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31 outubro 2015

Hora de Decisão - Luiz Sérgio


(by Anek Sedlar)

HORA DE DECISÃO


E assim caminhamos, entre erros e acertos, alternando passos trôpegos e cansados com passos ágeis e decididos.

A Humanidade aprende e desaprende. Por isso, a caminhada evolutiva é feita de maneira descontínua, lentamente, pacientemente. Quando se consegue alcançar o verdadeiro domínio de uma virtude, isto se constitui num motivo de júbilo e de verdadeira alegria.

Por esta razão, estamos preocupados em alertar a todos os irmãos quanto à necessidade de contínuo estado de alerta mental que devem cultivar, para exercer mais corretamente suas funções nas diferentes esferas de atuação a que são encaminhados.

Desempenhar bem os papéis que a vida nos confere é um objetivo que devemos ter em mente. Que nos conscientizemos de ser filho, de ser irmão, de ser amigo, de ser pai, de ser profissional, de ser vizinho, de ser cidadão, de ser um Homem no mundo, de ser um Espírito eterno.

Quem não está satisfeito com o que é, precisa parar para pensar nas possíveis causas desta insatisfação. Pensar nas possibilidades de reformulação consciente. Pensar nas conseqüências dos gestos que envolvem o nosso semelhante, para que sejam sempre bem executados.

Há momentos em que é imperioso tomar decisões. Decisões que podem desorganizar momentaneamente nosso relacionamento com os outros, mas que trarão benefícios à medida que o tempo passe.

Um exemplo oportuno é aquele do indivíduo que, durante muito tempo, toma uma medicação que nenhuma melhora traz para os seus males. De repente, decide buscar nova orientação médica. O remédio é modificado, o efeito se faz sentir e a cura sobressai.

Quem se encontre descontente com os rumos que sua vida está a tomar, que se decida a assumir novas responsabilidades, para que novos horizontes se descortinem à sua frente. O começo é difícil como todo começo, mas o bem conseqüente do crescimento interior é abençoado.

Quando for hora de decisão, irmão, invoca a proteção de Deus e enfrenta firme o teu destino.


Espírito: Luiz Sérgio
Psicografia: Alayde de Assunção e Silva, Lucia Maria Secron Pinto
Do livro: "Intercâmbio", cap. Hora de Decisão

30 outubro 2015

Caridade para com os adversários - Leandro Brancher de Oliveira



A IMPORTÂNCIA DA PALESTRA ANTES DO PASSE


Muitas pessoas, por não conhecerem os benefícios da palestra que precede o passe, desconsideram esta etapa importantíssima do acolhimento espiritual. Geralmente chegam apressadas, com o pensamento atormentado por problemas dos mais variados matizes, sem se dar conta de que perdem uma grande oportunidade de tornarem-se mais receptivos às energias absorvidas no passe e também de tornarem-se alvo das entidades benfazejas muito antes de entrarem na sala de atendimento.

É muito importante compreender que durante a palestra o atendimento espiritual já começou, as entidades benevolentes valem-se deste momento para determinar tipos de medicamentos espirituais (flluidos) a serem recebidos pelos consulentes de acordo com a enfermidade ou desarmonia que carreguem.

No plano das idéias, se nos mantiver-mos em clima de oração, podemos recepcionar ondas mentais elevadas que podem orientar o nosso pensamento para a harmonia e o equilíbrio, tão necessários para a nossa saúde física e espiritual.

A ordem, ou desordem que vivenciamos sempre nasce em nós mesmos! Além do passe, da água fluida é necessário aliar a nossa reforma íntima. Conforme nos diz Ramatis: "Não é permitido curar-se por fora quem não quiser curar-se por dentro..."

Sendo assim, existe duas partes em um tratamento espiritual, a dos espíritos benfeitores que sempre é feita e a nossa reforma íntima que devemos procurar o máximo possível realizar. Somente assim obteremos êxito na nossa busca pela própria paz.


Leandro Brancher de Oliveira

29 outubro 2015

Caridade para com os adversários - Joanna de Ângelis


CARIDADE PARA COM OS ADVERSÁRIOS

No fundo, o adversário gratuito , que se converte em perseguidor contumaz e sistemático, amargando tuas horas e anatematizando teus esforços dirigidos para o bem, não deve receber tua reação negativa.

Justo te precatares contra a irritação e a cólera, em relação a ele.

Não poucas vezes sentirás a presença da revolta e dos nervos em desalinho, face à constrição que te é infligida, convertendo-se em duro acicate ao ódio ou pelo menos ao revide. Apesar disso, arma-te de paciência e age com prudência.

O vendaval enrija as fibras do arvoredo, o fogo purifica os metais, a drenagem liberta o lodo, o cinzel aprimora a pedra e a dor acrisola o espírito.

Observado pela má vontade e contundido pela impulsividade dos perseguidores será convidado, ao exercício da abnegação e da humildade, preciosas virtudes mediante as quais resgatarás dívidas de outra procedência, enquanto eles, a seu turno, despertarão para a responsabilidade depois.

Porque te persigam, não é lícito te convertas em sicário também.

Todos nos encontramos na Terra em exercício de sublimação espiritual.

Embora te sintas arder nas provocações e sofrer pelas injustiças impostas não te cumpre qualquer revide infeliz.

Apazigua as paisagens íntimas e prossegue dedicado aos misteres abraçados.

Enquanto te fiscalizem, acusem, duvidem de ti, utilizarás mais a prudência e a temperança auferindo maior soma de benefícios. No fragor da perseguição, oferta a tua prece de gratidão em favor dos que se converteram em inimigos gratuitos da tua paz, reservando-te caridade para com eles.

Se insistires desculpando-os, constarás que, não obstante, desconheçam, fazem-se teus mestres ignorados, graças a cuja permanente antipatia ascenderás na direção do Grande Incompreendido da Humanidade que prossegue até hoje esperando por todos nós.

Pelo Espírito Joanna de Ângelis
De “Leis Morais da Vida”
De Divaldo Pereira Franco

28 outubro 2015

Infância e Mediunidade - Adenáuer Novaes


INFÂNCIA E MEDIUNIDADE

Tudo leva a crer que a mediunidade na criança é algo rudimentar. As percepções não são tão estruturadas como no adulto, visto que em seu psiquismo ainda não se completou o desenvolvimento adequado do ego para sustentar as invasões psíquicas possíveis. Os fenômenos mais comuns estão na área da vidência a desencarnados familiares da atual ou de outras vidas, cujas presenças no campo mediúnico da criança, por conta em geral da boa relação que tiveram, evocam-lhe recordações agradáveis, transmitindo-lhe bons fluidos, bem como lhe infundem confiança e tranquilidade para enfrentar os desafios futuros. Pode-se imaginar que a imaturidade física e psicológica na criança é um obstáculo ao desenvolvimento equilibrado da mediunidade, bem como ao seu uso. 

