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19 junho 2015

Ponte de Luz - Joanna de Ângelis

 
PONTE DE LUZ


Aquinhoado pela faculdade mediúnica, rejubila-te e aplica-a a serviço da finalidade a que se destina.

Rogaste a Deus a oportunidade de reabilitar-te de incontáveis desaires que te permitiste em jornadas pretéritas ao lado de crimes, alguns hediondos.

Por considerares a gravidade do comportamento, percebeste que a recuperação moral poderia dar-se pela colheita de sofrimentos defluentes dos gravames cometidos, como normalmente acontece.

Podias, no entanto, eleger os fenômenos tormentosos das enfermidades dilaceradoras, dos padecimentos morais que produzem consumpção interna, dos delicados mecanismos da solidão e das perseguições implacáveis das tuas vítimas, em rudes obsessões, afastando-te da trilha do equilíbrio e dos deveres a que te vinculas.

Também descobriste que o amor anula o ódio, a multidão de pecados, e as bênçãos da caridade diluem as construções do mal, pelo proporcionar da paz onde quer que se apresente.

Sob a inspiração do teu anjo tutelar, elegeste a mediunidade, a fim de manteres intercâmbio seguro com a Esfera imortal, de modo que não olvidasses a tua procedência. Concomitantemente, compreendeste que poderias reparar o mal através do bem, recuperando-te dos graves deslizes.

Antes do renascimento, passaste pelas regiões de sombra e de dor, onde foste resgatado e conduzido para educandários de regeneração, a fim de treinares bondade e reorganizares as paisagens mentais e morais.

Conquistaste, desse modo, a misericórdia da faculdade mediúnica, a princípio atormentada pelos conflitos que te ressumavam, como é natural, de modo a trabalharem os valores éticos que te facultassem a sintonia com a Erraticidade superior, de onde procedem as inspiração e a diretriz do trabalho.

Naturalmente, como efeito dos danos que a ti próprio causaste, foste programado com alguns problemas que te demonstrariam a própria fragilidade, a expressar-se em dores de vário porte.

Mediante a conjuntura aflitiva, sentiste necessidade de buscar a harmonia, e a mediunidade distendeu-te os valiosos recursos para a ação do inefável bem.

No universo nada permanece fora das leis de equilíbrio, especialmente os acontecimentos morais que são de primacial importância no desenvolvimento do ser espiritual.

Esforça-te por aprimorar a aptidão orgânica ao teu alcance, por intermédio da tua automoralização, a fim de te equipares com os valiosos recursos do amor, para a enfermagem da iluminação dos Espíritos infelizes. Não somente daqueles aos quais prejudicaste, mas também aos outros irmãos desafortunados, que pululam em volta da Terra.

Cada contribuição iluminativa que lhes ofertes, acenderá uma estrela na noite imemorial do teu processo evolutivo.

Desse modo, serve sem enfado, alegre e jovial, pela honra da autoedificação.


* * *


Os sofrimentos que te excruciam, lapidam as imperfeições espirituais que carregas nos refolhos do ser.

Não reclames. Eles são necessários para a tua quitação de débitos perante as leis cósmicas.

Evita pensar que jamais se acabarão.

Contempla o algoz deste momento, quando defrontado por ele em atitude que te dilacera a alma, irradiando a compaixão em seu favor.

Aprende, ante a sua indignação, a paciência e a misericórdia.

Esses impulsos agressivos são a catarse de dramas íntimos que ele não sabe identificar e os expele como lava de vulcão que explode para renovar a paisagem.

Tu sabes que ele é vítima das circunstâncias que o aturdem com os seus conflitos camuflados e de alta gravidade.

Usa, nesses momentos, a mediunidade, olha o agressor e, compadecido, envolve-o em preces.

Não discutas, porque ele se encontra fora de si, sem raciocínio lúcido nem discernimento, não raro sob ação de perversos adversários que lhe conspiram contra a harmonia e a felicidade.

Trata-se de alguém perdido no matagal e que necessita gritar por socorro sem sequer saber como fazê-lo.

A mediunidade de que é portador diminui a carga dos agressores, porque ao se utilizarem das tuas energias, diminuem o impacto da alucinação.

Continua na tua condição de ponte de luz.

No diário, já elegeste recuperar vidas, e esse fenômeno de amor é também mediúnico, porque as tuas forças são utilizadas pelos benfeitores espirituais, a fim de auxiliarem essas aves implumes que agasalhas no ninho do coração.

Todo fenômeno mediúnico é de natureza específica na área das afinidades. Portanto, de acordo com a sintonia com Jesus, tornas-te cireneu, auxiliando os irmãos do Calvário a conduzir a sua cruz libertadora.

Mergulha, pois, nas Fontes inexauríveis do amor de Deus em teu mundo íntimo, dulcifica-te, ajuda e frui a felicidade da reabilitação.

Prossegue sem desânimo, nem qualquer tipo de temor.

A mediunidade é concessão divina destinada a propiciar o crescimento do Espírito, para que este exerça a beneficência, autoiluminando-se.

Ao conduzi-la com harmonia íntima, estarás sempre médium e não apenas o serás nos momentos especiais dedicados ao seu exercício.

Derruba quaisquer impedimentos ambientais, físicos, emocionais e psíquicos, e prossegue como ponte de luz a serviço do Amor.


* * *


A sociedade, que tantas glórias alcançou na área da Ciência e da Tecnologia ao conquistar o amor, prepara-se para ampliar os recursos das faculdades mediúnicas, a fim de que as cortinas densas, que se interpõem entre as esferas, física e espiritual, sejam diluídas, permitindo o trânsito com ampla facilidade para ambas.

Não fujas às lutas redentoras, porque elas sempre estarão à tua frente à espera de atendimento.

Toma como modelo Jesus, o Médium de Deus, e deixa que transitem pela tua ponte os filhos da agonia sob a proteção dos excelsos guias da humanidade.


Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 18 de março de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.

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