MENSAGENS PSICOGRAFADAS DE ENTES QUERIDOS
Solidão.
Dor. Um terrível sentimento de perda. Depressão. Falta de ânimo para
continuar a viver. Esses são apenas alguns dos sintomas que se
apresentam naqueles que “perderam” uma pessoa muito querida. Amor ou
apego doentio? Quem de nós poderá julgar com clareza os dramas e
conflitos da alma humana?
Para
quem está passando pelo doloroso momento do luto, a doutrina espírita
oferece um verdadeiro manancial de luz.
Apresenta explicações lógicas e
fundamentadas em fatos verificáveis sobre a vida após a morte e a
reencarnação; acompanha as exortações evangélicas quando nos recomenda
amarmos a humanidade inteira como nossa família e ainda nos abre a
possibilidade real de recebermos alguma mensagem do Além, através das
chamadas comunicações mediúnicas, como a psicografia e a psicofonia.
O centro espírita deve oferecer este tipo de atendimento?
Para mim, este tipo de trabalho é muito positivo, mas também pode se tornar negativo. Analisemos ambos os lados.
O
aspecto positivo é que, além de oferecer consolo, as famosas mensagens
psicografadas têm o poder de despertar a atenção de muitas pessoas, que
passam, em um segundo momento, a se interessarem pela doutrina espírita.
As
mensagens de consolo podem trazer alívio não apenas para os encarnados
que estão sofrendo pela morte de um ente querido, mas também para o
próprio espírito desencarnado, pois muitas vezes ele também sente muita
necessidade de se comunicar com seus afetos que ficaram aqui na Terra.
Além
disso, aquele que está sofrendo demais pela perda da pessoa amada pode
atrapalhar, de forma não-intencional, na recuperação do espírito no
plano espiritual. Isso ocorre porque quando focamos nosso pensamento em
um ente querido que desencarnou, potencializando esta ideia fixa com
nosso sofrimento, emitimos nossas energias desequilibradas diretamente a
ele, ao mesmo tempo que o chamamos, mentalmente, sem cessar. Este é um
dos motivos pelos quais muitos espíritos ficam dormindo durante dias, em
algum hospital extrafísico (do plano espiritual). É para evitar que
eles recebam a carga psicoemocional e energética dos que estão
encarnados. Claro que nenhum pai, mãe, etc. faz isso conscientemente...
Portanto,
este tipo de comunicação mediúnica obtida em alguns centros espíritas
pode minimizar o sofrimento de ambos os lados e ajudar os encarnados a
superarem o luto.
Mas isso nem sempre ocorre. Muitas pessoas ficam
“correndo de centro em centro”, atrás de mais notícias que nunca as
satisfazem. Esquecem-se de que o sentimento é o meio mais elevado e
direto para entrarmos em contato com os espíritos. Não sabem que podem
se encontrar com seus entes queridos desencarnados por meio das
experiências fora do corpo (emancipação da alma), que ocorrem durante o
sono.
Se
o centro espírita não possui estrutura espiritual e um corpo mediúnico
realmente preparado para essa tarefa, vemos o desabrochar da vaidade, de
melindres, da ganância, competição, etc., da parte dos médiuns.
Além
disso, hoje em dia, os centros fazem uma ficha com tantas informações
sobre o espírito desencarnado e “psicografam” mensagens tão genéricas e
impessoais, que acabam trazendo mais descrença do que fé naqueles que
buscam as mensagens mediúnicas.
Por
isso, cada diretoria de centro espírita deve refletir muito se deve
desenvolver este tipo de atendimento em sua casa, se tem estrutura moral
e mediúnica suficientes.
Por Victor Rabelo
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