PODEMOS REENCARNAR COMO UM ANIMAL?
“O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito.” (João 3:6-8)
A palavra "reencarnação" deriva do latim, que significa "entrar na carne novamente" enquanto o termo “metempsicose” deriva do grego, de meta (mudança) e de psiquê (alma), sendo esta palavra utilizada para a reencarnação em outro ser vivo, podendo ser em um corpo humano, em animais ou vegetais. O conceito da metempsicose teria chegado até a Grécia pelo filósofo e matemático Pitágoras, que teria absorvido a ideia dos egípcios após uma viagem às Pirâmides de Gizé e difundido por Platão, que em sua obra Mênon afirma: “A alma é pois, imortal: renasceu repetidas vezes na existência e contemplou todas as coisas existentes na terra como no Hades e por isso não há nada que ela não conheça”.
A crença na reencarnação existe desde a idade da pedra, pois de acordo com arqueólogos, foram encontrados ossos de homo sapiens enterrados em posição fetal indicando que os sepultamentos eram realizados desta forma devido à crença deles de que nasceriam novamente. Entre as religiões reencarnacionistas destaca-se o hinduísmo, que crê que há uma centelha de consciência espiritual cuja evolução se dá através de uma sucessão de renascimentos. Cada vida ocorreria em um ser vivo adequado à sua evolução, que poderia ser vegetal, animal ou humano, o que seria determinado pelas ações positivas ou negativas do ser durante sua existência, o denominado carma.
Observa-se que a crença na metempsicose teve origem nas civilizações egípcia e indiana e a razão desta ideia ter partido destas localidades, de acordo com José Marcelo G. Coelho em seu artigo denominado “Metempsicose”, se deve ao seguinte fato: “Viajemos até uma constelação conhecida pelos astrônomos terrenos por Cocheiro, da qual faz parte uma estrela de nome Capela, um sol extremamente brilhante, em torno do qual, dentre outros, gira um planeta situado a aproximadamente 42 anos-luz. Havia, naquele orbe, determinada parcela da população agindo em total dissonância com o padrão evolutivo dos demais habitantes, razão pela qual, na medida em que desencarnavam, eram conduzidos para mundos inferiores, consonantes com seu nível moral; um destes planetas escolhidos foi a Terra. Aqui chegando, os exilados formaram as chamadas raças adâmicas, que originaram, inclusive, os povos do Egito e da Índia. Ocorreu que, diferentemente dos corpos de compleição refinada, típicos de seu ditoso planeta, tiveram que adotar, entre nós, veículos carnais ainda grosseiros, de aspecto pré-histórico, peculiar aos primeiros hominídeos. Daí, por conclusão, a sensação de terem vindo para habitar corpos animais, fato este que ficou gravado em seus inconscientes como uma punição divina, e que deu azo à teoria equivocada da metempsicose, que hoje deve ser compreendida como uma variante imprecisa da reencarnação — um dos princípios fundamentais do Espiritismo.”
Desta forma, compreende-se o motivo da crença na reencarnação de seres humanos em animais ter partido destes espíritos, visto que consideravam e sentiam que seu invólucro carnal terreno era mais grosseiro do que o que possuíam antes, assemelhando-se ao de um animal.
No entanto, a Doutrina Espírita ensina que do ponto de vista material existe uma divisão entre os seres orgânicos e inorgânicos e, do ponto de vista moral, quatro diferentes reinos, da seguinte forma (Questão 585 de “O Livro dos Espíritos): “A matéria inerte, que constitui o reino mineral, tem apenas uma força mecânica. As plantas, compostas por matéria inerte, são dotadas de vitalidade. Os animais, compostos de matéria inerte e dotados de vitalidade, têm também uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de sua individualidade. O homem, por ter tudo que têm as plantas e os animais, domina todas as outras classes através de uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência de seu futuro, a percepção das coisas extramateriais e o conhecimento de Deus.” Tendo em vista esta divisão entre os reinos, o Espiritismo não compartilha da crença na metempsicose, pois entende que caso o ser humano pudesse reencarnar no corpo de um animal ele estaria retrocedendo e contrariando a Lei do Progresso, que ensina que o homem deve progredir sempre e não retrograda às condições primitivas.
