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31 março 2015

Gratidão e Transcendência - Joanna de Ângelis

 

GRATIDÃO E TRANSCENDÊNCIA

"A psicologia clássica e as que surgiram em diferentes escolas de experimentação clínica têm o dever de considerar o ser humano além da dualidade corpo-mente, igualmente a condição de espírito imortal.

Mesmo não aceitando a possibilidade da sua sobrevivência ä morte orgânica, é compromisso científico o estudo de todas as variantes sem preconceito quanto ä sua legitimidade. Isso porque os pacientes procedem de todas as camadas culturais e sociais, religiosas e positivistas, crentes e não vinculadas a nenhum credo espiritualista...

O resultado de tal procedimento será sempre positivo no auxílio ä clientela de ansiosos e transtornados.

As pesquisas do magnetismo, por exemplo, assim como do hipnotismo, inicialmente combatidos com veemência, trouxeram, no último quartel do século XIX, em diferentes academias fixadas aos padrões do materialismo vigente, valiosa contribuição para a descoberta e o entendimento do subconsciente assim como , posteriormente, do inconsciente...Adstritos aos preconceitos vigentes, foram rotulados de imediato todos os fenômenos dessa procedência e, mais tarde, também os mediúnicos e anímicos como sendo psicopatologias: histeria, dissociação, epilepsia, alucinações, personalidades múltiplas e outras designações que não correspondem ä realidade.

Frederic Myers, por sua vez, constatando a realidade da fenomenologia mediúnica, especialmente por meio da sra. Newham, teve a coragem de afirmar que as comunicações não afetavam o "estado normal" das pessoas.

William James, o grande psicólogo pragmatista americano - emérito professor de Filosofia e Psicologia em Harvard - havendo observado séria e longamente as comunicações mediúnicas da sra. Piper, convenceu-se da sua realidade e asseverou que, para se demonstrar que "nem todos os corvos são negros, basta somente apresentar um corvo branco", desanimando os exigentes incrédulos...

Com o advento da Psicologia Transpessoal, com Maslow, Grof, Kübler-Ross, Pierrakos e toda uma elite de psicólogos, psiquiatras, neurologistas e outros especialistas nos memoráveis seminários em Big Sur, na Califórnia (EUA), apresentaram-se mais amplas possibilidades de êxito na aplicação de psicoterapêuticas em pacientes portadores de obsessões espirituais, de traumas e culpas de existências passadas, abrindo espaço para procedimentos compatíveis com a psicogênese de cada transtorno...

Cada ser humano é um cosmo específico, cuja origem perde-se nos penetrais do infinito.

Transcendente, reflete as experiências vividas e acumuladas no inconsciente pessoal profundo, assim como registradas no inconsciente coletivo, produzindo os lamentáveis processos de alienação.

A perspectiva da transcendência oferece ao ser humano um significado igualmente grandioso, porque não encerra o seu ciclo evolutivo quando lhe sucede a morte.

Transferem-se as suas metas do círculo estreito da injunção corporal para a amplitude cósmica, prolongando-se indefinidamente.

O ego transitório nessa nova percepção modifica o comportamento ante a fascinante compreensão da imortalidade e libera o self da sua constrição afligente. Essa visão imortalista igualmente o amadurecimento psicológico, enriquecendo o indivíduo de segurança moral, de identificação com a vida, superando as crises existenciais que já não o perturbam.

A ignorância a respeito do ser integral responde por muitos conflitos, tais como o medo, a ansiedade, a incerteza e a falta de objetivo existencial desde que, de um para outro momento, a morte ceifando a vida, tudo reduziria ao nada...

A transcendência, por sua vez, faculta o sentido de gratidão em todas as circunstâncias, proporcionando comportamento saudável, relacionamentos edificantes e inefável alefria de viver com os olhos postos no futuro promissor.

O homem e a mulher que se identificam imortais têm perspectivas de alcançar a plenitude, em razão da possibilidade inevitável de ressarcir erros, de reabilitar-se dos gravames praticados, de recomeçar e conseguir êxito nos empreendimentos que foram assinalados pelos fracasso.

Agradecer emocionalmente ser-se transcendente é autopsicoterapia de otimismo que liberta o Narciso interno da sua imagem irreal e responsabiliza parea a conquista da individuação, em defluência do amadurecimento psicológico que resultará no estado numinoso.

Não mais doenças nem estados doentes no indivíduo que se encontrou a si mesmo, que se descobriu imortal e avança no rumo da plenitude."


Autor: Joanna de Ângelis (espírito)
Psicografia de Divaldo Franco
Livro: Psicologia da Gratidão

30 março 2015

Por que tanta violência? - Divaldo



POR QUE TANTA VIOLÊNCIA?


Há um aumento significativo da violência nos centros urbanos. Será que a Humanidade está passando por um retrocesso nos caminhos da evolução? Ninguém retrograda. Apenas revela-se, ou seja, mostra-se quem realmente é. A incidência maior dessas ocorrências decorre da reencarnação de multidões de Espíritos em estágios primários de evolução. Mas não devemos desanimar, porque neste século veio, através da reencarnação, uma grande equipe de espíritos missionários.

Há crimes chocantes, cometidos com requintes de perversidade. A que atribuir esse comportamento?

À ausência do senso moral. São Espíritos ainda dominados por instintos, sem noção razoável do bem e do mal. Obedecem aos seus impulsos, roubando, matando e lesando sem nenhum constrangimento. Desconhecem o que seja sentir culpa ou remorso.

Podemos dizer, então, que parte da população é composta de Espíritos moralmente subdesenvolvidos?

Sem dúvida.

A que o Espiritismo atribui o mundo de hoje, as confusões, guerras e outras coisas mais?

A civilização cresceu muito na ordem horizontal do progresso, que é o progresso tecnológico. Mas esqueceu de crescer verticalidade, que são os valores ético-morais. Nesse crescimento avassalador muitos danos aparecem, e volumosamente. Decerto, a Humanidade não está pior do que aquela de épocas recuadas. Ocorre que, com o crescimento demográfico, com a facilidade da Informática, dos meios de comunicação, nós recebemos informações maciças e muito expressivas, que nos dão uma idéia desagregadora do comportamento humano. Isto, porque, lamentavelmente, os valores positivos ainda não tem merecido muito destaque nas programações dos periódicos, na televisão, nas rádios; isso, sem qualquer crítica de nossa parte. O bem não impacta; infelizmente, a tragédia, sim. O amor sensibiliza por um pouco, mas o infortúnio deprime por muito tempo. Nunca houve no mundo tanta bondade como hoje. O mal aparente está, somente, numa minoria. Uma minoria militante do desequilíbrio. Uma minoria que faz muita zoada.

Por que tantas pessoas acham necessário a volta do Cristo?

Porque ainda não entendemos a mensagem por Ele vivida. Se houvéssemos entendido, não entraríamos em conflito com os nossos irmãos que estagiam nas diversas partes do mundo, membros da mesma família Universal. E na verdade, o retorno do Cristo, a Sua segunda vinda já ocorreu, através do Espírito de Verdade, conforme está escrito em o Evangelho de João, quando se refere ao Consolador, que para nós espíritas é a Doutrina Espírita.

