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31 janeiro 2018

Matéria Mental e Co-Criação - Marlene R.S.Nobre

 



MATÉRIA MENTAL E CO-CRIAÇÃO



O pensamento é produto da alma e não secreção do cérebro, como crêem os reducionistas materialistas. Um dos atributos do Espírito, o pensamento nasce das profundezas da reflexão Dental, é constituído de partículas, derivadas da matéria elementar primitiva ou plasma divino, expressando-se também como ondas eletromagnéticas que atingem velocidades acima de 300 mil km por segundo (ondas supraluminais)

Aprendemos, com os Espíritos Superiores, que o Universo é um todo de forças dinâmicas, expressando o Pensamento do Criador e cada criatura é detentora de uma capacidade intrínseca - a co-criáção - , inerente à faculdade de pensar, através da qual assimila a força emanante de Deus, moldando-a, à sua vontade, e influenciando, dessa forma, a própria criação.

Nos fundamentos da Criação vibra o pensamento imensurável do Criador e sobre esse plasma divino vibra o pensamento mensurável da criatura, a constituir-se no vasto oceano de força mental em que os poderes do Espírito se manifestam.

O pensamento é, assim, o alicerce vivo de todas as realizações no plano físico e extrafísico.

A matéria que entra na sua constituição apresenta-se em nova escala estequiogenética, tendo por base elementos atômicos mais complicados e sutis, aquém do hidrogênio e além do urânio, transcendendo, portanto, à Escala de Mendeleiv, isto é, o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo, formando, igualmente, o que poderíamos denominar prótons, neutrons, pósitrons, elétrons ou fotônios mentais, à falta de outra nomenclatura, uma vez que desconhecemos a natureza desse outro tipo de matéria.

Obedecem, porém, às mesmas leis da física quântica: o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atômicas sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas que correspondem à lei dos "quanta de energia" e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem freqüência e cor peculiares.

O pensamento expressa-se, assim, nos mais diversos tipos de onda: desde as oscilações curtas, médias e longas, exteriorizadas pela mente humana, até os raios super-ultra-curtos, próprios dos Espíritos puros. Forças vivas e atuantes, eles têm velocidade superior à da luz e cada criatura funciona como se fosse uma estação de televisão ambulante - na verdade, muito mais avançada - podendo emiti-los e recebê-los.

Uma vez emitidos, os pensamentos voltam inevitavelmente ao próprio emissor, de forma a envolver o ser humano em suas próprias ondas de criações mentais, e, muitas vezes, podem estar acrescidos dos produtos de outros seres, que com eles se harmonizam.

Sendo as ondas supraluminais, de que modo seriam elas decodificadas pelas células físicas?

Respondendo a essa questão, os Espíritos Reveladores apontam a glândula pineal, como a glândula da vida mental; exercendo, entre outras importantes funções, a de traduzir e encaminhar à interpretação as informações transportadas pelas ondas supraluminais.

Aprendemos, assim, que estamos ligados em espírito com todos os encarnados ou desencarnados que pensam como pensamos, tão mais estreitamente quão mais estreita a distância entre nós e eles, isto é, quanto mais intimamente estejamos conjugando a atmosfera mental uns dos outros, independentemente de fatores espaciais.

Essa independência do fator espacial remete-nos ao teorema de Bell, à realidade "não local". Trabalhando em Genebra, no CERN, nos anos 1960, John Bell, físico britânico, mostrou que duas partículas permanecem um todo, mesmo após terem sido separadas a longas distâncias, quando uma delas faz um movimento em uma determinada direção, a outra, ao mesmo tempo, gira na mesma direção, em sincronização perfeita.

Em 1982, Alain Aspect e colegas demonstraram, ''xpenmentalmente, essa influência, de modo que, qualquer ' í}na, atual ou futura, para ser consistente, terá que conter esse llPo de influência não local para explicar a realidade.

Embora cientistas respeitáveis, como John Barrow, lembrem que não há maneira de a informação ser transmitida entre as partículas com uma velocidade superior à da luz e que o elemento não causai da realidade quântica não pode ser aplicado ao caso da percepção extra-sensorial, cremos que as evidências científicas do Mundo Espiritual, constatadas em pesquisas realizadas por cientistas do porte de William Crookes, Alfred Russel Wallace, Oliver Lodge, Aksakof, Ernesto Bozzano, além de outros, no âmbito da Parapsicologia, são igualmente válidas e não deixam dúvidas de que essa mesma lei pode ser aplicada a todas as dimensões ou escalas, que se desdobram no espaço e no tempo, unindo os campos físico e extra-físico em uma só rede ou totalidade integrada.

Roger Penrose, do Mathematical Institute de Oxford, Reino Unido, afirma que "nossos cérebros agem não-computacionalmente, quando nos dedicamos a processos de pensamento consciente".

Para explicar sua convicção, Penrose lembra que existem dois níveis distintos de fenômenos físicos: de um lado, o nível quântico em pequena escala, em que partículas, átomos, ou mesmo moléculas podem existir em estranhas superposições quânticas, como nos foi demonstrado pelo teorema de Bell; de outro lado, o nível clássico, como o de uma bolinha de golfe, por exemplo, onde não há possibilidade de superposição. Inicialmente descrito por Erwin Schrõdinger, esse fenômeno de entrelaçamento entre as partículas tem continuidade nos estudos de Penrose, que o chama de estado entrelaçado.

O fato é que existe uma importante lacuna na compreensão da física - especialmente na fronteira entre os níveis quântico e clássico, que, muito provavelmente, conforme lembra Penrose, será preenchida com a união satisfatória entre a teoria quântica e a teoria geral da relatividade de Einstein.

Em sua hipótese, ele admite que as tubulinas - proteínas que formam os microtúbulos _ presentes nos neurônios, ao longo dos axônios e dendritos, são importantes porque favoreceriam o que chama de não-computabilidade dos eventos conscientes.

Como vemos, a Ciência não pára e ainda há um campo enorme a percorrer, em todas as áreas do conhecimento humano. Relembrando Newton, tudo se passa como se estivéssemos catando conchinhas na praia, enquanto há um imenso oceano a percorrer, a enorme extensão da nossa ignorância.

Marlene Rossi Severino Nobre
 Fonte - A Alma da Materia - Clonagem Humana, Fundamentos da Medicina Espírita e outros temas. 


30 janeiro 2018

Fracassos Reencarnatórios - Leonardo Marmo Moreira



FRACASSOS REENCARNATÓRIOS


"Àquele que tem, mais será dado e àquele que não tem, até o que pensa ter, ser-lhe-á tirado.” O Consolador – Leonardo Marmo Moreira

Esse interessante aforismo evangélico é ainda motivo de indagações profundas em relação ao seu significado em termos da Lei de Causa e Efeito.

Tal comentário de Jesus necessita ser associado a conquistas de valores espirituais e não de posses efêmeras, suscetíveis às alternâncias circunstanciais da vida material.