Leon Denis, no livro “O problema do ser, do destino e da dor” declara: “A lei do progresso não se aplica somente ao homem; é universal. Há, em todos os reinos da Natureza, uma evolução que foi reconhecida pelos pensadores de todos os tempos. (...) Cada elo dessa cadeia representa uma forma da existência que conduz a uma forma superior, a um organismo mais rico, mais bem adaptado às necessidades, às manifestações crescentes da vida; mas, na escala da evolução, o pensamento, a consciência e a liberdade só aparecem passados muitos graus. Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; à partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas”. Em “O Livro dos Espíritos”, a questão 611 também não deixa nenhuma dúvida a respeito da impossibilidade da metempsicose ocorrer: “A partir do momento que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período de humanidade, ele não tem mais relação com o seu estado primitivo e não é mais a alma dos animais, assim como a árvore já não é a semente. No homem, restam do animal apenas o corpo e as paixões que nascem da influência do corpo e do instinto de conservação inerente à matéria. Portanto, não se pode dizer que tal homem, é a encarnação do Espírito de tal animal e, consequentemente, a metempsicose, tal qual a entendem, não é exata.”
Desta forma compreende-se que o princípio espiritual é criado por Deus e após se aperfeiçoar em cada um dos reinos mineral, vegetal e animal, penetra no reino hominal como Espírito, dotado de consciência e senso moral e o desenvolvimento já adquirido não retrocede de acordo com as leis divinas. De acordo com Allan Kardec em sua obra “A gênese”: “(..) todos os seres espirituais têm o mesmo ponto de partida: todos são criados simples e ignorantes, com igual aptidão para progredir mediante sua atividade individual; todos atingirão o grau de perfeição compatível com a criatura, a partir de seus esforços pessoais; todos, sendo filhos de um mesmo Pai são objeto de igual solicitude e que não há nenhum mais favorecido ou melhor dotado que os demais, nem dispensado do trabalho imposto aos outros para atingir o objetivo.” O conhecimento da codificação espírita destaca a importância do esforço de cada indivíduo para buscar sua própria evolução, do momento em que é dotado de razão, consciência e consequentemente, da responsabilidade perante seus atos, pois já se torna capaz de distinguir o bem do mal.
Assim, apreende-se que está nas mãos de cada ser humano a chave para seu próprio progresso. A encarnação é valiosa oportunidade de burilamento espiritual e nenhum minuto da existência terrena deve ser desperdiçado, tendo em vista que o objetivo real da vida na carne é o progresso do espírito.No Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 4 no item 25, lê-se que: “Mas a encarnação não é para todos os Espíritos senão um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe em sua entrada na vida, como primeira prova do uso que farão de seu livre arbítrio. Aqueles que cumprem essa tarefa com zelo, transpõem rápida e menos penosamente os primeiros graus de iniciação, e gozam mais cedo do fruto de seus trabalhos.” Que cada um aproveite sua passagem pela Terra para progredir e auxiliar a humanidade a evoluir através da caridade, do amor e da fraternidade, com respeito a todos os seres vivos e gratidão ao Criador lembrando-se que “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança” (Romanos 5:3-4.
A palavra "reencarnação" deriva do latim, que significa "entrar na carne novamente" enquanto o termo “metempsicose” deriva do grego, de meta (mudança) e de psiquê (alma), sendo esta palavra utilizada para a reencarnação em outro ser vivo, podendo ser em um corpo humano, em animais ou vegetais. O conceito da metempsicose teria chegado até a Grécia pelo filósofo e matemático Pitágoras, que teria absorvido a ideia dos egípcios após uma viagem às Pirâmides de Gizé e difundido por Platão, que em sua obra Mênon afirma: “A alma é pois, imortal: renasceu repetidas vezes na existência e contemplou todas as coisas existentes na terra como no Hades e por isso não há nada que ela não conheça”.
