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30 setembro 2017

Acatemos a dor física como educadora da alma - Jorge Hessen



ACATEMOS A DOR FÍSICO COMO EDUCADORA DA ALMA




Uma comovente batalha judicial dos pais de um bebê britânico em estado terminal acabou envolvendo até mesmo o Papa Francisco. Trata-se de Charlie Gard que sofre de síndrome de miopatia mitocondrial, uma síndrome genética raríssima e incurável que provoca a perda da força muscular e danos cerebrais. Ele nasceu em agosto de 2016 e, dois meses depois, precisou ser internado, onde permanece desde então, no Hospital Great Ormond Street, em Londres.

O serviço de saúde pública do Reino Unido (NHS) explicou que Charlie tem danos cerebrais irreversíveis, não se move, escuta ou enxerga, além de ter problemas no coração, fígado e rins. Seus pulmões apenas funcionam por aparelhos. O NHS disse que os médicos chegaram a tentar um tratamento experimental trazido dos EUA, mas Charlie não apresentou melhora. Por isso, defende o desligamento dos aparelhos que o mantêm vivo.

Mas seus pais, Chris Gard e Connie Yates – e uma comunidade de apoiadores -, lutam contra a decisão do hospital e pedem permissão para levar o bebê aos Estados Unidos para receber o tratamento experimental diretamente. No dia 27 de junho de 2017, entretanto, eles perderam a última instância do pedido na Justiça britânica, que avaliou que a busca pelo tratamento nos EUA apenas prolongaria o sofrimento do bebê sem oferecer possibilidade de cura.

A Corte Europeia de Direitos Humanos também concluiu que o tratamento “causaria danos significativos a Charlie”, seguindo a opinião dos especialistas do hospital, e orientou pelo desligamento dos aparelhos. No dia 02 de julho de 2017, após a decisão da Justiça britânica, o Papa Francisco pediu que os pais de Charlie possam “tratar de seu filho até o fim”. O Vaticano disse que o papa estava acompanhando o caso “com carinho e tristeza”.

O serviço de saúde pública do Reino Unido (NHS) não propõe a eutanásia, mas a ortotanásia [1]. Os pais de Charlie lutam pela distanásia, ou seja, desejam o prolongamento artificial do processo de tratamento, o que para os juízes e médicos tem trazido sofrimento para Charlie, e nessa situação a medicina não prevê possibilidades de melhoria ou de cura.

No Brasil, médicos revelam que eutanásia é prática habitual em UTI’s, e que apressar, sem dor ou sofrimento, a morte de um doente incurável é ato frequente e muitas vezes pouco discutido nas UTIs dos hospitais brasileiros. [2] Nos Conselhos Regionais de Medicina, a tendência é de aceitação da eutanásia, exceto em casos esparsos de desentendimentos entre familiares, sobre a hora de cessar os tratamentos.

Médicos e especialistas em bioética defendem a ortotanásia, como no caso de Charlie Gard, que é o ato de retirar equipamentos ou medicações, de que se servem para prolongar a vida – Charlie hoje se encontra em estado terminal. Ao retirar esses suportes de vida (equipamentos ou medicações), mantendo apenas a analgesia e tranquilizantes, espera-se que a natureza se encarregue de agenciar a fatalidade biológica (morte).

Charlie está sofrendo com intensidade? Sim, está! Mas toda dor tem a sua serventia. Sob o ponto de vista espírita, aprendemos que a agonia física prolongada pode ter finalidade preciosa para a alma, e a moléstia incurável pode ser, em verdade, um bem. Nem sempre conhecemos as reflexões que o Espírito pode fazer nas convulsões da dor biológica e os tormentos que lhe podem ser poupados graças a um relâmpago de arrependimento.

Entendamos e acatemos a dor física, como instrutora das almas e, sem vacilações ou indagações descabidas, amparemos quantos lhes experimentam a presença constrangedora e educativa, lembrando sempre que a nós compete, tão-somente, o dever de servir, porquanto a Justiça, em última instância, pertence a Deus, que distribui conosco o alívio e a aflição, a enfermidade, a vida e a morte no momento oportuno.

O verdadeiro cristão porta-se, sempre, em favor da manutenção da vida e com respeito aos desígnios de Deus, buscando não só minorar os sofrimentos do próximo – sem eutanásias passivas, claro! – mas também confiar na justiça e na bondade divina, até porque nos Estatutos de Deus não há espaço para dores injustas.



Notas:

[1]Etimologicamente, a palavra “ortotanásia” significa “morte correta”, onde orto = certo e thanatos = morte. A ortotanásia, ou “eutanásia passiva” pode ser definida como o não prolongamento artificial do processo natural de morte, onde o médico, sem provocar diretamente a morte do indivíduo, suspende os tratamentos extraordinários que apenas trariam mais desconforto e sofrimento ao doente, sem melhorias práticas.

[2]Associação de Medicina Intensiva Brasileira nega que a eutanásia seja frequente nas UTIs no Br



29 setembro 2017

Cuidar da infância - Waldenir Aparecido Cuin



CUIDAR DA INFÂNCIA


“O Espírito de uma criança pode então ser mais adiantado que o de seu pai?
— Isso é bastante frequente; não o vedes tantas vezes na Terra?” (pergunta 197-a, de “O Livro dos Espíritos” – Allan Kardec

Por desconhecer tal assertiva é que muitas vezes erramos na condução dos “pequenos” que nos foram confiados para serem educados, objetivando que sigam corretamente pelos caminhos da decência e da dignidade.

Mas, em se tratando da educação da infância, imperioso se torna diferenciar educação de instrução. Educar, como objetivo primeiro, significa moldar o caráter de alguém, prepara-lo para viver dentro dos padrões da moralidade, sendo um verdadeiro homem de bem, que consiga eleger o bem-estar da criatura humana, onde ela estiver; já instruir, será ministrar conhecimentos, oferecer experiências acadêmicas ou transmitir cultura. Educar, embora os mecanismos de apoio que se possam encontrar, é tarefa exclusiva da família, enquanto a instrução tanto pode ser oferecida no lar, na escola ou na vivência social.

No tocante à educação não podemos ignorar os referenciais que as crianças tomam como exemplo, tanto que a própria sociedade já entendeu há muito, que a infância imita os adultos. Então, quando percebemos crianças e adolescentes deambulando por estradas sombrias e caminhos tortuosos, salvo raras exceções, podemos concluir que os “mais velhos” não estão oferecendo um comportamento salutar, sublime e edificante.

Também, de forma alguma, podemos ignorar que a criança ou o jovem de agora é a volta, à vida física, do Espírito que animou o adulto em outras reencarnações, e elas, obviamente, foram muitas, pois o Espírito André Luiz, escrevendo mediunicamente por Francisco Cândido Xavier, afirma, convictamente, que o homem faz uso da razão há aproximadamente quarenta mil anos.

Assim, não temos dúvida em concluir que em oportunidades várias, uma criança que aparenta ingenuidade e inocência pode ser muito mais adiantada, espiritualmente, que seus pais ou adultos que a rodeiam. Aliás, isso ocorre com certa frequência quando vemos genitores com limitações intelectuais possuírem filhos altamente inteligentes.

Portanto, a missa paterna diante dessa verdade assume proporções ainda maiores, responsabilidade mais abrangente, uma vez que podemos estar sendo convocados a ajudar alguém que está à nossa frente no aspecto evolutivo, mas que no momento, pelas condições de fragilidade física e mental, características da infância, tem as suas mãos estendidas em nossa direção, pedindo proteção.

Então, vale afirmar que a criança não sabe o que faz e que será preciso esperar que ela cresça, para ter seu caminho direcionado pelas veredas equilibradas dos padrões de moralidade.

Se não aproveitamos o momento propício, quando a fragilidade dos primeiros anos de vida oferece amplas possibilidades de corrigenda e norteamento dos passos dos nossos “pequenos”, no futuro, quando a idade endurecer lhes o caráter, talvez tenhamos enormes dificuldades em ensinar-lhes a respeitar limites, a conhecer o direito alheio e a viver em sociedade, com regras, disciplinas e renúncias.

De qualquer forma, recebendo em nossos lares, Espíritos reencarnados, superiores a nós ou não, cabe refletir maduramente, procurando vislumbrar se realmente estamos dando das devidas atenções à prole, pois um dia, em algum lugar, haveremos de prestar contas à nossa consciência daquilo que fizemos com os filhos que a providência Divina nos confiou.

Ser pai ou mãe é tarefa das mais importantes na Terra... em realidade é uma missão.


De “Em busca da Paz”, de Waldenir Aparecido Cuin


28 setembro 2017

Insônia - Nilton Moreira



INSÔNIA


A ciência já explicou até o momento do ponto de vista dela o motivo pelo qual não conseguimos dormir, isto é, termos a tão conhecida insônia que ataca grande parcela mundial. É evidente que a ciência como não admite conceitos filosóficos vai buscar em nossos órgãos físicos a causa de qualquer anomalia, afinal a maioria dos cientistas não admite a existência de um Ser Superior, até porque em muitas situações eles dizem ser o próprio deus.

Mas quem além de encarar a ciência com grande admiração e respeito e também depositar na fé suas expectativas de evolução, pois afinal somos matéria perecível, mas também somos alma/espírito, constata que em muitos casos não conseguimos dormir por questões que a ciência não nos convence.

Claro que se estivermos sentido dor, uma preocupação e até efeito de algum acontecimento fora da rotina que nos acometeu ou nos envolvemos, vamos ficar sem sono, mas normalmente nestes casos, passada a origem o sono volta normalmente, isto naqueles que sempre tiveram um dormir regular.

Mas vamos supor que certa pessoa tenha um inimigo que pode vir a lhe emboscar de momento para outro.

Esta, pessoa, normalmente evitará sair de casa, e se sair será sob muita tensão, e voltará tão logo possa. Acontece que do ponto de vista espiritual, estamos sempre em relação com a vida além da matéria e quando dormimos, deixamos o corpo material em repouso mantendo-se apenas na vida orgânica e saímos, já que somos espírito!

Mas em razão de muitos terem inimigos de outras vidas ou inimigos que viveram aqui juntos nesta vida, mas retornaram ao plano espiritual antes, o espírito que somos a exemplo daquela pessoa que não sai de casa e/ou volta rapidamente, age da mesma maneira, preferindo ficar o mais tempo possível no estado de vigília, por medo de confrontar-se ao adormecer.

Se temos corpo que adormece e descansa, temos o espírito que não precisa descansar, mas que também pode ficar adormecido, muito bem explicado no livro de Chico Xavier, Os Mensageiros, no capítulo “os que dormem”. Então é perfeitamente compreensível que não consigamos dormir, a não ser sob efeito de drogas lícitas (medicamentos), que forçará que o organismo relaxe, e por consequência o espírito ao invés de desprender-se permanece também num estado semelhante aos que acreditam no “sono eterno”.

Por isso encontramos a dificuldade de conciliar o sono. Devemos procurar o esclarecimento religioso sobre o assunto para buscar solução para esta influenciação. Que o Mestre nos ampare a todos.


Nilton Moreira


27 setembro 2017

Causas espirituais do arrepio - Visão Esírita - Carlos Torres Pastorino



CAUSAS ESPIRITUAIS DO ARREPIO - VISÃO ESPÍRITA



A pele ou tegumento externo cobre todo o corpo, exceto nos orifícios naturais, onde continua nas mucosas. Constitui-se de epiderme, por fora, e do cório, logo abaixo.

Interessa-nos a parte do órgão do tato, que é servido Por numerosíssimas terminações nervosas, em bulbos sob o derma (os corpúsculos de Passini, os de Krause, e os de Ruffini), os que terminam livremente (corpúsculos de Meissner) e as terminações nervosas da epiderme, que ficam na capa mucosa de Malpighi.

Interessam, também, a nosso estudo, os pelos, que são formações epidérmicas, implantados em depressões cilíndricas do derma (“folículos pilosos”). A cada um deles está ligado pequeno músculo, o arrector pili (“eriçador do pelo”) esse músculo passa, da parte superficial do cório para o lado para o qual se inclina obliquamente o pelo, prendendo-se próximo ao folículo, na projeção formada pela raiz do pelo. Se o músculo for contraído pelo nervo a que está ligado, o pelo fica eriçado e o folículo se projeta para fora, causando leve proeminência temporária na superfície da pele, a que o povo chama “pele de galinha” (cútis anserina).

O órgão do tato tem bastante atuação no setor da sensibilidade mediúnica.

Vejamos alguns efeitos:

SENSIBILIDADE ARREPIOS

1) Quando de um médium de suficiente sensibilidade se aproxima um espírito desencarnado (e por vezes mesmo uma criatura encarnada que não tenha sido percebida por seus sentidos) a aura do espírito toca na aura do médium e os nervos cutâneos são atingidos e sensibilizados. Dá-se então pequeno (ou forte) choque nervoso, que faz que se contraiam os arrectores pilorum, eriçando-se os pelos, e a pele fica arrepiada.

2) Quando o médium percebe a aproximação de uma entidade, pode distinguir se se trata de alguém com elevação espiritual e bons sentimentos, se houver contacto com excitação dos bulbos de Krause (sensação de frescor ou frio, como “ar condicionado); ou se o espírito é involuído e de más intenções, pois neste caso são atingidos os bulbos terminais e os corpúsculos de Ruffini (sensação desagradável de calor).

3) Quando há passagem de um espírito, ou quando ele se liga ou desliga, o médium recebe uma descarga nos nervos epidérmico, sobretudo ao longo da coluna vertebral, contraindo-se todos os arredores pilorum, dessa região, geralmente subindo do cóccix ao occipital. A mesma sensação é experimentada quando alguém depara repentinamente, por exemplo, com um cachorro, assustando-se por temê-lo.