Quem tem grande potencial, ou seja, um elevado talento intelecto-moral terá mais condições de desenvolver obras de maior envergadura para o avanço espiritual concomitante de si mesmo e da sociedade.

Realmente, a Questão 132 de O Livro dos Espíritos estabelece que as tarefas primordiais do esforço reencarnatório consistem na própria evolução espiritual do Espírito reencarnado e, ao mesmo tempo, na participação como colaborador da Obra da Criação.

Logo, à medida que evoluímos individualmente colaboramos com a evolução de todos à nossa volta, uma vez que a nossa evolução dá-se através de contato social (Lei de Sociedade) e dos esforços inerentes a essa interação (Lei de Trabalho, Lei de Justiça, Amor e Caridade, entre outras).

Esse raciocínio bem simples e acessível é respaldado, inclusive, por outras passagens evangélicas como a própria “Parábola dos Talentos”.

Ocorre, porém, que vários indivíduos talentosos fracassam em suas tarefas reencarnatórias. André Luiz, em sua obra “Os Mensageiros”, relata em vários capítulos as experiências frustradas de companheiros que desencarnaram com realização espiritual pífia.

A intensidade do fracasso está relacionada à capacidade do fracassado, ao tempo de preparo, às oportunidades disponíveis e à relevância dos objetivos previamente traçados pelos próprios protagonistas dessas vivências em colaboração com mentores espirituais extremamente preparados e experientes.

Ressalta-se que as tarefas destes casos supracitados estavam centradas em trabalhos de cunho espiritual, destacando-se o papel de médiuns e doutrinadores.

Além disso, o autor espiritual, que havia sido médico na última encarnação, analisa o próprio fracasso como ser humano de uma forma geral em relação a outros médicos que fracassaram especificamente no desempenho da atividade médica.

Também é digna de registro a obra “Tormentos da Obsessão” (Manoel Philomeno de Miranda/Divaldo Pereira Franco) que relata grande número de casos envolvendo espíritas fracassados em suas reencarnações, os quais foram socorridos no “Hospital Esperança” pelo Mentor Espiritual Eurípedes Barsanulfo e sua equipe.

Em muitos exemplos, as falências espirituais de criaturas talentosas acontecem, pois, apesar de indiscutíveis conquistas prévias em determinada área, o Espírito reencarnante traz falhas espirituais, sobretudo morais, que acabam afetando o trabalho específico que ele deveria realizar, mesmo que esse indivíduo tenha realmente imenso cabedal em certo setor evolutivo. Assim, as diversas mazelas intelecto-morais em outras áreas do comportamento humano dificilmente permitem que o candidato à realização espiritual consiga manifestar plenamente seu talento, pois a indisciplina, a falta de força de vontade e a ausência de ideal superior, entre outras características pessoais, são tendências inferiores que limitam o desenvolvimento de maior amplitude de tarefas.

Até mesmo pequenos trabalhos podem ser comprometidos, pois traços de personalidade inferior como a intolerância e a impaciência suprimem frequentemente a manutenção de esforços de longo prazo, favorecendo o desperdício de oportunidades.

É importante frisar que “Deus não dá fardos pesados a ombros frágeis”, significando dizer que, se o indivíduo fracassa, ele deve atribuir essa queda espiritual à sua própria negligência, uma vez que o livre-arbítrio é alicerce da Lei de Deus.

No entanto, mesmo assim, estas experiências fracassadas, se bem estudadas e assimiladas, podem trazer aprendizados que serão as bases para realizações vitoriosas no futuro.

Por isso, quando não pudermos realizar totalmente nossas tarefas, tentemos, ao menos, realizar parcialmente, pois o nosso futuro espiritual será construído a partir das nossas construções do presente.

“Todo esforço de hoje é uma facilidade a sorrir amanhã”, nos ensina Emmanuel na obra “Palavras de Vida Eterna”, implicando que todo tempo perdido hoje será sempre oportunidade de crescimento desperdiçada a ser lembrada no dia de amanhã, quando as circunstâncias da vida podem não mais favorecer a referida realização.

Quando o indivíduo detém vários talentos, os quais são conquistas espirituais pretéritas, essas potencialidades atuam sinergicamente, fomentando o desenvolvimento de obras de maior complexidade.

Em outras palavras, quanto mais pré-requisitos intelecto-morais, maior a probabilidade de sucesso espiritual na encarnação, uma vez que mais recursos o Espírito reencarnado terá para “driblar” os obstáculos e as armadilhas do caminho existencial. Mesmo quando fraqueja espiritualmente, é possível que consiga realizar significativa obra, pois suas habilidades favorecem o surgimento e o aproveitamento de bom número de oportunidades.

Estes casos de Espíritos com grande capacidade que realizam parcialmente as suas tarefas são muito interessantes, pois podem gerar conflitos espirituais e complexos de culpa, mesmo quando tais companheiros são altamente reconhecidos pelo que realizaram, especialmente na análise dos encarnados.

Acontece que o autoexame sincero demonstra uma extensa perda de oportunidades e até mesmo aquisição de débitos, os quais passariam praticamente despercebidos se fossem associados a criaturas com menor cabedal espiritual.

Todavia, como a Lei de Deus está escrita na consciência da própria criatura, os Espíritos em questão constatam que poderiam ter feito muito mais por si mesmos e pela humanidade, pois o nível de consciência dessas criaturas já é bem elevado.

Assim sendo, quando nos sentimos detentores de poucos talentos, devemos ter alta vigilância e disciplina, porque somente o foco, o esforço no trabalho e a humildade frente às nossas fragilidades farão com que não “caiamos em tentações”, não nos deixando levar por interesses tortuosos que nos desviem de nossas tarefas principais, atrapalhando a manifestação de nosso talento espiritual, que representa os dons divinos em nós.

Interessantemente, a vigilância e a disciplina também são fundamentais quando alguns irmãos se sentem detentores de grandes possibilidades, pois as responsabilidades são evidentemente maiores: “Muito será cobrado a quem muito foi dado”.

Os Espíritos que já trazem um expressivo leque de habilidades podem, eventualmente, deixarem-se levar por interesses, muitas vezes dignos, mas não tão prioritários em relação aos compromissos assumidos previamente.

Neste contexto, é muito sugestiva a famosa recomendação de Emmanuel em seu primeiro contato com Chico Xavier, asseverando a relevância da disciplina nas tarefas espirituais.

Sabendo-se que “reconhece-se a árvore pelos frutos”, devemos nos autoavaliar constantemente para identificarmos as consequências concretas de nossas ações efetivas na vida física.

Se os efeitos dessas atitudes não têm representado valores do bem, da utilidade e da verdade, devemos repensar os caminhos que estamos trilhando, sob pena de nos vermos pelejando por questões com pouco valor espiritual em nossos esforços diários.

“Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e pelos esforços que empreende para domar suas más inclinações.”