Qual a solução que a Doutrina Espírita apresenta para a violência tão crescente nas cidades?

A educação. O Espiritismo, essencialmente educativo, conclama-nos ao amor e à instrução que poderão formar uma nova mentalidade entre os homens. A violência é o fruto espúrio da ignorância humana. Remanescente da agressividade animal explode em a natureza graças às bases do egoísmo, o câncer moral que carcome o organismo social. O antídoto do egoísmo é o altruísmo (amor ao próximo, abnegação). Por consequência, a melhor maneira de tornar uma sociedade justa e altruísta é a educação das gerações novas. Sabendo que, através da educação, formaremos caracteres saudáveis, deveremos investir tudo nesta obra libertadora, que é uma das mais elevadas expressões da caridade.

Nesse quadro mundial de fome e miséria, o que o Espiritismo espera do Terceiro Milênio?

Nós acreditamos que no 3º milênio haverá uma grande transformação. As pessoas mais apressadas do nosso movimento acreditaram que no dia 1º de janeiro de 2000, os homens e mulheres estariam, todos, se abraçando, fraternalmente. Foi uma utopia. O processo de evolução é muito lento e costumamos dizer que, até o dia 31 de dezembro de 2999, ainda estaremos no 3º Milênio. Então, nós vemos que haverá um contínuo desenvolvimento do sofrimento até que o homem se dará conta de que este caminho não é o melhor, mas ele ainda não sabe, porque seu egoísmo não deixa. Do ponto de vista da reencarnação nós acreditamos que chegará o momento em que esses espíritos indiferentes e perversos já não encarnarão na Terra, irão para mundos inferiores. Então, o progresso se dará, naturalmente, porque, desaparecendo essas lideranças frias, os homens novos, no bom sentido da palavra, idealista e afáveis construirão uma sociedade mais justa porque compreenderão que a sua felicidade é a felicidade do próximo.

Então, a humanidade não está pior?

Fomos criados para evoluir, nunca para retroceder. A Humanidade não está pior do que aquela de épocas recuadas. Ocorre que, com o crescimento demográfico, com a facilidade da Informática, dos meios de comunicação, nós recebemos informações maciças e muito expressivas, que nos dão uma ideia desagregadora do comportamento humano. Isto, porque, lamentavelmente, os valores positivos ainda não tem merecido muito destaque nas programações da televisão, das rádios, etc. O bem não causa impacto; infelizmente, a tragédia, sim. O amor sensibiliza por um pouco, mas o infortúnio deprime por muito tempo. Nunca houve no mundo tanta bondade como hoje. O mal aparente está, somente, numa minoria militante do desequilíbrio. Uma minoria que faz muito barulho. Mas, neste século veio uma grande equipe de espíritos missionários para ajudar.

Divaldo, você poderia dar-nos uma mensagem de paz e esperança com extensão a todos os nossos leitores?

Nunca houve tanto amor na Terra, como hoje, embora as aparências informem o contrário. Jamais, na Terra, tantos se preocuparam com outros tantos, como agora. Os laboratórios de pesquisa, na área da saúde, estão repletos de missionários do amor, procurando debelar males que afligem centenas de milhões de indivíduos. Missionários da caridade e do conhecimento proliferam em todo lugar, conhecidos uns, anônimos outros, proclamando a excelência do Bem. Jamais houve tantos Organismos Internacionais preocupados com o bem das criaturas e da Humanidade, multiplicando-se, cada vez mais. A juventude, ainda aturdida pelo desequilíbrio dos adultos, caminha buscando afirmações e espaços para realizar-se. A promiscuidade e o despautério que nos visitam, chocam-nos, parece-me que são efeitos dos nossos atos anteriores de hipocrisia. Saturados de prazeres, logo mais, seremos convidados a uma revisão de conteúdo dos nossos anseios e voltaremos, algo arrebentados, ao equilíbrio e a buscas mais preciosas. Assim, confiemos no amor, amando a todos, indistintamente, mesmo aqueles que, por prazer mórbido e vitimados por psicopatologias que fingem ignorar, nos perseguem, caluniam, impossibilitados de superar-nos. Consideremo-los nossos irmãos necessitados e, sem revidar, espalhemos a simpatia, o otimismo e a esperança que dominarão a Terra, logo mais. Vale a pena confiar no Bem e vivê-lo, conforme a Doutrina Espírita: “Fora da caridade não há salvação”.

O que dizer às pessoas que estão sofrendo muito, em certos casos curtindo amargas provas cármicas que as induziram à desesperança?

Tudo na vida é transitório, só o Espírito é eterno. No amor, no sofrimento edificante, entrosamo-nos com a obra da criação. O amor, sendo “hálito de Deus”, é a alma da vida e a vida da alma. 

Através dele iremos minimizar nossos padecimentos pela prática das diversas formas de caridade, pulverizando nossas dívidas acumuladas em vidas passadas. Tenhamos paciência para com tudo o que, apesar de nossos esforços, não pôde ou não pode ser edificado, conscientizando-nos, sempre mais, de que nossa vida não começou no berço e não findará no túmulo. Peçamos a Deus discernimento em nossas horas de turvação para que não agravemos nossos males. Aprendamos a ver na fé e no ato de conviver, harmoniosamente, com o próximo, principalmente com nossos familiares e consanguíneos, uma graça do amparo de Deus. 

O ato de servir ao nosso semelhante é, para o que serve, um privilégio ofertado pela Divina Providência. A estrada é estreita, larga deve ser a nossa fé. Reacendamos luzes de esperança nos recantos sombreados da alma. Vençamos o desespero com a prece e a vigilância, reparando mais nas coisas eternas que nas imediatas, convictos, sempre, de que não há, não pode haver, injustiça nas Oniscientes Leis Divinas.

Respostas de Divaldo Franco e Richard Simonetti
FRATERLUZ
Fraternidade Espírita Luz do Cristianismo

29 março 2015

Nos arcabouços da misericórdia e do sacrifício - Jane Maiolo

 
NOS ARCABOUÇOS DA MISERICÓRDIA E DO SACRIFÍCIO


“Andai enquanto tendes a luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.” (João 12:35)

A palavra misericórdia tem origem latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração). "Ter compaixão do coração", significa ter capacidade de sentir aquilo que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém, ser solidário com as outras pessoas, ou seja, sentir a miséria do outro no próprio coração.

Não resta dúvida que a evolução da espécie humana, no tempo e no espaço, sempre foi um misto entre a sombra e a luz. Horas andamos nas luzes e horas percorremos em trevas. Andar e percorrer não é possuir.

Desse processo antagônico, entre luz e sombra, resultará a edificação do reino de Deus em nós. Somos compelidos, muitas vezes, a julgamentos e condenações imprecisos, precipitados e descaridosos, típicos de espíritos imaturos e infantis. Espíritos em evolução que temporariamente esquecem como agem a dor e as imperfeições, frutos do livre arbítrio, assim nos afastando, num instante de rebeldia, das luzes que tanto almejamos. “Misericórdia quero, e não sacrifícios” [1] e as palavras D’Ele ecoam no tempo!