4) Mesmo quando não há, propriamente, aproximação de espírito, pode o sensível, ao evocar mentalmente ou por palavras, o nome de uma pessoa ou um fato, sentir o “arrepio” (pele de galinha) mais ou menos intenso, sendo mais frequente nos ante- braços que no corpo inteiro. Trata-se de uma emissão do simpático da própria criatura, sob o impacto da emoção, provocando irradiação pela superfície cutânea.


Carlos Torres Pastorino – Técnicas da Mediunidade


26 setembro 2017

Os pais envelhecem - Momento Espírita



OS PAIS ENVELHECEM



Talvez a mais rica, forte e profunda experiência da caminhada humana seja a de ter um filho.

Plena de emoções, por vezes angustiante, ser pai ou mãe é provar os limites que constituem o sal e o mel do ato de amar alguém.

Quando nascem, os filhos comovem por sua fragilidade, seus imensos olhos, sua inocência e graça.
Basta vê-los para que o coração se alargue em riso e cor. Um sorriso é capaz de abrir as portas de um paraíso.
Eles chegam à nossa vida com promessas de amor incondicional. Dependem de nosso amor, dos cuidados que temos. E retribuem com gestos que enternecem.

Mas os anos passam e os filhos crescem. Escolhem seus próprios caminhos, parceiros e profissões. Trilham novos rumos, afastam-se da matriz.

O tempo se encarrega da formação de novas famílias. Os netos nascem. Envelhecemos. E então algo começa a mudar.

Os filhos já não têm pelos pais aquela atitude de antes. Parece que agora só os ouvem para fazer críticas, reclamar, apontar falhas.

Já não brilha mais nos olhos deles aquela admiração da infância e isso é uma dor imensa para os pais.

Por mais que disfarcem, todo pai e mãe percebe as mínimas faíscas no olho de um filho.

É quando pais idosos, dizem para si mesmos: Que fiz eu? Por que o encanto acabou? Por que meu filho já não me tem como seu herói particular?

Apenas passaram-se alguns anos e parece que foram esquecidos os cuidados e a sabedoria que antes era referência para tudo na vida.

Aos poucos, a atitude dos filhos se torna cada vez mas impertinente. Praticamente não ouvem mais os conselhos.

A cada dia demonstram mais impaciência. Acham que os pais têm opiniões superadas, antigas.

Pior é quando implicam com as manias, os hábitos antigos, as velhas músicas. E tentam fazer os velhos pais se adaptarem aos novos tempos, aos novos costumes.

Quanto mais envelhecem os pais, mais os filhos assumem o controle. Quando eles estão bem idosos, já não decidem o que querem fazer ou o que desejam comer e beber. Raramente são ouvidos quando tentam fazer algo diferente.

Passeios, comida, roupas, médicos - tudo passa a ser decidido pelos filhos.

E, no entanto, os pais estão apenas idosos. Mas continuam em plena posse da mente. Por que então desrespeitá-los? Por que tratá-los como se fossem inúteis ou crianças sem discernimento?

Sim, é o que a maioria dos filhos faz. Dá ordens aos pais, trata-os como se não tivessem opinião ou capacidade de decisão.

E, no entanto, no fundo daqueles olhos cercados de rugas, há tanto amor. Naquelas mãos trêmulas, há sempre um gesto que abençoa, acaricia.

* * *

A cada dia que nasce, lembre-se, está mais perto o dia da separação. Um dia, o velho pai já não estará aqui.

O cheiro familiar da mãe estará ausente. As roupas favoritas para sempre dobradas sobre a cama, os chinelos em um canto qualquer da casa.

Então, valorize o tempo de agora com os pais idosos. Paciência com eles quando se recusam a tomar os remédios, quando falam interminavelmente sobre doenças, quando se queixam de tudo.

Abrace-os apenas, enxugue as lágrimas deles, ouça as histórias (mesmo que sejam repetidas) e dê-lhes atenção, afeto...

Acredite: dentro daquele velho coração brotarão todas as flores da esperança e da alegria.


Redação do Momento Espírita


25 setembro 2017

São as vítimas da inquisição, hoje reencarnadas as responsáveis pelos conflitos atuais no mundo? - Fernando Rossit



SÃO AS VÍTIMAS DA INQUISIÇÃO, HOJE REENCARNADAS AS RESPONSÁVEIS PELOS CONFLITOS ATUAIS NO MUNDO?


Vem da Idade Média o ódio de povos de várias nacionalidades, seitas e crenças religiosas contra os cristãos. E quem são os responsáveis por tudo isso? De acordo com Manoel Philomeno de Miranda, no livro “Transição Planetária”, somos nós mesmos, quando, no passado, nos autoproclamando “cristãos”, seguidores da Doutrina de Jesus, cometemos inumeráveis atrocidades contra o próximo, sob a acusação de hereges.V Vejamos alguns trechos do Capítulo 17 do livro citado:

“Em nome de Jesus, vinculamo-nos ao poder imperial, deixamos de ser perseguidos para nos tornarmos perseguidores, abandonamos a humildade, sob os mantos do orgulho e da soberba… Encontramos meios de afastar os inimigos aos quais deveríamos amar, os antipatizantes que pensávamos conquistar, os equivocados que nos cabia esclarecer, e demos início às aventuras da loucura, criando as Cruzadas, os Tribunais do Santo Ofício, as perseguições inclementes aos mouros e judeus, a todos aqueles que não compartilhavam das nossas ideias, afundando-nos no abismo das aberrações mais desastrosas. “

“E martirizamos milhares de trabalhadores de Jesus nos mais diversos setores do pensamento e dos ideais, somente porque não se submetiam ao talante das nossas equivocadas determinações.”

“Na península ibérica, por exemplo, seguindo os exemplos terríveis de outros países, em nome da hegemonia católica e da fidelidade ao papa, utilizamo-nos de recursos ignóbeis para permanecermos em domínio político, religioso e cultural da sociedade, expulsando das formosas terras aqueles que chamávamos de hereges, somente porque não aceitavam o nosso Jesus. Naturalmente não O aceitavam em razão dos nossos exemplos de anticristianismo, de perversidade e de presunção com que nos vestimos para representá-lo, quando Ele se deixou dominar pelo amor, pela compaixão, pela misericórdia, pelo perdão…”

“E atualmente, o que ocorre? Não nos fazem recordar os comportamentos cavilosos a que nos entregamos no passado? É compreensível, portanto, que sejamos alvos que desejam atingir, em razão do mal que lhes fizemos, quando tivemos ensejo de ajudá-los a sair das deploráveis situações em que se demoravam. Os seus sentimentos inamistosos defluem dos ressentimentos que mantêm desde aqueles já recuados tempos, embora ainda vivos nas carnes das suas almas, que anelam por desforço e paz, que não têm ideia sequer, pensando que ela virá após atenderem a sede de vingança a que se entregam.”