O desenvolvimento da mediunidade na infância é um risco que se corre em face dos desequilíbrios psíquicos que podem advir para a criança. Nem sempre o espírito encarnado que se encontra na infância estaria apto a lidar com a confusão mental que isso acarreta. Os pais devem conversar e educar seus filhos sem lhes impor comportamentos formais e padronizados típicos dos adultos. As obsessões em crianças não são comuns, não só pela sua conduta inocente, pela proteção de que gozam, como também pela pouca influência dos complexos inconscientes. Quando crianças estiverem sob influência espiritual obsessiva devemos, pois, procurar tratamento espiritual e psicológico. Este último, nos casos em que o comportamento da criança e sua compreensão de mundo estejam visivelmente comprometidos. Talvez pelo fato de estar camuflado num corpo muito infantil, o encarnado saia temporariamente (até a puberdade) do foco de desencarnados inimigos.

Escondem-se até que a reencarnação se complete no início da adolescência. Quando os pais notarem que seus filhos possam estar sofrendo algum tipo de obsessão (sono frequentemente agitado, comportamento inabitual, doenças sem diagnóstico específico, medos sem causa aparente, agressividade não típica, hiperatividade fora do comum, sentimento de perseguição por vultos estranhos, etc.) devem levá-los a tratamento médico-psicológico e a tratamento espiritual à base de passes. Crianças que apresentam transtornos psíquicos com influência espiritual obsessiva devem ser conduzidas a tratamento psicológico ou psiquiátrico, conforme seja o caso, e a tratamento espiritual, sem ser conduzida à reunião mediúnica ou ao desenvolvimento de sua faculdade. O que os pais devem fazer quando seus filhos apresentarem sinais precoces de mediunidade? Devem conversar, sem alardes, com eles a fim de se interarem sobre o que sentem ou veem. Consequentemente devem esclarecer-lhes sobre o assunto e, para tanto, devem, eles próprios, conhecer do que irão falar, ou procurar pessoas experientes em auxílio. Não são incomuns as referências a fenômenos mediúnicos com crianças, os quais, muitas vezes, perturbam mais aos pais do que a elas próprias. As percepções mediúnicas por parte de certas crianças, principalmente o contato mente a mente, são comuns e costumam assustar mais aos adultos, que ouvem-nas contar, do que a elas próprias. Nada há que comprove ser a mediunidade uma faculdade exclusiva do adulto ou que esteja relacionada à maturidade do corpo físico. Qualquer criança tem o potencial da faculdade mediúnica, podendo ser despertada a qualquer tempo. Não devem os pais estimular a mediunidade em seus filhos, tendo em vista a possibilidade de lhes dificultar a estruturação do ego.

A pouca quantidade de crianças que se conhece exercitando a mediunidade explícita se deve à não maturação do ego, ainda não consolidado para o exercício de uma faculdade, cuja possibilidade de cindir, por esse motivo, é grande. Não é adequado o exercício da mediunidade, a qual se pressupõe seja um contato com o mundo adulto de lá e de cá, em crianças antes da adolescência. A educação espirítica de crianças deve prioritariamente começar em casa e ser complementada em instituições pedagogicamente preparadas para tal, com conteúdos adequados ao ego em fase de consolidação. Essa educação não deve conter exercícios mediúnicos nem contatos explícitos com desencarnados em condições de sofrimento ou com intenções agressivas. 

A presença de crianças em reuniões mediúnicas de desobsessão é uma ocorrência que deve ser evitada, em face do desequilíbrio que pode ser gerado. Caso apresente mediunidade ostensiva, deverá ser orientada por educador espírita experiente no trato com a mediunidade. Seria de bom alvitre que o passe dado às crianças seja em reunião distinta dos adultos. O tratamento espiritual às obsessões em crianças deve se limitar ao passe individual. Em alguns casos deve ser administrado apenas em casa. Crianças desencarnadas podem dar comunicações mediúnicas através de médiuns adultos apresentando linguagem infantil. Isso é factível, pois alguns deles não assumem a idade adulta logo após a desencarnação. Aos poucos o espírito comunicante, ao ser esclarecido de sua condição e auxiliado por benfeitores espirituais, vai retomando sua condição de espírito lúcido, consciente de sua adultez.

Adenáuer Novaes
Do livro: Psicologia e Mediunidade

27 outubro 2015

A Autodestruiçao numa precisa anotação espírita - Jorge Hessen

 
 (by Anek Sedlar)

A AUTODESTRUIÇÃO NUMA PRECISA ANOTAÇÃO ESPÍRITA

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 1 milhão de pessoas se matam por ano em todo o mundo. A cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio. Somente no Brasil, quase 30 pessoas se suicidam por dia, e infelizmente os números são crescentes. As maiores incidências são nos países ricos. O leste europeu registra um dos mais altos índices de suicídio proporcionalmente. Países da Ásia, como Coreia do Norte, China e Japão são os recordistas mundiais.

Em 2014, mais de 25 mil pessoas cometeram suicídio no Japão. Isso dá uma média de 70 por dia. A maioria é de homens. O assunto voltou a ter destaque recentemente com o suicídio de um homem de 71 anos, que ateou fogo no corpo dentro de um trem bala. Para o psicólogo Wataru Nishida, da Universidade Temple, em Tóquio, a solidão na velhice é o fator número um que antecede a depressão e o suicídio. Tese que encontra respaldo em John Cacioppo, cientista e professor de psicologia da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, que sugere ser o isolamento um fator impactante para acelerar o extermínio “prematuro” do idoso solitário. Para Cacioppo há fatores de risco em face do sentimento de solidão, dentre os quais estão a interrupção frequente do sono, elevação da pressão arterial, aumento do cortisol (hormônio do estresse), alterações no sistema imunológico e aumento da depressão. [1]

Talvez realmente a solidão seja preocupante enfermidade dos dias de hoje. Mas não são apenas os idosos homens com problemas pessoais que estão tirando suas vidas. O índice vem crescendo rapidamente entre homens jovens, fazendo com que o suicídio seja a principal causa de morte entre os homens japoneses com idades entre 20 e 40 anos. E as evidências apontam que estes jovens estão se matando porque perderam completamente a esperança e são incapazes de pedir ajuda. [2]

Para alguns pesquisadores as causas do suicídio podem estar relacionadas a distúrbios psicossociais, como exclusão, dependência química, desesperança e traumas emocionais. Não raro, o suicídio é tido como consequência da depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, anorexia e desvios de personalidade. E os especialistas procuram responder o que leva o ser humano a desrespeitar o seu instinto de autopreservação.

