O ALTRUÍSMO E EGOÍSMO NUMA CONCISA PONDERAÇÃO ESPÍRITA
Novas pesquisas revelam que o princípio
da evolução pode ocorrer em termos bem mais caritativos do que
habituamos conceber. Contrariando a velha tese de Charles Darwin, que
sugeria ser melhor para o homem tomar decisões favorecendo a si mesmo
(egoísmo), estudiosos afirmam que o princípio evolucionista só favorece
aos altruístas. Tais pesquisas atestaram que se os homens elegessem
desempenhar relações egoístas, a raça humana poderia ter sido extinta do
planeta. Assim, a abnegação e o espírito cooperativo trazem a
conservação da humanidade. (1)
Edward Wilson, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, afiança que a evolução do altruísmo é o problema teórico central da sociobiologia (2). A questão já intrigava o Pai da Teoria da Evolução, que em 1871, no livro “A Origem do Homem”, utilizou a seleção de grupo para explicar a evolução da moralidade humana. Darwin defendia que o comportamento moral não traz vantagem para o indivíduo, que lucraria mais desobedecendo as regras para agir de acordo com sua vontade própria, embora reconheça que uma tribo regida por valores que enfatizem “o espírito de patriotismo, fidelidade, obediência, coragem e solidariedade”, certamente será mais coesa e organizada, e assim terá maiores chances de vitória na disputa por recursos naturais ou territórios com tribos menos virtuosas. Destarte, a seleção natural agiria não somente sobre indivíduos, mas também sobre grupos competidores.
Na visão do biólogo Robert Trivers, da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, os seres humanos são menos cooperativos do que os insetos sociais [formigas e abelhas]. Entretanto, os seus colegas Williams Hamilton, considerado um dos maiores teóricos da evolução de todos os tempos, e Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, entendem que a natureza não é pródiga e guarda tantos ou mais exemplos de egoísmo quanto de altruísmo. (3)
Alguns teóricos afirmam que entre os humanos há um sistema de altruísmo recíproco com um meio de troca – o dinheiro – que uniu o mundo inteiro em uma economia interligada, mas com muito mais conflito interno e muito menos altruísmo. Afirma-se que quem é altruísta aos “seus” não é generoso – é nepotista. (4) Será que podemos qualificar como altruísmo aquilo que fazemos com vistas a uma retribuição futura? Fica a sensação de que, sob a pele de cordeiro do altruísmo, vamos sempre encontrar um lobo egoísta. Aliás, é exatamente o que afirmou em 1974 o biólogo americano Michael Ghiselin: “arranhe um altruísta, e você verá um egoísta sangrar”. (5)
A palavra “altruísmo” foi cunhada em 1831, por Augusto Comte, Pai do Positivismo, para caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os homens a dedicarem-se aos outros. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as inclinações específicas e exclusivamente individuais (pessoais ou coletivas).
O pensador Samuel Bowles (6) coloca em dúvida a teoria de Darwin sobre a ideia de que os homens são inteiramente egoístas. O comportamento humano é muito mais complexo do que a teoria da evolução supõe. Para Bowles, a seleção natural pode produzir espécies altruístas e cooperativas. Diversas pesquisas que realizou demonstraram que a seleção natural pode produzir espécies altruístas e cooperativas – em vez de seres humanos inteiramente egoístas. Do ponto de vista de Samuel Bowles, o naturalista Charles Darwin estava errado.
Bowles radicaliza a tese Darwiniana ao afirmar que as pessoas se ajudavam antes de existir a bíblia. Para ele, ajudar é um ato humano, sem necessariamente estar relacionado a aprendizagem de uma religião. A maioria das pessoas não age de maneira egoísta, como se acreditava antigamente à luz da teoria da evolução, até porque menos de um terço das pessoas é egoísta. O mundo está se tornando mais altruísta e menos egoísta segundo a concepção de Bowles. (7)
Será que a tese de Bowles procede? As instruções dos Espíritos não confirmam. “Tendo o Espiritismo a tarefa de colaborar para o desenvolvimento moral da humanidade, o que elevará a Terra na hierarquia dos mundos, o egoísmo é o alvo para o qual os espíritas, principalmente, “devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem”, combatendo-o em si próprio.”. (8) O egoísmo, considerado por Emmanuel como o “filho do orgulho” e o “monstro devorador de todas as inteligências”, porque as domina, direcionando-as para o mal, a dor e o sofrimento, “é a fonte de todas as misérias terrenas”, porque leva o homem a pensar somente em si, impedindo-o de fazer crescer o amor, inerente em si, no ser espiritual, em potencialidade a ser desenvolvida por sua vontade.