O ato de julgar o outro é marca de espíritos pouco evoluídos e nada sensíveis aos processos de burilamento do Ser Imortal, esquecido das advertências do Cristo: “Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra.” [2]

Atentemos para a recomendação do Cristo: “Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem; pois quem anda nas trevas não sabe para onde vai.” [3] A Justiça Divina chama a todos para a reabilitação diante das Leis de amor e pela Divina Misericórdia somos beneficiados por essas mesmas Leis, tendo oportunidades valorosas de ajustamentos éticos, morais e espirituais, por isso a benção da reencarnação. Se pudéssemos explicar de maneira mais fácil a dádiva da reencarnação descreveríamos ouvir a voz de Deus dizendo: “Vai Filho, vive mais um dia para acertar as pendências que ficaram no ontem!”

O trabalho incessante no bem é recurso dos mais preciosos para a iluminação de nós mesmos. Aproveitar as benções do tempo, da saúde e a oportunidade de serviço é buscar andar na luz enquanto temos luz e diminuir a ação das trevas que ainda há em nós. O anular das trevas é o afastar-nos das más inclinações, dos desejos caprichosos e das tendências punitivas e excludentes, radicadas no arcabouço da nossa individualidade sob os açoites das emoções.

A luz trazida pela Mensagem Imortal do Amor é sinal extremo da Misericórdia Divina que aguarda possamos retribuir o amor com gestos de amor.

Sentir as misérias do outro no próprio coração é buscar recursos divinos em nós e espalhar as sementes pequeninas da misericórdia nos corações ressequidos pela dor e sedentos da água da compreensão.

Como diria o poeta: “quem me dera ter um coração para amar e outro coração para sofrer, arrancaria, assim, sem pestanejar, o sofrimento do peito e faria brotar mil corações alvissareiros para espalhar o amor e anular o domínio da dor”. [4]

Para iluminar os porões da nossa individualidade mister se faz viver diariamente com a perfeita consciência do Deus que existe em cada um de nós. Lembremos as lutas, as edificações e assim como do carvão mineral pode-se extrair o diamante puro, fulguremos nossa luz na forja do destino a fim de marcharmos com o Criador amando e sentindo a intimidade do coração do próximo.

Nota e referências bibliográficas:

(1) Mateus 9:13
(2) João 8:7
(3) João 12:35
(4) Autor desconhecido

28 março 2015

A bagagem da derradeira viagem - Revista O Consolador

 
A BAGAGEM DA DERRADEIRA VIAGEM


Todas as vezes que parte alguém para o chamado mundo espiritual, uma viagem que todos nós faremos um dia, uma pergunta nos é, geralmente, inevitável: Qual terá sido a bagagem do falecido no seu retorno à pátria verdadeira?

A mesma indagação foi formulada há pouco em seguida a uma interessante palestra em que o expositor, ao focalizar o tema morte e reencarnação, escreveu na lousa:
  • Morte: passagem do Espírito para a vida espiritual.
  • Reencarnação: passagem do Espírito para a vida terrena.
Em ambas as situações, a mesma dúvida. Qual será a bagagem do indivíduo que parte e que bagagem trará no seu retorno para uma nova existência corpórea?

O assunto parece sem importância, mas, em verdade, não o é, e tem implicações muito mais profundas na vida e no mundo em que vivemos.

Quando este texto foi redigido, a manchete dos principais periódicos referia-se ao falecimento de dois vultos importantes da sociedade brasileira, ambos bem sucedidos no campo profissional e em seus negócios. Pessoas abastadas, que bagagem terão levado em seu regresso à pátria espiritual?

A doutrina espírita, pela voz de vários dos seus instrutores desencarnados, apresenta-nos uma faceta diferente no tocante ao que entendemos por propriedade real.

Segundo essa visão, só possuímos em plena propriedade aquilo que podemos levar deste mundo. Por conseguinte, tudo que é relativo à matéria não nos pertence realmente. Trata-se de um mero empréstimo, de um depósito que, como tal, deveremos restituir ao verdadeiro dono.

Aquele que na Terra recebeu o nome de Pascal examinou esse importante tema na mensagem que adiante reproduzimos:

“O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo. Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece. Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto. Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais. Isso é o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste. Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura.

Quando alguém vai a um país distante, constitui a sua bagagem de objetos utilizáveis nesse país; não se preocupa com os que ali lhe seriam inúteis. Procedei do mesmo modo com relação à vida futura; aprovisionai-vos de tudo o de que lá vos possais servir. Ao viajante que chega a um albergue, bom alojamento é dado, se o pode pagar. A outro, de parcos recursos, toca um menos agradável. Quanto ao que nada tenha de seu, vai dormir numa enxerga.

O mesmo sucede ao homem, à sua chegada no mundo dos Espíritos: depende dos seus haveres o lugar para onde vá. Não será, todavia, com o seu ouro que ele o pagará. Ninguém lhe perguntará: Quanto tinhas na Terra? Que posição ocupavas? Eras príncipe ou operário? Perguntar-lhe-ão: Que trazes contigo? Não se lhe avaliarão os bens, nem os títulos, mas a soma das virtudes que possua. Ora, sob esse aspecto, pode o operário ser mais rico do que o príncipe. Em vão alegará que antes de partir da Terra pagou a peso de ouro a sua entrada no outro mundo. Responder-lhe-ão: Os lugares aqui não se compram: conquistam-se por meio da prática do bem. Com a moeda terrestre, hás podido comprar campos, casas, palácios; aqui, tudo se paga com as qualidades da alma. És rico dessas qualidades? Sê bem-vindo e vai para um dos lugares da primeira categoria, onde te esperam todas as venturas. És pobre delas? Vai para um dos da última, onde serás tratado de acordo com os teus haveres."

- Pascal, Genebra, 1860. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVI, item 9.)

Inteligência, conhecimentos, qualidades morais – eis a bagagem de quem parte e de quem vem. Ampliar essa bagagem deve ser, portanto, o nosso objetivo fundamental.

Se as novas gerações levarem a sério tais ideias, ter-se-á dado um largo passo no caminho que leva à supressão da cupidez, da avareza, da corrupção, das desigualdades sociais e de todas as formas de preconceito que existem em nosso planeta.


Ano 8 - N° 391 - 30 de Novembro de 2014
Fonte: Revista "O Consolador"

27 março 2015

O que é Acaso?- Miramez

 
O QUE É O ACASO?


O orgulho nos faz esconder Deus, pela fraqueza do entendimento, colocando-O como acaso, palavra que nada expressa na linguagem dos homens. E quem O desmerece esconde os Seus próprios valores, porque dependemos da Sua iluminada presença e da Sua magnânima existência espiritual. Se o acaso não existe, como compará-lo a um ser que existiu sempre e que tem mais existência do que toda a criação junta? Absurdo dos absurdos!

Nada se faz por acaso. Para tudo existem leis que nos pedem obediência. Para que a harmonia se faça, é justo que observes o mundo em que vives. Não se pode viver sem que se tenha leis para obedecer, e ao infrator vem logo a corrigenda. As coisas espirituais obedecem às mesmas regras e o Comando Divino é vigilante, operando em todos os sentidos para que estas leis sejam cumpridas, no sentido de estabelecer a paz e o bem-estar em todas as direções da vida.

