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10 março 2017

A Malidicência - Valentim Lorenzetti



A MALEDICÊNCIA


Se você se preocupa muito em identificar os espinhos da estrada, dentro em breve estará no meio de um espinheiro, cercado por todos os lados.

Esta é uma advertência do Espírito André Luiz, no livro Agenda Cristã, psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier. Muito apropriada para todos nós mas, particularmente, para aquelas pessoas que vivem achando defeito em tudo, criticando todos. De tanto apontar defeitos e falhas, acabam se identificando com as falhas e os vícios e passam a viver num mundo particular em que tudo é difícil.

"O mundo é mau", exclamam enfatuados, esquecendo-se de que a maldade encontra neles livre curso para expandir-se. Assemelham-se a um rio que espalha, por larga extensão de suas margens, o material envenenado que nele é atirado por indústrias dirigidas por homens invigilantes. Esquecem-se de que a maldade - como os agentes da poluição - se controlada em ambiente fechado, sem um curso que a leve para o exterior, pode ter sua ação bastante circunscrita.. A maldade ou a maledicência podem ser bastante minimizadas se não encontrarem veículos de divulgação. O homem que vive identificando espinhos em sua estrada é um excelente veículo de expansão de ambas essas pragas sociais.

Aliás, a maledicência, como uma das manifestações da maldade, é um flagelo social. É o diz-que-diz-que leviano, entremeado de calúnias e meias-verdades. Passa de boca em boca e chega a arrasar muitas pessoas; chega a provocar desastres de grandes proporções. A maledicência geralmente começa com simples brincadeira de mau gosto O "identificador de espinhos" leva-a a sério, aumenta-a com o fel de sua própria mente, e passa-a à frente. E lá vai a maledicência. Mais adiante encontra outro "identificador de espinhos" que a apanha no ar, elabora-a com mais requintes de maldade, e coloca-a novamente em circulação. Teremos, assim, um drama social de boas proporções.

É preciso que as pessoas se compenetrem de que o mal não merece comentários em parte alguma. Não o comentando estaremos colaborando para sua própria extinção. O mal merece ação enérgica; sim, sim; não, não. Merece decisão, nunca omissão. Comentários e futricas, não. Estes só servirão para aumentar a extensão do mal, para dar a outras pessoas as ferramentas para cometer males idênticos.

O bem, por sua vez, deveria ser mais divulgado. Mais comentado, para servir de exemplo. Para formação de uma corrente benéfica, uma corrente capaz de apertar o cerco ao mal.

Quando se fala em divulgar o mal ou o bem, logo todo mundo pensa na função da imprensa, do rádio e da televisão. Claro que representam papéis importantes para o aumento ou a redução do mal ou do bem. Entretanto, tais veículos não são os únicos responsáveis. Cada indivíduo é uma peça importante desse trabalho. A divulgação, boca a boca, é das mais eficientes. Se colocada a serviço da maledicência pode-se avaliar o mal que causará. Portanto, não devemos transferir a responsabilidade para os órgãos de divulgação. Toda pessoa, como ser pensante, ouvinte e falante, é um veículo de comunicação. É responsável perante a sociedade pela extensão do mal.


Valentim Lorenzetti

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