“A Terra é um planeta surpreendente, um rico educandário, mas o único elemento que aí destoa da Natureza é justamente o homem, avassalado pelo egoísmo. O atual estado de espírito do homem moderno, que tanto se preocupa com o “estar bem na vida”, “ganhar bem” e “trabalhar para enriquecer” constitui forte expressão de ignorância dos valores espirituais na Terra, onde se verifica a inversão de quase todas as conquistas morais. Esse excesso de inquietação, no mais desenfreado egoísmo, tem provocado a crise moral do mundo. Em face disso, os maiores obstáculos que Deus encontra em nós, para que recebamos os seus socorro indireto, afetuoso e eficiente, são oriundos da ausência de humildade sincera nos corações; para o exame da própria situação de egoísmo.” (9)
As anomalias morais nos procedimentos de desordem e de brutalidade são indícios de atraso moral ou de estacionamento no exclusivismo. “As criaturas, de um modo geral, ainda têm muito da tribo, encontrando-se encarceradas nos instintos propriamente humanos, na luta das posições e das aquisições, dentro de um egoísmo quase feroz, como se guardassem consigo, indefinidamente, as heranças da vida animal.” (10)
A Doutrina Espírita expõe que na eclosão dos manifestos egoísticos, inatos no seres humanos, há sempre o sabor amargo da inutilidade no coração dos seres desenganados pela hegemonia do individualismo. Nesse sentimento de frustração, pode degustar a expansão de suas buscas irresistíveis e profundas para o “mais alto”. Nesse ensejo, o altruísmo, a fraternidade e o amor conquistam uma nova expressão no íntimo da criatura, a fim de que o homem possa alçar o grande voo para os mais excelsos destinos.
Edward Wilson, da Universidade de Harvard, Estados Unidos, afiança que a evolução do altruísmo é o problema teórico central da sociobiologia (2). A questão já intrigava o Pai da Teoria da Evolução, que em 1871, no livro “A Origem do Homem”, utilizou a seleção de grupo para explicar a evolução da moralidade humana. Darwin defendia que o comportamento moral não traz vantagem para o indivíduo, que lucraria mais desobedecendo as regras para agir de acordo com sua vontade própria, embora reconheça que uma tribo regida por valores que enfatizem “o espírito de patriotismo, fidelidade, obediência, coragem e solidariedade”, certamente será mais coesa e organizada, e assim terá maiores chances de vitória na disputa por recursos naturais ou territórios com tribos menos virtuosas. Destarte, a seleção natural agiria não somente sobre indivíduos, mas também sobre grupos competidores.
Na visão do biólogo Robert Trivers, da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, os seres humanos são menos cooperativos do que os insetos sociais [formigas e abelhas]. Entretanto, os seus colegas Williams Hamilton, considerado um dos maiores teóricos da evolução de todos os tempos, e Richard Dawkins, da Universidade de Oxford, entendem que a natureza não é pródiga e guarda tantos ou mais exemplos de egoísmo quanto de altruísmo. (3)
Alguns teóricos afirmam que entre os humanos há um sistema de altruísmo recíproco com um meio de troca – o dinheiro – que uniu o mundo inteiro em uma economia interligada, mas com muito mais conflito interno e muito menos altruísmo. Afirma-se que quem é altruísta aos “seus” não é generoso – é nepotista. (4) Será que podemos qualificar como altruísmo aquilo que fazemos com vistas a uma retribuição futura? Fica a sensação de que, sob a pele de cordeiro do altruísmo, vamos sempre encontrar um lobo egoísta. Aliás, é exatamente o que afirmou em 1974 o biólogo americano Michael Ghiselin: “arranhe um altruísta, e você verá um egoísta sangrar”. (5)
A palavra “altruísmo” foi cunhada em 1831, por Augusto Comte, Pai do Positivismo, para caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os homens a dedicarem-se aos outros. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as inclinações específicas e exclusivamente individuais (pessoais ou coletivas).
O pensador Samuel Bowles (6) coloca em dúvida a teoria de Darwin sobre a ideia de que os homens são inteiramente egoístas. O comportamento humano é muito mais complexo do que a teoria da evolução supõe. Para Bowles, a seleção natural pode produzir espécies altruístas e cooperativas. Diversas pesquisas que realizou demonstraram que a seleção natural pode produzir espécies altruístas e cooperativas – em vez de seres humanos inteiramente egoístas. Do ponto de vista de Samuel Bowles, o naturalista Charles Darwin estava errado.