“Lares e vidas foram destroçados, santuários de fé e educandários religiosos foram praticamente destruídos e a fúria da malta ensandecida, após incendiar as cidades e perseguir os sobreviventes, hasteou a bandeira da vitória onde antes tremulava a muçulmana…”

“Expulsos também os judeus, as suas sinagogas, seus lares foram destruídos, suas vidas tornadas banais e vendidas a peso de ouro, a fim de poderem permanecer depois da apostasia das doutrinas a que se vinculavam anteriormente, mudando os antigos nomes para aqueles que seriam denominados como cristãos. “

A fim de arrancar-se a confissão do infiel, eram usados todos os meios bárbaros concebíveis, incluindo-se o empalamento, a roda, a tortura da polé, e tudo quanto de hediondo a mente humana pode conceber quando enlouquecida. As mulheres eram violadas, as crianças assassinadas ou vendidas como escravas, separadas para sempre dos seus pais, os homens válidos eram igualmente vendidos, os idosos e doentes vilmente mortos após suplícios extenuantes… E dizíamos que assim nos comportávamos em nome de Jesus e de Sua doutrina…”


Fernando Rossit



24 setembro 2017

Cirurgia de mudança de sexo! Como o Espiritismo vê este fato? - Joanna de Ângelis



CIRURGIA DE MUDANÇA DE SEXO!
COMO O ESPIRITISMO VÊ ESTE FATO?


No livro organizado pela Dra Marlene Nobre de entrevistas de Chico Xavier, nos 23 anos da Folha Espírita, “há a referência de uma mensagem, recebida pelo médium, de um rapaz que fez a cirurgia de mudança de sexo no plano físico, mas, após a morte, constatou que continuava a ser homem. A cirurgia não havia modificado o seu períspirito”.

Em razão dessa comunicação, a Dra Marlene manifesta-se contrária à cirurgia de mudança de sexo:

“Sendo assim, sou contra, porque será uma decepção muito grande no mundo espiritual quando o que fez a cirurgia no plano físico constatar que de nada adiantou. Acho que permanecer com as partes anatômicas aqui ajudará a resgatar o sexo que se almeja do outro lado da vida”.

No entanto, creio que a comunicação de um espírito desencarnado não possui o condão de estabelecer regra definitiva para o caso. Já ouvimos muitas vezes: cada caso é um caso.

A constituição do ser orgânico é decorrência das suas necessidades evolutivas, que são trabalhadas pelo perispírito na condição de modelo organizador biológico.

Trazendo impressos os mecanismos da evolução nos tecidos sutis da sua estrutura íntima, plasma, a partir do momento da concepção, o corpo, no qual o Espírito se movimentará durante a vilegiatura humana, a fim de aprimorar o caráter e resgatar os compromissos negativos que ficaram na retaguarda.

Trabalhando nos códigos genéticos do DNA, aciona as moléculas fornecedoras das células que programarão a forma, enquanto o Espírito se encarrega de produzir os fenômenos emocionais e as faculdades psíquicas.

Assim sendo, é herdeiro de si mesmo, promovendo os meios de crescer interiormente através das experiências que ocorram numa como noutra polaridade sexual.

Em se considerando as graves finalidades do aparelho genésico, na sua função reprodutora, ele é repositório de hormônios especiais, que trabalham conjuntamente com os outros das demais glândulas de secreção endócrina, de forma que o equilíbrio físico, emocional e intelectual se expresse naturalmente, sem traumas ou disfunções que decorrem dos problemas que ficaram por solucionar.

A libido impulsiona o indivíduo para a realização criativa e produtiva, quando se expressa com moderação, sendo natural decorrência ancestral do instinto por cuja faixa o ser transitou durante largo período e cujas marcas permanecem dominadoras.

A qualquer distonia de sua parte, logo surgem distúrbios neuróticos e comportamentais que afetam perturbadoramente o processo reencarnatório a ela fortemente vinculado.

Essa poderosa energia motora exige cuidadosa canalização, a fim de produzir fenômenos harmônicos, que estimulem à ordem, à realização dignificadora, porquanto, assim não sendo, a sua força irrompe como caudal desordenado que passa deixando escombros.

O uso adequado da função sexual - sintonia entre a psicologia e a fisiologia da polaridade - proporciona bem-estar e facilita o crescimento espiritual, sem gerar amarras com a retaguarda do instinto, assim como, também com as Entidades perversas e viciadas que a ela se vinculam. A sua abstinência, quando a energia que exterioriza é trabalhada e transformada em força inspirativa e atuante pelos ideais de beleza, de cultura, de sacrifício pessoal, igualmente propicia equilíbrio e empatia, já que o importante é o direcionamento dos seus elementos psíquicos, que têm de ser movimentados incessantemente, porquanto para isso são produzidos.

Em decorrência, é de fundamental importância que o Espírito reencarnado se sinta perfeitamente identificado com a sua anatomia sexual, mantendo os estímulos psicológicos em consonância com a mesma.

Quando a ocorrência é diversa - função emocional diferente da forma física - encontra-se em reajustamento, que deverá ser disciplinado, evitando a permissão do uso indevido, que proporciona agravantes mais severos para o futuro.

Eis porque é de vital importância o respeito que os pais devem manter em relação ao sexo dos seus filhos, evitando interferir psíquicamente no processo da sua formação, quando o zigoto começa a definir a futura forma consoante o mapa cármico do reencarnante.

É natural que se tenha opção por essa ou aquela expressão sexual para o ser amado; no entanto, não deve ser tão preponderante que, em se apresentando diferente do que se deseja, o amor sofra efeitos negativos. Outrossim, a invigilância que pode originar-se na genitora optando e impondo o seu desejo sobre o ser em desenvolvimento, poderá contribuir para alterar a constituição molecular, atendendo-lhe psicocineticamente a aspiração. Não obstante, porque fora da programação evolutiva do Espírito, essa mudança pode trazer-lhe prejuízos emocionais e comportamentais. A estrutura genética em elaboração do corpo é constituída por elementos poderosos embora sutis, que atendem aos planos energéticos que agem sobre ela.

Assim, a mente do reencarnante - conscientemente ou não - como o dos seus genitores, interferem expressivamente na constituição da sua anatomia, agindo diretamente nos genes e seus cromossomos, se a vontade atuante se fizer forte e constante. Essa ação psíquica pode alterar, na estrutura do DNA os pares de purinas e pirimidinas, modificando as disposições estabelecidas e em formação.

Tal ocorrência não é rara, antes é muito mais numerosa do que se tem detectado, particularmente nas vezes em que o Espírito imprime sinais que traz de existências transatas - suicídios, homicídios, acidentes - ou de condutas que se fixaram profundamente no cerne do ser, ressurgindo agora na forma nova.

Da mesma maneira, filhos com anatomia diferente da herança espiritual - em alguns casos como efeito da preferência dos seus pais, especialmente da mãe que a trabalhou psiquicamente mantendo a aspiração exagerada do que cultivou durante a gestação - apresentam transtornos de expressão e comportamento que devem ser corrigidos na infância, a fim de se não tornarem afligentes no período da adolescência, quando da definição dos órgãos e caracteres anexos do sexo.

