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02 agosto 2013

Liberdade com Responsabilidade - Aylton Paiva

 

LIBERDADE COM RESPONSABILIDADE

Acompanhamos surpresos, nestes dias, pelo noticiário da televisão, pelos jornais e revistas o movimento social desencadeado, inicialmente, contra o aumento das passagens de ônibus na cidade de São Paulo.
 
O movimento de indignação ampliou-se consideravelmente. Inicialmente houve tentativa das autoridades do município e do Estado de São de reprimi-los de forma veemente pela ação da polícia militar. Mais uma vez a repressão violenta gera a reação tresloucada. E o movimento se ampliou e se espraiou para outras capitais e chega às cidades do interior dos Estados.

As causas reivindicatórias também se ampliaram: a corrupção dos políticos, a falta de verbas para a saúde e educação, melhores condições de transporte coletivo, as ações preconceituosas e outras.

Também a violência de manifestantes se ampliou.

Sem dúvida o direito de protestar e reivindicar estão garantidos, tanto quanto o direito de pensar e a liberdade de agir.

Nessa grande massa reclamante o anseio de exigir direitos garantidos e legais e a barulhenta e violenta minoria que não se preocupa com o direito dos outros nem com o respeito ao bem comum, seja ele público ou particular. Picham, depredam, ateiam fogo. Na verdade não são cidadãos reivindicando direitos, são delinqüentes dando azo aos seus interesses e instintos destrutivos.

Desta forma, em certas situações ficamos em saber, com muita clareza se as ações são legítimas ou não.

Sob o aspecto espiritual, pela ótica da Doutrina Espírita, lembramo-nos do Mestre Jesus.

Afirmou ele: “ Ame o próximo com a si mesmo “ e “ Não faça ao próximo o que não gostaria que se lhe fizesse “.

Por essas orientações concluímos que ao pensarmos ou agirmos, no exercício de nossa liberdade e em busca de nossos direitos deveremos refletir se o que pensamos em fazer ou nos comportar relativamente ao outro, vai prejudicá-lo ou não. Se o que vamos fazer, gostaríamos que o outro fizesse conosco, ou não.

Com esse balizamento dificilmente agiremos em detrimento do nosso semelhante e teremos clareza de entendimento em como usar a nossa liberdade buscando próprio bem e o bem comum.

Também a Doutrina Espírita nos esclarece:
“ Porque, no mundo, tão amiúde, a influências dos maus sobrepuja a dos bons?

- Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem preponderarão.”, afirma a Questão nº 932 de O Livro dos Espíritos.

Constatamos que os maus no governo: legislativo e executivo enganam, mentem, corrompem, exploram, enriquecem ilicitamente.

Por outro lado os maus, infiltrados em um movimento legítimo de repulsa aos maus atos de governantes se infiltram para a prática de atos de vandalismo.

Nesta hora, os bons precisam sobrepujar os maus, tanto de um lado quanto do outro.

Que os bons saibam usar o direito da liberdade com responsabilidade e determinação pelo bem de si mesmo e por amor ao próximo, tendo em vista o bem de todos na sociedade.

Precisamos desenvolver a capacidade de pensar, pois é através dela que poderemos conhecer-nos e o mundo em que vivemos e agirmos com eficiência e de maneira pacífica.

Temos, porém, a considerar que uma sociedade para manter o equilíbrio, a harmonia e o bem-estar precisa estabelecer normas, leis e regulamentos asseguradores do direito coletivo, para não serem prejudicados pelos interesses pessoais egoísticos.

Esse entendimento de liberdade deve levar-nos à ação para implantar o bem em nós mesmos e na sociedade em que vivemos a fim que o mal gradativamente desapareça. Para isso devemos atuar conscientemente, com amor, determinação e responsabilidade.

Publicado originalmente na Coluna  Espírita do   jornal Correio de Lins, 21/6/2013.


Aylton Paiva

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