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11 março 2017

Paixões - Cláudio Fajardo


 (S.Paulo/SP)

PAIXÕES

“Não te deixes levar por tuas paixões e refreia os teus desejos. Se cedes ao desejo da paixão, ela fará de ti objeto de alegria para teus inimigos.” (Eclesiástico, 18: 30 e 31)

A paixão é tida por todos nós como um mal que assola a humanidade, muitos culpando a ela por vários desequilíbrios existentes entre nós.

Na verdade não é bem assim, o princípio que lhe dá origem é bom, o excesso que gera o abuso é que ocasiona o mal.

Muitas são as grandes obras da humanidade que têm por base a paixão daqueles que as realizaram, tendo desta forma, nela, um germe de positividade.

A história nos dá outros grandes exemplos do princípio da paixão bem equilibrada gerando o bem. Paulo de Tarso, o converso de Damasco é um dos mais notórios, ele empregou na nova proposta que assimilara – aquela disseminada pelo Cristo que lhe apareceu - a mesma energia com que servira à lei antiga, e o resultado não poderia ter sido melhor. Ou seja, o princípio originário que o movia foi o mesmo, o sentido de atuação é que foi modificado.

Em suma, a paixão é como um cavalo, se bem governado presta excelentes serviços, porém, se ao contrário perde-se dele o domínio, pode causar vários transtornos.

É preciso desta forma que reavaliemos nossos sentimentos, estão eles sob controle, podemos governá-los satisfatoriamente? Se a resposta for sim, tudo bem, eles não serão negativos. Todavia, caso o não seja o resultado de nossas meditações, tenhamos cautela, é possível que estejamos no princípio de um processo em que seremos dominados, isto é, escravizados pelos nossos próprios desejos.

Uma outra questão há ainda que deve ser ponderada. Estão as nossas paixões alimentando nossa tendência animal, ou à nossa natureza espiritual? Sabemos que o sentido que a Providência propõe para que cresçamos, é o espiritual; assim, se nossos sentimentos nos conduzem para o lado oposto, eles estão atrasando o nosso progresso, e consequentemente, afastando-nos de nossa meta. Se no entanto eles nos conduzem para a boa parte, ou seja, se fortalecem os valores espirituais, estejamos sem medo, eles devem ser incentivados.

Concluindo, podemos afirmar com segurança, não está na força que imprimimos em realizar qualquer ação, o bem ou o mal, e sim no sentido em que ela atua. Analisemos com cautela qual a nossa mais íntima motivação e saberemos com certeza se estamos nos aproximando de Deus ou Dele afastando.

“Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas, agora, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Paulo aos Romanos, 7: 5 e 6


Cláudio Fajardo


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