Portanto, o verdadeiro Espírita busca sua melhoria pessoal de forma sistemática, o que deve repercutir diretamente nos sentimentos, pensamentos e atitudes de cada adepto do Espiritismo, e, conseqüentemente, no aproveitamento das oportunidades evolutivas e na construção da obra no bem.

O Consolador – Leonardo Marmo Moreira

29 janeiro 2018

Prazeres - Momento Espírita



PRAZERES


O homem naturalmente busca o prazer e o bem-estar.

Trata-se de reflexo do instinto de conservação, cujo objetivo é assegurar a existência física pelo máximo de tempo possível.

A vida terrena é imprescindível à evolução intelectual e moral dos Espíritos.

Ela apenas deixa de ser necessária em estágios superiores da existência imortal.

Assim, o gosto pelo prazer atende naturais imperativos de evolução.

O sexo é prazeroso e mediante ele a espécie se perpetua.

Caso não houvesse alguma satisfação envolvida nos atos procriativos, a Humanidade estaria extinta há longa data.

A alimentação também envolve prazer.

O corpo físico necessita receber combustíveis adequados a sua estrutura.

O atendimento dessa necessidade não se dá apenas por força do apelo da fome, mas também envolve satisfação.

O descanso igualmente traz uma certa volúpia.

O atendimento de todas as necessidades naturais, sejam físicas ou emocionais, engloba determinada dose de prazer.

Como o ser humano não foi feito para viver sozinho, ele se regozija no contato com seus amigos e amores.

A necessidade de contato e de reconhecimento pelos semelhantes, quando é atendida, produz doces sensações.

Evidentemente, a sabedoria reside no equilíbrio.

Negar-se os prazeres comuns à existência, sem qualquer objetivo nobre, nada tem de elogiável.

A mãe que se priva de pão para alimentar os filhos dá mostra de abnegação e nobreza.

Mas se alimentar menos do que o necessário à manutenção da saúde apenas para autoflagelo não é recomendável.

Os objetivos superiores da existência não são incompatíveis com as pequenas alegrias terrenas.

Jesus sinalizou essa verdade, ao afirmar que não é o que entra, mas o que sai da boca do homem que o contamina.

Se a voluntária privação dos bens da vida não é boa, o mesmo se dá com o abuso.

A glutonaria provoca doenças e diminui o tempo de vida.

O uso desvirtuado das forças genésicas produz desequilíbrios físicos e emocionais.

Dormir demais ou descansar em excesso constituem desperdício de tempo.

Assim, o relevante é guardar equilíbrio perante os gostos e os prazeres terrestres.

Se eles não são condenáveis, também não constituem o objetivo da existência.

Ninguém nasce para comer, beber, dormir e procriar.

Entender o prazer em seu real valor ajuda a não demonizá-lo ou endeusá-lo.

Viver corretamente não pressupõe abster-se das alegrias e satisfações comuns à condição humana.

A pureza não reside na abstenção dos dons da vida, mas em utilizá-los com equilíbrio e discernimento, sem prejudicar a si e ao próximo.

A sabedoria reside em tudo utilizar com moderação, sem se tornar escravo de hábitos, coisas ou sensações.

A finalidade da existência terrena é propiciar a evolução intelectual e moral dos Espíritos.

Todos renascem para vencer antigos vícios, para abandonar o egoísmo e viver o amor.

Não se trata de pieguismo sentimental, mas da vivência da fraternidade e da compaixão.

Não se desvie dessa meta por uma compreensão equivocada da vida.

No contexto de sua existência imortal, pouco lhe adiantará tornar-se um asceta.

Também será indigno de sua condição de Espírito imortal viver como um animal irracional, na busca incessante de prazeres.

Empenhe-se em ser equilibrado, bondoso e solidário.

É deveras trabalhoso, mas constitui o objetivo de sua vinda à Terra.

Pense nisso.

Redação do Momento Espírita

28 janeiro 2018

Consciência, disciplina e livre arbítrio - Jorge Hessen


  
CONSCIÊNCIA, DISCIPLINA E LIVRE ARBÍTRIO

Se compreendêssemos melhor os mecanismos das Leis divinas, que não estão contidas nos livros nem nas instituições religiosas, mas na própria consciência, evitaríamos infortúnios, ambições e desonras que definitivamente não estariam em nosso roteiro. Precisamos refletir as Leis de Deus, a fim de nos conscientizarmos sobre seus mecanismos, que desfecha tanto reparações (reeducações), quanto bonificações surpreendentes, sempre justas, judiciosas e controladas pela própria consciência autônoma (livre arbítrio), as quais expressam a resposta da Natureza, ou da Criação, contra a desarmonia constituída ou submissões aos códigos divinos inscritos na consciência do homem em seus suaves aspectos.

Nos estatutos de Deus não há espaço para “punições”. Ninguém está sujeito ao império estranho do “castigo”, pois este também não existe. Os altivos regulamentos do Criador, que estão inscritos na própria consciência, demonstram que a semeadura rende sempre conforme os propósitos do semeador. Ora, em verdade, a cada um a vida responde conforme seus esforços ou não de autoaperfeçoamento moral; portanto, não há exceções para ninguém. Por essa razão, fazer o bem determina o bem; demorar-se no mal gera a aflição. Por isso, importa a disciplina individual e coletiva, tão necessárias ao equilíbrio e harmonia da Humanidade.

O principal meio de modificar para melhor o resultado das nossas ações reside no controle das nossas vontades, pensamentos, palavras e ações, pois à medida que nos conhecemos melhor, reduziremos ou modificaremos as desarmonias de consciência e seremos mais independentes para decidir sobre nosso destino.

Após a desencarnação permanecem os resultados de todas as imperfeições que não conseguimos melhor graduar na vida física. A Lei divina da consciência sobre si mesmo institui que felicidade e desdita sejam reflexos naturais do grau de pureza ou impureza de cada um. A maior felicidade reflete a harmonia com essas leis, enquanto a desatenção aos próprios desejos causa sofrimento e privação de alegria. Portanto, todo crescimento moral alcançado é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos.

Toda imperfeição, assim como toda falta dela decorrente, traz consigo o próprio sofrimento, inerente natural e inevitável da Lei “interna”. Assim, a moléstia retifica os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja imposição externa de “punição” ou condenação especial para cada falta ou indivíduo.

Jorge Hessen

27 janeiro 2018

Meu irmão me odeia. O que posso fazer para mudar esta situação? - Regis Mesquita



MEU IRMÃO ME ODEIA.
O QUE POSSO FAZER PARA MUDAR ESTA SITUAÇÃO?


Quando um irmão odeia o outro é sinal que esta animosidade surgiu em uma vida passada?

Tudo na vida humana sofre influência de outras encarnações ou do plano espiritual, simplesmente porque nosso espírito possui milhares de anos e já reencarnou centenas de vezes. A vida encarnada atual é uma continuidade, sob novas condições, desta vida maior do espírito.