A alma já moralizada é obediente; ela estuda e compreende o que deve ser feito e respeita todos os direitos alheios; por isso é que vive em paz com a consciência. Enquanto não trabalharmos os caminhos traçados e vividos por Jesus, permaneceremos em guerra em nós mesmos e sofreremos as consequências da nossa ignorância.

A própria ciência dos homens desmente o acaso, porque para tudo tem uma explicação lógica. A gestação de um filho no ventre de sua mãe ou a formação de um fruto e de uma flor era debitada na conta dos mistérios, atribuída ao acaso, por não se saberem os fundamentos da própria vida estuante e vigorosa em toda a criação. Entretanto, agora, no século vinte, na hora da luz, quando os Céus se aproximam dos homens, ou quando os homens abrem os corações ante outras dimensões da vida, não se deve falar em acaso, por esse assunto marcar ou reavivar os caminhos da ignorância espiritual. O acaso, ainda que tivesse existido, teria morrido por falta de alimento.

Se todo efeito tem uma causa, na dedução comum entre os homens, eis que os efeitos invisíveis estão apoiados em causas mais sutis do que pensas. Em tudo, repitamos, existe um Comando Inteligente que de nada esquece, uma Onisciência operando para a harmonia de todas as coisas. Isso certamente nos dá muita alegria, e a esperança cresce para a dimensão do amor.

O respeito a Deus deve ser o primeiro ato de cada dia, como que uma oração de agradecimento por tudo que recebemos do Seu imensurável amor, e esse ato nos colocará mais próximo da Sua ação benfeitora. Cumpre-nos esclarecer que Deus está presente em nossa vida e faz o nosso viver, deixando a nossa parte para que a façamos com as nossas próprias forças. Mesmo assim, a Sua misericórdia é tamanha que, se pedimos ajuda, além da que Ele nos dá naturalmente, pela Sua inestimável bondade e o Seu inesgotável amor a todos os Seus filhos, Ele nos atenderá. Porem, não nos façamos surdos às Suas leis, para que não venhamos cair em novas e piores tentações.

Esqueçamo-nos do nada e lembremo-nos do Tudo. Esqueçamo-nos da inércia e lembremo-nos do trabalho. Trabalhando, esqueçamo-nos do ódio e abracemo-nos, vivendo o amor, porque essa disposição à verdade nos garantirá a paz espiritual e a alegria permanente no coração.

Vamos nos lembrar de Jesus com todo o carinho, Ele que veio anunciar para todas as criaturas o Reino de Deus, lembrando-nos que nenhuma das Suas ovelhas se perderia, e que não existe órfão na casa do Pai. Isso significa esperança para todos nós, encarnados e desencarnados, pela presença da Fé. É bom que deixemos bem claro que todas as combinações da matéria são forças de Deus na luz do teu entendimento.


Ditado pelo Espírito Miramez
Médium: João Nunes Maia
Obra: Filosofia Espírita - Volume 1 - Capítulo 8

26 março 2015

Estamos Evoluindo ou Regredindo? - Richard Simonetti


ESTAMOS EVOLUINDO OU REGREDINDO?

Segundo disseram os Espíritos a Allan Kardec na questão 118 do O Livro dos Espíritos, “NÓS PODEMOS PERMANECER ESTACIONADOS EM NOSSA EVOLUÇÃO, MAS NÓS NÃO REGREDIMOS.”

Mas, o que dizer quando vemos estes três exemplos a seguir?

1º) um chefe de família, pai de três filhos, marido carinhoso, vida conjugal tranquila abandonar o lar para envolver-se com uma jovem volúvel;

2º) uma pessoa boa, prestativa para todos, mas que um dia discute com um vizinho por causa do som e irrita-se, toma um revólver e atira no vizinho matando-o;

3º) uma adolescente disciplinada e obediente que lamentavelmente se transforma ao entrar para a faculdade. Envolve-se com más companhias, torna a convivência um inferno. Desrespeita os pais, agride os irmãos, não aceita qualquer orientação, compromete-se em perniciosos desregramentos.

Quem convive com pessoas assim pode dizer que elas “INVOLUÍRAM”?

Não. Elas apenas revelaram o que estava dentro delas.

Para o Espírito (encarnado) é fácil conservar a calma, a serenidade, o equilíbrio, quando tudo corre bem, dentro da rotina, quando não enfrenta desafios ou contestações.

É em circunstâncias especiais, de tensão e grande emoção, em crises existenciais, quando nos desnudamos é que mostramos quem somos e qual o nosso estágio evolutivo.

No relacionamento diário há o verniz social, um conjunto de normas de civilidade que regem nossas relações. Mas é uma camada muito fina, que se rompe facilmente.

Isso ocorre também no plano coletivo.

A pessoa deixa-se envolver por impulsos instintivos da multidão e tornam-se capazes de cometer atrocidades. É difícil encontrar algo mais selvagem do que um linchamento. A turba desvairada massacra alguém que despertou sua ira. Querem fazer “justiça” com as próprias mãos. Não é difícil encontrar naquele meio, cidadãos pacatos que, aparentemente, jamais se prestariam a semelhante iniciativa.

Há alguns anos foi preso no Brasil o alemão Gustav Franz Wagner, apelidado de “besta humana”, em face das atrocidades que cometeu contra os judeus, na condição de carrasco nazista. Vizinhos que conviviam com ele tiveram dificuldade de aceitar sua verdadeira identidade, porque se tratava de um homem afável, simples, que as crianças chamavam de vovô.

Então, tais casos não se tratam de “INVOLUÇÃO”, são apenas “REVELAÇÃO”. O Espírito (encarnado) apenas revela o que é, mostrando que não conseguiu conter sua fraqueza moral. Transita pela Terra inteiramente distraído das finalidades da existência, marcando passo nos caminhos evolutivos.

Richard Simonetti

25 março 2015

Mediunidade - Possibilidades e Desafios - Jorge Hessen

MEDIUNIDADE – POSSIBILIDADES E DESAFIOS


A mediunidade, digamos natural, é uma faculdade psicofísica presente em todas os seres humanos. Porém, nem todos percebemos a presença ostensiva dos Espíritos. É uma percepção à qual Charles Richet chamou de “sexto sentido”. Ela sempre esteve presente na História da humanidade desde as épocas mais recuadas. 

O surto de manifestação dos fenômenos mediúnicos é efeito natural da maior incidência dos Espíritos sobre os homens.

Allan Kardec diz que não se deve lidar com a mediunidade sem conhecê-la. Aquele que frequenta uma casa espírita com a exclusiva intenção de servir apenas no campo da mediunidade não entendeu ainda o papel do Espiritismo em sua vida, muito menos a oportunidade que está tendo de servir com equilíbrio na Causa do Bem. Uma Casa espírita proporciona muitas tarefas diversificadas no campo da evangelização, da assistência social, da divulgação, da administração etc. Médium ignorante, em desequilíbrio, é médium obsedado. O grande tratamento para este mal (obsessão) que hoje dizima milhões de criaturas que se encontram em estado de psicopatologia degenerativa, com desequilíbrio da personalidade e da própria vida mental, repetimos, é o estudo da mediunidade e o trabalho cristão. O Espiritismo oferece ao homem a direção moral para que ele, erguendo-se na ordem psíquica moral e emocional, passe a sintonizar com os espíritos evoluídos de cujo contato sobrevirão efeitos aprazíveis.