Sob a tese sociológica, o escritor francês Albert Camus, no seu livro intitulado “O Mito de Sísifo” defende a tese que só existe um problema filosófico realmente grave: o suicídio – Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida é responder a questão de filosofia. Que o confirmem os peculiares escritores Artur Shopenhauer no seu macabro livro “As Dores do Mundo”, que induz o leitor fragilizado ao suicídio, e Friederich Nietzsche, que em “Assim Falava Zaratustra” afirma que orar é vergonhoso. Emille Durkhein, um dos maiores pesquisadores das teses suicidógenas, afirma que a culpa maior para uma pessoa cometer um ato tão extremo, de vencer o próprio instinto de conservação é da sociedade, que é a grande pressionadora para esse ato extremo do homem – é o ser psicológico sendo abatido pelo ser social.

Os Espíritos explicam que o adiamento de uma dívida moral significa reencontrá-la mais tarde com juros somados com cobrança sem moratória. A vida na Terra foi dada como prova e expiação e depende de cada um lutar com unhas e dentes para ser feliz o quanto puder, amenizando as suas dores com amor. [3] Como explicar o descontentamento da vida que, sem motivos plausíveis, se apodera de certos indivíduos? Certamente é resultado da ociosidade, da falta de fé, e também da saciedade. É óbvio que ninguém tem o direito de acabar com a própria vida. O suicídio é uma grave transgressão às leis de Deus.

O suicídio cometido por desgosto da vida é uma brutal estupidez, uma loucura. Ora, por que tais infelizes rebeldes da vida não trabalhavam para o próximo? Com certeza a existência seria menos pesada. Infelizes são os que não têm a coragem de suportar as adversidades da existência. Deus ajuda os que sofrem e não os que carecem de energia e de coragem. As consternações da vida são provas ou expiações. Felizes os que as suportam sem se queixar, porque serão recompensados. O suicídio é resultado da ociosidade, da falta de fé, e geralmente da saciedade. [4]

Jorge Hessen

Referência bibliográficas:

[1] Disponível em http://oglobo.globo.com/saude/solidao-aumenta-em-14-as-chances-de-idosos-morrerem-de-forma-prematura-11609030#ixzz2yAIPeewV ,acesso em 05/10/2015
[2] Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150705_japao_suicidio_rb , acesso em 07/10/2015
[3] Kardec, Allan. O Livro dos Espíritos, questão 920, RJ: Ed. FEB. 2000
[4] Idem , questões de 943 a 949

26 outubro 2015

Corrupção - Richard Simonetti

 

CORRUPÇÃO


01 – É assustador constatar como a corrupção está entranhada em todos os setores da vida brasileira. É uma característica nacional?

É uma vocação universal. As transgressões estão presentes em todos os países, em todas as culturas, envolvendo particularmente dinheiro, política e sexo, desde Adão e Eva deixando-se corromper pelas sugestões da ardilosa serpente. Trata-se de sugestiva alegoria que exprime bem essa tendência humana.

02 – Parece, entretanto, que no Brasil a corrupção é bem maior. Diariamente topamos com escândalos divulgados pela mídia.

É apenas menos reprimida, como acontece em todos os países subdesenvolvidos. Não temos os mecanismos de controle que caracterizam nações como a Inglaterra, a França, os Estados Unidos, onde há uma legislação mais severa e uma fiscalização mais eficiente.

03 – Não seria também um problema cultural, determinado pela deficiência educacional que caracteriza os países mais pobres?

Nas próprias universidades, mesmo nas sociedades mais Desenvolvidas, a corrupção está presente, o que demonstra que não é esse o problema.

04 - Qual seria, então a origem da corrupção?

Há uma causa comum para todos os males humanos, inclusive a corrupção – o egoísmo. É por pensar muito em si mesmo, em seu bem-estar, no atendimento de suas necessidades, que o indivíduo acaba se envolvendo com um comportamento inadequado e imoral.

05 – Mas há pessoas que, não obstante corruptas, são generosas e desprendidas, preocupadas inclusive com o bem-estar alheio.

São gentis com o chapéu alheio, generosas com recursos que não lhes pertencem. enquadram-se nessa situação políticos que agem na base do “rouba mas faz”, o que é lamentável, já que se espera do homem público exatamente o contrário – Que faça sem roubar, porquanto está lidando com patrimônios que não lhe pertencem.

06 – Todas as religiões combatem a corrupção. Por que, não obstante, enfatizarem que há sanções divinas aplicadas contra os infratores, não raro ela se instala nos próprios círculos religiosos?

As religiões são especulativas, envolvendo-se com fantasias que não convencem. Nenhum corrupto está preocupado com supostas sanções divinas, envolvendo seres diabólicos e caldeiras infernais. Por isso, como na alegoria de Goethe, há muitos Faustos dispostos a vender a própria alma para conseguir fama e fortuna. Não os impressionam as consequências de suas ações em suposto futuro espiritual. Nem mesmo acreditam que exista esse futuro.

07 – O Espiritismo seria mais eficiente nesse particular?

O Espiritismo é sempre mais eficiente em todos os assuntos que envolvem o destino humano, porquanto não é especulativo. Temos, no contato com os espíritos sofredores, a visão do que nos espera no mundo espiritual se desencarnarmos comprometidos com o vício, o crime, a desonestidade. Eles fazem estágios depuradores em regiões umbralinas de grande sofrimento. Depois retornam à carne para enfrentar existências difíceis e problemáticas, com enfermidades e limitações físicas resultantes de seus erros. essa realidade é apresentada de uma forma tão clara e objetiva, que passamos atestado de insanidade ou absurda imaturidade quando não mudamos os rumos de nossa vida ao tomarmos conhecimento dela.

08 – Qual seria a medida exata para conservarmos a nossa integridade?

Toda corrupção está associada à mentira. Fundamental, portanto, que se a queremos combater, que sejamos sempre verdadeiros, guardando fidelidade à nossa crença, convictos de que podemos enganar a todos, mas jamais enganaremos nossa própria consciência. Ela premiará com a paz ou punirá com a intranquilidade e o desajuste nossos acertos e desacertos existenciais. Isso é inexorável.


Richard Simonetti

25 outubro 2015

Vida Familiar - Momento Espírita


VIDA FAMILIAR

Família. Viver em família...

Quem são nossos familiares?

A partir de um casal, os filhos vão surgindo, as pessoas se reunindo, constituindo núcleos familiares.

Dizem os cientistas sociais que as famílias são microssociedades que formam a grande sociedade.

No padrão da religiosidade, famílias são agrupamentos de pessoas que se amam, vivem e se defendem sob o amor e o olhar de Deus.

Na atualidade, nos deparamos com vários tipos de famílias, as mais díspares formações, representando um número grande de modelos.

Mas, o que realmente nos faz ter tal pai, ou tal mãe, tais irmãos, ou tais agregados, sob o mesmo teto?

Por que aceitamos com tanta facilidade um irmão e não simpatizamos com outro?

Por que nascemos de quem nascemos?

*   *   *

Essas dúvidas pululam em nossos pensamentos enquanto fixamos apenas o nosso envolvimento na vida material.