A orientação cuidadosa e enriquecida de amor reestrutura o binômio forma-emoção, facultando a existência saudável, sem angústias nem desassossegos.

De maneira mais grave poderá acontecer quando os estudiosos da engenharia genética, nos seus ensaios ambiciosos, pretendendo interferir nas vidas, reprogramarem através dos códigos genéticos do DNA, os sexos já em vias de formação, para que se alterem, mudando a anatomia e a função. Nesses caso, permanecendo a programação espiritual, que passaria a sofrer ingerência externa, surgirão indivíduos com complexos problemas de conduta nessa área, desde que fortemente necessitados da experiência na polaridade primitiva que foi modi

ficada. Encontrando-se noutra, que lhe não responde aos anseios dos sentimentos nem às necessidades psíquicas, desarticulam-se interiormente. Existem já incontáveis ocorrências dessa natureza, que terminam em fugas terríveis para as drogas que geram dependência, que se desgastam e levam à consumpção, quando não se atiram aos suicídios desesperados para fugirem do conflito que os aturdem e dilaceram, acreditando não terem solução nem razão para continuarem vivendo.

A questão sexual é muito delicada e profunda, estando a exigir estudos sérios, sem as soluções da vulgaridade, apressadas e levianas, que pretendem resolver as situações conflitivas mediante sugestões para comportamentos insensatos, que violentam as estruturas morais do próprio ser, que passa então a experimentar distonia psíquica íntima ou desprezo por si mesmo, embora mantendo aparência de triunfo que se encontra distante de o haver conseguido.

No momento da concepção o perispírito é atraído por uma força incomparável, às células que se vão formando, nelas imprimindo automaticamente, por força da Lei de causa e efeito, o que é necessário à sua evolução, incluindo, sem dúvida, o sexo e suas funções relevantes.

A ingerência externa, alterando-lhe a formação somente trará inconvenientes, prejuízos e distonias morais.

A engenharia genética, à medida que penetrar nas origens da vida física, poderá oferecer uma contribuição valiosíssima, desde que não se imponha a vacuidade de interferir nos quadros superiores da realização e construção do ser humano.

O corpo produz o corpo, que é herdeiro de muitos caracteres ancestrais da família, que sofre as ocorrências ambientais, mas só o Espírito produz o caráter, as tendências, as qualidades morais, as realizações intelectuais, o destino ...

Eis porque, na vã tentativa de mudar-se o sexo, na formação embrionária ou noutro período qualquer da existência física, desafia-se a lei de harmonia vigente na Criação, o que provocará distúrbios sem nome na personalidade e na vida mental de quem lhe sofrer a ingerência.

Todo o corpo merece respeito e cuidados, carinho e zelo contínuos, por ser a sede do Espírito, o santuário da vida em desenvolvimento. No entanto, na área sexual, tendo-se em vista a finalidade reprodutora, o intercâmbio de hormônios poderosos quão relevantes, o ser é convidado a maior vigilância e disciplina.

Educar o sexo mediante conveniente disciplina mental é o maior desafio para a felicidade, que todos enfrentam e devem vencer.

As amarras aos vícios sexuais vêm retendo milhões de homens e mulheres na retaguarda das paixões, reencarnando-se com difíceis e desafiadores problemas que aguardam dolorosas soluções. E porque se não querem sacrificar, a fim de equacioná-los, permanecem em situações penosas quanto aflitivas.

Todo abuso ao corpo e particularmente ao sexo perpetrado conscientemente, gera dano equivalente, que permanecerá aguardando correspondente solução por aquele que se infligiu a desordem, passando a sofrê-lo.

Diante, portanto, de qualquer dificuldade que se experimente, ou face às decisões graves que aguardam atitude decisória, sempre se poderá perguntar ao Amor como resolvê-las, e esse Amor que se manifesta em toda parte, sem os condimentos das paixões perturbadoras, responderá com sabedoria meridiana que, atendida com cuidado, proporcionará equilíbrio e paz, impulsionando o Espírito pelo rumo bem orientado, pelo qual atingirá a meta para cujo fim se encontra reencarnado.


Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Obra: Dias Gloriosos - Divaldo Franco, 2ª Ed. 1999 Ed. LEAL


23 setembro 2017

A estratégia dos espíritos obsessores para nos dominar- Álvaro Augusto Vargas



A ESTRATÉGIA DOS ESPIRITOS OBSESSORES PARA NOS DOMINAR



Na literatura, temos relatos sobre a existência de entidades espirituais tidas como demoníacas (diabo, satanás, etc.), tanto em livros religiosos como as escrituras, como em obras de escritores em geral (exe.: Divina Comédia). Estes seres mitológicos, na verdade não são criações pervertidas para o mal. 

São apenas Espíritos desencarnados dos próprios homens, que se degradaram moralmente quando aqui estavam encarnados e, regressaram para o mundo dos espíritos, com as deformações em seu períspirito (corpo espiritual), originadas pelos vícios e crimes aqui praticados, apresentando-se então na nova dimensão da vida, conforme as diferentes descrições, variando conforme a interpretação dos autores. 

Para os médiuns videntes ou escritores que em desdobramento noturno visitaram os planos inferiores onde habitam estes Espíritos atrasados, estas visões foram tidas como seres criados por Deus, mas à parte da humanidade, para nos induzir ao “pecado”. Um grande equívoco! Em sua infinita misericórdia, Deus nunca faria isto. Todos estes espíritos fracassados terão como nós, a oportunidade de reencarnarem novamente, continuando a sua rota evolutiva neste e em outros planetas. 

A perversão existe apenas pelo nosso livre arbítrio, na escolha entre o mal ou o bem. A divulgação pelas religiões desta versão mitológica equivocada, retratando um diabo criado apenas para o mal e de um inferno eterno, serviu apenas para infringir o medo à população ignorante, como forma de “vender” a salvação, atendendo aos interesses escusos das igrejas.

Mas, a influência destes seres pervertidos no mal sobre a nossa humanidade não pode também ser negligenciada, pois é real. Da mesma forma que existem organizações criminosas no plano físico, o mesmo acontece no outro plano da vida. Não satisfeitos em apenas sugerir mentalmente aos homens desvios morais e a prática de crimes, articulam-se como quadrilhas organizadas, estabelecendo estratégias de ataque mais eficientes, visando atingir todos aqueles que estão propensos para o mal e os que ainda não conseguiram consolidar a moral do Cristo em seu interior. 

No livro “Libertação” (Chico Xavier & André Luiz), o Espírito trevoso Gregório, que em encarnação anterior havia sido um alto dirigente da igreja (talvez, um Papa), comanda um grupo de obsessores, agindo de forma implacável e perversa. Mas segundo esta obra, ele é resgatado pela ação dos benfeitores, contando em particular com a participação de um Espírito de elevado padrão moral, a sua própria mãe em encarnação passada, de nome Matilde, que há séculos orava e trabalha em seu benefício, aguardando um momento propício para a sua redenção, que finalmente ocorreu, deixando os Espíritos trevosos sem liderança.

