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31 março 2014

Se crês em Deus - Emmanuel


SE CRÊS EM DEUS

Se crês em Deus, por mais te ameacem os anúncios do pessimismo, com relação a prováveis calamidades futuras, conservarás o coração tranqüilo, na convicção de que a Sabedoria Divina sustenta e sustentará o equilíbrio da vida, acima de toda perturbação.

Se crês em Deus, em lugar nenhum experimentarás solidão ou tristeza, porque te observarás em ligação constante com todo o Universo, reconhecendo que laços de amor e de esperança te identificam com todas as criaturas.

Se crês em Deus, nunca te perderás no labirinto da revolta ou da desesperação, ante os golpes e injurias que se te projetem na estrada, porquanto interpretarás ofensores e delinqüentes, na condição de infelizes,muito mais necessitados de bondade e proteção que de fel e censura.

Se crês em Deus, jornadearás na Terra sem adversários,de vez que,por mais se multipliquem na senda aqueles que te agridam ou menosprezem, aceitarás inimigos e opositores, à conta de irmãos nossos, situados em diferentes pontos de vista.

Se crês em Deus, jamais te faltarão confiança e trabalho, porque te erguerás, cada dia, na certeza de que dispões da bendita oportunidade de comunicação com os outros, desfrutando o privilégio incessante de auxiliar e abençoar, entender e servir.

Se crês em Deus, caminharás sem aflição e sem medo, nas trilhas do mundo, por maiores surjam perigos e riscos a te obscurecerem a estrada, porquanto, ainda mesmo à frente da morte, reconhecerás que permaneces com Deus, tanto quanto Deus está sempre contigo, além de provações e sombras, limitações e mudanças, em plenitude de vida eterna.


 
Emmanuel
por Francisco Cândido Xavier
Livro: Coragem


30 março 2014

Por quê, meu Deus? - José Lucas


POR QUÊ, MEU DEUS?

A pergunta apresentava-se dorida. A vida corre e escorre-nos das mãos sem que nos apercebamos. Um dia, a dor bate à porta sob mil formas diferenciadas, e nós questionamo-nos: por quê, meu Deus?

O caso do Paulo é apenas mais um, que vem retratar a falência das religiões tradicionais para responder aos graves ditames da vida.

Criança esperta, inteligente, bom aluno, distingue-se dos demais nos seus 11 anos. Filho único, mais que motivo para que as múltiplas alegrias ocupem o coração amoroso dos seus progenitores.

Repentinamente, o mundo desmorona… O choque afigura-se irreversível: um, dois, três acidentes vasculares cerebrais colocam o Paulo, outrora poço de vida e de inteligência, ligado a uma máquina, em morte cerebral. O desespero toma conta dos familiares, que de porta em porta buscam o milagre, a salvação, a explicação que ninguém lhe dá. A pergunta mantém-se inalterada: Por quê, meu Deus?

Mariana apresenta-me a situação, em conversa do quotidiano. Tomou conhecimento do caso através de um amigo, familiar do pai do Paulo. Outra questão: como ajudar estes pais destroçados pela vida?

Puxando por meia dúzia de conceitos que a Doutrina Espírita (ou Espiritismo) me ensinou, faço-lhe ver que eles não estão destroçados pela vida, mas sim pelo desconhecimento dos mecanismos que envolvem a vida.

Habituados que fomos a termos uma espiritualidade de superfície, quase sempre alicerçada em rituais herdados nas religiões tradicionais, estas não respondem aos reais problemas existenciais.

Falamos dos conceitos espíritas, lógicos, evidentes, compreensíveis, pesquisáveis, demonstráveis e, somente com o conhecimento e entendimento da reencarnação (vidas sucessivas) podemos enquadrar semelhante situação.

Colhendo hoje o semeado outrora, conforme os ensinamentos de Jesus de Nazaré, a moderna psiquiatria vem nos dias que correm, corroborar tais assertivas, através da terapia de regressão de memórias a vivências passadas (desta e de outras vidas), demonstrando de modo irretorquível a realidade da reencarnação.

Homens ontem, crianças hoje em novos corpos, vimos reparar erros de outrora e reaprender, adquirir novos saberes, nessa busca incessante pela nossa felicidade e bem-estar interior.

A Doutrina Espírita explica ao homem de onde vem, para onde vai, do porquê da vida, por que sofre e é feliz de modo dessemelhante.

Sendo a morte uma quimera, o Espírito eterno jamais se despersonaliza, adentrando o mundo espiritual com o acervo de conhecimentos conquistados ao longo das múltiplas existências. Nesse sentido, aquilo que agora se nos afigura como uma tragédia, não é mais do que um degrau na escalada evolutiva do ser, desprendendo-se das peias do passado em busca de melhores condições no futuro, na próxima vida no mundo físico. Dentro da divina bondade e equidade, cada um de nós encontra no palco da vida tudo aquilo que lhe é mais útil para a sua existência, para a sua libertação espiritual, mesmo que isso possa parecer, a curto prazo, algo de muito terrível.

Sabendo que a vida continua, que o Espírito tem múltiplas existências físicas e que voltará com nova oportunidade de vida longa, onde aprenda novos saberes em busca da evolução, entendendo a lógica da Lei de Causa e Efeito onde não existem privilégios perante Deus, e onde cada um encontra o fruto das suas atitudes no passado mais ou menos recente, a Doutrina Espírita explica ao homem de onde vem, para onde vai, do porquê da vida, porque sofre e é feliz de modo dessemelhante.

Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sem cessar tal é a lei. Com o conhecimento do Espiritismo como filosofia de vida, o desespero dá lugar ao entendimento, a revolta à aceitação, a irreversibilidade dá lugar à certeza do reencontro com os seres amados.