No entanto, quando nos lembramos de que não somos um corpo material que tem um Espírito, mas sim, um Espírito que tem, temporariamente, um corpo, tudo clareia ao redor.

Nesse momento, entendemos que estamos encarnados na Terra para evoluir, intelectual e moralmente.

Compreendemos que, espiritualmente, a família na Terra é o grande laboratório de Deus, para nosso aprendizado de relacionamento.

A família faz parte de nosso plano de vida, mesmo porque nada se dá por acaso, por sorte ou por azar.

Estamos onde deveríamos estar, convivendo com as pessoas com as quais precisamos conviver para treinar solidariedade, amor.

Também para corrigir erros cometidos na nossa caminhada milenar de Espíritos imortais.

Quando observamos que o Universo é regido por Deus, que por isso é perfeito e, que tudo nele tem a sua razão de ser, começamos a melhor entender.

Então, vemos a família como reduto sagrado pois é nela que recebemos as primeiras lições, valores, apoio, proteção, ou rejeição e desafetos.

É nela que recebemos a alimentação material, emocional e espiritual de que precisamos.

Os laços espirituais que encontramos no lar são os que outrora construímos.

Muitas vezes fazemos parte do mesmo clã, apenas mudando de posição, para complementar o aprendizado.

Ora somos pais, ora filhos, ora irmãos, ora agregados...

Os laços energéticos invisíveis, que ressoam no nosso íntimo, nos permitem colher as impressões agradáveis ou desagradáveis que cultivamos outrora.

Algumas vezes nascemos para amparar, orientar, impulsionar os corações queridos para o bem. De outras vezes, para sermos auxiliados.

Quando somos renitentes nos equívocos, renascemos portadores de limitações e precisamos de corações amigos para nos auxiliar.

É dentro da família que temos as chances de aprender a acolher, amar, perdoar, renunciar, exercitar nosso lado divino, que se encontra guardado no porão da alma.

Respeitemos nossa família, honrando pai e mãe, amando a todos que nos cercam, aceitando-os como são e como estão.

Acima de tudo, esforcemo-nos por evoluir, enquanto estamos em família.

Família – um reduto divino na Terra!


Redação do Momento Espírita
 

24 outubro 2015

A mediunidade não é nenhum privilégio - Projeto Manoel Philomeno de Mirand



A MEDIUNIDADE NÃO É NENHUM PREVILÉGIO


Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo. São almas que fracassaram desastradamente em outras vidas, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso.

Os atributos medianímicos, afirma Emmanuel, “são como os talentos do Evangelho”. “Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mau servo torna-se indigno da confiança do Senhor na seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem o insulto do egoísmo, do orgulho, da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos.” (O Consolador, questão 389.)

Em mediunidade, portanto, não te dês à preocupação de admirar ou provocar admiração.
Procuremos, acima de tudo, em favor de nós mesmos, o privilégio de aprender e o lugar de servir. (Emmanuel)

O exercício saudável da mediunidade exige um conjunto de fatores que, no Centro Espírita, se encontram à disposição dos interessados, desde que o programa aí desenvolvido esteja fundamentado com rigor nos postulados exarados na Codificação espírita. A mediunidade é uma faculdade portadora de intrincados, sutis e complexos mecanismos, que tem muito a ver com o passado do medianeiro, bem como se relaciona com as suas possibilidades de serviço e de integração no programa de iluminação da própria e de outras consciências.


Do Livro: Qualidade na prática mediúnica
Projeto Manoel Philomeno de Miranda

23 outubro 2015

Emissão de Pensamentos - Miramez

 

EMISSÃO DE PENSAMENTOS

Toda mente tem um transmissor incomparável estruturado para emitir ondas longas ou curtas, metragem e microformas, com a sua linguagem específica, de acordo com as necessidades. Mesmo que queiramos, nunca conseguiremos parar de pensar, pois a mente é um dínamo sagrado ligado á suprema inteligência universal, pela qual flui, ininterruptamente, a vontade de Deus.

Procuremos analisar os pensamentos desde os seus princípios mais rudimentares, e notaremos que somente co-participamos, com muita eficiência, na sua engenhosa formação e transmissão de idéias. Contudo, quase somos realistas ao aceitarmos as nossas responsabilidades de ajudar na emissão dos pensamentos em direção aos nossos semelhantes. Pensar é viver, e viver melhor é pensar conscientemente, fazendo o que nos toca com mais perfeição. A estupenda energia dos pensamentos cria formas admiráveis, alimenta uma gama de coisas sem precedentes, atuando em todas as linhas do metabolismo, harmonizando todos os mundos celulares, se sua formação congênita é o amor e a caridade em suas variadas extensões.

O espírito é o centro energético de atividades imensuráveis, reguladas por leis justas, de modo a manter o corpo na mais perfeita harmonia. Ele emite para suas formas diversas correntes sutis, potencializando todo o agregado do soma, tanto quanto dos corpos de mais alta freqüência vibratória. A projeção é feita pela mente, ante os canais sustentadores da vida. Reflitamos sobre o bem ou o mal que poderemos fazer, no uso daquilo que é mais sagrado na nossa vida - pensar, emitir idéias e estas se consubstanciarem em valores pelo verbo, e este se identificar pela escrita, onde poderá se transformar em fonte sublimada para a paz da consciência e o bem de todos os semelhantes.

Vigiemos, pois, nossas emissões mentais. Todo esforço neste sentido é louvável, mesmo que não atinjamos totalmente a pureza desejada. Já é um pouco de luz a despontar no coração e na inteligência dos operários do bem, na reconstrução da personalidade envolvida no engano, por influência da ignorância, e para esse trabalho, divino por excelência, não é preciso nos reportarmos à puberdade do espírito, que está perdida na profusão do tempo e do espaço, porque a sua própria razão se esgota, quando tente perceber a embriologia espiritual de si mesmo.

Avancemos com os conhecimentos que temos em mãos. Eles nos dão, mesmo na sua simplicidade, meios para iniciarmos os primeiros passos na grande escalada infinita da evolução. A mente só cria, igualmente, imagens compatíveis com a sua própria estrutura espiritual, na formação do eu. O pai não Se esqueceu do estabilizadores, de modo que as voltagens etéricas surgem no cenário do cérebro, conectadas no volume justo a ser suportado pelo ser pensante. Daí, é que ajustamos essa idéia aos ensinos do Evangelho, que comenta, em certo trecho: “ Não são colocados fardos pesados em ombros frágeis”.

A massa encefálica é o topo da cruz humana, e nela se encrava um astro divino, que se manifesta, em parte. por acanhados sentidos; e as idéias oriundas dessa claridade semeiam vida por toda a lavoura biológica. E essa vida se expressa por escala infinitas, de acordo com a sua maturidade, que é conhecida pelo que a alma pensa, pelo que faz, pelo que vive.