A mediunidade esteve presente em Francisco de Assis; contudo, igualmente esteve presente nos seres mais aberrantes da humanidade. Nabucodonosor pereceu sob o látego da possessão (licantropia). Sabe-se que Nero, nos últimos dias de seu reinado, viu-se fora do corpo carnal, junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e esposa, ambas assassinadas por sua ordem, a lhe pressagiarem a queda no abismo. Os Espíritos vingativos em torno de Calígula eram tantos que, depois de lhe enterrarem os restos nos jardins de Lâmia, eram ali vistos frequentemente, até que lhe exumaram os despojos para a incineração. Há notícias que revelam ter sido Adolfo Hitler portador de uma mediunidade especialmente exercida em Berlim, no grupo de Tullis, entre os anos de 1914 e 1918. A mediunidade, portanto pode acentuar estados psicopatológicos muito graves por desequilíbrio do indivíduo.

Mas a mediunidade potencializou as energias espirituais de uma Tereza d’Ávila, de uma admirável Rita de Cássia, de uma abnegada irmã Dulce da Bahia, de um “cisco” Cândido Xavier ou tantas outras personalidades que na história conseguiram atrair o pensamento universal pela síntese do amor e pelo intercâmbio com os Espíritos elevados.

A mediunidade, hoje tão vulgarizada pelas novelas da tevê, é ainda pouco compreendida pelos cristãos, não obstante esteja muito bem descrita nos Atos dos apóstolos, mormente nas assertivas de Paulo quando cita os dons e os carismas dos médiuns. Escreve o Convertido de Damasco que uns veem, outros ouvem, outros falam, outros profetizam e outros curam. Ora, os dons nomeados por Paulo e os carismas nada mais são que a mediunidade.

Nos tempos apostólicos a mediunidade atinge a culminância desde o famoso dia de Pentecoste, em que foram produzidos diversos fenômenos físicos tais como sinais luminosos e vozes diretas, psicofonia e xenoglossia. Naqueles áureos idos históricos o magnetismo curativo através do passe era muito exercitado.

Através de Jesus, muitos fenômenos ocorreram. Em Cafarnaum e Jericó O Cristo aplica o passe aos cegos; em Betsaida (piscina de Siloé) levanta os paralíticos; em Gerasa liberta possessos.

Paulo, através da clarividência, vê o próprio Cristo e se converte definitivamente nas portas de Damasco. Nos domínios dos fenômenos de efeitos físicos notamos Jesus no rio Jordão diante do fenômeno de pneumatofonia (voz direta) durante o célebre batismo. Nas bodas de Caná, Jesus transforma água em vinho. 

Em Betsaida e Gerasa o Mestre divino promove a multiplicação dos peixes e pães pelo processo de transubstanciação. Em Genesaré o meigo nazareno caminha sobre as águas no processo de levitação. No Tabor o Governador da Terra promove a transfiguração. Na Galileia abranda a tempestade. Sob o império dos fenômenos de efeitos intelectuais, Jesus antevê a Sua crucificação, prevê a negação de Pedro, pressagia a traição de Judas e previne a dispersão do povo judeu. No jardim de Getsamani provoca o fenômeno de clarividência e clariaudiência.

Nos tempos do Calvário os apóstolos (na condição de médiuns) sofriam inquéritos e terríveis perseguições: Pedro e João são presos; Estevão é morto a pedradas; Tiago, filho de Zebedeu, é morto a golpes de espada; Paulo é decapitado na via Ápia, em Roma; Pedro é crucificado. Mesmo sofrendo profunda estagnação e desvios, o “Cristianismo” nos presenteia com belos fenômenos mediúnicos: Tertuliano, através da sua bacia, profetiza; Francisco de Assis tem visões arrebatadoras; Lutero tem visões aterradoras; Teresa d’Ávila viaja em desdobramentos; José de Cupertino promove a levitação diante do papa Urbano III; Antônio de Pádua trazia a bicorporeidade.

Detalhe importante: a mediunidade não traz regalia a ninguém. Por oportuno, lembramos o exemplar histórico de Chico Xavier. Ele que aos 15 anos ficou órfão, aos 8 trabalhava à noite numa fábrica de tecidos, aos 12 ralava num empório, e laborou por 32 anos como escriturário no ministério da agricultura. 

Chico, durante três anos (dos 12 aos 15) foi acometido de coreia, ou mal de São Guido. Na década de 40 o “Mineiro do século” foi acionado judicialmente pela família de Humberto de Campos. Logo depois, como se não bastassem tantos desafios, foi submetido a uma cirurgia de hérnia estrangulada. Em 1958 teve que mudar-se para Uberaba por causa dos escândalos provocados por um sobrinho atormentado. O médium mineiro era cego de um olho e carregava uma catarata no olho esquerdo, e ainda sofria de constantes ataques de angina, e muito mais.

Infelizmente há pessoas que ao sentirem influência dos Espíritos creem que por isso estão prontas para lidar com os seres do além-tumba. Comumente não aceitam a ideia de que precisam se instruir sobre o tema. 

Qualquer médium que não tiver os cuidados necessários com a sua edificação moral e se colocar a serviço do intercâmbio sem o devido preparo e conhecimento cairá fatalmente presa de Espíritos perversos. 

Ninguém é obrigado a “desenvolver” a mediunidade. É absurda a ideia de que a mediunidade é a causa de sofrimentos e desajustes psíquicos. Naturalmente, os médiuns ostensivos, que já demonstram algum “sinal” desde cedo, devem ser submetidos obrigatoriamente ao estudo disciplinado e à orientação doutrinária dentro de um centro espírita que possa dar-lhe direcionamento seguro de sua faculdade.

Autor: Jorge Hessen 


24 março 2015

Decisão de Ser Feliz - Joanna de Ângelis



DECISÃO DE SER FELIZ


Empenha-te ao máximo para tornar tua vida agradável a ti mesmo e aos outros.

É importante que tudo quanto faças apresente um significado positivo, motivador de novos estímulos para o prosseguimento da tua existência, que se deve caracterizar por experiências enriquecedoras.

Se as pessoas que te cercam não concordarem com a tua opção de ser feliz, não te descoroçoes e, sem qualquer agressão, continua gerando bem-estar. És a única pessoa com quem contarás para estar contigo, desde o berço até o túmulo e depois dele, como resultado dos teus atos...

Gerar simpatia, produzindo estímulos otimistas para ti mesmo, representa um crescimento emocional significativo, a maturidade psicológica em pleno desabrochar.

É relevante que o teu comportamento produza um intercâmbio agradável, caricioso, com as demais pessoas. No entanto, se não te comprazer, transformar-se-á em tormento, induzindo-te a atitudes perturbadoras, desonestas.