Na continuação deste acontecimento, temos as obras de Divaldo Franco & Hermínio Philomeno de Miranda, compiladas pelo Alírio de Cerqueira Filho (A Obsessão e o Movimento Espírita), que trata deste assunto. Ele descreve sobre uma reunião que se seguiu ao resgate de Gregório, onde um Espírito trevoso para substitui-lo foi escolhido. Entre vários candidatos apresentados, todos com vasto currículo de crimes e maldades cometidos aqui na Terra, o vencedor foi um Espírito que em sua reencarnação como rei mongol no século XIV (provavelmente Tamerlão), deixou um rastro de destruição e sangue, com total desrespeito pela vida humana, sendo frio e implacável com todos os vencidos. Após sair dos planos inferiores para participar desta assembleia e contando com a ajuda de conselheiros que vibravam na mesma sintonia com o mal, traçou um plano de ação para a obsessão em nosso planeta.

Segundo Tamerlão, quatro pontos de ataque deveriam ser concentrados sobre a criatura humana:

Sexo: O homem é um animal sexual que se compraz no prazer e deve ser estimulado ao máximo. Aproveitando a sua fragilidade, todas as ferramentas da sedução deveriam ser empregadas de modo a desvia-los para as práticas sexuais desregradas. Realmente, este é o ponto mais fraco da maioria dos seres encarnados. Nesta ação, desde a influência mental, e até mesmo provocar encontros escusos que possam ocorrer tanto na convivência diária do ambiente profissional como nos eventos sociais, para facilitar os desvios de conduta. Empregando todo o tempo necessário, observam os pontos fracos e estudam as reencarnações anteriores, para estabelecerem as armadilhas, que possam provocar as mesmas situações de fracasso em encarnações pregressas. 

Além disto, quando dormimos, deixamos provisoriamente o corpo físico, e entramos em contato mais direto com o mundo espiritual. Nestas viagens astrais, tanto podemos visitar planos superiores (se estivermos moralmente equilibrados) como podemos ser projetados para as zonas inferiores do Umbral, onde os obsessores podem nos conduzir para locais de perversão moral, ondem ocorrem verdadeiros bacanais, degradando ainda mais as mentes de todos que vibram nesta sintonia mental;

Narcisismo (orgulho, vaidade): mesmo as pessoas que possuam conhecimento doutrinário, incluindo adeptos do Espiritismo, mas que não tenham conseguido ainda interiorizar a Doutrina de Jesus (vivência Cristã) tornam-se presas fáceis destes obsessores. Segundo Divaldo Franco, no livro “Sexo e Consciência”, concentrar atenção exclusivamente nos aspectos científicos do Espiritismo, é um mecanismo de fuga, para não termos de enfrentar o desafio do autoburilamento espiritual. Muitas lideranças religiosas, mesmo com elevado valor moral, que inclusive conseguiram grandes avanços no conhecimento das revelações cristãs, chegam a fracassar fragorosamente quando colhidos nas teias da vaidade;

Poder: tem prevalência na natureza humana. A sensação de ser importante, e a busca irrefletida por cargos e posições de realce social. Ao invés de buscar cultivar a humildade, como nos ensinou Jesus, aprendendo a servir, o ego humano para as pessoas despreparadas, consegue ainda dominar o bom senso de muita gente. Não são poucos os centros espíritas que sofrem pelos desentendimentos originados na busca pelo poder, visando assumir a direção das casas, o que é um grande paradoxo, pois sendo uma escola de almas, isto não deveria acontecer;

Dinheiro: compra a vida e escraviza as almas. Quantas atitudes irresponsáveis e crimes são efetuados na busca desenfreada pela riqueza. Pelos prazeres terrenos que pode proporcionar, o dinheiro continua sendo um grande instrumento dos obsessores para aliciar todos àqueles que caem em suas armadilhas. Não foi por acaso que Jesus deixou um grande ensinamento: “Mais fácil uma corda (de pelo de camelo) passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”.

Na conclusão de sua apresentação para a malta de Espíritos trevosos, convocados especialmente para aprovarem a sua estratégia de ataque sobre a humanidade, disse então Tamerlão: 

Sexo, Vaidade, Poder e Dinheiro. Mesmo que alguém resista a alguma destas armadilhas, quem conseguirá superar todas as quatro juntas? Esta estratégia entrou em operação na década de sessenta, identificada através dos movimentos de liberação sexual (sem responsabilidade), disseminação no uso de drogas aditivas, músicas barulhentas (metais, satânica, de horror), aumento da violência. A implementação desta estratégia maligna continua aumentado a cada dia, tanto pela ação dos obsessores, como pela invigilância dos homens. Jesus nos ensinou que apenas lobos caem em armadilhas para lobos. E, o Espiritismo esclarece que temos sempre a companhia conforme a sintonia que estabelecemos. 

Para todos aqueles que perseveram no bem, buscam a literatura e filmes edificantes, tem uma conduta moral e ética no seu dia a dia, uma frequência salutar ao Centro Espírita (ou templo religioso de sua preferência), o culto do evangelho no lar, realmente nada existe a temer. Assim como respiramos e nos alimentamos, ingerindo nestes processos milhões de vírus e bactérias nocivos todos os dias (que estão naturalmente presentes na nossa atmosfera e muitas vezes nos alimentos), mas que não nos causam danos, pois são destruídos pelos anticorpos presentes em nossas defesas imunológicas, também o nosso hálito mental superior é capaz de estabelecer um campo magnético de proteção, similar a uma redoma de vidro, permitindo que fiquemos refratários a qualquer vibração dos Espíritos obsessores. 

Mas estes existem, e ainda serão permitidos a sua atuação por mais algum tempo, principalmente nesta fase de transição planetária, como parte do processo de separação dos Espíritos que continuarão a reencarnar na Terra, daqueles que serão exilados para um planeta inferior, conforme se refere o apóstolo João em seu livro de revelação (Apocalipse) escrito durante o exílio na ilha de Patmos. Orai e Vigiai no ensina Jesus. Tenhamos fé em Deus, e persistência na nossa transformação moral!


Por: Álvaro Augusto Vargas
Fonte: União Espírita de Piracicaba



22 setembro 2017

O que é reencarnação compulsória - Morel Felipe Wilkon



O QUE É REENCARNAÇÃO COMPULSÓRIA



Para nós entendermos o que é a reencarnação compulsória, nós precisamos entender antes como normalmente se dá a reencarnação.

A reencarnação acontece por afinidade e atração. Espíritos afins, espíritos que têm afinidade uns com os outros, tendem a se atrair. Isso é tão evidente que nós vemos o resultado disso todos os dias: Num estádio de futebol milhares de pessoas se reúnem para olhar futebol, porque gostam de futebol, eles têm em comum o gosto pelo futebol; num bar, se reúnem os espíritos (pessoas são espíritos) que gostam de beber, eles têm essa afinidade uns com os outros – gostam de beber, então se reúnem num bar e bebem; numa faculdade se reúnem pessoas que gostam de um determinado tema, de uma determinada área do conhecimento; e assim por diante. Eu dei exemplos de coisas físicas, de coisas que acontecem aqui no plano físico, mas a afinidade é espiritual, ela apenas se manifesta no Plano físico.