A crença na reencarnação existe desde a idade da pedra, pois de acordo com arqueólogos, foram encontrados ossos de homo sapiens enterrados em posição fetal indicando que os sepultamentos eram realizados desta forma devido à crença deles de que nasceriam novamente. Entre as religiões reencarnacionistas destaca-se o hinduísmo, que crê que há uma centelha de consciência espiritual cuja evolução se dá através de uma sucessão de renascimentos. Cada vida ocorreria em um ser vivo adequado à sua evolução, que poderia ser vegetal, animal ou humano, o que seria determinado pelas ações positivas ou negativas do ser durante sua existência, o denominado carma.
Observa-se que a crença na metempsicose teve origem nas civilizações egípcia e indiana e a razão desta ideia ter partido destas localidades, de acordo com José Marcelo G. Coelho em seu artigo denominado “Metempsicose”, se deve ao seguinte fato: “Viajemos até uma constelação conhecida pelos astrônomos terrenos por Cocheiro, da qual faz parte uma estrela de nome Capela, um sol extremamente brilhante, em torno do qual, dentre outros, gira um planeta situado a aproximadamente 42 anos-luz. Havia, naquele orbe, determinada parcela da população agindo em total dissonância com o padrão evolutivo dos demais habitantes, razão pela qual, na medida em que desencarnavam, eram conduzidos para mundos inferiores, consonantes com seu nível moral; um destes planetas escolhidos foi a Terra. Aqui chegando, os exilados formaram as chamadas raças adâmicas, que originaram, inclusive, os povos do Egito e da Índia. Ocorreu que, diferentemente dos corpos de compleição refinada, típicos de seu ditoso planeta, tiveram que adotar, entre nós, veículos carnais ainda grosseiros, de aspecto pré-histórico, peculiar aos primeiros hominídeos. Daí, por conclusão, a sensação de terem vindo para habitar corpos animais, fato este que ficou gravado em seus inconscientes como uma punição divina, e que deu azo à teoria equivocada da metempsicose, que hoje deve ser compreendida como uma variante imprecisa da reencarnação — um dos princípios fundamentais do Espiritismo.”
Desta forma, compreende-se o motivo da crença na reencarnação de seres humanos em animais ter partido destes espíritos, visto que consideravam e sentiam que seu invólucro carnal terreno era mais grosseiro do que o que possuíam antes, assemelhando-se ao de um animal.
No entanto, a Doutrina Espírita ensina que do ponto de vista material existe uma divisão entre os seres orgânicos e inorgânicos e, do ponto de vista moral, quatro diferentes reinos, da seguinte forma (Questão 585 de “O Livro dos Espíritos): “A matéria inerte, que constitui o reino mineral, tem apenas uma força mecânica. As plantas, compostas por matéria inerte, são dotadas de vitalidade. Os animais, compostos de matéria inerte e dotados de vitalidade, têm também uma espécie de inteligência instintiva, limitada, e a consciência de sua existência e de sua individualidade. O homem, por ter tudo que têm as plantas e os animais, domina todas as outras classes através de uma inteligência especial, indefinida, que lhe dá a consciência de seu futuro, a percepção das coisas extramateriais e o conhecimento de Deus.” Tendo em vista esta divisão entre os reinos, o Espiritismo não compartilha da crença na metempsicose, pois entende que caso o ser humano pudesse reencarnar no corpo de um animal ele estaria retrocedendo e contrariando a Lei do Progresso, que ensina que o homem deve progredir sempre e não retrograda às condições primitivas.