Tuas mudanças e atitudes afetam aqueles com os quais convives. É natural, portanto, que te plenificando, brindem-te com mais recursos para a geração de alegrias em volta de ti.

Todos os grandes líderes da Humanidade lutaram até lograr sua meta – alcançar o que haviam elegido como felicidade, como fundamental para a contínua busca.

Buda renunciou a todo conforto principesco para atingir a iluminação.

Maomé sofreu perseguições e permaneceu indômito até lograr sua meta.

Gandhi foi preso inúmeras vezes, sem reagir, fiel aos planos da não-violência e da liberdade para o seu povo.

E Jesus preferiu a cruz infamante à mudança de comportamento fixado no amor.

Todos quantos anelam pela integração com a Consciência Cósmica geram simpatia e animosidade no mundo, estando sempre a braços com os sentimentos desencontrados dos outros, porém fiéis a si mesmos, com quem sempre contam, tanto quanto, naturalmente, com Deus.

Quando se elege uma existência enriquecida de paz e bemestar, não se está eximindo ao sofrimento, às lutas, às dificuldades que aparecem. Pelo contrário, eles sempre surgem como desafios perturbadores, que a pessoa deve enfrentar, sem perder o rumo nem alterar o prazer que experimenta na preservação do comportamento elegido. Transforma, dessa maneira, os estímulos afligentes em contribuição positiva, não se lamentando, não sofrendo, não desistindo.

Quem, na luta, apenas vê sofrimento, possui conduta patológica, necessitando de tratamento adequado.

A vida é bênção e deve ser mantida saudável, alegre, promissora, mesmo quando sob a injunção libertadora de provas e expiações.

Tornando tua vida agradável, serão frutíferos e ensolarados todos os teus dias.



Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Médium: Divaldo Pereira Franco
Obra: Momentos de Saúde


23 março 2015

Transtornos Psiquiátricos, Psicológicos Obsessivos - Manoel Philomeno de Miranda

TRANSTORNOS PSIQUIÁTRICOS, PSICOLÓGICOS OBSESSIVOS


(...) ocorrem os transtornos psiquiátricos, psicológicos e obsessivos, cada dia mais numerosos, em alerta claro quanto insofismável para todas as criaturas.

Expressam-se em alienações mentais, em transtornos emocionais, em obsessões puras e simples, agravando-se quando se mesclam as problemáticas fisiológicas, psíquicas com as espirituais, complicando o quadro da psicopatologia difícil de ser erradicada.

Em todas elas o paciente desempenha um papel relevante, sendo a sua cura o resultado de imprescindível contribuição pessoal, ao lado da assistência que deve receber, tanto a especializada quanto a afetiva dos familiares e amigos aos quais se encontra vinculado.

Ninguém que se encontre a sós em qualquer processo alienatório. Isto porque, os comprometimentos negativos igualmente têm lugar com parcerias indentificadas com o fenômeno.Por essa razão, quando alguém tomba nas malhas dos desequilíbrios mentais e espirituais, no seio de qualquer família, gerando sofrimento para outrem, não se trata de ocorrência casual, mas causal. Naquele grupo, encontram-se outros espíritos que participaram das mesmas infames refregas ora em recomposição.

As divinas leis são inexoráveis, porquanto funcionam com estável critério de justiça e sem qualquer privilégio para quem quer que seja. A cada ação corresponde uma reação de idêntico efeito.

O grupo familiar é santuário de renovação coletiva, onde todos os membros se encontram para crescer juntos, reconciliar-se, aprender a servir e a ampliar a capacidade de amar.

O calceta de hoje é o líder do crime de ontem que arrastou outros inconsequentes para as suas fileiras perversas. Reunidos novamente, devem-se ajudar no processo de libertação em que se encontram comprometidos.


Livro: Transtornos Psiquiátricos e Obsessivos
Divaldo Pereira Franco
Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda

22 março 2015

Reserva - Espírito Carlos


RESERVA

A discrição na criatura valoriza a harmonia na consciência e o respeito ao modo de viver dos outros.

Quem pretende falar desordenadamente do que vê nos seus semelhantes favorece o escândalo e desajusta a si mesmo, porque se antipatiza perante aqueles com quem convive.

O ajuizado não maldiz, não perturba seus companheiros, não critica, não afronta, não julga a quem quer que seja e não se nega ao bem, quando está em suas mãos fazê-lo.Não tem ciúmes, porque não inveja os pertences alheios, sente prazer ao encontrar as criaturas nas bênçãos de Deus, e por vezes coopera para que todos sejam mais felizes.

Sejamos bem falantes por onde transitarmos, por compreendermos que a fala ajustada nos lugares em que lhe compete construir é qual estrela de luz a iluminar o coração, inspirando a inteligência e fazendo, das mãos, forças que abençoam em todos os sentidos.

Sê comedido com o teu companheiro nas lutas do trabalho, respeitando todos os seus ideais. Todavia, quando esses não se harmonizarem com o bem, a tua fisionomia pode falar mais alto que o verbo, em desaprovação. A Expressão fisionômica, em muitos casos, desaprova, sem ferir. No entanto, quando a fala for mais conveniente, usa-a, com prudência.

Adorna-te não somente com jóias, na discrição que é peculiar à beleza, mas enfeita-te com a riqueza das virtudes, nas linhas que a tua faixa de vida for favorável.

Sê comedido nos pensamentos, palavras e ações. Sem a alimentação que assegura a forma do corpo físico, não podes viver na Terra. Porém, a comida em excesso desorienta a Alma nos seus ideais. As vestes são adornos e amparos que a civilização descobriu. Contudo escravizam as criaturas quando estas partem para o exagero.

A riqueza material é oportunidade para que faças muita caridade. Entretanto quando a usura está presente, o ouro é alavanca para muitos infortúnios. A moderação, em tudo, é luz de Deus no coração da vida.

Quando colocardes jóias, por fora, não vos esqueçais dos enfeites, por dentro.

A modéstia nunca se arrepende, desde que não passe ao acanhamento.

Sê seguro do que fazes, e deixa que essa segurança se transforma em fé. E que essa fé se transmute em esperança, abrindo as portas do coração e da inteligência, para que a esperança, a fé e a segurança transbordem em amor, criando vidas e libertando almas.

A sensatez é a força da estabilidade no Espírito que aspira a paz.

Pelo Espírito: Carlos
Psicografia: João Nunes Maia
Do livro: Tuas Mãos

21 março 2015

Aproveita - André Luiz

 

APROVEITA


Se alguém diz: - eu amo a Deus, e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama o seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?" - (I JOÃO, 4:20.)

A vida é processo de crescimento da alma ao encontro da Grandeza Divina. Aproveita as lutas e dificuldades da senda para a expansão de ti mesmo, dilatando o teu círculo de relações e de ação.

Aprendamos para esclarecer. Entesouremos para ajudar. Engrandeçamo-nos para proteger. Eduquemo-nos para servir. Com o ato de fazer e dar alguma coisa, a alma se estende sempre mais além.