Assim os espíritos se reúnem numa mesma família: por afinidade. Assim os espíritos são atraídos para os seus futuros pais. Então este é o processo natural: espíritos têm afinidade entre si, sentem-se atraídos uns pelos outros e essa atração pode resultar na reencarnação. Mas nós temos que entender o que é afinidade – ter afinidade com alguém é ter pontos em comum com este alguém, mas estes pontos em comum podem ser positivos ou negativos.

Os nossos desafetos são nossos espíritos afins. Eles só são nossos desafetos porque nós temos afinidade com eles – espíritos afins, então, são os afetos e os desafetos, são os espíritos com que nós desenvolvemos relações de amor e ódio. O contrário do amor não é o ódio, o contrário do amor é a indiferença. Amor e ódio entre pessoas (entre espíritos) é afinidade entre esses espíritos. O ódio é o amor doente, é um desajuste na nossa capacidade de amar.

Outro modo de reencarnar é através de um planejamento. Espíritos mais elevados, mais experientes, coordenam, dentro de certos limites, a evolução de grandes grupos de espíritos, e podem intervir em favor dos seus tutelados. Na literatura espírita nós temos um exemplo de planejamento reencarnatório no capítulo 13 do livro Missionários da Luz, que trata da reencarnação de Segismundo. Nós vemos que quando se aproximava o momento da reencarnação de Segismundo o instrutor Alexandre tinha em mãos os mapas cromossômicos do espírito, onde estavam previstas todas as características do novo corpo físico do espírito reencarnante.

Segismundo ia reencarnar como filho do homem a quem ele havia matado, na reencarnação anterior, e da mulher por quem os dois disputaram. Na existência anterior os dois disputavam a mesma mulher, e Segismundo matou o seu rival para ficar com a mulher. Agora Segismundo ia reencarnar como filho dos dois para que eles, em conjunto, numa formatação familiar, se rearmonizassem, se reajustassem consigo mesmos e uns com os outros.

No caso de Segismundo houve um planejamento nesse sentido – por merecimento dele; ele cometeu um erro grave, se arrependeu, se regenerou, se tornou um excelente trabalhador da espiritualidade.

Nesse caso, então, ele tinha merecimento e estava inteiramente de acordo com aquilo que esperavam dele. Mas há casos em que o espírito não tem interesse nem condições de seguir um planejamento. É muito comum que os espíritos que cometeram muitos erros fiquem num estado de semi-consciência, num estado de fixação mental, revivendo algumas cenas mais fortes da sua última reencarnação, ou mesmo repetindo indefinidamente os mesmos acontecimentos – disputas com outros espíritos, crimes – presos numa esfera de remorso, dor, revolta e ignorância.

Nesses casos espíritos mais elevados, aqueles que coordenam a evolução dos seus tutelados, podem interferir na vida desses espíritos perturbados, organizando uma reencarnação de reparação, uma reencarnação em que o espírito tenha, em primeiro lugar, a oportunidade de se livrar daquele estado de fixação mental. Então o espírito recebe um novo corpo, pai e mãe, ou quaisquer outras pessoas para lhe orientarem, de acordo com as suas capacidades – o espírito volta ao plano material para tentar se reajustar.

Pegando novamente um exemplo da obra de André Luiz, nós vemos em Nosso Lar, que é o primeiro livro da série A vida no mundo espiritual, que a mãe de André Luiz já era um espírito mais evoluído, mais adiantado. O pai de André Luiz, ao contrário, estava em regiões inferiores do umbral. O pai dele tinha tido algumas amantes quando encarnado e estava agora envolvido com duas dessas amantes num estado mental doentio.

A mãe de André Luiz se preparava para reencarnar e planejava casar novamente com o seu marido e assumir essas duas amantes do marido como suas filhas. Eles não teriam escolha – iriam reencarnar compulsoriamente, por influência da mãe de André Luiz.

Nesse caso nós vemos um espírito adiantado com interesse direto nesse planejamento, nesse reajuste. Mas há inúmeros casos, incontáveis casos de espíritos que reencarnam compulsoriamente sem contar com a ajuda interessada de alguém. Espíritos que se dedicam à obsessão, por exemplo. Esses espíritos, quando são afastados das suas vítimas, são às vezes encaminhados compulsoriamente para a reencarnação.

Com o avanço dos tratamentos espirituais, com o avanço da intervenção dos espíritos encarnados e desencarnados no plano astral, o que nós vemos hoje é exatamente um fenômeno de reencarnação em massa desses espíritos desajustados, desses pequenos e grandes malfeitores do astral.

Grande parte dos delinquentes jovens – que são muitos – são espíritos que reencarnaram compulsoriamente. Receberam uma nova chance – porque a reencarnação é sempre uma nova chance – e não estão sabendo aproveitar.

Alguns desses espíritos estão recebendo a sua última chance na Terra. Se não se ajustarem, continuarão o seu processo evolutivo em outro planeta, mais adequado às suas possibilidades.

Estamos em pleno processo de transição planetária.


Morel Felipe Wilkon



21 setembro 2017

O que está nos afastando de nossa humanidade? - Adriana Machado



O QUE ESTÁ NOS AFASTANDO DE NOSSA HUMANIDADE?


Não quero falar, neste artigo, da dor dos suicidas que, vendo-se sem forças, optam por um caminho tão drástico e sem retorno. Não quero falar da cegueira que os consome, a ponto de não enxergarem a sua importância no mundo, nem que seja no mundo de um outro alguém!

Eu quero conversar sobre a dificuldade de algumas pessoas para sentirem o que uma outra sentiria caso ela estivesse na mesma situação vivenciada; dela não tentar compreender os sentimentos e as emoções do outro, não procurando experimentar de forma objetiva e racional, mas, na pequenez de nossos sentimentos, o que aquele indivíduo poderia estar sentindo.

Infelizmente, seja pela crise financeira que o mundo está passando (e aqui no Brasil não é diferente), seja pela corrida exacerbada em que todos nós nos metemos (onde se exige que o Ter é mais importante que o Ser), o número de pessoas insatisfeitas, desesperadas e desesperançosas ao nosso redor somente aumenta. Tais sensações e sentimentos podem nos fazer acreditar que não somos capazes de superar as dificuldades, que não há mais caminhos a serem trilhados, que não temos mais outras escolhas a fazer...

Tal é essa a realidade que, em 2015, foi criada uma campanha de cunho nacional chamada “Setembro Amarelo”, para que a conscientização e prevenção ao suicídio tomassem força e chamassem a atenção de muitos para essa triste realidade. Desde que ela começou, cada um de nós pôde compreender um pouquinho mais sobre esse assunto pois, até pouco tempo atrás, falar sobre isso era um “tabu” e não falar sobre isso significava não sabermos identificar ou como ajudar a quem precisava.