Leon Denis, no livro “O problema do ser, do destino e da dor” declara: “A lei do progresso não se aplica somente ao homem; é universal. Há, em todos os reinos da Natureza, uma evolução que foi reconhecida pelos pensadores de todos os tempos. (...) Cada elo dessa cadeia representa uma forma da existência que conduz a uma forma superior, a um organismo mais rico, mais bem adaptado às necessidades, às manifestações crescentes da vida; mas, na escala da evolução, o pensamento, a consciência e a liberdade só aparecem passados muitos graus. Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se e torna-se consciente; à partir daí, o progresso, de alguma sorte fatal nas formas inferiores da Natureza, só se pode realizar pelo acordo da vontade humana com as leis Eternas”. Em “O Livro dos Espíritos”, a questão 611 também não deixa nenhuma dúvida a respeito da impossibilidade da metempsicose ocorrer: “A partir do momento que o princípio inteligente atinge o grau necessário para ser Espírito e entrar no período de humanidade, ele não tem mais relação com o seu estado primitivo e não é mais a alma dos animais, assim como a árvore já não é a semente. No homem, restam do animal apenas o corpo e as paixões que nascem da influência do corpo e do instinto de conservação inerente à matéria. Portanto, não se pode dizer que tal homem, é a encarnação do Espírito de tal animal e, consequentemente, a metempsicose, tal qual a entendem, não é exata.”
Desta forma compreende-se que o princípio espiritual é criado por Deus e após se aperfeiçoar em cada um dos reinos mineral, vegetal e animal, penetra no reino hominal como Espírito, dotado de consciência e senso moral e o desenvolvimento já adquirido não retrocede de acordo com as leis divinas. De acordo com Allan Kardec em sua obra “A gênese”: “(..) todos os seres espirituais têm o mesmo ponto de partida: todos são criados simples e ignorantes, com igual aptidão para progredir mediante sua atividade individual; todos atingirão o grau de perfeição compatível com a criatura, a partir de seus esforços pessoais; todos, sendo filhos de um mesmo Pai são objeto de igual solicitude e que não há nenhum mais favorecido ou melhor dotado que os demais, nem dispensado do trabalho imposto aos outros para atingir o objetivo.” O conhecimento da codificação espírita destaca a importância do esforço de cada indivíduo para buscar sua própria evolução, do momento em que é dotado de razão, consciência e consequentemente, da responsabilidade perante seus atos, pois já se torna capaz de distinguir o bem do mal.
Assim, apreende-se que está nas mãos de cada ser humano a chave para seu próprio progresso. A encarnação é valiosa oportunidade de burilamento espiritual e nenhum minuto da existência terrena deve ser desperdiçado, tendo em vista que o objetivo real da vida na carne é o progresso do espírito.No Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 4 no item 25, lê-se que: “Mas a encarnação não é para todos os Espíritos senão um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe em sua entrada na vida, como primeira prova do uso que farão de seu livre arbítrio. Aqueles que cumprem essa tarefa com zelo, transpõem rápida e menos penosamente os primeiros graus de iniciação, e gozam mais cedo do fruto de seus trabalhos.” Que cada um aproveite sua passagem pela Terra para progredir e auxiliar a humanidade a evoluir através da caridade, do amor e da fraternidade, com respeito a todos os seres vivos e gratidão ao Criador lembrando-se que “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança” (Romanos 5:3-4.
1. A reencarnação no mundo. Disponível em: https://www.revistaplaneta.com.br/a-reencarnacao-no-mundo/. Acessado em 05 de Dezembro de 2021.
2. Bíblia Online. Disponível em:
4. DENIS, Leon. O problema do ser, do destino e da dor. 1ª edição da coleção Léon Denis. Rio de Janeiro: FEB, 2008.
5. KARDEC, Allan. A gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Tradução de Cristina Florez da 4ª ed. Francesa. 1ª edição. Capivari, SP: Editora EME, 2020.
6. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Matheus Rodrigues de Carvalho.24ª reimpressão. Capivari, SP: Editora EME, 2019.
7. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Matheus Rodrigues de Carvalho. 43ª reimpressão. Capivari, SP: Editora EME, 2018.
8. PLATÃO. Mênon. 8ª ed. São Paulo, SP: Edições Loyola, 2001.
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