercâmbio mediúnico.

Outro fator a se considerar na preparação do trabalhador da mediunidade é a conscientização da importância do trabalho em equipe. Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades são a soma de todas as dos seus membros. O sucesso da tarefa mediúnica é resultado da união dos seus participantes.

Em O Livro dos Médiuns, segunda parte, item 341, o Codificador estabelece as condições para a boa produtividade da reunião mediúnica, das quais destacamos: Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos; Cordialidade recíproca entre todos os membros; Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã. Como nos alerta o Espírito Emmanuel, não pode “haver construção útil sem estudo e atividade, atenção e suor”. (Seara dos Médiuns – Cap. Mediunidade e Trabalho)

Quem queira sinceramente contribuir no intercâmbio mediúnico, precisa estudar sempre e buscar o próprio burilamento interior, a fim de produzir o melhor na Seara do Senhor.

“Mas, exercer a mediunidade como força ativa no ministério do bem é fruto da experiência de quantos lhe esposam a obrigação, por senda de disciplina e trabalho, consagrando-se, dia a dia, a estudar e servir com ela.” (Seara dos Médiuns – Cap. Aptidão e Experiência)
“Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo.” ( O Evangelho Segundo O Espiritismo – Cap. 6, item 5) Esta é a inolvidável advertência do Espírito de Verdade, gravada na Codificação Espírita.


Matéria de Rose Figueiredo

Referências Bibliográficas: Seara dos Médiuns / O Consolador – Francisco C. Xavier / Emmanuel. O Livro dos Médiuns / O Evangelho Segundo O Espiritismo – Allan Kardec.

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