Esta continuidade não quer dizer que tudo na vida atual tem origem no que aconteceu antes do nascimento. Explico: uma pessoa malvada faz malvadezas. Esta pessoa malvada pode prejudicar alguém nesta vida e esta pessoa começar a ter raiva de quem lhe prejudicou. A origem da raiva está na situação negativa vivida nesta vida. A forma como esta raiva irá atingir a mente e o corpo do raivoso será influenciada pelo seu nível evolutivo, pelas experiências anteriores e pelo planejamento de vida feito antes de encarnar. Suponhamos que esta pessoa planejou uma vida com tendências a agressividade, justamente para aprender a ter autocontrole. Dentro dela existe em potencial a capacidade de se autocontrolar, e existe também a tendência à agressividade. Quando o malvado a prejudica, imediatamente é dinamizada a raiva e entra em ação as potências que terá que desenvolver.

Resumindo: a raiva nasceu de um evento desta vida. A forma como a pessoa processa a raiva é uma somatória de fatores da vida atual com fatores cujas origens estão antes do nascimento.

O mesmo acontece entre irmãos. Eles podem ter histórias conjuntas anteriores ou, as vezes, não tem nenhuma relação anterior. É muito comum pessoas que viveram juntas em outras encarnações renascerem juntas. Porém, também é comum pessoas renascerem juntas sem terem vínculos anteriores. Tudo depende do planejamento de vida feito no plano espiritual, antes do reencarne.

Irmãos renascem em uma mesma família para compartilhar um espaço e uma cultura comum. São obrigados a viverem juntos durante vários anos. Nesta convivência intensa cada um expressa o que existe de melhor e de pior em si. Às vezes, agridem o outro e nem percebem isto. Ou depreciam, enganam, desprezam. A vida entre irmãos é cheia de dificuldades, porque são espíritos imaturos, vivendo juntos em corpos imaturos. Deste caldo de imaturidade recíproca podem surgir grandes desavenças.

Uma importante atitude para superar qualquer obstáculo na vida é se perguntar: qual a minha participação nesta dificuldade? Onde estou errando e não estou percebendo? Como somos seres em evolução é provável que existam pontos (grandes ou pequenos) a serem melhorados. Não se culpe! Se perdoe! Foque em desenvolver habilidades e qualidades. Mesmo que o outro não mereça, você merecerá os frutos da sua própria evolução. Quando amadurecemos, todos colhem os frutos de nosso amadurecimento.

O seu irmão pode ser uma pessoa desequilibrada, um invejoso, egoísta, fraco, etc. Saiba que se você não fez nada muito grave, a responsabilidade pelas escolhas e atitudes do irmão será exclusivamente dele. Pessoas que odeiam são capazes de realizar injustiças; portanto, saiba se defender. É necessário amor, dedicação, compaixão e percepção da realidade. Entendendo a realidade, você saberá se defender.

Ofereça o que é bom. Evite ao máximo se defender usando o que é negativo. Ofereça o que é nobre, justo, honesto e harmonioso. A retribuição será pouca. Esteja pronto para receber pouco. Explique a lógica da vida e faça o exercício do perdão contínuo. É muito difícil perdoar continuamente quem só lhe trará negatividades. Se esforce! Se não conseguir, não se culpe.

Tenha planejamento. Às vezes, não vale a pena ficar insistindo. O tempo pode ser um ótimo curador. Tome cuidado apenas para não aumentar a já desgastada relação. Observe a realidade e planeje suas ações. Prepare-se sempre para perdoar. Lembre que o maior beneficiário do perdão não é quem recebe, é quem dá. O perdão é uma limpeza mental que abre espaço para muito prazer e muita satisfação na vida em geral. Uma raiva contra alguém é como carregar um saquinho de areia durante todo o dia; o que gera um cansaço desnecessário.

Tendo ou não a origem em outra encarnação, quem tem mais equilíbrio deve fazer o esforço possível (jamais o esforço impossível) para gerar situações de equilíbrio. Uma das mais importantes caridades que podemos fazer com o outro é conversar sobre a lógica da vida saudável e nobre. Explique, converse, transmita a mensagem positiva centenas de vezes. Não espere resultado, o outro tem seu tempo e sua escolha. Você deve ser feliz, mesmo com este problema. Você deve ser eficiente e cultivar a boa vontade, a caridade, a racionalidade, a bondade. Jamais limite sua vida e sua evolução por causa do outro. Ofereça o que é bom, se esforce para superar o problema – e não paralise sua vida.

Algumas vezes o ódio de agora surgiu em outra encarnação. Os dois nasceram juntos para ajuda mútua; quem nasce na mesma família deve ter em mente a necessidade de ajuda mútua. O que você pode e deve decidir é a forma de ajudá-lo. Sempre devemos desenvolver habilidades e qualidades para o nosso bem estar e para podermos ajudar ao próximo. Ninguém é mais próximo que o irmão/família, mesmo que exista distância física.

A vida é feita de desafios. Alguns deles exigem muita disciplina e perseverança, porque parece que os esforços nunca dão resultados. Quem se esforça fica mais forte e planta uma sementinha. Dependerá da escolha do outro o momento em que esta sementinha irá germinar. Paciência e perseverança são fundamentais.

Finalizando: jamais deixe de ajudar, mesmo que seja em pensamentos ou orações. O maior beneficiário será você. Ele, por sua vez, terá uma oportunidade a mais para evoluir e superar este sentimento que envenena a alma.

Autor: Regis Mesquita


26 janeiro 2018

Será que podemos nos considerar como homens de bem? -



SERÁ QUE PODEMOS NOS CONSIDERAR COMO HOMENS DE BEM?


Homem de bem: é o que cumpre a lei de justiça, de amor e de caridade, na sua maior pureza.

Vamos interrogar nossa consciência e analisar nossos atos para avaliar se realmente já nos podemos considerar como homens de bem:

1ª) Não praticou o mal?


2ª) Fez todo o bem que podia?


3ª) Desprezou voluntariamente alguma ocasião de ser útil?


4ª) Fez a outrem tudo o que desejara que lhe fizessem?


5ª) Deposita fé em Deus, na Sua bondade, na Sua justiça e na Sua sabedoria?


6ª) Sabe que sem a Sua permissão nada acontece?


7ª) Submete à vontade de Deus em todas as coisas?


8ª) Tem fé no futuro?


9ª) Aceita todas as provas ou expiações, dores, decepções sem murmurar?


10ª) Faz o bem pelo bem, sem esperar paga alguma?


11ª) Retribui o mal com o bem?


12ª) Toma a defesa do fraco contra o forte?


13ª) Sacrifica sempre seus interesses à justiça?


14ª) Encontra satisfação nos benefícios que espalha, nos serviços que presta, no fazer ditosos os outros, nas lágrimas que enxuga, nas consolações que prodigaliza aos aflitos?