A nossa mente atinge todo o corpo físico através dos pensamentos, que encontram seus reatores nos variados plexos, para depois acionar as glândulas responsáveis por todo o conjunto orgânico. Se as emissões dos pensamentos forem boas, todo o templo do espírito estará em paz. Se não, sofreremos, hoje ou amanhã, as nefastas conseqüências causadas pelas invigilâncias do inquilino do corpo. Deveremos dar início, se não temos costume ainda, ao cultivo do amor, da alegria pura, das emoções superiores, da caridade e do perdão, da tolerância e da solidariedade para com todas as criaturas. Essas tentativas, por nós iniciadas, darão ensejo a um bom ambiente para a consciência interna nos ajudar a plasmar, no flóreo clarão divino que entra em nós, idéias de alta elevação espiritual, tornando-nos livres da velha sombra que nos acompanha há milênios, denominada ignorância.

Miramez (espírito)

Extraído: do livro "Horizontes da Mente", de João Nunes Maia editado pelo espírito Miramez (Editora Espírita Cristã Fonte Viva)

22 outubro 2015

Marcas de Nascenças - Hugo Lapa

 

MARCAS DE NASCENÇAS

Marcas de Nascença é o termo que define certos estigmas na pele de uma pessoa tendo sua origem além da vida atual.

As marcas de nascimento são consideradas pelos estudiosos como uma das grandes evidências do renascimento sucessivo.

Ian Stevenson estudou extensamente as marcas de nascença em crianças e chegou a resultados surpreendentes.

Foi constatado que muitas das marcas, sinais, manchas, vermelhidão na pele ou algo do gênero eram um resquício de feridas em vidas passadas.

São comuns marcas que se formam a partir de tiros, de facas, de lanças, de espadas, de golpes fortes, de cortes na pele, de queimaduras mais profundas, dentre outros.

Na TVP, a focalização da atenção nas marcas de nascença pode evocar espontaneamente emoções, sensações e imagens de como os traumas físicos foram produzidos em vidas passadas.

Muitas vezes, pessoas em regressão revivem existências físicas que explicam o motivo de possuírem uma marca de nascença e só após o surgimento da memória dão-se conta da “coincidência” entre o que perceberam durante a regressão e a marca que possuem na pele.

Jim Tucker aborda sobre as características e aparência das marcas, ele diz que “algumas apresentam dimensões incomuns, proeminentes e não achatadas.

Outras têm aparência bizarra”.

Tucker acrescenta que “Outros exemplos incluem sinais em áreas inesperadas como o tornozelo e deformidades como ausência ou malformação de membros e dedos”.

Nesse sentido, vemos uma correlação precisa entre a personalidade atual e a personalidade de vida passada através das marcas.

A criança que se recorda da vida anterior pode reproduzir a causa da morte, por exemplo uma faca na barriga, conservando uma marca comprovadamente na mesma região que o falecido.

Isso também acontece com as malformações.

Tendam afirma que as marcas de nascença ficam mais fortes em decorrência de traumas ou feridas de grande intensidade e pouco tempo antes da morte.

As feridas, golpes, queimaduras ou qualquer outra causa das marcas fica gravada no corpo etérico e astral da vítima, tal é a profundidade da experiência e do choque emocional.

Como o corpo astral é o chamado “modelo organizador biológico” ou MOB – além de ser reconhecido como o corpo das emoções – a intensidade emocional da experiência cria uma marca semelhante no corpo astral, que posteriormente é transmitida ao corpo etérico.

Por sua vez, o corpo etérico leva a informação após a morte e mantém a marca numa encarnação seguinte.

Para o Espiritismo, o perispírito, que sobrevive à morte grava essas informações e orienta a formação do corpo seguinte, dessa vez com a marca.

Por outro lado, tendo em vista que os corpos espirituais se dissolvem após a morte, tal como o corpo físico, as marcas de nascença não poderiam ficar neles gravadas, mas apenas a memória delas ficaria retida em nossos arquivos espirituais, ou seja, em nossos corpos superiores, tal como o corpo búdhico.

A memória espiritual não se situa nos corpos inferiores, como o físico, o etérico e o astral, tal como a memória das encarnações passadas não se encontra alojada no cérebro físico, mas num reservatório de memória além do corpo, que costumamos chamar de memória extracerebral.

Dessa forma, a memória do que ocorre nos níveis inferiores é, após a morte do físico, do etérico, do astral e do mental, absorvida pelo corpo búdhico.

No período que antecede o nascimento, quando os corpos mental, astral, etérico e físico vão sendo formados na descida da alma à matéria, as memórias vão orientando a formação dos corpos com as marcas e outras características peculiares e necessárias à encarnação.

Em outras palavras, o corpo búdhico orienta a formação do corpo mental, que orienta do astral, que por sua vez, orienta a formação do corpo físico.

Assim, é como se as feridas fossem formadas novamente, trazendo uma marca que é sua lembrança materializada no físico.

Além das marcas de nascença experimentais, também citadas nos verbetes desta obra, há um terceiro tipo:- - As marcas de nascença kármicas.

Essas são marcas ou mal formações, mais conhecidas como defeitos congênitos, cuja causa encontra-se numa dinâmica psicológica de autoculpa.

Na primeira situação, um homem matou sua filha numa outra encarnação com um golpe de marreta, usando para isso a força de seu braço.

Numa vida futura, ele poderá sentir tanta culpa pelo feito que talvez venha a nascer com o braço que desferiu o golpe totalmente atrofiado.

Tendam lembra ainda um quarto tipo de marcas.

São as marcas temporárias:- - “Em regressões com fortes somatizações, podem aparecer estigmas temporários, por exemplo, uma pessoa que de repente tem listras vermelhas nas costas quando reexperimenta uma surra”.

Hugo Lapa

21 outubro 2015

Parapsicologia e Interpretações Pessoais - José Herculano Pires



PARAPSICOLOGIA E INTERPRETAÇÕES PESSOAIS

O problema das interpretações pessoais é comum a todas as atividades humanas. Por interpretações pessoais compreendem-se as deduções que certas pessoas tiram dos fatos e das experiências, à revelia do consenso geral. Em ciência, essa deplorável ocorrência produz confusões que, muitas vezes, retardam o avanço científico. No espiritismo, sabemos quanto essas interpretações tem desfigurado a doutrina no processo de sua divulgação. Kardec firmou, para prevenir os seus prejuízos, o princípio do Consenso Universal, como regra básica do desenvolvimento doutrinário. Na Parapsicologia vem se verificando o mesmo que acontece no Espiritismo. As de interesses sectários. Os principais responsáveis por essas interpretações tem sido o materialismo e o sectarismo religioso.