Guardando a bênção recebida para si somente, o espírito, muitas vezes, apenas se adorna, mas, espalhando a riqueza de que é portador, cresce constantemente. Na prestação de serviço aos semelhantes, incorpora-se, naturalmente, ao coro das alegrias que provoca.

No ensinamento ao aprendiz, liga-se aos benefícios da lição. Na criação das boas obras, no trabalho, na virtude ou na arte, vive no progresso, na santificação ou na beleza com que a experiência individual e coletiva se alarga e aperfeiçoa.

Na distribuição de pensamentos sadios e elevados, converte-se em fonte viva de graça e contentamento para todos. No concurso espontâneo, dentro do ministério do bem, une-se à prosperidade comum. Dá, pois, de ti mesmo, de tuas forças e recursos, agindo sem cessar, na instituição de valores novos, auxiliando os outros, a benefício de ti mesmo. O mundo é caminho vasto de evolução e aprimoramento, onde transitam, ao teu lado, a ignorância e a fraqueza. Aproveita a gloriosa oportunidade de expansão que a esfera física te confere e ajuda a quem passa, sem cogitar de pagamento de qualquer natureza. O próximo é a nossa ponte de ligação com Deus.

Se buscas o Pai, ajuda ao teu irmão, amparando-vos reciprocamente, porque, segundo a palavra iluminada do evangelista: "se alguém diz: - eu amo a Deus, e aborrece o semelhante, é mentiroso, pois quem não ama o companheiro com quem convive, como pode amar a Deus, a quem ainda não conhece?"


André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier


20 março 2015

A Sociedade Somos Nós - Richard Simonetti


A SOCIEDADE SOMOS NÓS

É evidente que, se não fossem os preconceitos sociais, pelos quais se deixa o homem dominar, ele sempre acharia um trabalho qualquer, que lhe proporcionasse meio de viver, embora se deslocando da sua posição. Mas, entre os que não têm preconceitos ou os põem de lado, não há pessoas que se veem na impossibilidade de prover às suas necessidades, em consequência de moléstias ou outras causas independentes da vontade delas?

Resposta: Numa sociedade organizada segundo a lei do Cristo, ninguém deve morrer de fome.
Questão n° 930, de O Livro dos Espíritos

Há indivíduos indolentes e indisciplinados que vivem em situação difícil por sua própria culpa. Mas há, também, os que experimentam amargas privações decorrentes de circunstâncias alheias à sua vontade:
O doente sem recursos, o velho sem abrigo, a criança abandonada, operário desempregado, o homem marginalizado em virtude problemas de comportamento.

Imagina-se que providências a respeito do assunto são de alçada exclusiva do Governo, chamado ao atendimento da população carente e à erradicação da miséria.

No entanto, a sociedade somos nós, cidadãos que a compomos. O Governo é apenas uma representação. Não podemos debitar-lhe inteiramente a solução desse problema, mesmo porque a cristianização da sociedade não depende de iniciativas dos poderes constituídos. Fraternidade, solidariedade, misericórdia, caridade, compaixão, não são passíveis de imposição por decretos.

Consideremos, ainda, que o Governo não é onisciente, onipresente, onipotente. Ele não sabe tudo, não vê tudo, não pode tudo. Mas a sociedade, como um todo, formada pelos cidadãos que a compõem, pode exercitar essas faculdades, na medida em que, diante das misérias humanas, sempre haverá alguém capaz de fazer algo, ao passo que a interferência de prepostos governamentais vai depender de os encontrarmos, de estarem dispostos a fazê-lo e desfrutarem de disponibilidades para tanto.

Há outro aspecto importante: o Governo representa não apenas a sociedade, mas também suas tendências. Ele se vincula à história da nação, suas características, sua maneira de ser. A Alemanha de Adolfo Hitler foi a materialização da belicosidade e das pretensões de hegemonia racial de boa parte do povo alemão.
Seria, portanto, inocência, pretender que o indivíduo alçado ao poder se transforme, por obra e graça do Espírito Santo, num campeão do Evangelho, apóstolo do Bem, empolgado pela promoção humana, trabalhando de sol a sol com disciplina, prudência, bom-senso, honestidade e, sobretudo, amor pelo semelhante.

Poderá surgir, de quando em vez, um sábio ou um santo na direção de um povo, mas ele próprio terá de lutar contra terríveis limitações e dificuldades, porquanto será um elemento estranho numa coletividade alheia aos seus ideais.

A sociedade legitimamente cristã deve ser construída de baixo para cima. Quando a maioria da população for cristianizada teremos governos capazes de vivenciar plenamente os ensinamentos de Jesus. Não há fórmulas mágicas para isso. É apenas uma questão de trabalho, muito trabalho no esforço do Bem.

Diz o Espírito Humberto de Campos, em psicografia de Francisco Cândido Xavier: As missões legitimamente salvacionistas vêm à Terra vestidas de macacão.

O verdadeiro missionário é aquele que serve sempre, com inabalável disposição, empenhando a própria existência no esforço em favor do semelhante.

Isso explica porque o espírita consciente fatalmente se vincula a obras de assistência e promoção humanas ─ creches, berçários, escolas, abrigos, lares da infância e da velhice, hospitais ─ formando uma mentalidade de participação e de iniciativas em favor dos carentes de todos os matizes. Ele sabe que não há outro caminho.

Richard Simonetti


19 março 2015

Terrorismo - Vianna de Carvalho


TERRORISMO

A Hidra de Lerna, da mitologia grega, na sua insaciável sede de sangue, ressurge, na atualidade, multiplicando-se em forma do hediondo terrorismo.

Os fantasmas do medo, da revolta, das lutas sem quartel, corporificam-se nas massas alucinadas gritando por vingança, sem se importar com o número de vidas que sejam estioladas, nem com as formas cruentas a que sejam submetidas.

Os direitos do homem e da mulher, dolorosamente conseguidos ao largo da História, cedem lugar ao abuso do poder desenfreado, da loucura fanática de minorias infelizes, que acendem o estopim do barril de pólvora dos ódios malcontidos.

Entre as elevadas conquistas do desenvolvimento ético e moral da Terra, destaca-se a liberdade, representada nas organizações políticas pelos regimes democráticos, veladores da honra de bem viver e deixar que os demais também o vivam. Dentre esses direitos inalienáveis, a liberdade de expressão alcançou nível superior para o comportamento humano.

Não há, portanto, limite sagrado ou profano, proibido ou permitido, dependendo, exclusivamente, do estágio intelecto-moral da sociedade e dos seus cidadãos, que optarão pelo ético, pelo saudável e pelo favorável ao desenvolvimento espiritual da Humanidade.

Sofista por excelência e ético na sua essência, Sócrates defendia a liberdade de expressão num período de intolerância e de sujeição, de arbitrariedades, que ele condenava, havendo pago com a nobre existência a elevada condição de exaltar a beleza e a verdade.

Jesus, na Sua ímpar condição, respeitou essa gloriosa conquista – a liberdade de expressão - não se permitindo afetar pelos inditosos comportamentos dos seus opositores contumazes... E fez-se vítima espontânea da crueldade e do primarismo daqueles que O temiam e, por consequência, O odiavam.