15ª) Seu primeiro impulso é para pensar nos outros, antes de pensar em si, é para cuidar dos interesses dos outros antes do seu próprio interesse?


16ª) É bom, humano e benevolente para com todos?


17ª) Não distingue raças, crenças, porque em todos os homens vê irmãos seus?


18ª) Respeita nos outros todas as convicções sinceras e não lança anátema aos que como ele não pensam?


19ª) Não alimenta ódio, nem rancor, nem desejo de vingança?


20ª) A exemplo de Jesus, perdoa e esquece as ofensas e só dos benefícios se lembra, por saber que perdoado lhe será conforme houver perdoado?


21ª) É indulgente para as fraquezas alheias?


22ª) Nunca se compraz em rebuscar os defeitos alheios, nem, ainda, em evidenciá-los? Se a isso se vê obrigado, procura sempre o bem que possa atenuar o mal?


23ª) Estuda suas próprias imperfeições e trabalha incessantemente em combatê-las?


24ª) Todos os esforços emprega para poder dizer, no dia seguinte, que alguma coisa traz em si de melhor do que na véspera?


25ª) Não procura dar valor ao seu espírito, nem aos seus talentos, a expensas de outrem; aproveita, ao revés, todas as ocasiões para fazer ressaltar o que seja proveitoso aos outros?


26ª) Não se envaidece da sua riqueza, nem de suas vantagens pessoais, por saber que tudo o que lhe foi dado pode ser-lhe tirado? 27ª) Usa, mas não abusa dos bens que lhe são concedidos, porque sabe que é um depósito de que terá de prestar contas e que o mais prejudicial emprego que lhe pode dar é o de aplicá-lo à satisfação de suas paixões?


28ª) Se a ordem social colocou sob o seu mando outros homens, trata-os com bondade e benevolência, porque são seus iguais perante Deus; usa da sua autoridade para lhes levantar o moral e não para os esmagar com o seu orgulho? Evita tudo quanto lhes possa tornar mais penosa a posição subalterna em que se encontram?


29ª) Sendo o subordinado, compreende os deveres da posição que ocupa e se empenha em cumpri-los conscienciosamente? 
 
30ª) Respeita todos os direitos que aos seus semelhantes dão as leis da Natureza, como quer que sejam respeitados os seus?

E então… já trilhas o caminho do Homem de Bem?

André Luiz Zanoli

25 janeiro 2018

Plástica no corpo é conservada após a desencarnação? - Fernando Rossit



PLÁSTICA NO CORPO É CONSERVADA APÓS A DESENCARNAÇÃO?



Trata-se de dúvida recorrente dos alunos nas salas de aulas de Doutrina Espírita.

Poderá, sim, manter os benefícios da plástica, a depender, em primeiro lugar, da sua “beleza interior”.

Isso porque o exterior sempre reflete o interior, aqui na Terra e muito mais no Plano Espiritual.

A boa aparência do corpo espiritual após a desencarnação dependerá da posição espiritual do ser, do seu equilíbrio, da sua conduta aqui na Terra, enfim, da sua depuração.

A plástica realizada no corpo físico de nada valerá se o Espírito não tiver uma condição espiritual que o favoreça a assumir uma forma mais bela. Ação no Bem, responsabilidade pelos atos, consciência do dever cumprido são requisitos básicos que irão lhe garantir um períspirito, do ponto de vista espiritual, mais belo.

Os que atingem essa condição, por méritos próprios, quase sempre buscam adquirir, com o poder do seu pensamento, formas mais jovens e belas (ou outra qualquer que deseje ou se sinta bem).

Podemos “concluir que a operação plástica não muda nada. O que realmente interfere na estrutura e aparência do perispírito é a posição espiritual da alma. As ações no campo do bem ou do mal são, pois, determinantes na forma de apresentação do perispírito, entendendo-se por bem tudo aquilo que é feito em obediência à lei maior do amor universal” (2)

“No livro Carmelo por ele Mesmo, de Carmelo Grisi, recebido por Chico Xavier, temos o relato de exercícios mentais que são feitos na vida espiritual para favorecer o rejuvenescimento. No excelente livro Memórias de um Suicida, recebido por Ivonne Pereira, também há referências quanto à aparência do períspirito”. (2)

Outrossim, no Livro Libertação (1), de André Luiz, verificamos o caso de uma senhora que se apresentava muito bonita aos olhos humanos, mas que, ao afastar-se do corpo pelo sono, transfigurava-se numa mulher horrível, uma bruxa, revelando aos olhos dos Espíritos desencarnados a sua baixa condição espiritual.

A explicação para a estranha ocorrência foi clara: a referida senhora levava uma existência de futilidades, dissimulações e ações maléficas.

Vejamos um trecho do Cap. 10 do citado livro sobre o caso em tela:

“O homem e a mulher, com os seus pensamentos, atitudes, palavras e atos criam, no íntimo, a verdadeira forma espiritual a que se acolhem. Cada crime, cada queda, deixam aleijões e sulcos horrendos no campo da alma, tanto quanto cada ação generosa e cada pensamento superior acrescentam beleza e perfeição à forma perispirítica, dentro da qual a individualidade real se manifesta, mormente depois da morte do corpo denso.” 


Fernando Rossit
Fonte: Agenda Espírita Brasil

Referências:

(1) André Luiz/Chico Xavier, Libertação, cap. 10.
(2) Marlene Nobre – trechos de texto do site da Associação Médico-Espírita.

24 janeiro 2018

Como os espíritos veem as brigas por heranças - Hugo Lapa



COMO OS ESPÍRITOS VEEM AS BRIGAS POR HERANÇAS?”


Uma das maiores tristezas que pode vivenciar o espírito que acabou de desencarnar é ver e sentir, do plano espiritual, o que seus filhos ou parentes mais próximos fazem pela herança que ele deixou.

Em O Livro dos Espíritos se diz que o espírito desencarnado, que acabou de ascender à pátria espiritual, pode ver e sentir claramente as ações e comportamentos dos seus parentes e das pessoas mais próximas. O espírito pode não apenas ver tudo, como sentir tudo o que acontece. Ele pode captar facilmente o sentimento daqueles que ficaram. Pode sentir a emoção de cada um em seu próprio enterro; pode desvendar as intenções mais ocultas de cada um dos presentes; pode perceber de forma transparente a falsidade daqueles que antes lhe sorriam e agora agradecem sua partida; pode entrever com exatidão o interesse mesquinho daqueles que ficaram na Terra e só pensam em bens e dinheiro; pode também sentir o desprezo que cada pessoa tem por ele, as más intenções e pode captar com clareza o desejo pelo desencarne rápido para que assim o encarnado possa ter acesso a herança.