Um exemplo, que já se pode considerar clássico, é o de Robert Amadou. O conhecido parapsicólogo francês, ex-diretor da “Revue Métapsychique”, de Paris, publicou uma das obras mais importantes no campo da divulgação parapsicológica. Seu livro, intitulado “La Parapsychologie”, essai historique et critique”, foi traduzido para o castelhano e publicado na Argentina pela Editorial Paidós, de Buenos Aires, com o mesmo título: “La Parapsicologia, historia e crítica”. Os tradutores argentinos, Lia G. Ratto e Carlos Duval, suprimiram a palavra “essai”, e fizeram bem, porque na verdade não se trata de um ensaio, mas de uma exposição do problema parapsicológico, em largos traços, com alguns condimentos de crítica.

O que caracteriza o livro de Amadou é, portanto, o seu objetivo de informar e divulgar a Parapsicologia. Mas, ao lado desse procedimento, verificamos também o interesse de dar à nova ciência uma interpretação pessoal, contrariando principalmente a escola de Rhine, em favor de posições nitidamente sectárias. Sua conclusão é clara: “os fenômenos parapsicológicos pertencem ao mundo fenomênico ao corpo e a psique do homem”, escreve ele nas conclusões. Com isto, pretende negar às funções psi a sua natureza espiritual, sustentada por Rhine e sua escola. O objetivo dessa negação se torna transparente nesta explicação do próprio texto: “Segundo a terminologia hindu, esses fenômenos pertencem à categoria do mental, e segundo a terminologia escolástica, à categoria da sensibilidade ou do intelectos. Não tem o caracter transcendente do átma vedanta ou da mens tomista”.

Com esse golpe interpretativo, a Parapsicologia deixa de ser uma esperança de superação do materialismo científico. Aquilo que o professor Joseph Banks Rhine considera como a primeira incursão da ciência no plano do extra físico, fica novamente reduzido a um esforço terra à terra dos cientistas, no campo da psicologia fisiológica. Amadou devolve a investigação parapsicológica do pavlovismo. Ou pelo menos ao mesmo plano de interpretação psíquica da escola russa dos reflexos e da escola norte americana, derivada da russa, que reduziu a psicologia ao estudo da conduta do animal e do homem no meio físico. E tudo isso porque? Apenas para salvar os mistérios teológicos da explicação científica inevitável. A posição de Amadou e católica e tomista. A parapsicologia o ameaça, e ele pretende transformá-la numa arma científica anti espírita.

Situação no Brasil

A situação da nova ciência no Brasil é a mesma que ressalta do livro de Amadou, mas naturalmente piorada. Os teóricos da Parapsicologia anti espírita, em nosso país, não possuem a cultura e a perspectiva intelectual de Amadou. Tomam, assim, posições menos teóricas do que práticas, e investem contra o Espiritismo através de publicações e organizações de pesquisas que são, de maneira evidente anti parapsicológicas. Um instituto de parapsicologia fundado no Rio, por exemplo, tendo à frente clérigos bastante conhecidos por seu anti espiritismo sistemático, apega-se ao hipnotismo e à técnica letárgica, arvorando a ambos – que pertencem ao campo bem conhecido da psicologia, - em pretensas zonas da área de investigação parapsicológicas. E assim fazendo, oferece ao público brasileiro, para combater o Espiritismo, uma visão deformada da Parapsicologia e do desenvolvimento de suas investigações.

Neste ano que está findando, de 1964, tivemos a realização de um Curso de Parapsicologia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Santos, instituto da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O curso foi ministrado pelo professor Cesário Morey Hossri, que anteriormente lecionava no instituto congênere de Campinas. O resumo das aulas, feito pelo próprio lente, e publicado pelo “Diário de São Paulo”, revela o mesmo interesse de transformar a Parapsicologia em arma de combate ao Espiritismo. Para tanto, o professor Hossri não se apoia na interpretação pessoal de Amadou, mas na sua própria, que é muito mais curiosa e muito menos filosófica. O professor Hossri é mais prático, e portanto menos teórico do que o notável parapsicólogo francês. E pretende demonstrar, através de pesquisas, - que ele mesmo teria realizado, - que as Funções Psi se reduzem a uma questão de manuseio!

O professor Hossri é o co-autor, com o médico Rui Mello, de Campinas, de uma série de artigos publicados em nossa imprensa diária, com grande estardalhaço, sobre o caso Arigó, interpretando o médium, “cientificamente”, como simples charlatão. Tivemos ocasião de refutar essa série, mostrando a sua irremediável fragilidade e sua natureza pseudo científica, através de outra série de artigos e reportagens publicadas nos “Diários Associados”, de São Paulo e posteriormente incluídos no livro de nossa autoria, “Arigó, um caso de fenomenologia paranormal”, lançado pela Livraria Francisco Alves. A mesma precipitação, a mesma falta de observação e de pesquisa, de isenção de ânimo e de fidelidade às normas científicas, que caracterizaram a aludida série de artigos do professor Hossri e do médico Rui Mello, caracterizam o seu curso sobre Parapsicologia.

Dos três Institutos de Parapsicologia existentes no Brasil: o Brasileiro, o do Rio de Janeiro e o Paulista, apenas este último se mantém completamente desligado de tendências religiosas, e consequentemente dentro de rigorosa orientação científica. Quanto ao primeiro, já nos referimos acima. O segundo não tem uma posição anti espírita, pelo menos definida, como o outro, mas sua orientação, pelo pouco de que se tem notícia, é protestante. O Instituto Paulista de Parapsicologia tem alguns espíritas na sua diretoria e no seu quadro associativo, mas seus estatutos, e sua orientação, firmada numa declaração de princípios e confirmada pela suas atividades, são rigorosamente científicos. Aliás, os espíritas não têm nenhum interesse na desfiguração científica, pois a simples pesquisa dos fenômenos paranormais é de interesse imediato do Espiritismo, que não se constituiu em religião organizada e se conserva como movimento doutrinário livre, com uma filosofia, como acentuava Kardec: “Livre dos prejuízos do espírito de sistema”. Os principais cargos da diretoria do IPP são ocupados por professores não espíritas: o psiquiatra e lente da Universidade de São Paulo, professor Anibal Silveira; o psiquiatra Alberto Lira, e o sociólogo, também da USP, professor Cândido Procópio Ferreira de Camargo, respectivamente como presidente, primeiro e segundo vice presidente.

As atividades do IPP foram ainda poucas, neste ano que passou, mas serão intensificadas no correr do novo ano. Os trabalhos de organização do Instituto não permitiram maior margem para as atividades científicas, e mesmo para as de divulgação. Apesar disso, foram constituídos os Departamentos Teórico e Prático, realizadas reuniões mensais de palestras na sede da União Brasileira de Escritores, e organizado um curso de parapsicologia. O primeiro vice presidente, Dr. Alberto Lira, deu também um curso geral da matéria no clube dos Jornalistas Espíritas, em prosseguimento ao curso de Introdução do ano anterior. Todos esses cursos, e as palestras pronunciadas, confirmaram a orientação científica do Instituto. Quanto às pesquisas, somente neste novo ano será possível o início das mesmas.