Que a dor dos nossos irmãos tem um motivo, todos nós sabemos, mas o que faz aquele que não vive essa dor menosprezar a dor alheia? Como podemos olhar para um irmão em desespero e dizer que tudo o que ele sente é “frescura”, que o que lhe falta é “vergonha na cara”, que ele é um “covarde” por não enfrentar a vida ou que o que ele quer “é chamar a atenção”?

Nenhum filho de Deus quer morrer. Essa é a verdade! Todos temos um senso de preservação pautado nas leis perfeitas e imutáveis do Pai. Para infringirmos tais leis, a dor sentida ou a sua incompreensão em nosso ser precisa ser imensurável e para chegar a tal ponto, leva tempo! Só isso já seria bastante para compreendermos que toda ação junto a um possível suicida tem que ser preventiva.

Mas, como agir preventivamente junto a este irmão se estamos nos anestesiando diante da dor alheia? Se não queremos compreendê-lo ou, pior, o criticamos veementemente com escárnio ante a sua tentativa ou efetiva ação?

Infelizmente, nestes últimos tempos, tive conhecimento de algumas tentativas de suicídio na minha cidade. Surpresa, ouvi, não uma nem duas vezes, quando alguém tentava se suicidar (e por isso “atrapalhava” o movimento da ponte movimentada em que estava), que “ele deveria escolher melhor o horário de fazer isso porque estava atrapalhando a vida de todo mundo”. Em outra situação, ouvi também que “ele deveria se jogar logo e não ficar fazendo drama”. Oh, meu Deus! No que, realmente, essas pessoas estão baseando a sua vida? Onde está a sua humanidade quando escarneia diante da dor alheia? Os bombeiros levaram, em uma dessas tentativas, três horas para demover tal pessoa de cometer aquele ato fatal e algumas pessoas, que queriam passar pela tal ponte, diziam que eles estavam “gastando” tempo demais! Fico eu a pensar que, se fosse um filho ou um dos pais daquelas pessoas, se elas não desejariam a mesma dedicação e o mesmo tempo “gasto” para socorrerem alguém que lhes é caro!

Essa vida é passageira e tudo o que estamos conquistando, materialmente falando, é mais passageiro ainda. Precisamos estar atentos para não nos perdermos na busca desenfreada dos tesouros equivocados, porque acumular somente os tesouros mundanos não nos salvarão de nossa consciência culpada quando a vida nos mostrar que aqui pobres chegamos e pobres poderemos retornar.

Que estejamos atentos às nossas necessidades, mas jamais cegos às necessidades do nosso próximo, porque aí também está a essência da conquista de nossos verdadeiros tesouros.

Valorizemos aquilo que nos dá o direito de sermos chamados de seres humanos: nosso raciocínio aliado às nossas emoções e sentimentos. São eles que nos fazem empáticos à presença e necessidade do outro e que nos demonstram, através de nossas ações, o quanto já nos adiantamos em nossa jornada evolutiva.

Valorizemos a vida como um todo, para que não percamos a nossa tão preciosa humanidade.





20 setembro 2017

Esses Outros Terrorismos - Momento Espírita



ESSES OUTROS TERRORISMOS


Nos dias atuais as palavras terrorismo e terrorista ganharam espaço nas mídias do mundo inteiro.

Mas, afinal de contas, o que significam realmente esses termos?

Pois bem: terrorismo, segundo os dicionários, é um “ato de violência contra um indivíduo ou uma comunidade”.

E terrorista é aquele que infunde terror. Que espalha boatos assustadores ou prediz acontecimentos amargos.

Assim sendo, será que o terrorismo está distante de nós, ou, se bem analisado, poderíamos dizer que faz parte do nosso dia-a-dia mais do que imaginamos?

Será que poderíamos dizer que muitos de nós, de uma forma ou de outra, espalhamos o terror?

Terror quer dizer grave perturbação trazida por perigo imediato, real ou não; medo, pavor. Ameaça.

Dessa forma, quando analisamos nossas atitudes diárias vamos encontrar, em muitas ocasiões, verdadeiros atos terroristas.

Quando, por exemplo, um pai diz a uma filha: “se casar com aquele rapaz, mando-a embora de casa!”, esse pai está fazendo uma ameaça que infunde pavor e, portanto, está fazendo terrorismo.

Quando um esposo ou namorado impõe a sua companheira grávida: “ou você faz o aborto ou abandono você!”, está praticando terrorismo e induzindo ao homicídio de um ser indefeso.

Quando uma mãe diz ao filho pequeno que se ele não obedecer irá embora de casa e o deixará à própria sorte, está cometendo um ato terrorista dos mais sérios, impondo medo e pavor a uma criança que confia em seus pais.

Filhos que sabem da preocupação dos genitores e os aterrorizam com ameaças de suicídio ou de fugas que nunca se efetivam, mas infelicitam e apavoram, são terroristas domésticos agindo soltos.

Imposições e ameaças de chefes, baseadas em carências de funcionários que dependem do emprego para sobreviver, são atos terroristas que infelicitam e matam a esperança.

Religiosos que ameaçam seus fiéis com castigos e penas eternas, inventando um Deus temível e vingativo, espalhando pânico e terror nos corações incautos, são terroristas da fé, que agem livremente.

Por tudo isso vale a pena meditar sobre esses outros terrorismos que passam despercebidos a muitos olhares.

São tantos os terrores domésticos que infelicitam os seres, portas adentro dos lares, onde deveriam reinar o amor e a fraternidade.

Assim sendo, não imaginemos que o terrorismo está no seio deste ou daquele povo, desta ou daquela raça, pois ele está na alma humana, independente de nacionalidade ou religião.

Não imaginemos que o terrorismo está presente nos povos menos civilizados. Ele se encontra em cada coração capaz de promover o terror, seja em que nível for.

O preconceito de toda ordem, também é uma forma de terror, e vamos encontra-lo em todas as esferas sociais. Nestes dias, em que os olhares do mundo inteiro se voltam contra o terrorismo, vale meditar sobre nossos terrorismos particulares que tantas desgraças têm promovido.

E vale também lembrar que as grandes guerras e os grandes atentados terroristas são alimentados por guerras e terrorismos menores aos quais não damos importância.

Pensemos nisso e comecemos, de vez por todas, uma ação efetiva pela paz.

Iniciemos por baixar as armas internas da agressividade, da calúnia, da indiferença, da infidelidade, da violência, enfim.

Optemos por construir um mundo de paz, pacificando os nossos lares, nosso ambiente de trabalho, nossa própria alma.

Agindo dessa maneira, podemos ter a certeza de que teremos um mundo em paz, mesmo que seja apenas o nosso próprio mundo, que, em última análise, seria o início de tudo.


Redação do Momento Espírita
Texto inspirado em palestra proferida por Raul Teixeira no dia 12/10/01 na cidade de Ponta Grossa-PR.