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07 novembro 2013

A Cultura da Escravização Psíquica - Jane Maiolo

 

A CULTURA DA ESCRAVIZAÇÃO PSÍQUICA

“... e diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.” João 4:42

A atualidade dos ensinos do Evangelho é verdadeiramente impressionante.

Interessante as anotações do Evangelista João na passagem da Mulher Samaritana, que no seu encontro com Jesus, no Poço de Jacó, libertou-se dos comportamentos e sentimentos que a escravizavam a um  mundo sem sentido, árido, infeliz e permeado de falsas crenças.

O Encontro da Samaritana com Jesus foi rápido, mas aquela mulher, frente a um Espírito Crístico bebe de seus ensinamentos, sacia sua sede de liberdade emocional e começa a vibrar numa sintonia Mental/Comportamental/Espiritual diferenciada.

Reportando-nos ao século XXI, triste constatação é possível acompanhar nos círculos religiosos e também junto ao Movimento Espírita: a profunda dependência emocional, psíquica e comportamental de seus seguidores. Muito dos irmãos, encarregados de colaborar no processo de libertação da mente, dos sofrimentos, das angústias, das inseguranças e da imaturidade espiritual acabam por prender ainda mais as criaturas frágeis nas suas crenças egóicas.

A mensagem inspirada por Jesus e codificada por Allan Kardec, que é o Espiritismo, intactas na sua pureza, que traz um caráter libertador, vem perdendo paulatinamente espaço para outras doutrinas que deturpam, estimulam e motivam muitos dos que pretendem o autocontrole e a manipulação de todos os meios de informação, com ideias falsas e falsas práticas libertadoras. 

Ai se dá a escravização psíquica do ser. Vimos no decorrer do tempo, amigo sempre leal, o comportamento dependente de muitos fiéis que depositam nas mãos dos seus dirigentes espirituais a responsabilidade de tomar decisões e guiar suas próprias vidas a ponto de não fecharem um “negócio” sem a prévia consulta, ou de não mudar de emprego sem antes consultar seu dirigente para saber se dará certo ou não. Se casa ou separa, etc.

Na passagem da Mulher Samaritana fica evidente que a postura dela junto àqueles aldeões que a ouviram serviu para encaminhá-los e motivá-los para a libertação de suas consciências, “... e diziam à mulher: Já não é pela tua palavra que nós cremos; pois agora nós mesmos temos ouvido e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.” 

Na contramão do versículo encontramos pessoas, obras e instituições que pretendem o aprisionamento e a escravização psíquica daqueles que buscam a orientação para libertarem-se de si mesmos. Libertam-se de certo modo de si, mas caem nas redes sutis da escravização psíquica, criando uma dependência emocional e ou moral pelos seus orientadores. Preciso é que se retome a postura moral daqueles personagens do Evangelho, que foram libertos de seus condicionamentos mentais e procuraram a verdade, encontrando-a, libertaram-se. Tarefa essa, significativa e legítima que conta com a participação dos obreiros do senhor, pois obreiros de nós mesmos já estamos fartos de ser. É chegado o tempo de experimentarmos o trabalho libertador de consciências, ensinando e exemplificando que DEUS, Inteligência Suprema, deve ser adorado em Espírito e Verdade, dentro da intimidade do ser, ou, nas profundezas de poço do nosso coração. 

A maior contribuição do Consolador Prometido por Jesus, que é o Espiritismo, é ensinar ao Homem a pensar, fortalecer e tomar decisões que promovam à liberdade de suas ações responsabilizando-se pelas mesmas. De outra maneira muito dos orientadores, dirigentes, divulgadores, retornarão a verdadeira Pátria, que é o Mundo Espiritual, nas mesmas condições que Acelino, personagem do Livro Os Mensageiros de André Luiz apresentando o triste depoimento “ _Não fui homicida nem ladrão vulgar, não mantive o propósito íntimo de ferir ninguém , nem desrespeitei alheios lares, mas, indo aos círculos carnais para servir às criaturas de Deus, nossos irmãos, auxiliando-os no crescimento espiritual com Jesus , apenas fiz viciados da crença religiosa e delinquentes ocultos, mutilados da fé e aleijados do pensamento.(...)” A atualidade dos ensinos do Evangelho e do Espiritismo  é verdadeiramente impressionante.


Referências bibliográficas:

DIAS, Haroldo Dutra. Novo Testamento-Evangelho de Mateus- cap.5.1ª imp.2010. Brasília (DF) Brasil: Conselho Espírita Internacional, 2010.

XAVIER, Francisco Candido. Pelo Espírito André Luiz - Os Mensageiros - Cap.8 - Coleção A vida no mundo Espiritual.




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