NATAL DE AMOR
Jesus transcende tudo quanto a Humanidade jamais conheceu e estudou.
Personalidade singular, tem sido objeto de aprofundadas pesquisas através dos tempos, permanecendo, no entanto, muito ignorado.
Amado por uns e detestado por outros, conseguiu cindir o
pensamento histórico, estabelecendo parâmetros de felicidade dantes
jamais sonhada, que passaram a constituir metas desafiadoras para
centenas de milhões de vidas.
Podendo ter disputado honrarias e destaques na
comunidade do Seu tempo, elegeu uma gruta obscura para iluminá-Ia com o
Seu berço de palha e uma cruz hedionda para despedir-se do convívio com
as criaturas em Sua breve existência, na qual alterou totalmente as
paisagens culturais do planeta.
Vivendo pobremente, em uma cidade sem qualquer
significado social ou econômico, demonstrou que a inteligência e a
sabedoria promanam do Espírito e não dos fatores hereditários,
ambientais, educacionais, que podem contribuir para o seu desdobramento,
nunca porém, para a sua gênese.
Movimentando-se entre multidões sequiosas de orientação,
numa época de inconcebíveis preconceitos de todo gênero, elegeu sempre
os indivíduos mais detestados, combatidos, perseguidos, excluídos, sem
que abandonasse aqueles que se encontravam em patamares mais elevados na
ribalta dos valores terrestres.
Portador de incomum conhecimento da vida e das
necessidades humanas, falava pouco, de forma que todos lhe apreendessem
os ensinamentos e os incorporassem ao cotidiano, sem preocupar-se com os
formalismos existentes.
Utilizando-se de linguagem simples e de formosas imagens
que eram parte do dia-a-dia de todas as criaturas, compôs incomparáveis
sinfonias ricas de esperanças e de bênçãos que prosseguem embalando o
pensamento após quase dois mil anos desde quando foram apresentadas.
Nunca se permitiu uma conduta verbal e outra
comportamental diferenciadas. Todos os Seus ditos encontram-se
confirmados pelos Seus feitos.
Compartilhando da companhia dos párias, não se fez
miserável; atendendo aos revoltados, nunca se permitiu rebelião;
participando das dores gerais, manteve-se em saudável bem-estar que a
todos contagiava.
Jovial e alegre, cantava os Seus hinos à vida e a Deus,
sem nunca extravasar em gritaria, descompasso moral ou vulgaridade de
conduta.
Amando, sem cessar, preservou o respeito por todos os
seres vivos, especialmente dignificando a mulher, que sempre foi
exprobrada, incompreendida, explorada, perseguida, humilhada...
Ergueu os combalidos, sem maldizer aqueles que os abandonavam.
Socorreu os infelizes, jamais condenando os responsáveis pelas misérias sociais e econômicas do Seu tempo.
... E mesmo quando abandonado, escarnecido, julgado e
condenado sem culpa, manteve a dignidade incomparável que Lhe assinalava
a existência, não repartindo com ninguém Suas dores e o holocausto a
que se submeteu.
*
Jesus é mais do que um símbolo para a Humanidade de todos os tempos.
Mudaram as paisagens sociais e culturais no transcurso
dos séculos, enquanto os indivíduos da atualidade continuam mais ou
menos semelhantes àqueles do Seu tempo.
A dor prossegue jugulando ao seu eito as vidas que
estorcegam em sua crueza; o orgulho enceguece vidas; o egoísmo predomina
nos relacionamentos e interesses sociais; a violência dilacera as
esperanças; o crime campeia à solta, e o ser humano parece descoroçoado,
sem rumo.
Doutrinas salvacionistas surgem e desaparecem, propostas
revolucionárias são apresentadas cada dia e sucumbem sob os camartelos
dos desequilíbrios, filosofias multiplicam-se e generaliza-se a loucura
dizimando as vidas que Ihes tombam nas armadilhas soezes...
Jesus, no entanto, permanece o mesmo, aguardando aqueles que O queiram seguir.
Uns adulteraram-Lhe as palavras, outros tentam
atualizá-lO, mesclando Sua austeridade com a insensatez que vige em toda
parte, procurando assim confundir a Sua alegria com a alucinação dos
sentidos exaltados pelo sexo em desalinho, e, não obstante, nada macula
Suas lições, nem diminui de intensidade a Sua proposta libertadora.
Educador por excelência, despertava o interesse dos Seus
ouvintes, mantendo diálogos repassados de incomum habilidade
psicológica, de forma a penetrar no âmago dos problemas existenciais,
sem permitir-se reproche ou desdém.
Psicoterapeuta excepcional, identificava os conflitos
sem que se fizesse necessária a verbalização por parte do enfermo,
auxiliando-o a dignificar-se e liberar-se da injunção perturbadora em
clima de verdadeira fraternidade.
Os poucos anos do Seu ministério, todavia, assinalaram a
História com luzes que jamais se apagarão e continuarão apontando rumos
para o futuro.
*
Por tudo isso, o Natal de Jesus é sempre renovador
convite a uma releitura da Sua mensagem, a novas reflexões em torno das
Suas palavras de luz, à revivescência dos Seus projetos de amor para com
a Humanidade.
A alegria que deve dominar aqueles que O amam, evocando o
Seu berço, ao invés de ser estrídula e agitada, há de espraiar-se como
contribuição para diminuir as aflições e modificar as estruturas
carcomidas da sociedade atual, trabalhando-as de forma a propiciar
felicidade, oportunidade de trabalho, de dignificação, de saúde e de
educação para todas as pessoas.
Distende, portanto, em homenagem ao Seu nascimento, a
tua quota de amor a todos quantos te busquem, de forma que eles
compreendam a qualidade e o elevado padrão do teu relacionamento
espiritual com Ele, interessando-se também por vincular-se a esse Amigo
de todas as horas.
Não desperdices a oportunidade de demonstrar que o Natal
de Jesus é permanente compromisso de amor entre os Céus e a Terra
através dEle, que se fez a ponte entre os homens e Deus, e que continua,
vigilante e amigo, pronto para ajudar e conduzir todos aqueles que
desejem a plenitude.
Pelo Espírito Joanna de
Ângelis
Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, na noite de 7
de setembro de 2000, em Salvador, Bahia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário