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27 janeiro 2022

Vida tecida em luz - Vianna de Carvalho (Foto: Lungdunum - Roman_theatre_in_Lyon)

(Foto: Lungdunum - Teatro Romano em Lyon)
 
VIDA TECIDA EM LUZ

Durante os dolorosos eventos trágicos registrados no século III d,C., em Lugdunum* (atualmente Lyon, na França), nos quais os discípulos de Jesus foram, mais de uma vez, martirizados, notabilizaram-se extraordinários servidores da Verdade, que superaram o holocausto, cantando hinos de amor ao Mestre Incomparável.

A partir daí, aureolados pelo sacrifício da própria vida, renasceram em diferentes períodos da História da Humanidade, a fim de preservarem a magnitude da doutrina de amor e de renúncia que Ele instalara na Terra, santificada pelo Seu próprio sacrifício na cruz.

Desfigurada pelos tormentos humanos na sucessão dos séculos, sempre foi reativada pelo retorno desses mártires ao proscênio terrestre, onde a vivenciaram integralmente, quando assinalaram a existência pela mansidão e pela misericórdia, pela abnegação e pela humildade, de forma que se pudesse retornar à pulcritude dos ensinamentos, conforme foram ministrados e vividos pelo Senhor e pelos Seus discípulos dedicados.

A fim de que ficasse imortalizada nas mentes e nos corações, a incomparável doutrina sempre os arrebatava, ao tempo em que demonstravam que somente por meio da entrega total das existências era possível tornar a vida significativa e digna de ser experienciada.

Graças a essa abnegação, o poder temporal que, por vezes, a asfixiava não conseguiu destruí-la, embora a tenha desfigurado nos seus conteúdos profundos de amor e de caridade.

Quando foi programada a chegada do Consolador à Terra, a fim de restabelecer-lhe os fundamentos e apresentá-la conforme é, missionários do Bem, acostumados a imolar-se em favor de sua grandeza, ofereceram-se para retornarem ao palco terreno e viverem-na em toda a sua pujança e significação.

Allan Kardec, o vaso escolhido, sob a inspiração do Espírito de Verdade, elegeu, entre os muitos candidatos que acorreram ao chamado para ajudá-lo, aqueles que permaneceriam na retaguarda, na espiritualidade, inspirando-o e conduzindo-o, enquanto outros volveriam ao invólucro material para demonstrar, pela vivência e pelo conhecimento, o valor grandioso do pensamento de Jesus redivivo no Espiritismo.

Desse modo, depois do memorável dia 18 de abril de 1857, quando foi publicado, em Paris, O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, e a mensagem grandiosa espalhou-se como bênção inusual pela Terra, já descera às sombras do planeta um daqueles mártires de Lugdunum1 , que se denominara Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti, cuja existência seria assinalada pela constante presença dos Céus, a fim de tecer em luz todos os seus dias até o momento da libertação carnal.

Sua existência foi assinalada pelos valores nobres que caracterizam os Espíritos ditosos, rica de experiências iluminativas, demonstrando a interferência do Mundo Maior em inúmeros lances, mantendo-o nos interesses e lutas do século até o momento em que foi convocado para a reabilitação da Mensagem sob a inspiração de Ismael, o Anjo protetor da nacionalidade brasileira.

A sua dedicação à caridade e ao reto cumprimento dos deveres demonstrou como é possível autoiluminar-se sem fugir ao convívio social e iluminar as vidas que se encontram em sombras e conflitos sem lhes criar novos tormentos.

Profundamente vinculado ao Evangelho, tornou-se exemplo do amor, à semelhança do Cantor de Deus, de Assis, no passado, em versão moderna, perfeitamente acessível a todos quantos necessitem de um sentido psicológico e ético para a jornada humana.

Concluída a tarefa, retornou em glória às Estâncias sublimes de onde veio, continuando a dedicar-se ao ministério de consolo e apoio aos filhos do Calvário, nas verdes terras do Brasil.

50 anos depois, todos dedicados à compaixão e à misericórdia, à inspiração do bem e das virtudes, foi homenageado nas Altas Esferas, quando a Mãe Santíssima propôs-lhe transferir-se para a região mais feliz, por haver atingido alto nível de evolução.

Amando, porém, os irmãos da retaguarda, ele solicitou permissão para ficar nas sombras da Pátria do Cruzeiro, enquanto houvesse dores a socorrer e lágrimas a enxugar...

Atendido pela Senhora Sublime, permanece até hoje sendo o lenitivo para os que sofrem e o afetuoso amigo dos infelizes em nome de Jesus.

Glória ao Dr. Bezerra de Menezes, no transcendente cumprimento do seu ministério iluminativo!

* * *

O livro que se irá ler (Bezerra de Menezes – O homem, seu tempo e sua missão, de Luciano Klein, ed. Federação Espírita do Estado do Ceará – Memorial Bezerra de Menezes) é um repositório de bênçãos, narrando a existência planetária do nobre Benfeitor da Humanidade, toda ela tecida em luz.

Que os conhecimentos hauridos após sua leitura e reflexão possam servir de roteiro de segurança e de conforto espiritual, apontando o rumo da plenitude a todos nós, que nos encontramos em lutas de recuperação espiritual.

Vianna de Carvalho
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na tarde de 19 de agosto de 2014, na Mansão do Caminho, em Salvador, Bahia.

*Colonia Copia Claudia Augusta Lugdunum era uma importante cidade romana na Gália, junto ao rio Ródano (artéria de ligação entre o centro da Gália e o Mediterrâneo), localizada no atual espaço geográfico de Lyon, na França. A cidade foi fundada em 43 a.C. por Lucius Plancus. Serviu como capital da província romana de Gallia Lugdunensis. Dois imperadores, Cláudio e Caracala, nasceram em Lugdunum. Em 177 d.C., ali ocorreu a terrível perseguição aos cristãos, durante o reinado de Marco Aurélio (161 – 180).

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