José Herculano Pires
Anuário Espírita - 1965

20 outubro 2015

Exortação ao amor - Bezerra de Menezes

 
EXORTAÇÃO AO AMOR

Todos vós, que tendes a honra de conhecer o Evangelho de Jesus, parai por um momento e reflexionai.

A vida tem um sentido ético-moral de profundidade. O fenômeno vegetativo pertence à organização material. Somos seres imortais, mesmo quando a desencarnação posterga o momento da chegada, anuncia que virá logo mais, e arrebatando-nos para o país da consciência livre, esse ser angélico que é a morte libertadora, fará que, no exame de consciência, repassemos os nossos atos pregressos numa maravilhosa manifestação de lembranças que nos darão a plenitude ou o tormento.

Filhos da alma! Tendes conhecimento dos valores da vida. Não vos encontrais no planeta terrestre por capricho do acaso, mas, graças a uma Causa consciente, que é a Divindade, que criou-vos para a glória estelar.

Se caminhais pelas ínvias estradas do mundo sob chuvas de dores, bendizei-as; se marchais sobre pedrouços e tendes os pés crivados de espinhos, bendizei a dor, agradecei a Deus a dádiva da purificação espiritual.

Nascestes para a glória de vossa existência. Amai quanto puderdes, amai um grão de areia que pode refletir uma estrela ou o luar em grande plenilúnio; servi, porque o serviço é a característica da inteligência, desde os fenômenos mais primários da domesticação até os mais sublimes da integração da criatura com o Criador.

O serviço é a paz de Deus deslocando-se, desdobrando-se para o reino dos Céus.

Ide para os vossos lares e levai a certeza de que a vossa vida deve experimentar essa profunda mudança para o amor, para a verdade, para a Vida em si mesma. Em nome de vossos Espíritos guias e das Entidades venerandas que aqui estão conosco, dos Espíritos-espíritas, rogamos a Deus que vos abençoe, que nos abençoe, com os melhores votos de ternura e paz.

Do servidor humílimo e paternal de sempre,

Bezerra de Menezes

Mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco, no encerramento da conferência proferida em 27 de setembro de 2015, na Instituição Assistencial e Educacional Amélia Rodrigues, em Santo André, SP.

19 outubro 2015

Reencarnação versus Erraticidade - Richard Simonetti


 

REENCARNAÇÃO VERSUS ERRATICIDADE

1 – Existe um tempo certo para reencarnar? O estágio na erraticidade, como denominava Kardec, a vida espiritual é variável. Podemos ficar um ano ou um milênio. Depende de nossas necessidades e opções.

2 – Em média, ficamos mais tempo na Terra ou no Além? Tendemos a ficar mais tempo no mundo espiritual, até por uma questão de disponibilidade reencarnatória. A população desencarnada é bem maior, perto de 20 bilhões. Não estão equivocados os confrades que falam da necessidade de valorizarmos a experiência humana, considerando que há filas no Além, aguardando o mergulho na carne.

3 – Não seria perda de tempo ficar tanto tempo na erraticidade? A evolução não está subordinada exclusivamente à vida física. Ocorre nos dois planos. O Espírito evolui também no continente espiritual, onde está nosso lar.

4 – Que outro critério, além da disponibilidade reencarnatória, define a duração do estágio no plano espiritual? As necessidades do Espírito. Alguém com graves comprometimentos espirituais, em virtude de seus desatinos, necessitará retornar à carne em tempo breve, conforme já comentamos. Um missionário, que costuma vir à Terra para sagradas tarefas em favor do bem comum, poderá permanecer séculos na Espiritualidade.

5 – Em média, fica-se mais tempo no mundo espiritual? A tendência é essa, considerando-se não apenas a disponibilidade reencarnatória, mas também o fato de que a experiência humana funciona como um estágio escolar. O tempo que o aluno passa na escola é bem menor do que aquele que ocupa com outras atividades.

6 – O retorno à carne é decidido pelo próprio interessado? Depende de seu estágio evolutivo. Espíritos mais amadurecidos, conscientes de suas responsabilidades, planejam a época do retorno. Espíritos imaturos são orientados e conduzidos por mentores espirituais.

7 – E se o Espírito recusar-se a reencarnar? Havendo necessidade premente, seus mentores providenciarão a reencarnação compulsória.

8 – Obrigado a reencarnar, não será natural que o Espírito venha a se rebelar, que não assuma suas responsabilidades? Provavelmente, tanto quanto o sentenciado que não se conforma com a prisão em que foi confinado. Mas, assim como a penitenciária objetiva conter o comportamento criminoso, a reencarnação compulsória desbasta as imperfeições mais grosseiras do Espírito reencarnante. Entre "choro e ranger de dentes", segundo a expressão evangélica, ele amadurecerá.

Richard Simonetti

18 outubro 2015

Se todos Perdoassem - Emmanuel

 

SE TODOS PERDOASSEM


Imaginemos, por um minuto, que mundo maravilhoso seria a Terra, se todos perdoassem!...

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Se todos perdoassem, a ventura celeste começaria de casa, onde todo companheiro de equipe doméstica perceberia que a experiência na reencarnação é diferente para cada um e, por isso mesmo, teria suficiente disposição para agir em apoio dos associados da edificação em família, a fim de que venham a encontrar o tipo de felicidade pessoal e correta a que se dirigem. 

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Se todos perdoassem, cada grupo na comunidade terrestre alcançaria o máximo de eficiência na produção do bem comum, porquanto, em toda parte, existiria entendimento bastante para que a inveja e o despeito, o azedume e a crítica destrutiva fossem banidos para sempre do convívio social.

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Se todos perdoassem, o espírito de competição, no progresso das ciências e na efetivação dos negócios, subiria constantemente de nível moral, suscitando as mais belas empresas de aprimoramento do mundo, porque o golpe e a vingança desapareceriam do intercâmbio entre pessoas e instituições, com o respeito mútuo revestindo de lealdade os menores impulsos à concorrência, que se fixaria exclusivamente no bem com esquecimento do mal.

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Se todos perdoassem, a guerra seria automaticamente abolida no Planeta, de vez que o ódio seria erradicado das nações, com a solidariedade traçando aos mais fortes a obrigação do socorro aos mais fracos, não mais se verificando a corrida de armamentos e sim a emulação incessante à fraternidade entre os povos.

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Se todos perdoassem, a saúde humana atingiria prodígios de equilíbrio e longevidade, porquanto a compreensão recíproca extinguiria o ressentimento e o ciúme, que deixariam, por fim, de assegurar, entre as criaturas, terreno propício à obsessão e à loucura, à enfermidade e à morte.

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Se todos perdoarmos, reformaremos a vida na Terra, apagando de todos os idiomas a palavra “ressentimento”, para convivermos, uns com os outros, acreditando realmente que somos irmãos diante de Deus.

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Quando todos aprendermos a perdoar, o amor entoará hosanas, de polo a polo da Terra, e então o Reino de Deus fulgirá em nós e junto de nós para sempre.

Emmanuel
De “Passos da Vida”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos diversos

17 outubro 2015

Respeito ao Próximo - Luiz Sérgio




RESPEITO AO PRÓXIMO


Existe uma prioridade indiscutível: a necessidade de respeitarmos o nosso próximo. Urge meditarmos sobre o assunto, pois nos iludimos terrivelmente quando pensamos que o respeito pelo próximo se limita às manifestações exteriores de um verniz social. Meras gentilezas, palavras banais e corriqueiras, que nada dizem, ou mesuras tolas não demonstram por si só o respeito que alguém possa demonstrar por outrem.

Respeitar o próximo é algo que vai além. Acredito que o tema escolhido para esta pequena dissertação seja mesmo difícil de ser tratado em todas as suas facetas. Alguns exemplos e considerações poderão ser por nós colocadas, a fim de expormos o nosso ponto de vista.

Ao exigirmos de alguém um comportamento moral e social a que não está habilitado, estaremos faltando-lhe com o respeito.

Ao criticarmos alguém que está impossibilitado de se defender, estaremos faltando-lhe com o respeito.

Se adotarmos atitudes diferentes por estarmos longe ou perto de tal pessoa, estaremos faltando-lhe com o respeito.

Ao negarmos a alguém a oportunidade de diálogo nas situações de desavença, estaremos faltando-lhe com o respeito.

Ao tentarmos escolher os caminhos que outra pessoa deve pisar, estaremos faltando-lhe com o respeito.

Precisamos aprender que as pessoas, aparentemente niveladas, segundo vários critérios, sejam a idade, a cor, a instrução, a condição econômica ou social, são tão diferentes umas das outras que seria impossível encontrar duas iguais.

Por sermos diferentes uns dos outros, por termos tido cada um de nós um momento único de criação e um caminho peculiar e individualizado a seguir através da evolução espiritual, não podemos pretender ter as mesmas percepções e, em conseqüência, não nos desenvolvemos no mesmo ritmo.

Se hoje descobri o valor da fraternidade e me embebi e me deliciei nos benefícios que ela me traz, não posso pretender que os outros que me rodeiam sintam, como eu, o significado da fraternidade.

Haverá um momento em que cada um descobrirá a bênção da fraternidade exercitada.

Além disso, devo considerar que, à medida que alcanço conhecimentos que não possuía, outros estarão, próximos a mim, conquistando outro tipo de compreensão e de esclarecimento.

No mais, o importante é trocarmos as experiências adquiridas pelo exemplo vivo da nossa conduta.

Respeitemos a personalidade do nosso próximo, valorizemos suas qualidades, incentivemos sua reforma íntima, mas não exijamos dos outros a perfeição que nós mesmos ainda não conseguimos alcançar.

Quando houver mais compreensão no mundo, as coisas serão bem melhores e todos irão se sentir muito felizes.


Livro Intercâmbio, cap. Respeito ao Próximo, Espírito Luiz Sérgio – psicografia de Alayde de Assunção e Silva, Lucia Maria Secron Pinto.

16 outubro 2015

Dores Inconsoláveis - Miramez

 

DORES INCONSOLÁVEIS ?

As dores inconsoláveis da separação pela desencarnação, vêm pela falta da devida compreensão. Para o espírita, isso não pode acontecer, pois ele é consciente de que a vida continua depois do túmulo e que os chamados mortos podem se comunicar com os vivos. Desta forma, já se estabelece entre os dois planos de vida a consolação.

Foi neste sentido que Jesus, para ajudar a humanidade, disse e o apóstolo João anotou, no capítulo catorze, versículo dezesseis, que enviaria outro Consolador, para ficar conosco eternamente. Essa consolação, essa volta, foi pela Doutrina dos Espíritos, que faculta igualmente a instrução para a humanidade.

Quando o Espírito se encontra no mundo espiritual, ele tem saudades igualmente dos que ficaram na Terra, mas espera-os no mundo da verdade para se juntarem, com outros ideais e, possivelmente, retornarem juntos ao mundo. Não há necessidade dos que ficam sentirem dores inconsoláveis; os que sofrem com a separação, é por ignorarem todos os acontecimentos espirituais. Se tu, que sobrevives àqueles que te são queridos, te inquietares pela separação, cuida de ouvir que essa separação é temporária, e o amor verdadeiro os reunirá novamente no mundo espiritual, se a revolta não empanar teu coração.

A desencarnação é processo movimentado pela lei de renovação dos sentimentos, e Deus deseja que assim aconteça, para que as criaturas possam libertar-se da escravidão, principalmente dos bens materiais e do apego às pessoas. Ninguém é de ninguém; todos somos iguais e devemos amar acima de tudo somente Àquele que nos criou, porque amando a Deus estaremos, por força da lei, amando aos nossos semelhantes.

Se desejas ficar mais perto dos que partiram, tem confiança em Deus e ora por eles. Se lamentares sua partida, desprenderás do teu coração forças negativas que podem prendê-los e fazê-los sofrer. Sendo Espírito superior, ele é o que é, mas, mesmo assim, sente a inferioridade daqueles seus que não compreenderam a lei de renovação da vida, da lei das trocas das vestes físicas. A tua revolta pode te fazer ficar distante dos teus entes queridos. Passa a alimentar a ti, Espírito, daquele alimento divino, onde o amor é a base e a caridade o suprimento.

Disse-lhes Jesus:

A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra. (João, 4:34)

Deves esquecer-te dos lamentos ante uma desencarnação, processo esse para o próprio bem dos que partem e treinamento para os que ficam. Desde quando existem encarnados na Terra, existem partidas. Por que não nos acostumarmos com a realidade?

O alimento do Espírito é mais sutil do que o alimento do corpo, e Jesus nos ensinou como alimentar a alma: o melhor alimento para ela é o amor. Quem ama verdadeiramente, não blasfema, nem ignora as transformações necessárias, das quais a natureza é o agente.

Não deves apegar-te à lembrança dos que já se foram. Certamente que não podes esquecer a gratidão pelo que recebeste dos corações que amas, com os quais viveste muito tempo, mas não tanto a ponto de chegar a certos distúrbios emocionais.

Oremos por todos, que todos oram por nós.Diante da Doutrina Espírita, não há dores inconsoláveis, porque ela é o remédio para todas as dificuldades e todas as dores; basta recorrer a ela nas horas mais difíceis, que se encontrará consolo.

O Livro dos Espíritos comentado pelo Espírito Miramez
Médium: João Nunes Maia
FILOSOFIA ESPÍRITA - VOLUME XIX
Questão 936 comentada - CAPÍTULO 18