O recém-desencarnado finalmente percebe as futilidades da vida humana; ele vê como é a vida espiritual e entende como a vida na matéria era apenas um campo de miragens, de ilusão, onde tudo passa e onde nada é eterno. Por isso, ele compreende dentro de si o quanto as brigas terrenas pelo dinheiro, pelo poder, pelas posses, por estar certo, por fazer tudo do seu jeito, pela fama, pelo sucesso, etc… o quanto tudo isso é desnecessário e não traz nada de positivo ao espírito. Ao ter contato com a realidade espiritual ele percebe um universo de infinitas possibilidades que se descortina diante dele… Dessa forma, ele constata o caráter banal e pueril das brigas pelos bens materiais.

O espírito toma consciência de um reservatório infinito de bênçãos espirituais que existe a sua disposição… aquilo que podemos descrever como a paz infinita e a felicidade infinita. Apenas para efeito de comparação, é possível comparar a vida espiritual com um oceano imenso… e as coisas que tanto valorizamos na terra como sendo apenas um copinho de água. Esse copinho de água não mata nossa sede e mesmo depois que o bebemos, após um tempo já estamos com sede novamente. O espírito que percebe seus filhos e parentes brigando pela herança que ele deixou se entristece muito, pois considera essa briga semelhante a duas pessoas se digladiando por um pequeno copinho de água ao lado de um oceano sem limites. Como ainda não percebem o oceano infinito ao seu lado, eles se matam pelo copinho de água que não sacia sua sede. Ao invés de matarem sua sede com as águas sagradas da fonte universal da vida, eles ficam brigando pelo copinho de água, que simbolizam os bens materiais, o sentimento de posse, o egoísmo, o orgulho, a boa fama, o desejo pelo elogio, o desejo pelo afeto, o apoio emocional em coisas e pessoas, as brigas, disputas e exigências que o ego faz para se satisfazer, etc.

O espírito que agora compreende as bênçãos infinitas de Deus vê tudo com tristeza, porém se é um espírito mais elevado, não se deixa abalar por isso… Ele compreende que os encarnados enfurecidos pelas disputas de herança ainda tem um longo caminho pela frente em sua aprendizagem e quanto mais tempo demorarem para perceber a pequenez de tudo isso… mais vão sofrer no vale da lágrimas da existência material. O espírito finalmente consegue compreender o quão estéril são essas brigas… ele vê tudo tal como o adulto percebe a briga de duas crianças que se batem para ver quem vai ficar com o doce… Briga essa que não tem a menor importância diante de tudo o que elas têm pela frente em suas vidas.

Não se esqueça que os espíritos desprendidos da matéria podem ver e sentir tudo o que se passa conosco; eles captam até mesmo nossas mais ocultas intenções. Eles enxergam com clareza nossas falsidades, nossa ganância e o caráter medíocre de nossas disputas pela herança e por todas as demandas da vida material. O que os espíritos costumam dizer a esse respeito é que ninguém deveria se rebaixar por tão pouco… ninguém deveria se materializar mais do que já está materializado… nenhum espírito encarnado deveria se preocupar com questões tão pequenas e grosseiras… e se desentender, se digladiar, se desrespeitar ou ficar aflito para receber os bens daquele que se foi… Isso não apenas entristece o espírito que já não está mais entre nós, como nos degrada moralmente e espiritualmente.

Hugo Lapa

23 janeiro 2018

Consultório inadequado - Orson Peter Carrara



CONSULTÓRIO INADEQUADO


Às vezes perguntam-me: “Posso localizar um parente desaparecido, perguntar sobre uma cirurgia, perguntar sobre fortunas e até mesmo saber onde está uma pessoa sequestrada?” Perguntam-me, com a intenção de dirigir o questionamento aos espíritos. Querem saber se os espíritos respondem sobre documentos perdidos, se dão palpites sobre casamentos, e pasmem, se já sabem o resultado de jogos e loterias, se não poderiam dar palpites nesta área e até se não podem comparecer para assinar documentos que deveriam ter assinado antes da partida…

Bom, tais perguntas denotam bem o completo desconhecimento sobre o que, quem são os espíritos, onde estão, o que fazem, como vivem.

Um dia desses, vivi a situação de saber que uma família que tem um filho desaparecido procurar um Centro Espírita e receber a informação de que ele já se encontra desencarnado, ou na linguagem popular, que já morreu.

Em princípio, qualquer pergunta pode ser dirigida aos espíritos. O cuidado que se deve ter é quanto à qualidade da resposta.

Os espíritos, pelo fato de serem espíritos, não sabem tudo e nem tem o poder de penetrar em todos os lugares para localizar pessoas ou documentos. Estão limitados pela sua própria situação evolutiva e aqueles que podem, nem sempre o dizem, por muitas razões. Uma delas, no caso de espíritos esclarecidos, é o de não se intrometerem em assuntos que cabe ao homem resolver. No caso de espíritos menos esclarecidos, nem sempre têm a permissão de dizer tudo o que sabem… Estão todos sujeitos a disciplinas e obstáculos inerentes à condição em que se encontram e nem sempre têm toda liberdade para o “irem e virem” o quanto querem.

Quanto à informação dada por qualquer Centro Espírita, qual a garantia de veracidade? Como saberemos se é verdade ou mentira? Como confiar na informação?

Em primeiro lugar, toda previsão de data ou acontecimento, indicação certa de lugar ou citação fantástica, toda revelação que fuja do bom senso e surge como informação pronta, deve ser rejeitada. E Centro Espírita não é consultório para atender pedidos dessa espécie. Deve-se desconfiar de toda informação com este caráter de revelação, atendendo curiosidades. Quando algo deve ser revelado, surge espontâneo. E sempre através de circunstâncias inesperadas e de preferência por meio de pessoas desconhecidas.

Centro Espírita não é lugar para consultas. Enfermos devem procurar médicos, embora o Centro possa oferecer atendimento de assistência espiritual. Procura de documentos e pessoas desaparecidas é providência para detetives ou policiais, mas nunca para espíritos.

Centro Espírita existe para ensinar Espiritismo e atender as criaturas que querem estudar, que buscam respostas às questões fundamentais da vida humana. E procura de tesouros enterrados, palpites para loterias ou especulações sobre casamentos, nem sei o que dizer, mas estão distantes das ocupações dos espíritos. Esses trabalham para o bem e progresso da humanidade. A informação confiável somente virá por intermédio de médiuns honestos e para consulentes bem intencionados, pois a simples pergunta infantil atrairá também espíritos medíocres e infantis.

Se queres respostas às tuas dúvidas, formule perguntas que visem o teu progresso e aprimoramento moral. Desta forma, atrairás espíritos amigos e interessados no teu progresso. Do contrário, estarás sujeito a ser enganado, por médiuns ou espíritos inescrupulosos.

Orson Peter Carrara


22 janeiro 2018

A Infância e as tecnologias - Pais, todo cuidado é pouco" - Jorge Hessen



A INFÂNCIA E AS TECNOLOGIAS – PAIS, TODO CUIDADO É POUCO!