Legou-nos, no entanto, no memorável discurso das bem-aventuranças as diretrizes éticas para a conquista da existência feliz através da aquisição da paz. Em momento algum limitou, excruciou ou lutou contra o amadurecimento espiritual do ser humano.

Sua doutrina, conforme previra, foi submetida ao talante dos poderes temporais e transformada em arma terrorista esmagadora que dominou as massas humanas por longos séculos de medo e de horror.

Há pouco mais de duzentos anos, no entanto, a França e, logo depois, os Estados Unidos da América do Norte desfraldaram a bandeira dos direitos à liberdade, à igualdade e à fraternidade. E houve, desde então, avanços incontestes no comportamento dos povos, diversas vezes afogados no sangue dos seus filhos em insurreições internas, em guerras internacionais, embora muitos interesses subalternos, para que lhes fossem preservados esses soberanos direitos. Os temperamentos primários, porém, ainda predominantes em expressivo número de Espíritos rebeldes, incapazes de compreender os valores humanos, têm imposto a sua terrível e covarde adaga em atos de terrorismo, tendo como pano de fundo as falsas e mórbidas confissões políticas e religiosas, que dizem abraçar, espalhando o caos, o terror, nos quais se comprazem.

A força das suas armas destrutivas jamais fixará os seus postulados hediondos, pois que sempre enfrentarão outros grupelhos mais nefastos e sanguinários que os vencerão. Após o triunfo de um bando de bárbaros por um tempo e ei-los desapeados da dominação por dissidentes não menos cruéis...

Assim tem sido na História em todos os tempos.

Os mongóis, por exemplo, conquistaram a Índia, embelezaram-na, realizaram esplendorosas construções como o Taj Mahal, pelo imperador Shah Jahan, a fortaleza dita inexpugnável guardando a cidade e as minas de diamantes da Golconda, enquanto se matavam para manter-se ou para conquistar o trono – filhos que assassinaram os pais ou os encarceraram, ou os enviaram para o exílio, como era hábito em outras nações – para depois sucumbirem sob o guante de outros voluptuosos dominadores mais hábeis e mais selvagens.

Criaram armas terríveis, como os foguetes com lâminas aguçadas e os imensos canhões, terminando vencidos, após algumas glórias, pelas tropas inglesas que invadiram o país, submetendo-o por mais de um século ao Reino Unido, desde o reinado de Vitória.

Mais tarde, a grandeza moral do Mahatma Gandhi, com a sua misericordiosa não violência, libertou-a, restituindo-a aos seus primitivos filhos. Nada obstante, após o seu assassinato, a Índia continuou e permanece até hoje vítima do terrorismo político e religioso desenfreado, sem a bênção da paz, a dileta filha do amor.

Somente quando o amor instalar-se no coração do ser humano é que o terrorismo perverso desaparecerá e os cidadãos de todas as pátrias e de todas as confissões religiosas se permitirão a vera liberdade de pensamento, de palavra e de ação.

Com efeito, esse sublime sentimento não usará da glória da liberdade para denegrir ou punir pelo ridículo, porque respeitará todos os direitos que a Vida concede àqueles que gera e mantém.

Para que esse momento seja atingido, faz-se urgente que todos, mulheres e homens de bem, religiosos ou não, mantenham-se em harmonia, respeitem-se mutuamente e contribuam uns para a plenitude dos outros.

Infelizmente, porém, na atualidade, em que predominam o individualismo, o consumismo, o exibicionismo, espúrios descendentes do egoísmo, facções terroristas degeneradas disseminarão na Terra o crime e o pavor, até que seus comandantes e comandados sejam todos exilados para mundos inferiores, compatíveis com o seu estágio de evolução.

Merece, igualmente, neste grave momento, recordar a frase de Jesus: Eu venci o mundo! (João, 16:33)

Todos desejam, por ignorância, vencer no mundo.

Ele não foi um vitorioso no cenário enganoso do mundo, mas o triunfador sobre todas as suas ainda perversas injunções.

O terrorismo passará como todas as vitórias da mentira, das paixões inferiores e da violência, porque só o amor é portador de perenidade.

Vianna de Carvalho
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 7 de janeiro de 2015 (quando ocorreu o ataque terrorista em Paris), no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia

18 março 2015

Orando e Vigiando - Guillon Ribeiro


ORANDO E VIGIANDO


Meus irmãos, glorificada seja a Vontade de Nosso Pai Celestial.

Humilde companheiro vosso, incorporado à caravana dos obreiros de boa-vontade, não por méritos que nos falham, mas sim por havermos recebido «acréscimo de misericórdia» que a infinita bondade do Senhor jamais recusa ao espírito desperto para as necessidades da própria regeneração, associamo-nos, hoje, às vossas orações e tarefas, deprecando as bênçãos de Jesus em nosso benefício, a fim de que não nos faleçam a energia e o bom ânimo, na empresa de socorro aos nossos irmãos que se brutalizaram depois da morte ou que, além dela, se fizeram infortunados seareiros do egoísmo e da crueldade, da violência e do ódio.

Ah! meus amigos, quantos legionários da nossa grande causa, para gáudio da sombra geradora da discórdia, na hora grave que atravessamos, adormecem à margem dos compromissos assumidos, embriagados no ópio da indiferença, cegos para a missão do Espiritismo como o Paracleto que nos foi prometido pelo Cristo de Deus, surdos para com a realidade que lhes brada emocionantes apelos ao trabalho do Evangelho, ou hipnotizados nas contendas anti-fraternas em que malbaratam os recursos que o Senhor nos empresta, convertendo-se, levianamente, na instrumentalidade viva da negação e das trevas!

Crendo brunir a elucidação doutrinária, traçam inextricáveis labirintos para as almas ainda inseguras de si e que se nos abeiram do manancial de consolações preciosas; e, supondo cultuar a verdade, apenas extravagam na retórica infeliz de quantos se anulam sob os narcóticos da vaidade, transformando a água viva da fé que lhes jorrava dos corações em fel envenenado de loucura e perturbação para si mesmos ou caindo sob os golpes desapiedados de nossos infelizes companheiros do passado, a nos acenarem de outras reencarnações e de outras eras.

Eis por que rogamos ao Senhor nos conserve naquela oração e naquela vigilância que exprimem o trabalho digno e a ardente caridade com que devemos honrar o altar de luta em que fomos chamados a servi-lo.

Crede que o Espiritismo é o restaurador do Cristianismo em sua primitiva e gloriosa pureza e que os espíritas sinceros são, por excelência, na atualidade, os cristãos mais diretamente responsáveis pela substancialização dos ensinamentos que o nosso Divino Mestre legou à Humanidade.

Procuremos, por isso, o nosso lugar de aprendizes e servidores e, compreendendo o valor da oportunidade e do tempo, ofereçamos nossas vidas à cristianização das consciências, começando por nós mesmos, suplicando ao pulcro Espírito de Nossa Mãe Santíssima nos ilumine a estrada para o aprisco do Divino Pastor. Acordados, assim, para as obrigações a que nos entrosamos na obra de luz e amor, louvemos a bondade de Nosso Pai Celestial para sempre.


Espírito: Guillon Ribeiro
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: Instruções Psicofônicas