Bowles radicaliza a tese Darwiniana ao afirmar que as pessoas se ajudavam antes de existir a bíblia. Para ele, ajudar é um ato humano, sem necessariamente estar relacionado a aprendizagem de uma religião. A maioria das pessoas não age de maneira egoísta, como se acreditava antigamente à luz da teoria da evolução, até porque menos de um terço das pessoas é egoísta. O mundo está se tornando mais altruísta e menos egoísta segundo a concepção de Bowles. (7)
Será que a tese de Bowles procede? As instruções dos Espíritos não confirmam. “Tendo o Espiritismo a tarefa de colaborar para o desenvolvimento moral da humanidade, o que elevará a Terra na hierarquia dos mundos, o egoísmo é o alvo para o qual os espíritas, principalmente, “devem dirigir suas armas, suas forças e sua coragem”, combatendo-o em si próprio.”. (8) O egoísmo, considerado por Emmanuel como o “filho do orgulho” e o “monstro devorador de todas as inteligências”, porque as domina, direcionando-as para o mal, a dor e o sofrimento, “é a fonte de todas as misérias terrenas”, porque leva o homem a pensar somente em si, impedindo-o de fazer crescer o amor, inerente em si, no ser espiritual, em potencialidade a ser desenvolvida por sua vontade.
“A Terra é um planeta surpreendente, um rico educandário, mas o único elemento que aí destoa da Natureza é justamente o homem, avassalado pelo egoísmo. O atual estado de espírito do homem moderno, que tanto se preocupa com o “estar bem na vida”, “ganhar bem” e “trabalhar para enriquecer” constitui forte expressão de ignorância dos valores espirituais na Terra, onde se verifica a inversão de quase todas as conquistas morais. Esse excesso de inquietação, no mais desenfreado egoísmo, tem provocado a crise moral do mundo. Em face disso, os maiores obstáculos que Deus encontra em nós, para que recebamos os seus socorro indireto, afetuoso e eficiente, são oriundos da ausência de humildade sincera nos corações; para o exame da própria situação de egoísmo.” (9)
As anomalias morais nos procedimentos de desordem e de brutalidade são indícios de atraso moral ou de estacionamento no exclusivismo. “As criaturas, de um modo geral, ainda têm muito da tribo, encontrando-se encarceradas nos instintos propriamente humanos, na luta das posições e das aquisições, dentro de um egoísmo quase feroz, como se guardassem consigo, indefinidamente, as heranças da vida animal.” (10)
A Doutrina Espírita expõe que na eclosão dos manifestos egoísticos, inatos no seres humanos, há sempre o sabor amargo da inutilidade no coração dos seres desenganados pela hegemonia do individualismo. Nesse sentimento de frustração, pode degustar a expansão de suas buscas irresistíveis e profundas para o “mais alto”. Nesse ensejo, o altruísmo, a fraternidade e o amor conquistam uma nova expressão no íntimo da criatura, a fim de que o homem possa alçar o grande voo para os mais excelsos destinos.
Jorge Hessen
Referências bibliográficas:
(1) Divulgado pela publicação científica Nature Communications e disponível em http://super.abril.com.br/ciencia/evolucao-bondade-443958.shtml acesso em 12/09/2013
(2) Ciência que busca entender em bases biológicas o comportamento social dos seres
(3) Disponível em http://super.abril.com.br/ciencia/evolucao-bondade-443958.shtml acesso em 12/09/2013
(4) Idem
(5) Idem
(6) Conselheiro econômico em Cuba, na Grécia, do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e dos ex-candidatos à Presidência dos Estados Unidos Robert F. Kennedy e Jesse Jackson. Seus estudos sobre a evolução genética e cultural dos humanos têm repercutido em publicações de prestígio, como as revistas “Nature” e “Science”
(7) disponível em http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/129045_CHARLES+DARWIN+ESTAVA+ERRADO+
(8) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XI: Amar o próximo como a si mesmo, Instruções dos Espíritos: o egoísmo, item 11, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001
(9) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1990, perguntas 68, 72, 125 183, 313, 348 e 410
(10) Idem
(1) Divulgado pela publicação científica Nature Communications e disponível em http://super.abril.com.br/ciencia/evolucao-bondade-443958.shtml acesso em 12/09/2013
(2) Ciência que busca entender em bases biológicas o comportamento social dos seres
(3) Disponível em http://super.abril.com.br/ciencia/evolucao-bondade-443958.shtml acesso em 12/09/2013
(4) Idem
(5) Idem
(6) Conselheiro econômico em Cuba, na Grécia, do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela e dos ex-candidatos à Presidência dos Estados Unidos Robert F. Kennedy e Jesse Jackson. Seus estudos sobre a evolução genética e cultural dos humanos têm repercutido em publicações de prestígio, como as revistas “Nature” e “Science”
(7) disponível em http://www.istoe.com.br/assuntos/entrevista/detalhe/129045_CHARLES+DARWIN+ESTAVA+ERRADO+
(8) Kardec, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo, Capítulo XI: Amar o próximo como a si mesmo, Instruções dos Espíritos: o egoísmo, item 11, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 2001
(9) Xavier, Francisco Cândido. O Consolador, ditado pelo espírito Emmanuel, Rio de Janeiro: Ed. FEB, 1990, perguntas 68, 72, 125 183, 313, 348 e 410
(10) Idem
Nenhum comentário:
Postar um comentário