As crianças de 8 a 12 anos que vivem conectadas à Internet constituem o grupo mais vulnerável para um abusador sexual. Segundo especialistas mencionados pelo diário “La Nación” de Buenos Aires, os pais que começam a se preocupar com a vida virtual de seu filho quando esse faz 12 anos estão chegando atrasados. Segundo Sebastián Bortnick, presidente da ONG argentina Cibersegura, que propôs a lei que transformou em delito a caça sexual a menores pela Internet e outros meios eletrônicos, “é preciso prestar atenção mais cedo, pois a partir dos 8 anos já correm risco”, disse. [1]

Os perigos são reais, vejamos: os argentinos estão comovidos com o assassinato de Micaela Ortega, uma adolescente de 12 anos, encontrada morta no final de semana, após permanecer 35 dias desaparecida. Segundo fontes oficiais, ela conheceu o assassino no Facebook. O promotor que investiga o caso, Rodolfo De Lucia, contou à imprensa que “Luna”, o assassino, convenceu Micaela a acompanhá-lo, dizendo que a levaria para a casa de uma amiga, a mesma que “Luna” inventou no Facebook. [2]

Para os estudiosos da temática, quase 70% das crianças (meninos e meninas) entre 10 e 12 anos, já criaram um perfil numa rede social. Naturalmente ainda são crianças, entretanto não estão mais na infância. Convivem ou sobrevivem absorvidas por emblemáticas relações virtuais, com escasso contato com o mundo real e ignoram os gravíssimos perigos que os cerca. Recordo que 50 anos atrás nos agrupávamos para brincar na casa de um amigo, de um parente, na rua ou na praça, contudo hoje em dia as crianças se agrupam nas redes virtuais (sem noção de realidade).

Desde a popularização do rádio – inventado por Marconi, em 1895 e disseminado em grande parte do mundo até as décadas de 30 e 40 – da expansão da TV, inventada por John Baird em 1925, e disseminada no Brasil a partir dos anos 50 e da invasão da Internet, a partir da década de 90 – com a criação dos sistemas de rede (web) – atribuída a Tim Berners Lee, o nível de informação das pessoas aumentou consideravelmente. Mesmo aqueles considerados ignorantes na sociedade atual detêm um volume de informação muito maior que há cinco décadas.” [3]

Em tempos de cibernética é urgente monitorarmos nossos filhos sob às regras necessárias da vigília cristã, antes que nossos rebentos completem os 11 anos. Agindo assim, podemos instrumentalizá-los de consciência crítica, a fim de lidarem com o mundo virtual, conduzindo-os à vigilância diante das arapucas advindas pela Internet.

Consequentemente, é imperioso explicar aos filhos sobre os perigos das redes sociais (Facebook, Instagram ou Snapchat), investigar diariamente o que eles acessam na Internet, o que assistem (filmes), o que ouvem (músicas) e com quem articulam mensagens. Urge fazer isso de forma amorosa, numa relação de proteção. Esse procedimento dos pais acarretará benefício aos filhos e eles perceberão que estamos cautelosos e que podem dialogar conosco sobre o que fazem e com quem conversam nos universos virtuais.

Seguramente, os pais que negligenciaram até aqui o controle das viagens dos filhos nas trilhas dos smartphones, notebooks, tablets etc., quando começarem a monitorar ficarão espantados ao adentrarem nos perfis e correspondências dos filhos (menores de 12 anos). Há cem por cento de chance de descobrirem correspondências incomodativas por lá. Toda cautela é pouca! Lembrando que no monitoramento não pode haver suspensões hostis quanto ao uso da tecnologia, até porque a “coisa proibida” é mais sedutora para eles. É necessário dimensionar aos filhos a confiança de que estão sendo vigiados para o seu próprio bem.

Apoiados no bom senso doutrinário, é importante aprendermos a enfrentar os desafios cibernéticos, com a intenção de procurar a verdade e de esclarecer nossos filhos. É bastante salutar que saibamos separar o trigo do joio. A Internet, a despeito das informações incorretas, das agressões, das infâmias, da degradação e do crime, é sem dúvida um instrumento de grandiosas realizações que dignificam o homem e preparam a sociedade para um porvir mais promissor, e nossos filhos não podem estar alheios a isso.

Vivemos num estágio social em que o mundo virtual é quase o real, mas ele nos surge como sonho. Alguns sonham com cuidado, outros se perdem nos conflitos dos delírios oníricos. Em todos esses estágios há o perigo disso virar pesadelo. Esse é o preço que a sociedade contemporânea paga pelo avanço das tecnologias, apesar de muitos cidadãos ainda não terem se dado conta de que seus atos pelas vias virtuais estão estabelecendo desastres morais de consequências imprevisíveis.

A Internet permitirá um contato mais rico com a monumental obra espírita. Hoje é possível elaborar cursos interativos, por exemplo, uma discussão das obras espíritas clássicas, assinalando links relevantes entre os diferentes textos, e com comentários feitos por autores consagrados. Os livros da Codificação podem ser disponibilizados em hipertexto, em versões de fácil consulta. Relatos específicos podem ser colecionados e indexados para pesquisa rápida etc. etc. etc.

Mas cuidado! Ora, se devemos prestar atenção redobrada ao atravessar uma avenida de trânsito intenso, devemos ter a máxima cautela ao navegar na web, pois os perigos são reais. Também nós adultos devemos estar atentos para evitar cair em emboscadas cibernéticas. Mas apesar dos riscos e temeridades, não devemos demonizar as novas tecnologias tal qual fazia a Inquisição na Idade Média, queimando os livros e dilacerando a cultura.

Jorge Hessen


Referências:






21 janeiro 2018

Mal a serviço do bem - Nilton Moreira


MAL A SERVIÇO DO BEM


A cada dia é notória a transformação pela qual está passando o Planeta Terra. A violência tanto urbana como no seio familiar toma conta sufocando. O clima está mais quente e a água está cada vez mais escassa, com falta em alguns países. Os conflitos entre nações poderosas se acentuam e pelas estatísticas em geral vemos que os números assustam, nos compelindo a que busquemos entender esse emaranhado de situações.

Como tudo na vida tem de evoluir e o Planeta não foge a regra, é necessário que o homem busque melhorar-se para atrair boas energias do Plano Cristo, pois só assim haverá mais amor e por consequência menos dores, pois quando Jesus diz existir muitas moradas na casa do Pai se referia à pluralidade dos mundos habitados, e no caso a Terra que é uma dessas moradas está passando para uma categoria de maior elevação, e esta transformação embora lenta, é notória para quem tiver a sensibilidade na análise.

Muitos que habitam aqui e que são refratários em praticar o bem e atrapalham o progresso, irá numa próxima vida reencarnar em outra morada, isto é, num Planeta triste, sem tecnologia, com epidemias, assemelhando-se a Terra há alguns milênios, isto para que nas dificuldades possam ajudar aqueles Espíritos que lá estão a prosperarem e desenvolverem aptidões, e assim todos compreenderão na dor a necessidade de perseverar no bem.

