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31 dezembro 2010

Doutrina Espírita - Allan Kardec

DOUTRINA ESPÍRITA

"Buscai a Verdade; a Verdade vos libertará" JESUS (João, cap. 8, vers. 32)

O princípio inteligente é independente da matéria. A alma individual preexiste e sobrevive ao corpo. O mesmo ponto de partida para todas as almas, sem exceção; todas são criadas simples e ignorantes, e são submetidas ao progresso indefinido. Nenhuma criatura privilegiada é mais favorecida, umas do que as outras; os anjos são seres chegados à perfeição depois de terem passado, como as outras criaturas, por todos os graus da inferioridade. As almas, ou Espíritos, progridem mais ou menos rapidamente em virtude de seu livre arbítrio, pelo seu trabalho e sua boa vontade. – A vida espiritual é a vida normal; a vida corpórea é uma fase temporária da vida do Espírito, durante a qual ele reveste, momentaneamente, um envoltório material de que se despoja na morte.

O Espírito progride no estado corpóreo e no estado espiritual. O estado corpóreo é necessário ao Espírito até que ele atinja um certo grau de perfeição: nele se desenvolve pelo trabalho a que está sujeito pelas suas próprias necessidades, e adquire conhecimentos práticos especiais. Uma única existência corpórea sendo insuficiente para fazê-lo adquirir todas as perfeições, retoma um corpo tão freqüentemente quanto isso lhe seja necessário, e, a cada vez, nele chega com o progresso que alcançou em suas existências anteriores e na vida espiritual. Quando adquiriu no mundo tudo aquilo que pode nele adquirir, deixa-o para ir para outros mundos mais avançados, intelectual e moralmente, cada vez menos materiais, e assim continuamente até a perfeição, da qual a criatura é suscetível.

O estado feliz ou infeliz dos Espíritos é inerente ao seu adiantamento moral; sua punição é a conseqüência de seu endurecimento no mal, de sorte que, perseverando no mal, se punem eles mesmos; mas a porta do arrependimento jamais lhes é fechada, e podem, quando querem, retornar ao caminho do bem e chegar, com o tempo, a todos os progressos.

As crianças que morrem em tenra idade podem ser mais ou menos avançadas, porque já viveram em existências anteriores, onde puderam fazer o bem ou cometer más ações. A morte não as livra das provas que devem sofrer, e recomeçam, em tempo útil, uma nova existência sobre a Terra, em mundos superiores, segundo o seu grau de elevação.

A alma dos cretinos e dos idiotas é da mesma natureza que a de qualquer encarnado; freqüentemente, a sua inteligência é superior, e sofrem a insuficiência dos meios, que têm para entrar em relação com os seus companheiros de existência, como os mudos sofrem por não poderem falar. Abusaram de sua inteligência, em suas existências anteriores, e aceitaram, voluntariamente, estar reduzidos à impossibilidade para expiarem o mal que cometeram, etc., etc.

Allan Kardec. Obras Póstumas

30 dezembro 2010

Valores Ocultos - Emmanuel

VALORES OCULTOS

Mostra-se a vida terrestre plena de oportunidades para o aperfeiçoamento íntimo da criatura, no entanto, até agora são ainda raros aqueles que percebem semelhantes ocasiões.

Tempos difíceis: trechos de caminho, nos quais a paciência e o devotamento ao trabalho podem ser mais facilmente instalados nos recessos do espírito

Enfermidade longa: curso aberto às aquisições de humildade e autocontrole.

Provações em pessoas queridas: horas valiosas que nos possibilitam mais amplos recursos no aprendizado da compreensão e do relacionamento.

Ofensas e prejuízos: momentos de elevada significação para nós todos, especialmente quando no Plano Físico, em que somos chamados, não apenas a perdoar, mas igualmente a refletir, quanto às nossas próprias deficiências, através das quais, muitos de nós, somos ainda suscetíveis de ferir ao próximo, embora, na maioria das vezes, impensadamente.

Tentações: minutos destacados para aulas de resistência ao desequilíbrio.

Propensão ao desânimo: instantes destinados ao desafio que verte de nós mesmos, concitando-nos ao esforço máximo, a fim de levantar a própria vontade ao nível de nossas responsabilidades e obrigações.

Erros e desacertos: momentos indicados à prática positiva de discernimento e auto-reajuste.

Afastamento de criaturas amadas: ocasiões em que nos reconhecemos induzidos a demonstrar se amamos realmente aqueles a quem consagramos atenção e carinho ou se o nosso bem-querer resulta de mero capricho.

Solicitações e apelos: parcelas de tempo, nas quais a vida nos pede notícias de nossas aplicações ao entendimento e ao espírito de serviço, à abnegação e à caridade.

Perturbações ambiente: quadro de ensino em que se nos faculta assinalar como vamos seguindo, nas trilhas da existência, em matéria de paz.

São estas algumas das situações impregnadas de valores ocultos, sempre dos mais importantes para o burilamento da alma, no educandário do mundo.

Entretanto, empreendemos unicamente a exposição delas, porquanto em lhes reconhecendo a complexidade, sabemos todos que aproveitá-las ou não depende da atitude e da escolha de cada um de nós.

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Atenção
Médium: Francisco Cândido Xavier

29 dezembro 2010

Com Fé e Ação - Emmanuel

COM FÉ E AÇÃO

Fazendo um balanço dos teus atos, numa tentativa de encontrar as causas do sofrimento na presente existência, e não encontrando razões que as justifiquem, considera a possibilidade das vidas anteriores, nas quais se encontram as gêneses dos teus problemas atuais.

Grande parte das dores que afligem o homem procede da vida presente, com efeito próximo, imediato, dos seus próprios erros.

Outras aflições, porém, aparentemente injustificáveis, na sua explosão rude quão severa, resultam de existências passadas, nas quais foram malogrados ou esquecidos os objetivos nobres da vida.

O trânsito carnal é oportunidade preciosa, que não pode ser desconsiderada, sem graves conseqüências.

Todos avançamos, no processo da evolução, mediante a aplicação dos recursos de que dispomos.

Ninguém marcha a esmo, sem objetivo.

A tarefa hoje não realizada será retomada à frente; o ministério agora interrompido ressurgirá adiante.

Não te entregues à revolta sistemática, quando visitado pela dor de qualquer natureza.

Procura, nesta vida, as matrizes do sofrimento, a fim de sana-las e, se não as encontrares, transfere para a paciência e a resignação o mister de anulá-las, pois que vicejam desde reencarnações transatas.

O que ora sucede teve início antes.

A árvores que ora vês gigantesca, dormia na semente minúscula.

O incêndio voraz que agora domina já vibrava na chama insignificante.

Recorre à calma, quando as tenazes do sofrimento te comprimirem o corpo, o
sentimento, a alma...

Evita o conceito derrotista: "Não tenho forças."

Libera-te da posição pessimista: "Nunca sairei desta."

A luta é, também, motivo de progresso, e a dor é o meirinho encarregado de selecionar, ante a cobrança da Vida, os que podem ser promovidos, sem vínculos com a retaguarda.

Se descobres os fatores atuais dos teus sofrimentos, não te permitas a lamentação inútil, nem o arrependimento inconseqüente, aquele que auto-aflige e só desequilibra.

Consciente dos erros, reabilita-te, recompõe-te.

Nunca te perguntarão como triunfaste, mas todos te abraçarão quando triunfante.

Se não identificas as causas anteriores das provações que ora experimentas, entrega-te a Deus e expunge todos os torpes deslizes em que tombaste, erigindo em pranto e prece o altar da tua própria vitória.

O Pai confia em ti, de tal forma, que te permite à marcha evolutiva.

Cumpre-te, nEle confiar, avançando e crescendo, até ao momento da tua libertação com fé e ação dignificadora.

Livro Rumo Certo
Pelo espírito de Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

28 dezembro 2010

Seara Espírita - Emmanuel

SEARA ESPÍRITA

"Porque cada árvore se conhece pelo seu próprio fruto; pois não se colhem figos no espinheiro nem uvas nos abrolhos." Jesus - Lucas, 6:4

"É assim, meus irmãos, que deveis julgar examinando as obras. Se os que dizem investidos de poder divino revelam sinais de uma missão de natureza elevada, isto é, se possuem no mais alto grau as virtudes cristãs e eternas:

a caridade, o amor, a indulgência,

a bondade que concilia os corações; se, em apoio das palavras, apresentam os atos, podereis então dizer: Estes são realmente enviados de Deus."

Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.XXI, item 8


Penetrando a seara espírita, rememora o Cristianismo redivivo, que se lhe configura nas menores atividades, e não te circunscrevas à expectação.

Em semelhante campo da fé, sem rituais e sem símbolos, sem convenções e sem exigências, descobrirás facilmente os recomendados do Senhor, a surgirem naqueles companheiros cujas dificuldades ultrapassam as nossas.

Pleiteias a mensagem dos entes queridos que te antecederam na viagem do túmulo, entretanto, basta procures e divisarás amigos diversos que não somente perderam a presença de seres inesquecíveis, mas também as possibilidades primárias da intimidade doméstica.

Solicitas proteção para os filhos educados nos primores de tua bênção, agora em obstáculos inquietantes no estudo ou na profissão, contudo, distinguirás, ao teu lado, pais valorosos e incapazes de aliviar as necessidades singelas dos rebentos da própria carne, sem a assistência do
amparo público.

Diligencias a cura da enfermidade ligeira que te apoquenta e contemplarás muitos daqueles que trazem moléstias irreversíveis, para os quais chega uma frase de esperança, a fim de louvarem as dores da própria vida.

Pedes, mentalmente, arrimo à solução de negócios materiais que te propiciem finança mais dilatada, no entanto, surpreenderás os pés desnudos de irmãos que vieram de longe, à busca de um simples pensamento confortador, vencendo, passo a passo, largas distâncias por lhes faltarem qualquer recursos para o custeio da condução.

Rogas conselho em assunto determinado, não obstante o arsenal dos conhecimentos de que dispões, todavia, reconhecerás, frente a frente, amigos diversos que nunca tiveram, em toda a existência física, a bendita oportunidade de um livro às mãos.

Se o plano superior já te permite pisar na seara espírita, não te limites à prece.

Todos os tipos de rogativa que se voltem para o Bem Infinito, são respeitáveis, no entanto, pensa em nosso Divino Mestre que orou auxiliando e realiza algo de bom, em favor dos irmãos em Humanidade, que ele mesmo nos apresenta.

Espiritismo é Cristianismo e Cristianismo quer dizer Cristo em nós para estender o Reino de Deus e servir em seu nome.

De “Livro da Esperança”
De Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito Emmanuel

27 dezembro 2010

Fraternidade em Jesus - Bezerra de Menezes

FRATERNIDADE EM JESUS

Queridos amigos e irmãos devotados à causa do Bem.

Estejamos todos na Paz do Senhor!

O setor de conscientização a que fomos chamados pelos supervisores da construção do Amanhã Melhor, sem dúvida, não é por si e em si uma instituição nos moldes humanos, quanto à organização e funcionamento.

Os Mensageiros do Divino Mestre não nos induziram a criar um órgão de caráter elitista, com obrigações convencionais quando temos todos compromissos de ordem disciplinar na vida externa.

Somos convidados a formar um núcleo, no qual se destaque o ensinamento do Mestre Inesquecível, quando nos asseverou que “no Reino dos Céus, o maior será sempre aquele que se fizer o servidor de todos” e, considerando que em outro tópico das instruções evangélicas, asseverou Ele próprio que “O Reino de Deus está no íntimo de cada um de nós”, o nosso setor de atividades se consagra efetivamente a essa descoberta de nós mesmos, através do estudo de nossas próprias tendências e de auto-análise à base do discernimento que nos conduzem ao aperfeiçoamento de nós mesmos.

Aliás, isso é compreensível na fundamentação da Fraternidade, a cujo abrigo espiritual se acolhem milhares de irmãos nossos buscando paz e luz.

Recordemos a imagem da construção de uma casa simples: primeiramente, os alicerces; em seguida o erguimento da estrutura; logo após, o respaldo ou a cobertura necessária, que nos garanta a segurança do edifício.

Conhecimento, trabalho e conscientização representam as três fases de uma formação única, sem vinculações com determinados esquemas de serviços, todos eles respeitáveis pela finalidade a que se destinam. O setor que se nos confiou desdobrará as suas atividades características na renovação e no aprimoramento de cada companheiro que senos associe aos ideais, sem qualquer pretensão a privilégios ou virtudes especiais, mesmo porque, estaremos todos procurando a luz da unidade, apresentando-nos espiritualmente tais quais somos no quadro de nossas vivências pessoais, diante do Evangelho do Cristo e dos ensinamentos que a Doutrina Espírita nos expõe, interpretando com fidelidade as instruções do nosso Divino Mestre e Senhor, com a paciência e a humildade, o dever de servir e a simplicidade precisa, a fim de que atinjamos os fim de que atinjamos os fins a que nos propomos.

Anotemos, sem qualquer idéia de confrontação, as primeiras reuniões para que o clarão da Boa Nova se expandisse, exceção feita à Divina Palavra do Monte, à frente da multidão, sempre se efetuou com a presença de poucos, de modo a que se obtivesse o muito na conscientização dos princípios, com os quais o Cristianismo lançava a sua plataforma no mundo.

Que a pregação perante milhares ou milhões de pessoas, salientando de maneira especial a disseminação das luzes espirituais, através da televisão, que reflete com muita propriedade a realização dos apontamentos de Jesus, ao enunciar que a mensagem do Evangelho seria dividida com todas as criaturas, até mesmo utilizando-se os telhados, que essa bênção da comunhão geral em torno da verdade que o mundo cristão enuncia se faz necessária, não padece dúvida.

Abençoados sejam todos os corações que se dedicam a essa sementeira prodigiosa de paz e vida iniciada há quase dois milênios, acordando almas e levantando espíritos para a aceitação das realidades espirituais.

Entretanto, que necessitamos de amigos de explicação para o diálogo nos campos da vida nova na Terra, tanto quanto se nos faça possível, é medida substancial de socorro a todos os que despertam para o conhecimento e se fazem, para logo, espíritos famintos de conscientização quanto ao que lhes cabe fazer, a começar dos sentimentos próprios e, esse trabalho é justamente o esforço a que nos referimos e que sabemos, principiará da união de poucos, mas esses poucos decididos a efetuar a própria renovação íntima, se farão esteios espontâneos da tarefa que se nos confiou, sem que, ao executa-la, venhamos a nos sentir na condição de obreiros especializados sob uma suposta nomeação dos Altos Escalões da Espiritualidade Superior.

Seremos, com o apoio de Jesus, os companheiros da frase de compreensão e amizade, paz e bênção que, reunidos para o cultivo dessa obra de amor e vida, se habilitarão, não apenas a se ajustarem ou se reajustarem ante os princípios redentores que abraçamos, mas igualmente, se farão trabalhadores preparados a transmitir essa mensagem de conscientização e explicação no trabalho com o Divino Mestre, serviço esse que, de modo simples e natural, se erguerá no rumo dos lares, em cujos recessos a fé cristã se faz reverenciada e ouvida dentro dos núcleos familiares, com reflexos construtivos nos grupos sociais a que as organizações domésticas se vinculem.

Entendemos a dificuldade para identificar a obra com a humildade que lhe será o selo de apresentação, no entanto, à medida que o serviço se desenvolva, novos estímulos e novas elucidações virão da Espiritualidade Maior, em cujo seio o nosso setor de tarefas já nasceu para compreender e amar, esquecer-se e servir.

A hora atual, com tantos entretenimentos à margem dos caminhos humanos exercendo sobre as criaturas indesejável fascínio, pede a presença de sementeira e seara, quais as mossas a que nos reportamos, quanto ao que concerne à transformação e ajustamento da vida interior na preparação de material humano capaz de atravessar nossa época de transição no mundo físico, e alcançar os tempos novos que se aproximam, à maneira do facho que nada perde em contato com a ventania das provações e adversidades, espetáculos de poder externo e grandeza ilusória, repondo Jesus Cristo e Seus ensinamentos de paz e amor, com substância na Doutrina Espírita, cooperando com segurança na construção das Eras Futuras.

Estamos começando em nossas tarefas, desconhecendo-lhes a estrutura própria, no entanto, a bolota nada expressa quanto ao tronco robusto em que se transformará.

Trabalhemos. Doemos, cada um de nós, quanto se nos faça possível nas áreas de vivÊncia e experiência, em favor da conscientização evangélica e o Senhor fará o resto.

Que a nossa prece se faça luz por dentro de nós, e que a bênção do Divino Mestre nos alcance a todos, hoje e sempre, são os votos do amigo e servidor sempre reconhecido.

Pelo Espírito Bezerra de Menezes
Do livro: União Em Jesus
Médium: Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos

26 dezembro 2010

Treinamento para o Perdão - Joanna de Ângelis

Treinamento para o Perdão

A fim de colimares a excelência do perdão aos que te ofendem, mister te adestres mediante antecipados critérios e exercícios contínuos.

Habitua-te a iniciar o dia com a mente ligada ao Senhor, através dos fios invisíveis e poderosos da oração.

Não te descuides de ler uma página mensageira de otimismo, capaz de produzir júbilo no teu mundo íntimo.

Reprime as observações menos dignas, as apreciações fúteis, as referências deprimentes e maliciosas.

Estimula a conversação edificante e quando não possas fazê-lo, reserva-te silêncio discreto, propiciatório a reflexões salutares.

Todo labor para alcançar êxito impõe a necessidade de uma técnica própria, de uma diretriz segura.

Indispensável exercitar-te mentalmente para o cometimento do perdão, a que estás chamado a cada instante.

Treina, então, a paciência, disciplinando a vontade e aprimorando a indulgência.

Não te permitas autocomiseração ou personalismo prejudicial.

Cada ser é o que constrói interiormente.

A vida sempre devolve o que recebe. Tem cuidado.

*

O acusador gratuito e o perseguidor sistemático podem converter-se, sem que o saibam, em benfeitores valiosos. Aproveita-os.

Temperamentos e caracteres humanos há que produzem mais e melhor, quando fiscalizados ou submetidos a rigoroso controle.

Quem conhece a verdade, sempre consegue lograr benefícios em todas as situações, se desejar agir com acerto.

Olha em derredor:

· a primavera perfumada pode ser considerada como o perdão da Natureza ao rigor hibernal;

· o grão perdoa a terra que o esmaga, arrebentando-se em flor e fruto;

· o trigo agradece à mó que o tritura, transformando-se em pão...

Apura os sentidos e perceberás as respostas de Nosso Pai, através de convites ao amor, à beleza, à harmonia.

Integra-te no concerto de Suas bênçãos e quando fores visitado pelo sofrimento que alguém te imponha por qualquer razão, com facilidade perdoarás.

De “Celeiro de Bênçãos”
De Divaldo Pereira Franco
Pelo Espírito Joanna de Ângelis

25 dezembro 2010

Oração no Natal

Oração no Natal

Jesus, que neste Natal, Seu olhar de luz penetre nossa alma, como a brisa morna da primavera, e acorde a esperança adormecida sob as folhas secas das ilusões, dos medos, da indiferença, do desespero...

Que Seu perfume, suave como a ternura, envolva todo o nosso ser, confortando-nos e despertando a alegria que jaz esquecida por trás das lamúrias e distrações do caminho...

Que o bálsamo do Seu amor acalme as nossas dores, silencie as nossas queixas, socorra a nossa falta de fé.

Que, neste Natal, o calor da Sua bondade se derrame sobre o nosso Espírito e derreta o gelo milenar do egoísmo que nos infelicita e faz infelizes nossos semelhantes...

Que Seu coração generoso afine as cordas da harpa viva que vibra em nossa intimidade, e possamos cantar e dançar, até que o preconceito fuja, envergonhado, e não mais faça morada em nós...

Que o Seu canto de paz seja ouvido por todos os povos, do Oriente e do Ocidente, e as guerras nunca mais sejam possíveis entre a raça humana...

Que, neste Natal, Suas mãos invisíveis e firmes sustentem as nossas, e nos arranquem dos precipícios dos vícios, da ira, dos ódios que tanto nos infelicitam...

Que a água cristalina da Sua misericórdia percorra nossa alma e remova o lodo do ciúme, da inveja, do desejo de vingança, e de tantos outros vermes que nos corroem e nos matam lentamente...

Que o bisturi do Seu afeto extirpe a mágoa que se aloja em nosso íntimo e nos turva as vistas, impedindo-nos de ver as flores ao longo do caminho...

Que, neste Natal, a pureza da Sua amizade faça com que possamos ver apenas as virtudes dos nossos amigos, e os abracemos sem receio, sem defesas, sem prevenções...

Que Seu canto de liberdade ecoe em nós, para que sejamos livres como as falenas que brincam na brisa morna, penetrada pela suavidade da luz solar...

Que o sopro da Sua fé nos impulsione na direção das estrelas que cintilam no firmamento, onde não mais se ouvem gemidos de dor, e onde a felicidade plena já é realidade.

Ensine-nos, Jesus, a amar, a fazer desabrochar em nossa alma esse sol interior que nos fará luz por inteiro...

Ajude-nos a desenvolver o gosto pelo conhecimento, para que possamos encontrar a verdade que nos libertará da ignorância pertinaz...

E, por fim, Jesus, que neste Natal cada ser humano possa sentir a Sua presença sábia e amiga, convidando a todos a uma vida mais feliz...

Tão feliz que Sua mensagem não mais seja um tímido eco repercutindo em almas vacilantes, mas que seja uma grande melodia que vibra o amor em todos os cantos da Terra...

Redação do Momento Espírita

24 dezembro 2010

Aviso Oportuno - Inácio Bittencourt

AVISO OPORTUNO

Nas tarefas da noite de 10 de novembro de 1955, profunda alegria felicitou-nos o grupo em prece.

Pela vez primeira; o inolvidável companheiro Inácio Bittencourt visita-nos a casa. Senhoreando as possibilidades do médium, o grande lidador do Espiritismo no Brasil dirige-nos a sua palavra clara e incisiva, concitando-nos às responsabilidades que nos competem na Doutrina de Luz que abraçamos.

Meus amigos: Louvado seja o Senhor.

Em minha última romagem no campo físico, mobilizando os poucos préstimos de minha boa-vontade, devotei-me ao serviço da cura mediúnica; no entanto, desencarnado agora, observo que a turba de doentes, que na Terra me feria a visão, aqui continua da mesma sorte, desarvorada e sofredora.

Os gemidos no reino da alma não são diferentes dos gemidos nos domínios da carne.

E dói-me o coração reparar as filas imensas de necessitados e de aflitos a se movimentarem depois do sepulcro, entre a perturbação e a enfermidade, exigindo assistência.

É por esta razão, hoje reconhecemos, que acima do remédio do corpo temos necessidade de luz no espírito.

Sabemos que redenção expressa luta que resultados colheremos no combate evolutivo, se os soldados e obreiros das nossas empresas de recuperação jazem desprevenidos e vacilantes, infantilizados e trôpegos?

Nas vastas linhas de nossa fé, precisamos armar-nos de conhecimento e qualidade que nos habilitem para a vitória nas obrigações assumidas. Conhecimento que nasça do estudo edificante e metódico, e qualidade que decorra das atitudes firmes na regeneração de nós mesmos.

Devotamento à lição que ilumine e à atividade que enobreça.

Indubitavelmente, ignoramos por quanto tempo ainda reclamaremos no mundo o concurso da medicina e da farmácia, do bálsamo e do anestésico, da água medicamentosa e do passe magnético, à feição dê socorro urgente aos efeitos calamitosos dos grandes males que geramos na vida, cujas causas nem por isso deixarão de ser removidas por nós esmos, com a cooperação do tempo e da dor.

Mas, porque disponhamos de semelhante alívio, temporário embora; não será lícito olvidar que o presente de serviço é a valiosa oportunidade de nossa edificação.

A falta de respeito para com a nossa própria consciência dá margem a deploráveis ligações com os planos inferiores, estabelecendo em nosso prejuízo, moléstias e desastres morais cuja extensão não conseguimos sequer pressentir; e a ausência de estudo, acalenta em nossa estrada os processos da ignorância, oferecendo azo às mais audaciosas incursões da fantasia em nosso mundo mental, como sejam: a acomodação com fenômenos de procedência exótica, presididos por rituais incompatíveis com a pureza de nossos princípios, o indevido deslumbramento diante de profecias mirabolantes e a conexão sutil com Inteligências desencarnadas menos dignas, que se valem da mediunidade incauta e ociosa entre os homens, para a difusão de notícias e mensagens supostamente respeitáveis, pela urdidura fantasmagórica, e que encerram em si o ridículo finamente trabalhado, com o evidente intuito de achincalhar o ministério da verdade e do bem.

A morte não é milagre e o Espiritismo desceu à Humanidade terrestre com o objetivo de espiritualizar a alma humana.

Evitemos proceder como aquele artífice do apólogo, que pretendia consertar a vara torta buscando aperfeiçoar-lhe a sombra.

Iluminemos o santuário de nossa vida interior e a nossa presença será luz.

Eis a razão por que, em nos comunicando convosco, reportamo-nos aos quadros dolorosos que anotamos aqui, na esfera dos ensinamentos desaproveitados, para destacar o impositivo daquela oração e daquela vigilância, perenemente lembradas a nós todos pela advertência do nosso Divino Mestre, a fim de que estejamos seguros no discernimento e na fé, na fortaleza e na razão, encarando o nosso dever face a face.

Pelo Espírito Inácio Bittencourt
Do livro: Vozes do Grande Além

Médium: Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos

23 dezembro 2010

Tire Férias de Você - Kelvin Van Dine

TIRE FÉRIAS DE VOCÊ

Examine uma casa por fora: fachada, parede, janelas, portas... Lá dentro pode estar ocorrendo um crime, nascendo alguém, orando alguns, mas nada sabemos, nem nos interessamos sobre isso.

Se algo relacionado com ela atinge, tudo nela se nos transfigura aos olhos. Passa a ter importância. Lugar destacado nos cenários da existência.

Assim vivemos entre os homens e almas.

Mister ampliar nosso mundo, nosso itinerário. Façamos a convergência e a parada de nosso carro nas estações de outras criaturas.

Pessoas, coisas, fatos e tempo conservam o valor que lhes damos. A vida vai mal se o espírito não vai bem. Em tudo, nossa tendência instintiva é ver a nós mesmos. Somente nós. Sempre nós.

Entremos em recesso de nós próprios.

Tire férias de você de quando em quando. Pense nos outros. Olhe, fale, pergunte, sonde crises e dificuldades adentrando o calvário do próximo com o objetivo de auxiliar.

Não precisamos e nem conseguimos martirizar-nos ou morrer no lugar deles. Podemos comparticipar-lhes, de algum modo, a experiência seja amenizando-lhes o trabalho ou atenuando-lhes a balança da alegria-tristeza.

Comparecer com nossa quota de fraternidade em simpatia, palavra, ação, dinheiro, intercessão, servicinho.

Faça justiça, gerindo bem os bens que a vida lhe dá, antes que a Justiça da Vida lhe acerte as contas. Quem conhece os problemas que amanhecerão conosco amanhã?

Os talentos que o tempo lhe empresta, não lhe são confiados para seu exclusivo usufruto. Pertencem aos seres que lhe respiram a vizinhança.

Devemos ser úteis a todos, notadamente àqueles que se movimentam junto de nós.

Ninguém conte com burilamento íntimo num dia, num lance de intrepidez, numa vitória espetacular. Evolução não é prêmio de loteria. É serviço de pouco a pouco, repetição de sol a sol, remédio de gota a gota. Voltar sempre para avançar mais além, recapitular o que se aprendeu, eis a base das realizações.

Quem não tem ânsias de ser diferente? Pois seja! Pratique altruísmo em silêncio. Saborearás a sós a felicidade de se fazer mais humilde.

Arrisque-se a benefício do próximo sem mostrar-se.

Organize o contentamento alheio sem cogitar de aparecer.

Adestre paciência evitando as explosões de azedume habituais, sem dar a entender que já procura reeducar-se.

Acenda luminárias de fé e otimismo no coração...

Idéia renovadora na mente não permite o tresmalho dos pés da rota correta. Atividade construtiva nas mãos entretece louros no espírito.

Tire férias de você, largue as preocupações que lhe chumbam os pensamentos nas sombras do "eu mesmo".

Excursione nas províncias em que se entrechocam as esperanças e as provas dos outros e experimente. Você voltará ao distrito das próprias lutas de ânimo mais saudável e de espírito sempre melhor.

De “Técnica de Viver”
De Waldo Vieira
Pelo Espírito de Kelvin Van Dine

22 dezembro 2010

Teus Filhos - Ayrtes

Teus Filhos

Estamos dentro da tua casa, para falar de teus filhos. A experiência nos convida a dizer-te que teus filhos são espíritos que não nasceram de tua carne. O corpo é apenas uma veste trocável, na seqüência que orienta a reencarnação. Teus filhos que já chegaram ou que estão por chegar são sensíveis nos primeiros anos de vida e na juventude, podendo herdar muito da tua conduta, tanto pelo visual como pelas vibrações que as ações emitem. Vê bem as responsabilidades dos pais para com os filhos! Mas, se queres podemos, ajudar-te com algumas informações acerca da convivência com os filhos dentro de casa e podemos – tendo prazer em – doar o que aprendemos pela experiência. O mundo é uma escola valiosa e imensurável, que nos ajuda a entender a sabedoria da vida.

Quando começas a gerar o corpo do teu filho, o espírito já se encontra ligado a ele por fios invisíveis e poderosos, sendo capaz de registrar o que pensas e fazes. Tem cuidado no período de gestação; se queres ajudá-lo, começa desde já a formação de seu corpo, alinhando os teus pensamentos com o amor; não entres em discussões com ninguém; não difames os companheiros, não injuries teus irmãos; faça desaparecer de teus pensamentos idéias de ódio, de orgulho e de egoísmo; entra na falange da caridade e obedece teus ditames, pois ela, a rainha das virtudes, gera a amizade. Procura viver em plena paz, trabalhando em favor dos que sofrem, beneficiando a ti mesmo, fechando os ouvidos à maledicências e cerrando os olhos onde as trevas queiram te mostrar o que não deve ser visto. Procura desenvolver a afeição a todos os teus irmãos, porque a simpatia é medicamento para todos os males do corpo e da alma ; a melancolia somente permanece em quem se esquece do bem e da coletividade.

Os teus filhos falam-te de onde eles estiveram, sem que ninguém pergunte.
Cria-os com bondade, sem deixar despercebida a energia quando necessária. A caridade mais segura é a praticada dentro do lar e ela pode refletir a vida toda na tua vida e na vida de teus filhos. Alimenta a estima por eles, que eles te devolverão todo este material de amor.

É dever dos pais saber dar exemplos pela conduta ensinada e vivida pelo Cristo. Fazer o culto do Evangelho no Lar ,pois com esta disposição serás mais beneficiado e os luminares da eternidade acompanhar-te-ão em todos os teus esforços de aprender a servir . A tua casa é o teu mundo; se já conquistaste a harmonia nele , passa a ajudar o mundo do teu vizinho, sem interferir nos seus deveres particulares; sempre surgem oportunidades, que devem ser aproveitadas; a dedicação aos os que cercam nos leva a paz de consciência.

Se o nosso tema é AMIZADE, procura fazer amigos sem as compras favoráveis ao interesse particular; ajuda-os com u'a mão, sem que a outra veja. Esta é a caridade divina, na divina expressão do amor; e teus filhos, observando isto, passarão a fazê-lo também, copiando-te os gestos.

E isto é nobre, pela nobreza do próprio ato.

De “Tua Casa”
De João Nunes Maia
Pelo Espírito Ayrtes

21 dezembro 2010

Técnica de Entender - Caibar Schutel

TÉCNICA DE ENTENDER

— Espírito renitente, esse perseguidor! Onde a misericórdia divina que não se compadece da vítima obsidiada?

Considerando qualquer problema de ordem espiritual não há como deter-se tão-somente num lado da questão. Toda reação procede de uma ação equivalente. A intensidade da ira daquele que se imana a outrem em revel cobrança obsessiva é consequência da dívida do que jaz perseguido. Não há porque esperar seja a vítima de ontem perturbada e aflita, aquele que deve libertar e esquecer. O devedor que fugiu à justa punição em ocasião oportuna renasceu assinalado pela necessidade de amar e libertar-se do compromisso através do bem que faça, pela sementeira de luz que produza ou mediante a compulsória da dor. Enquanto mergulhado na névoa carnal sempre é mais fácil — graças à limitação dos registos psíquicos que não acordam a memória para a intensidade do erro cometido — desculpar e amar.

Há obsessão porque há débito.

Renove-se o atormentado, produza na seara da ação nobilitante e mais fácil será a transformação dos que se lhe vinculam pela inferioridade e pela ira.

Deus é o mesmo Pai Magnânimo do que expunge-sofrendo como do que macera-sofredor.

***

— No momento em que eu mais necessitava de socorro os Espíritos Guias pareceram-me distantes! Valerá, então, crer?

Os Espíritos Guias são amorosos instrutores dedicados à sublimação e aprendizagem do educando na via terrestre. Nem gênios miraculosos, nem protetórios inconscientes. Instruem e consolam, orientam e inspiram.
Preparam, mediante assistência carinhosa e desvelada, para que nas provas de promoção a que se devem submeter os seus pupilos, estes disponham dos recursos próprios para a ascese e i progresso. Que são os sofrimentos senão resgates e as dificuldades senão exame? Como aquilatar o resultado da aprendizagem sem o concurso do teste?

Não se ausentaram os Guias Espirituais no momento áspero dos seus testemunhos; sofreram com você e ao seu lado o fracasso que você assinala.
Educadores excelentes não realizam as lições que competem aos aprendizes nem executam as tarefas do programa evolutivo, que enseja progresso e libertação.

***

— Deixei-me arrastar à loucura por absoluta falta de força para resistir. Onde estava Deus que me não acudiu?

A resistência da lâmina depende da têmpera a que foi submetida.

O espírito se eleva galgando os incessantes degraus de lutas vencidas e aflições transpostas.

Deus tudo estabeleceu em leis imutáveis e inamovíveis para todos, providenciando, paternal, o cadinho purificador e santificante para os filhos incipientes na verdade e incidentes no erro.

Ante a dificuldade não transposta você indaga: “onde estava Deus que me não socorreu?” E onde estavam as suas elevadas convicções que não trabalharam o seu espírito na humildade em nome de Deus; os feitos que o credenciariam ao socorro de Deus; a sua irrestrita confiança, em prece honesta e meditação profunda sobre as leis de Deus no dia-a-dia da Vida? “Um só Deus e Pai de todos, que é sobre todos e em todos.” (*)

Que nos seja possível integrar as equipes d’Ele nas linhas redentoras de socorro à humanidade sofrido! — esta, sim, deve ser a técnica de entender a missão do homem inteligente na Terra, para que “Deus seja tudo em todas as coisas.”

Caírbar Schutel (*) Efésios 4:6 - I Coríntios 15:28 - Notas do autor espiritual. De “Crestomatia da Imortalidade” De Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos

20 dezembro 2010

Evolução e Livre Arbítrio - Emmanuel

EVOLUÇÃO E LIVRE ARBÍTRIO

Porque há dores necessárias no erguimento da vida, há quem se acolha à faixa da negação.
Ainda agora, muitos cientistas e religiosos, encastelados em absurdos afirmativos, parecem interessados em se anteporem ao próprio Deus.
Gigantes do raciocínio constroem máquinas com que investem o espaço cósmico, em arrojados desafios, para dizerem que a vida é a matéria suposta onipotente, enquanto que milhares de pregoeiros da fé levantam cadeias teológicas, tentando aprisionar a mente humana ao poste do fanatismo
Na área de semelhantes conflitos, padece o homem o impacto de crises morais incessantes.

Não te emaranhes, porém, no labirinto.
O mundo está criado, mas não terminado.

De ponta a ponta da Terra, vibra, candente, a forja da evolução. Problemas solucionados abrem campo a novos problemas. Horizontes abertos descerram horizontes mais amplos. E, na arena da imensa luta, o espírito é a obra-prima do Universo, em árduo burilamento.

O Criador não vive fora da Criação.

A criatura humana, contudo, ainda infinitamente distante da Luz Total, pode ser comparada ao aprendiz limitado aos exercícios da escola.
Cada civilização é precioso curso de experiências e cada individualidade, segundo a justiça, deve estruturar a sua própria grandeza.
Examinando o livre-arbítrio que a Divina Lei nos faculta, consideremos que nós mesmos, imperfeitos quais somos, não furtamos, impunemente, uns dos outros, a liberdade de conhecer e realizar.
Pais responsáveis, não trancafiamos os filhos em urnas de afeto exclusivo, com a desculpa de amor.
Professores honestos, não tornamos o lugar do discípulo, ofertando-lhe privilégios, a título de ternura.
Médicos idôneos, não exoneramos o enfermo dos arriscados processos da cirurgia, a pretexto de compaixão.

Recebe, pois, o quadro das provações aflitivas em que te encontras, como sendo o maior ensejo de crescimento e de elevação que a Bondade Infinita, por agora, te pode dar.

Não te importe o materialismo a dementar-se no próprio caos.
Sabes que o homem não é planta sem raiz, nem barco à matroca.
Os que negam a Causa das Causas, reajustam, para lá do sepulcro, visão e entendimento, emotividade e conceito.
Enquanto observas, no caminho, perturbação e sofrimento, à guisa de poeira e sucata em prodigiosa oficina, tranquiliza-te e espera, porquanto, aprendendo e servindo, sentirás em ti mesmo a presença do Pai.

Do livro "Justiça Divina"
Pelo Espírito Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier

19 dezembro 2010

Para Que Nasci - Scheilla

PARA QUE NASCI

A maturidade vai chegando, sem ainda alicerçar o entendimento, e surge a pergunta, na floração do cérebro em que desponta a luz do saber:

— Para que nasci?

Essa pergunta mais tarde recebe, da própria vida, a resposta, principalmente quando o jovem encontrar a oportunidade valiosa de conhecer a Doutrina dos Espíritos, fonte divina de informações para todas as dúvidas.

Nasceste, meu filho, como todos os outros, em busca da perfeição.
Nascer é um dos processos do aprimoramento que a Divindade emprega em favor de todos nós. Uma reencarnação é oportunidade de ouro em nossas mãos.

Estamos esperando esse tesouro de há muito, e sempre pedimos a Jesus que o nosso nascimento seja no Brasil, e que não nos falte trabalho nos caminhos que haveremos de percorrer.

Quem se encontra movendo-se em um corpo físico, seja ele como for, que tenha paciência, reforce a fé e procure, se ainda não conhece, uma filosofia que lhe dê maior entendimento sobre a vida, não se desesperando, querendo voltar para cá sem cumprir seus deveres ante o mundo. Quando chegamos aqui com mãos vazias, os padecimentos são terríveis, no que tange à consciência.

Ouve a nossa voz de alerta! Jesus quando disse que era o Caminho, a Verdade e a Vida, expressava a única maneira de alcançarmos a felicidade.
Procura conhecer Jesus, se ainda não despertaste para tal, que a tua vida será, verdadeiramente, uma vida no Chão de Rosas.

Estamos em uma época de modificações urgentes. Logo, compreenderás porque nascemos e renascemos na Terra, porque a fila, aqui, para reencarnar, é muito grande. Ademais, requer-se muito preparo para essa volta, nos dias que correm, céleres, em busca da Luz maior.

Estamos próximos de um grande desfecho. O ciclo evolutivo planetário está findando, oportunidade em que a reencarnação se torna mais difícil, para as almas em provações. As reincidentes no mal, deverão enc ntrar outros mundos, onde o ranger de dentes é norma comum. Em alguns planetas, falta mesmo a luz de um sol, como temos aqui, na Terra; essa beleza divina, que são os raios solares, que trazem consigo milhões de toneladas de energias vivificantes, todos os dias, em nosso favor.

Para que nasci? Tal pergunta é blasfêmia, quando falamos revoltados.
O nascimento, na Terra, é porta para ingressarmos na luz de maiores entendimentos e felicidade.

A Doutrina Espírita está empenhada em espargir luzes, como está fazendo, em todas as direções. No amanhã, será reconhecida até pelos próprios mandatários da Terra, porque, quem ajuda a educar e instruir, não pode ser persona non grata para um país. Se o lema é a Caridade, que nasce do Amor, é força poderosa, que vem diretamente de Deus.

De “Chão de Rosas”
De João Nunes Maia

Pelo Espírito Scheilla

18 dezembro 2010

O Prazer de Servir - Scheilla

O PRAZER DE SERVIR

Quem tem o prazer de ser útil aos seus semelhantes está acompanhando o progresso, que nos pode mostrar o caminho pelo qual se encontra a caridade, cuja força nos mostra o caminho pelo qual se encontra a caridade, cuja força nos mostra o ninho de amor instalado no berço divino do coração.

Todos nós, encarnados e desencarnados, temos como dom de Deus o impulso de ajudar, de ser companheiro e de ajudar ao nosso irmão a carregar a sua cruz. Isso também envolve as pedras que, na sua inconsciência, servem para o bem-estar da humanidade; as árvores que, em pleno sono, servem para o deleite dos homens, com seu corpo ciclópico e seus frutos alimentícios; os animais, que trabalham em favor das criaturas e ainda são sacrificados para alimentar as mesmas.

É, pois, o dom de ser útil que está mais avançado nos seres humanos, até passarem a corresponder ao Amor.

O que devemos fazer deste amor? Deixá-lo florir nos nossos caminhos, como sementes da divindade, repondo tudo o que tomamos, muitas vezes pela força, das pedras, animais e árvores, na predisposição dos seres viventes, para o reconhecimento da vida, no coração de Deus.

Quem sente o prazer de servir está se organizando para ser útil onde estiver, não somente aos semelhantes, mas a tudo e a todos.

Os homens da Terra já estão sendo despertados para legislar em proteção aos reinos que são fundamentais para o equilíbrio da vida. A natureza deve ser preservada pelo Amor, pois ela é o seio de Deus, que alimenta e instrui as criaturas.

De onde sai o pão? De onde saem as vestes, de onde sai o instrumento para os livros, de onde sai o material para as casas e veículos? Enfim, tudo sai dela, como bênção maior, a nos induzir para o bem comum. É o prazer de servir, fecundado no coração da terra e esplendendo na voz da natureza através de tudo o que a vida encerra.

Nós, do mundo espiritual, amamos muito a natureza, pois ela é, para nós, a mãe que nos oferta tudo o de que precisamos para assistir a todos os homens. Não podemos esquecê-la.

Notamos e sentimos Deus nas suas engrenagens de vida, sentimos os anjos se movimentando na explosão de benevolência. Os campos são férteis de magnetismo puro, as águas são doadoras de energias sublimadas e os ventos são viajores de vida sem barreiras de divisões que os homens, como pretensos deuses da Terra, querem formular. Tudo isso mostra como a natureza serve a todos com prazer e são os homens que mais recebem e, portanto, mais deveriam dar.

A Doutrina dos Espíritos vem nos ensinar a melhor compreender, a melhor doar. E a dama divina encarregada disso, em nome de Jesus, chama-se Caridade.

De "Flor de Vida"
De João Nunes Maia
Pelo Espírito Scheilla

17 dezembro 2010

O Milagre da Fé - Miramez

O MILAGRE DA FÉ

Quando falamos em fé, abre-se na alma um campo imenso de alegria pois foi Jesus quem valorizou a confiança nas criaturas, quando dizia: “A tua fé te curou”.

Conscientizemo-nos de que temos em nós todas as qualidades, que podem nos levar à felicidade, curando todos os nossos desequilíbrios, removendo todas as nossas enfermidades, caso as tenhamos. Podemos dizer que esse é o milagre da fé, força poderosa que reside em nós, em forma de valores da vida, que bastam ser despertados em nosso próprio bem, que o Bem maior já aconteceu: a doação destes dons incomparáveis de vida eterna, pela Misericórdia Divina.

No entanto, para que possamos despertar essas luzes na nossa intimidade, convém saber que é necessário cultivar a persistência, na busca da ciência do amor, na constância da caridade bem orientada, na perseverança do perdão a todos aqueles que nos ofendem e caluniam, na firmeza de todos os ideais da fraternidade. Tendo essa firmeza até o fim, seremos salvos das investidas do mal, alcançando a harmonia em todos os sentimentos.

A fé é força divina, sendo o conjunto das virtudes que se apoderam da nossa consciência, instalando o amor em nosso coração. O Espírito, mesmo movendo-se em um corpo físico, pode acionar as forças da fé; depende dele mesmo, no aprimoramento das suas qualidades no campo dos sentimentos, alinhavando todos os dias, a força mental da educação dos seus próprios pensamentos, cuja convivência com eles ainda são segredos, sendo área enorme para ser trabalhada pela disciplina, como pela instrução.

Todavia, não podemos nos esmorecer; ao contrário, devemos enfrentar todos os meios de educar e aprender,que a mão de Deus não se fará esperar. O tempo vai nos revelando a verdade, de acordo com o crescimento das qualidades. Vale dizer: que sejamos perseverantes no ideal do bem comum, confiando sempre em Deus, que Ele não nos deixará órfãos. Pelas vias dos benfeitores espirituais, o Senhor nos ajuda e, para tanto,tenhamos Fé.

Como nos fala o Evangelho Segundo o Espiritismo, “a fé é a substância das coisas pensadas”, e nós dizemos que ela é também a sublimidade dos nossos sentimentos e a segurança da nossa vida.

Onde estiveres, tem certeza do que está fazendo, para que te firmes no conhecimento da verdade. Em tudo a força da fé penetra, tornando-se um milagre da natureza em nosso benefício, compreendendo que é vontade de Deus que, pela verdadeira fé, se faça o Cristo em nós como motivo da glória celestial.

No futuro, a própria medicina há de se consubstanciar-se na fé, porque ela predispõe o organismo para a cura de si mesmo. Toda alma perseverante no bem alcança a presença do Criador em todos os seus caminhos, e vive feliz, por escutar a voz de Jesus a lhe dizer “A paz seja contigo” e mais adiante, torna a ouvir: “A tua fé te curou!”

Todo aquele perseverante nas lições do Mestre ganha terreno no ambiente do amor, e quem ama nas modalidades que Jesus ensinou e viveu, sente a claridade dos Céus a convidá-lo para a felicidade.

De “Cura-te a ti mesmo”
De João Nunes Maia
Pelo Espírito Miramez

16 dezembro 2010

Cristo-Livre - Miramez

CRISTO-LIVRE

De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre. Gálatas, 4:31

Cristo-Livre assinala uma compreensão em todos os conceitos evangélicos, libertando o iniciante do ágio dos Fariseus modernos, que intentam fazer da religião um comércio lucrativo. Dá prerrogativa ao teu Cristo interno e com facilidade Ele te inspirará ideias puras, de sorte as livrar-te do peso morto dos pensamentos enganosos. Os pensamentos filosóficos e religiosos estão caminhando a passos largos para o ganho fácil, desnorteando, assim, os conceitos de pureza e o exemplo de luz, dentro dos quais andava o Mestre e seus discípulos.

As instituições que se enriquecem tornar-se-ão presas ao ouro, onde quem for dotado de fortuna a contribuir com mais dinheiro, comprará sempre a atenção dos dirigentes. Todavia, mesmo o ouro todo do mundo não consegue empanar a luz do Cristo. Passam-se os homens, passam-se as fortunas, mas as coisas de Deus são eternas. O Evangelho permanecerá para sempre, porque é luz que alimenta vidas, porque é Deus ajudando a Seus filhos a se tornarem livres.

Já conseguiste gostar de alguém sem ser influenciado por ele, quando suas ideias estão fora das leis de Deus? Tu que és empregado e admirado pelo patrão, quando ele deseja que faças coisas erradas, qual a tua atitude? Tu, que és filho obediente, quando os teus pais trilham por caminhos indesejados, os teus passos os acompanham? Que desejas fazer quando livros, programas de rádio e televisão te estimulam para uma conduta contrária à da consciência cristã?

Se duvidas nas decisões, eis que chegou a hora do teu Cristo-Livre!
Confia na voz de Deus no teu coração, e busca na prece o conforto da presença divina, que ser-te-á dado o roteiro a seguir; contudo, para tanto necessário se faz que limpes o coração das mazelas acumuladas, e a mente, de pensamentos que envergonham a consciência. Todos somos filhos da liberdade, e não oriundos da escravidão, entretanto, a alforria somente nos vem pelo poder da graça de Deus a se manifestar em nós, diante dos nossos esforços, no combate incessante do homem exterior, não permitindo que a escravidão da carne tome o espírito nas suas horas de invigilância.

Assenta guarda permanentemente junto ao coração, no cumprimento da advertência do Cristo, que assim nos orienta: Vigiai e orai. Não existe escravidão maior do que a da alma presa pelo ódio; não tem cadeia mais triste do que a do ciúme, obsessão mais terrível do que a vingança e o engano, qual o apego demasiado aos bens terrenos. Se pretendes livrar-te destas correntes da ignorância, busca hoje, agora mesmo, o teu Cristo-Livre de todas as peias do mundo farisaico, competindo com ele na luta contra o mal, assimilando todas as suas experiências como Guia infalível dos nossos caminhos.

A liberdade tem um preço, cujo valor é imensurável, porque consome séculos e milênios de atenção sem vacilar; o esforço individual é o motor para o empuxo evolutivo, e a vontade de Deus, o combustível. Medita nesta sequência de coisas, e parte para a tua parcela, que sentirás o teu progresso como condão de luz nas mãos da vida! Se uma cidade é feita de casa em casa, se um corpo humano é constituído de célula em célula, e uma página der letra a letra, as leis são as mesmas no tocante a nossa vida espiritual: ela é feita de virtude a virtude, na presença do tempo, pelas bênçãos de Deus e Cristo. Eis aí quando a liberdade beija os nossos corações e o sol nasce nas nossas vidas! E gritamos com todas as forças da alma:

De maneira que, irmãos, somos filhos, não da escrava, mas da livre.

De “Cristos”
De João Nunes Maia
Pelo Espírito Miramez

15 dezembro 2010

O Livre-arbítrio - Raul Teixeira

O Livre-arbítrio

Às vezes, conversando com pessoas amigas, dizem-me que uma das coisas que elas não conseguem entender, na Lei de Deus, é o livre-arbítrio que Deus nos deu. Porque se Deus não nos houvesse dado o livre-arbítrio, nós não erraríamos, nós faríamos tudo certinho.

E óbvio que podemos pensar que se Deus não nos houvesse dado o livre-arbítrio, não seríamos nós que agiríamos, seria Deus agindo sobre nós.

Não seríamos esses indivíduos independentes que somos, estaríamos no estágio ainda dos irracionais. Na vida dos irracionais não existe esse nível de livre-arbítrio como encontramos entre os humanos.

Os animais têm livre-arbítrio sim, mas, dentro de uma esfera bastante limitada, que é a esfera dos seus instintos.

O animal pode decidir se ele quer comer ou se ele não quer comer. Muitas vezes colocamos alimento para ele, ele cheira e vai embora, ele não quer. Outras vezes, não lhe estamos dando alimento e ele salta em nossas mãos para tirar o que carregamos.

Ele tem liberdade de deitar, de correr atrás dos carros, atrás de outros animais, de esconder-se, de brincar com os outros animais ou com as criaturas humanas. Então, os animais têm livre-arbítrio. Quando eles não querem, eles rosnam, se recusam, se ocultam.

Então percebemos que existe, na criatura humana, um nível de discernimento que o irracional não tem.

Nós somos chamados de animais racionais por uma peculiaridade que a evolução nos concedeu e que há de conceder a outros seres espirituais que avançam na carreira para Deus.

Somos capazes de juntar os pensamentos, de relacionar pensamentos e épocas, de tirar ilações sobre esses pensamentos e épocas e isso nos dá o caráter de racionalidade.

Podemos dizer que, neste ano, nesta época em que estamos, o clima está diferente do mesmo período do ano passado. Relacionamos épocas, relacionamos coisas, o clima.

Podemos dizer que este ano não comeremos tanto no aniversário do familiar como comemos no ano passado ou poderemos dizer: No próximo ano, eu quererei ser tão feliz como estou sendo neste ano.

Vejamos que o ser humano é capaz de correlacionar episódios, de correlacionar coisas, épocas e sacar consequências.

Se, no próximo ano chover como choveu agora, teremos uma produção maravilhosa, uma safra excelente. Se, no próximo ano houver seca, perderemos toda a produção.

Vemos que a mente humana é capaz de ir e de vir, de relacionar as épocas, os episódios, os fatos. Os irracionais não, os irracionais agem sempre da mesma maneira.

Olhamos a casa do João-de-barro. É sempre construída do mesmo modo. Olhamos como funcionam os cardumes. Sempre do mesmo modo. Como se comportam as matilhas? Do mesmo modo.

Verificamos que os irracionais são regidos por uma Lei, por uma determinação Divina que os faz agir devidamente.

Não se pode dizer que os animais agem corretamente porque este conceito de certo e de errado, de correção, de incorreção, só se dá, só aparece nas criaturas morais e as criaturas morais na Terra, somos nós, os seres humanos.

Os animais agem pelo instinto e esse instinto é a inteligência que a Divindade lhes deu, de que a Divindade os dotou para que eles possam se defender em a natureza, possam se alimentar, reproduzir, viver com a mínima segurança num lugar inóspito, num lugar onde haja predadores.

Daí percebermos que temos muita coisa a tirar da nossa liberdade, do nosso livre-arbítrio.

Arbítrio significa vontade. Eu tenho um arbítrio. Quando exorbito na minha vontade, sou chamado de uma pessoa arbitrária, que eu fiz a minha vontade suplantar as vontades alheias. Serei arbitrário, terei usado mal meu livre-arbítrio.

* * *

Enquanto verificamos o uso da nossa vontade, para que não sejamos pessoas arbitrárias, pessoas que impõem a sua vontade aos outros, nos damos conta de que o outro aspecto da expressão há liberdade, tem duas conotações.

Poderemos viver uma liberdade social. Eu vou para onde eu quero, faço como eu quero, moro onde eu gosto e posso pagar.

Mas temos uma liberdade interior, que é aquela condição em que eu não me envergonho de mim mesmo, não tenho vergonha dos meus atos. Posso, como lembrou o argentino José Ingenieros, olhar para trás sem ter remorsos. Esse é um estágio de liberdade que deve ser buscado por nós.

Muitas vezes, blasonamos essa liberdade de que usufruímos, mas somos realmente escravizados aos nossos vícios, às nossas manias, às nossas incapacidades.

Quantas são as pessoas que se dizem livres mas não conseguem se libertar, por exemplo, do tabagismo.

E porque não conseguem se libertar de cem milímetros King Size, elas não são livres, são escravas do tabaco, escravas do seu vício e, como consequência, dos problemas de toda ordem que a nicotina, o alcatrão e mais centenas de subprodutos do tabaco são capazes de produzir, até ao enfisema pulmonar, aos cânceres e outras coisas.

Há outros que afirmam ser livres mas não conseguem se libertar do alcoolismo. O etilismo faz com que sejam pessoas vira-folhas. Quando estão sóbrias agem de um jeito, quando ingerem alcoólicos ficam transtornadas.

Elas são livres socialmente para beber mas são escravas da bebida de que se utilizam.

Há outros que afirmam ser livres para viver o sexo e o querem cada vez mais liberadamente, mas são incapazes de assumir as responsabilidades decorrentes do uso da sexualidade.

Se a companheira, por exemplo, no caso do homem, engravidar, a providência mais fácil será abortar.

Muitas vezes a mulher, que se afirma livre na mesma contingência da sexualidade, se se descobrir grávida, tomará a grande providência de abortar.

É obvio que há exceções e exceções notáveis e felizes, indivíduos que assumem as consequências dos seus atos. Mas, muitas vezes complicaram a vida, criaram situações desnecessariamente negativas, complicadoras mesmo para seus passos no mundo.

Não foi à toa que Jesus Cristo estabeleceu: Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.

Todas as vezes que estivermos lidando com uma verdade qualquer que seja, essa verdade tem que ter o poder, o condão de nos libertar de nossas limitações, de nossas dificuldades, de nossas asperezas, de nossos vícios, de todas as danações que nos desregulam a alma.

Do contrário, não poderemos dizer que isso seja verdade ou, se for verdade, não conseguimos com ela encontrar a propalada liberdade.

O Apóstolo Paulo afirma que onde estiver o Espírito do Senhor, aí estará a liberdade. Onde estiver o Espírito do Senhor.

O Espírito do Senhor é essa impulsão da alma, é essa inspiração superior que nos leva a agir no bem, a desejar o bem sob qualquer ângulo em que ele esteja sendo considerado.

Por causa disso, onde estivermos vivendo de acordo com as Leis da consciência, fazendo aquilo que a consciência nos recomenda, ainda que não seja o mais agradável socialmente, ainda que disso não conquistemos aplausos do mundo, estaremos em paz interior, estaremos livres.

Olharemos dentro dos olhos das pessoas sem nos envergonharmos, falaremos de viva voz as coisas, sem nos sentirmos intimidados pela incapacidade moral. Essa é a liberdade de dentro, mais importante para nós do que propriamente a liberdade de fora.

Não esqueçamos de que quando Sócrates, o grande filósofo da Grécia, esteve detido até ser condenado a beber cicuta, um dos seus discípulos lamentava o fato de ele estar preso e ele asseverou que não. O corpo estava detido mas sua alma voava através dos grandes céus do pensamento.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 201, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.

14 dezembro 2010

No Campo do Destino - Emmanuel

NO CAMPO DO DESTINO

No tempo infinito, o “hoje” é o reflexo do nosso “ontem”, tanto quanto o “amanhã” será, como é justo, a projeção do nosso “hoje”.

Eis porque a estreita existência do espírito, no círculo da vida física, antes de tudo, vale por bendita oportunidade à renovação de si mesmo.

A reencarnação, por isso, não será tão-somente resgate de transgressões, mas ensejo de modificações das causas que criam o destino, com visitas à futura alegria da consciência redimida ao sol da imortalidade.

Todavia, para que o homem se valha de semelhante recurso na construção do porvir, é indispensável transforme a antiga conceituação que lhe rege os passos evolutivos, aceitando a responsabilidade de viver, segundo as Leis Divinas, que é o Infinito Bem por toda parte, convertendo a trilha que lhe é própria em estrada de amor para os que o cercam, de vez que estabelecendo a harmonia e a segurança, a paz e o reconforto para os outros, será fatalmente investido na posse da verdadeira felicidade.

Recebe, cada dia, por flama de luz que podes aproveitar no engrandecimento da vida que te rodeia.

Para isso, porém, recolhe os talentos da provação, do trabalho e da dor, à maneira da pedra, que encontra no martelo e no buril, que lhe dilaceram a forma, os instrumentos capazes de conduzi-la à condição de obra-prima que pode ser.

Auxilia sem esperar que te auxiliem, ama sem exigir que te amem, compreende sem aguardar a compreensão alheia, justifica o próximo sem a preocupação de seres justiçado, serve sem recompensa e, pouco a pouco, experimentarás em ti mesmo a grande transformação.

É que terás sublimado as causas de teu caminho e expulsado as sombras que te prendem às teias da vida humana, estarás refletindo, sem perceber, desde a Terra, o esplendor do Céu.

Cultiva o trabalho constante, o silêncio oportuno e a generosidade sadia e conquistarás o respeito, sem o qual ninguém consegue ausentar-se do mundo em paz consigo mesmo.

Do livro "Alvorada do Reino" Pelo Espírito Emmanuel Médium: Francisco Cândido Xavier


Nosso lugar no Cosmos - Raul Teixeira

Nosso lugar no Cosmos

O astrônomo Dan Goldsmith perguntado a respeito de qual era a maior invenção, para ele, nesses últimos dois mil anos, respondeu de forma muito interessante.

Afirmou o astrônomo inglês que, para ele, o mais fundamental nesses dois mil anos, foi a síntese mental da Humanidade que permitiu que os indivíduos passassem a perceber que fazemos parte, aqui na Terra, de uma grande família, de um grande circuito, de um circuito cósmico e não estamos isolados num ponto específico do espaço, como se fossemos uma ilha. Fazemos parte dessa grande família cósmica que vibra pelos Universos.

A partir dessa fala de Dan Goldsmith, começamos a refletir sobre aquilo que ele chamou de síntese mental.

Torna-se uma síntese mental porque, ao longo do tempo, gradativamente, as pessoas foram entendendo que era impraticável imaginar-se que a Terra está isolada no espaço ou que aqui é o único lugar em toda parte onde existe vida humana, onde há criaturas pensantes, indivíduos inteligentes.

Essa ideia, a princípio, fazia parte das crenças chinesas, dos chineses primitivos, que chegavam a arremessar contra as estrelas suas flechas incendiárias, imaginando que essas flechas iriam alcançar alguém habitante das estrelas.

Essas ideias também faziam parte dos religiosos da Antiguidade, que sempre acreditaram que há seres que vivem nesses mundos brilhantes da imensidão.

Mas, formalmente, a Ciência sempre foi cética com relação a isto, pelo menos a Ciência Ocidental.

Quando ouvimos um homem como Dan Goldsmith expressar-se desta maneira, de que para ele, nos últimos dois mil anos, a coisa mais fundamental, a invenção mais notável é essa síntese mental da Humanidade, sentimo-nos felizes por perceber que já existe grande grupo pensando a respeito dessa viabilidade de vida em outras partes do Universo, vida em outros mundos. Mas, fundamentalmente para Smith, é importante que nós sintamos que não estamos isolados no Cosmos, estamos, isto sim, integrados a um grande contexto, a um gigantesco Cosmos.

E, cabe-nos então, baseando-nos nessa afirmativa do astrônomo, desejar saber qual a importância disto, qual a importância de sabermos que somos parte de uma gigantesca família.

Nós, os humanos, precisamos saber qual é a importância de tudo isto. E ao pararmos para avaliar a afirmativa de Dan Goldsmith, nos apercebemos de que estarmos partilhando essa vida cósmica significa que existe um objetivo, ou se quisermos, um telefinalismo, uma finalidade distante do Autor da vida, da Divindade ou de Deus, se assim quisermos, para que existamos, para que estejamos aglomerados em planetas diversos.

Como numa grande cidade, cada família mora em sua casa e há conjuntos de casas que formam um mesmo bairro e são esses bairros que constituem a cidade.

Ora, a partir disso, lançamos a nossa visão para ensinamentos notáveis que advém do Mestre Nazareno quando lemos as notas do Evangelista João, 14, 1 a 3: Credes em Deus, crede também em mim. Na casa do meu Pai há muitas moradas. Eu me vou para vos preparar o lugar e se assim não fosse eu já vos teria dito.

Ora, se há muitas moradas na casa do Pai, Dan Goldsmith conseguiu perceber isto a tempo, para nos ensinar, para deixar claro aos seus leitores, aos que estudam suas teses, de que a síntese mental da Humanidade foi a coisa mais eloquente para ele, ao entender que somos partes de uma grande família.

* * *

Quando nos damos conta de que fazemos parte dessa imensa família, isso de algum modo deverá servir para diminuir a nossa prepotência, nosso orgulho.

E essa vaidade tão tola de nos acharmos superiores aos outros. Todos nós fazemos parte de uma grande grei, um clã agigantado que cobre milhões e milhões de sóis, que compõem milhares e milhares de constelações, de sistemas planetários.

Deste modo, não estamos sozinhos nesse contexto evolutivo. Como numa cidade, existem aqueles que estão trabalhando em posições subalternas, até que consigam crescer, se desenvolver, se aprimorar, quanto há aqueles que já estão galgando posições mais altas, dado o trabalho que desenvolveram sobre si próprios. No concerto dos mundos também ocorre isto.

A Terra é classificada pelos Imortais como sendo um mundo de provações porque aqui estamos, Espíritos que necessitamos de aprendizagem de variados níveis.

E essa aprendizagem, tanto nos permite desenvolver o nosso lado intelectual, nos assenhoreando de todas as ciências importantes para o nosso mundo, quanto desenvolver nosso lado humano, nossa relação fraternal, nosso convívio.

Então, somos Espíritos em prova, porque precisamos dos testes cotidianos, das provas de cada momento, como alunos numa escola, após o aprendizado feito, a necessidade de que demonstrem ter fixado o conteúdo, ter aprendido o conteúdo.

Então, este mundo é um mundo de provas ou um mundo provacional, exatamente por isto. Porque nos alberga aqui e todos temos necessidade de realizar o aprendizado que ainda nos falta.

Por outro lado, é um mundo expiatório porque todos nós, com pouquíssimas exceções, que nos achamos aqui, temos débitos contraídos com o nosso pretérito, com o nosso passado, seja um passado recente, desta mesma existência, ou seja um passado remoto, de outras existências.

Tudo aquilo que fizemos, contrariando as Leis Divinas que pulsam em nossa consciência, nos fez contrair débitos que precisaremos ressarcir. Tudo aquilo que deixarmos de fazer, contrariando as Leis Divinas que nos mandam agir no bem, também exigirá de nós um período de resgate, de reacerto, de reaproveitamento do tempo que desprezamos, que malbaratamosamb nos mandam agir no bem, .

Saber que fazemos parte dessa família sideral e termos isto intuitivamente é porque viemos dessas outras dimensões cósmicas, saímos de outros mundos da casa do Pai, como lembrou Jesus Cristo, até chegarmos à Terra. A Terra já não é um mundo primitivo, a Terra é um mundo de provações e de expiações.

Ora, aqueles que nos achamos em regime expiatório, tendo que pagar dívidas, isso significa que já vivemos antes e contraímos essas dívidas, em outras estâncias cósmicas.

Desse modo, é muitíssimo importante nos apercebermos de que a nossa existência contemporânea não é casual. Não somos, como muitos imaginam, frutos do acaso bioquímico, a formação do nosso cérebro determinando a existência de uma alma.

Não. Para o pensamento Superior dos Nobres Guias do mundo é a alma que estabelece a existência do cérebro físico.

Já o velho Lamarck afirmava, no Século XIX, que a função faz o órgão. Se o órgão é material, a função é imaterial ou é incorpórea.

Deste modo, aprendemos como é importante, sabedores de que não estamos a sós no espaço sideral, trabalharmos, fazermos o nosso melhor, darmos a nossa melhor parte a serviço do bem, em nome do amor, como filhos de Deus, lucigênitos, que todos somos.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 202, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.

13 dezembro 2010

O Anticoncepcional - Raul Teixeira


O Anticoncepcional

A Dra. Susan Blackmore, da Universidade de Bristol, na Inglaterra, juntamente com o Dr. Colin Blackwell, estabeleceram suas visões a respeito do anticoncepcional. Sim, a respeito da pílula.

E, nas falas de ambos, conseguimos ler que eles interpretam a pílula anticoncepcional como tendo sido um grandíssimo movimento revolucionário na década de 1960, que teve o poder, teve o condão de dar liberdade às práticas sexuais.

Asseveram que o anticoncepcional deu à mulher essa possibilidade de dirigir seu corpo e não permitir a fecundidade, quando não tivesse nela qualquer interesse.

Foram mostrando como é que o anticoncepcional mexeu na maneira como a mulher era vista no contexto social. A visão machista da mulher foi forçada a sofrer alterações de monta.

Também lembraram que, graças ao incremento dos anticonceptivos, a mulher pôde ocupar o lugar que lhe cabia e que lhe era negado, no contexto social.

O anticoncepcional igualmente promoveu uma grandíssima revolução na questão que era bastante discutida sobre a divisão do trabalho. O que cabia à mulher, o que cabia aos homens.

Ao longo de muitas décadas, desde a de 1960, essa questão do anticoncepcional ganhou bastante destaque. No entanto, desde a década de 1940, bioquímicos, químicos trabalharam buscando uma solução para o que chamavam de grave problema das relações sexuais: a procriação.

E, a partir disso, na América do Norte, nos Estados Unidos, os pesquisadores trataram de investigar um produto à base da testosterona, o hormônio masculino, para que houvesse uma pílula para os homens. E isso porque eram os homens tradicionalmente, historicamente, que tinham uma vida mais liberada, que tinham uma vida mais solta, mais libertina. Então, seria válido, pensavam eles, criar-se uma pílula para os homens.

O que acontece é que, depois da pílula criada e em fase de testes, os pesquisadores foram a muitos presídios norte-americanos e ofereceram aos presidiários, com a devida autorização da Justiça, a oportunidade de eles servirem de cobaia ao uso da pílula, sob a condição de que receberiam indultos e, até mesmo, liberações totais de suas penas.

Ao longo das consequências, os pesquisadores notaram algo que não esperavam. Em função dos órgãos sexuais masculinos serem externos, aquele produto gerou sobre os homens, primeiro, uma impotência precoce; depois, uma retração do órgão genital.

Pode-se bem perceber que os pesquisadores interromperam ali o trabalho. Não era conveniente, à época, criar-se uma pílula para o homem, capaz de produzir tamanho desastre na autoestima masculina.

Então, se voltaram para a mulher, cujos órgãos sexuais são internos e à base de estrogênio, de progesterona, ainda em quantidades nada científicas, apresentaram as primeiras pílulas. As primeiras mulheres que se decidiram por usá-las, se saíram muito mal.

Os problemas de mama, os cânceres abundaram até que, ao longo do tempo, a própria farmacologia, a bioquímica foram ajustando os níveis de estrogênio, de progesterona para que os médicos, ao conhecer o funcionamento orgânico de suas pacientes, pudessem indicar essa ou aquela pílula.

Deste modo, o problema grave foi atenuado, mas cada mulher responde por si, em virtude do uso que faça indiscriminado ou não, de anticonceptivos.

Não há dúvida de que a mulher tem o direito de se proteger, de se cuidar, mas não apenas em termos corporais.

* * *

O cuidado com o corpo é fundamental. Nenhuma mulher tem a obrigação de reproduzir aleatoriamente, reproduzir por reproduzir. Ela tem direito a se cuidar, tem o dever de se cuidar.

Nada obstante, a mulher obedece a um programa no plano da Divindade. Lemos em O livro dos Espíritos, uma pergunta que é dirigida aos Imortais a respeito da missão do homem e da mulher: Qual é a mais importante para o Criador?

E a resposta incisiva das Entidades Espirituais, que orientam o planeta, é que a missão que Deus concedeu à mulher é superior àquela concedida ao homem, porque é a mulher que o educa.

Dessa maneira, começamos a perceber que seria lamentável se a mentalidade feminina descesse para esses patamares e fizesse com que a mulher se convertesse meramente numa máquina de fazer sexo. Cabe a ela a procriação, sem dúvida, mas cabe a ela o amor.

A mulher é essencialmente mãe, mesmo quando não tenha filhos do seu próprio corpo. A mulher é essencialmente mestra, professora. É essencialmente orientadora.

A natureza, nas mãos de Deus, fez com que a mulher tivesse uma sensibilidade maior. Então, qualquer produto químico que no organismo do homem realize um determinado efeito, em razão da sensibilidade feminina, no seu organismo, esse efeito será mais drástico.

É por essa razão que, quando percebemos esse uso indiscriminado de pílulas, desde as meninas novas até suas mães, até mulheres maduras, apenas para evitar-se a gravidez, lamentamos profundamente.

Porque naturalmente pensamos que a pílula, o anticoncepcional, não deveria existir apenas com esse propósito. Originalmente mesmo, o anticoncepcional surgiu para equilibrar o ciclo menstrual das mulheres. Não era chamado de anticoncepcional.

Os médicos descobriram que, ao regularizar o ciclo feminino, também agia sobre a hipófise, provocando sobre essa glândula um estado orgânico na mulher como se ela estivesse grávida. E, a partir daí, ela simulando essa gravidez, impede o amadurecimento de novos óvulos.

Essa era a função do anticoncepcional, como elemento utilizável pelas mulheres: fazer com que o organismo simulasse o tempo todo que a mulher está num estado de gestação, pela não ação da hipófise. Verificamos que a mulher simula, durante um longuíssimo tempo, algo que não é real e, obviamente, haverá consequências sobre o seu organismo.

Muitas alegam: Mas foi recomendação do meu médico!

Mas a orientação médica desses dias, com as exceções louváveis, é uma orientação materialista.

Grande número de facultativos não admite a existência da alma, do ser espiritual, não admite que nós sejamos Espíritos e que não estamos na Terra apenas para fazer sexo pelo sexo.

O sexo, ao lado da função procriadora, deve alimentar as almas que se unem pelos vínculos do respeito e do amor.

Deve servir para os grandes feitos da inteligência, para iluminar as criaturas e esses hormônios trocados, esses elementos trocados, do psiquismo de um para o psiquismo de outro, tem um endereço mais alto, que é a felicidade íntima da criatura.

É por essa razão que, quando o homem visita o bordel, o lupanar, para apenas auferir o prazer sensorial, aquilo não o satisfaz e ele tem que voltar de novo, como alguém que, na sede, decidir-se por beber água do mar. Pela sua salinidade, ela não sacia a sede.

É a partir disso então que, diante do anticoncepcional tão desbragadamente utilizado, vale a pena pensar que a mulher tem uma função diante das Leis Divinas. Usando ou não o contraceptivo, pensar que ela é a grande geradora da vida, a grande colaboradora de Deus, pelo mundo afora.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 198, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.

12 dezembro 2010

Um Livro de 150 Anos - Raul Teixeira

Um Livro de 150 Anos

A Humanidade é gloriosa por tudo que tem produzido de bom para os cérebros humanos, para a cultura terrestre, para o bem de si mesma.

Nesse particular, pensamos nas grandes bibliotecas que o mundo já teve, que o mundo tem, imaginando os primeiros textos, os primeiros livros que nasceram na Humanidade.

Se pudermos chamar de livros os primeiros escritos, teremos o Decálogo de Moisés, o Código de Hamurabi, o Zend Avesta, a Bhagavad-Gita dos indianos, a Bíblia indiana.

Podemos pensar nos chineses, com seu famoso I Ching. Refletimos sobre esses textos notáveis e ficamos felizes porque também conhecemos os Principia, de mais de trezentos anos, escrito por Isaac Newton, tratando de ciência.

A Humanidade conhece livros dos mais exuberantes, como O Livro dos Mortos,de Akhenaton e aí, nesse contexto enorme de literaturas, de livros, aparece um deles que nos é particularmente muito especial. Trata-se de O Livro dos Espíritos, um livro que já completou cento e cinquenta anos de existência, um livro sesquicentenário.

Mas para que uma obra desse talante, desse quilate, possa perdurar ao longo de mais de um século e meio e outros tantos que duram séculos e milênios, é por causa de sua importância para aquela leva da Humanidade para a qual eles vieram ou para os indivíduos de uma certa sociedade.

Há textos, há livros que vieram para atender a Humanidade como um todo. Quando lemos a Bíblia judaica, onde se juntam os escritos canônicos de quatro Evangelistas, os textos dos Atos dos Apóstolos, o Apocalipse de João, formando esse livro conhecido, do qual se afirmam maravilhas, pensamos em O Livro dos Espíritos.

O Livro dos Espíritos é chamado assim porque ele é um trabalho fundamentalmente dos Espíritos, sim, das almas que viveram na Terra, ou não. De seres que, em determinado momento da História da sociedade humana, entenderam que precisava a Humanidade receber instruções para continuar seus passos adiante.

E, foi por isso que surgiu em Paris, no ano 1857, O Livro dos Espíritos, seu autor ou seus autores.

Se pensarmos no seu organizador, naquele que articulou perguntas, texto, tudo muito bem contextuado, pensaremos em Allan Kardec.

Allan Kardec era o pseudônimo do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, notabilíssimo mestre-escola em Paris, laureado pela Academia de Arras, uma cidade ao norte de Paris, numa época em que essa premiação correspondia, praticamente a um Prêmio Nobel, por seus trabalhos realizados, na área da educação.

Esse professor Rivail adotou a antonomásia, o pseudônimo de Allan Kardec.

O Livro dos Espíritos nos traz verdadeiras maravilhas. Mas, lamentavelmente, no bojo da nossa sociedade contemporânea, em virtude de muitos malefícios que religiões institucionalizadas criaram na mente humana, malefícios que representam preconceitos, medos, pavores quando, ao invés de louvarem a Deus, ensinaram as pessoas a temer Satanás, O Livro dos Espíritos muitas vezes é malvisto. Há pessoas que têm verdadeiro horror do nome: Espíritos.

Mas, quando lemos a Bíblia, logo no seu primeiro versículo, lemos que: O Espírito de Deus flutuava sobre a face do abismo.

Logo, o termo Espírito não deveria oferecer amedrontamento às pessoas. Por causa disso, muita gente se impede de ler O Livro dos Espíritos. Como se ao tocá-lo, ao lê-lo, ao se situar em torno de suas páginas, fossem ficar marcadas, assinaladas por alguma negatividade. E perdem um excelente ensejo de desfazer muita ignorância em torno das questões espirituais, de encontrar roteiro para muitas de suas dúvidas e de ser feliz.

* * *

O Livro dos Espíritos é um dos trabalhos mais eloquentes, no mundo do Espiritualismo. Allan Kardec o abre, intitulando-o de Filosofia Espiritualista, no seu geral, porque atende a todas as questões do Espiritualismo Universal e no seu particular é a Doutrina Espírita.

Espírita que deu Espiritismo, exatamente porque é a doutrina, o ismo dos Espíritos. Como temos o materialismo, que é a doutrina, ismo, da matéria. Como temos o Budismo, é a doutrina, ismo, do Buda. Então, temos o Espiritismo querendo dizer que todo esse contexto e os textos de O Livro dos Espíritos vieram fundamentalmente do trabalho dos Imortais. Quem são esses Imortais?

Vultos da História passada, recente, da Europa, da Humanidade. Vultos que deram nome a muitos santos, que vibram nos altares da crença romana. Vultos que participaram das lutas da Europa, da filosofia e pessoas desconhecidas da grande massa humana.

Todos esses seres, vinculados profundamente à proposta que Jesus Cristo veio trazer a Terra. Fundamentalmente, O Livro dos Espíritos vem trazer-nos respostas a múltiplas questões relativas à: Quem somos? De onde viemos? O que nos cabe realizar aqui na Terra e para onde iremos?

O gênio pedagógico do professor Rivail, do nosso Allan Kardec, permitiu que ele dividisse, distribuísse esses temas em quatro partes.

O Livro dos Espíritos então é composto por quatro partes, se quisermos, quatro tomos ou quatro livros.

O primeiro deles: Das causas primárias. Nessas causas primárias, O Livro dos Espíritos aborda a gênese, as origens, desde Deus ao bem, ao mal, à matéria, seu surgimento, sua realidade ou não sobre o mundo.

A segunda parte de O Livro dos Espíritos é Do mundo espírita ou dos Espíritos, que nós chamamos comodamente de mundo espiritual.

Ali, Allan Kardec estudará todas as nossas relações com os seres espirituais, com os chamados mortos, ao mesmo tempo que a maneira ou as formas como os mortos se relacionam conosco.

Encontraremos na terceira parte de O Livro dos Espíritos, Das Leis Morais, em dez Leis, começando pela Lei de adoração: relação do homem com o seu Criador, até a Lei de amor, justiça e caridade, perpassando por Lei de liberdade, Lei do progresso, Lei de destruição, Lei de sociedade e outras várias, a fim de permitir que tenhamos uma elucidação sobre as coisas mais representativas da nossa vida na Terra.

E a quarta e última parte de O Livro dos Espíritos trata das consequências dos nossos atos, enquanto estamos na Terra. Trata de falar, de enfocar, como é que a Divindade analisa e reage diante de tudo que nós fazemos: Das esperanças e consolações é o título da quarta parte de O Livro dos Espíritos.

É importantíssimo pensar que essa obra, com seus esclarecimentos, com suas elucidações, vem atravessando os períodos mais densos da Humanidade, nesses cento e cinquenta anos.

Não podemos esquecer que O Livro dos Espíritos nasce em 1857, século XIX. O século XIX foi chamado século das luzes, o século em que muitos ícones foram derrubados e outros pensamentos notáveis se ergueram.

O século XIX permitiu-nos conhecer saídas da filosofia natural, várias ciências, como a física, como a química, que saiu da alquimia, como a astronomia, que saiu da astrologia empírica e várias outras ciências que se conformaram no bojo do século XIX.

Audaciosamente, o Espiritismo nasce nesse século que estava demolindo pensamentos, construindo outros. Percebemos que o Espiritismo tem o aval da Ciência e do pensamento do século XIX. O Espiritismo tem o aval dos pensamentos filosóficos de então.

Por isso vem resistindo até hoje, apesar daqueles que têm medo de tocá-lo, supondo que ao tocarmos O Livro dos Espíritos, teremos que nos tornar espíritas, quando ninguém que toque um livro de matemática se torna matemático, ninguém que leia um livro de História se torna historiador, obrigatoriamente.

Mas, com toda certeza, ao estudarmos ou lermos O Livro dos Espíritos, cento e cinquenta anos depois da sua publicação, diminuiremos fundamentalmente a nossa ignorância relativamente aos seres espirituais, que somos nós e à nossa realidade no mundo.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 191, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.