Com a saída desses irmãos de baixa vibração, maldosos e que nada fizeram para melhorarem-se, e utilizaram o livre arbítrio equivocadamente, a Terra terá o ambiente propício para predominância do bem, onde segundo a Espiritualidade Maior nos informa através de mensagens mediúnicas, haverá a aurora da felicidade.

Vimos muitos desencarnes em massa no ano que terminou, com desastres, acidentes, catástrofes, e não temos condições de avaliar o comprometimento que cada Espírito destes tem em comum para partirem juntos daqui, e fazerem chorar em comunhão os que ficaram. Por outro lado, nos causou muito prazer o nascimento de crianças em sua maioria dotadas de capacidades, que se orientadas para o bem surpreenderão com suas aptidões, pois são elas que estarão imbuídas da transição planetária, e certamente somando-se há muitas que aqui já aportaram e hoje são adultos lideres ocupando cargos de destaque, e, portanto, Espíritos com ideias inatas, continuarão promovendo a estruturação dessa Nova Terra.

Tenhamos fé no Criador, pois nenhum de nós está no abandono. Busquemos asserenar nossos corações com a certeza de que os benfeitores nos auxiliarão sempre, pois o mal está a serviço do bem como ingrediente do processo evolutivo.


Nilton Moreira
Fonte: Spirit Book

 

20 janeiro 2018

A criança nasce na família certa para cumprir sua missão de vida. A reencarnação é planejada - Regis Mesquita



A CRIANÇA NASCE NA FAMÍLIA CERTA PARA COMPRIR SUA MISSÃO DE VIDA
A REENCARNAÇÃO É PLANEJADA



- A escolha dos pais com os quais o espírito vai encarnar (como filho) acontece justamente porque eles podem oferecer ao espírito a possibilidade de “ativar” determinados complexos de encarnações passadas. Isto significa que a criança terá naquela família as dificuldades e facilidades necessárias para ela cumprir aquilo que foi planejado antes de nascer (missão de vida).

- O retorno do espírito para o corpo é planejado. A família em que ele nascerá será aquela capaz de propiciar o positivo e o negativo que ele precisa para evoluir.

- A escolha da família na qual um espírito vai reencarnar é determinada pelas qualidades e defeitos que fazem parte do núcleo familiar. Toda família possui características que estimulam positivamente ou negativamente a criança, que está em processo de formação.

Explico-me: uma mãe amorosa, mas medrosa, engravidou. Suas vibrações foram de profundo amor, aceitação e alegria. Junto veio o receio e a insegurança. O espírito que nascerá será estimulado por todos os sentimentos, pensamentos, vibrações e sensações da mãe. Tanto as vibrações de amor quanto as vibrações de insegurança (por exemplo) vão influenciar na formação do feto.

A influência funciona assim: estas vibrações chegam até o feto. Estimulando-o. Na realidade, estimulam os conteúdos espirituais (memórias) relacionados aos temas e que estão presentes no espírito.

Suponhamos que esta mãe tenha medo de perder o emprego. Este conjunto de pensamentos, sentimentos, vibrações e sensações chega até o feto. O feto não tem condições de lidar com estes estímulos. Ele usa o “banco de dados” do espírito. O espírito é a referência, a memória e a percepção do feto. Ou seja, é o espírito quem dá sentido aos estímulos que chegam da mãe. Chamamos estes estímulos de dinamizadores, pois eles dinamizam e estimulam a memória espiritual, fazendo com que parte dela seja impregnada na mente do bebê antes dele nascer, durante o parto e mesmo depois do nascimento.

Suponhamos agora que em uma encarnação passada este espírito tenha passado fome por causa de desemprego. As vibrações da mãe dinamizam esta memória do espírito e o resultado poderá ser a ansiedade no feto. A ansiedade no feto gerará uma criança ansiosa (que terá que enfrentar o desafio da ansiedade em sua vida).

Desta forma, o bebê que nasce é uma continuidade do espírito que nele está encarnado. Ele nasce com informações de outras encarnações e do plano espiritual. O bebê não é uma página em branco, ele possui uma riqueza extraordinária de informações e recursos (é assim que se forma a personalidade do bebê).

A formação da mente é acompanhada pela entrada de conteúdos do espírito, que molda o novo corpo que está se formando.

Somos uma continuidade. Somos um corpo novo conduzido por um espírito antigo, que já teve muitas encarnações, possui muitos recursos, habilidades, conhecimentos, condicionamentos, traumas, etc.

Toda criança é um espírito repleto de vida e de história. É muito importante saber trabalhar com esta história e aproveitar os recursos que foram arduamente desenvolvidos em dezenas (ou centenas) de encarnações.

Lembre-se: o feto está ligado a um espírito que possui capacidade de percepção e memória. Os acontecimentos desta fase da vida são armazenados e influenciam a formação da mente do bebe. Desta forma, as primeiras memórias que o bebê terá serão um misto de memórias intrauterinas com memórias de encarnações passadas.

A mãe insegura (do exemplo anterior) deve se sentir culpada? Não, nunca. A escolha dela (e do pai) para receber aquele espírito deve-se ao conjunto de suas qualidades e dificuldades. O espírito nasce em um novo corpo para lutar, superar dificuldades e evoluir. Ele está reencarnando porque possui muito à aprender e amadurecer. As dificuldades que são dinamizadas na formação do feto JÁ estão presentes no espírito e devem ser por ele resolvidas.

Traduzindo: a família dinamiza somente aquilo que o espírito que está reencarnando carrega no "coração". É igual na vida cotidiana: o que esperar de um ingrato? Ingratidão. E de uma pessoa desonesta? Desonestidade. Se alguém der um prato de comida para um ingrato, o que será dinamizado? Ingratidão. Talvez o ingrato pense e sinta raiva: "ela me deu arroz com feijão, deveria ter me dado macarrão". Se esta pessoa for grata, ela não terá ingratidão por receber um prato de comida. Só é dinamizado o que está no "coração" desta pessoa. O que não existir, não pode ser estimulado.

Da mesma forma, se a mãe emitir vibrações de insegurança e o espírito for seguro, ela não irá dinamizar nada. Tudo de bom ou ruim que for dinamizado no espírito é porque já está presente neste espírito. Se no seu "coração" (espírito não tem coração, imagem simbólica) houver paz, o espírito sentirá paz mesmo que os pais não sintam esta paz. O que existir pode ser estimulado, o que não existir não será estimulado. O que for dinamizado (estimulado) será o que o filho terá de bom ou ruim para enfrentar.

Os filhos são uma benção para a família porque com sua personalidade única contribuem para que os pais também aprendam com eles. Todos aprendem, porque todos possuem muito à aprender e evoluir.

Autor: Regis Mesquita