Entender a vida é procedimento que urge (vida esta que se desdobra em dois palcos – terreno e espiritual) sem o qual a existência torna-se muito difícil de compreender e aceitar, levando aos caminhos sempre penosos e estéreis da revolta.

A questão inicial “Por quê, meu Deus?” encontra a resposta na Doutrina Espírita…

Como referia Emmanuel, o guia espiritual do médium Francisco Cândido Xavier, uma das maiores caridades que podemos fazer é a divulgação do Espiritismo, dentro do ensinamento cristão “não colocar a luz sob o alqueire…”

Bibliografia:

Kardec, Allan - O Livro dos Espíritos
http://www.adeportugal.org/ - Curso Básico de Espiritismo

José Lucas
Óbidos, Portugal


29 março 2014

Sexo antes do Casamento - Wellington Balbo


SEXO ANTES DO CASAMENTO

Certa vez alguém perguntou à inesquecível figura de Chico Xavier: – Chico, sexo antes do casamento é permitido?

O médium, com sua peculiar mineirice, respondeu: – Tudo é permitido, porém, sem amor nada vale a pena, nem sexo nem casamento.

A resposta de Chico é colossal, abrangente, pode ser aplicada tranquilamente em nossa vida nos mais variados assuntos.

Aliás, a resposta de Chico cabe perfeitamente aos pais cujo objetivo de vida principal se resume em galgar degraus na careira profissional, conquistando pontos com a sociedade, mas perdendo pontos com a família e negligenciando deveres fundamentais pertinentes à educação dos filhos.

Ora, a atividade profissional e a dedicação do indivíduo a ela é fundamental, porquanto, lembrando Maslow, trabalho, a depender do ponto de vista, enquadra-se dentro das necessidades básicas da criatura humana. Sem o dividendo advindo dos labores de nossa profissão, como manter família, ou vulgarmente dizendo: Como trazer o pão de cada dia ao lar? E a alimentação é uma necessidade básica de todos. Por isso, afirmamos a importância da dedicação do profissional aos labores profissionais, contudo, sem exageros.

A propósito, interessante lembrar que as intensas vontades de consumir superestimadas pelas propagandas, pelo marketing e pela mídia de forma geral, ajudaram a construir os workaholics, as pessoas viciadas em trabalho.

Acrescente-se a isso o intenso clima de competição vigente no mundo atual, e pronto. Está formado o cenário perfeito para os malucos modernos! Viciados em trabalho, alucinados por competir, insaciáveis para mostrar suas qualidades, ou melhor, suas conquistas no âmbito puramente material, aos seus colegas ou, melhor dizendo, rivais.

Logo, com todos esses afazeres, naturalmente a família e os filhos são negligenciados. Com valores esquecidos e a educação dos filhos relegada a terceiros, quartos e quintos, a desorganização instala-se em toda a sociedade.

Sem valores como respeito, companheirismo, amizade e, principalmente, amor ao próximo, a violência em suas mais variadas vertentes - como o sentimento de posse, cobranças descabidas, pressões psicológicas e abusos de autoridade - infiltra-se na sociedade, trazendo consigo a desconfiança, o medo, as aflições e angústias que caracterizam criaturas perdidas, sem objetivos mais ousados no campo de seu desenvolvimento como seres humanos.

Em conversa com uma de minhas professoras, tomei nota de uma pesquisa elaborada por ela e realizada com crianças de 8 a 15 anos, matriculadas no ensino público e privado. Uma das perguntas da pesquisa:

– Trabalhar é legal? Justifique.

Oitenta por cento das respostas dos alunos fez corar, porque afirmavam que trabalhar não é legal, ocupa muito tempo, não deixando espaço para os filhos. Veja, caro leitor, a mensagem que os pais estão transmitindo aos seus filhos é negativa. O garoto quer o pai ao seu lado, soltando pipa, brincando de carrinho, contando histórias, sendo criança com ele, mas repreendendo na hora certa, ensinando, instruindo, orientando...

Importante, pois, refletir no que estamos ofertando aos nossos familiares e filhos. Será que queremos vê-los crescer e considerar natural ser, por exemplo, um workaholic?

Será que queremos instalar nos pequenos corações de nossos filhos a ideia de que o trabalho se resume apenas à atividade profissional, e é algo chato, que ocupa tempo e desagrega a família?

Por isso, lembrando o inesquecível Chico, pode-se afirmar que, sem amor nada vale a pena, nem mesmo trabalhar.

Wellington Balbo 


28 março 2014

A lógica das Leis Divinas - Waldenir Aparecido Cuin


A LÓGICA DAS LEIS DIVINAS

Onde está escrita a Lei de Deus? “Na consciência.” (“O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec, questão 621.)


Deus, nosso Pai de eterna bondade, dentro da sua insondável sabedoria, instituiu o Código Divino, um conjunto de leis capaz de gerir todas as ações desencadeadas dentro do universo, na mais perfeita ordem. Nada escapa aos ditames dessa estrutura divina.



Obviamente, a partir desse ordenamento universal, seria ilógico imaginarmos que Deus tenha a necessidade de fazer julgamentos individuais, ditando condenações a uns e perdão a outros. Nada disso, pois que todos estamos atrelados à lei de ação e reação, conforme estabelece a justiça divina.



Se na Terra, ante todas as imperfeições de que temos notícias, as criaturas vivem sob as determinações das leis estabelecidas pelos homens, onde os magistrados não julgam de acordo com os seus pensamentos individuais, mas segundo os ditames da legislação vigente, fazendo justiça, imaginemos, então, como serão as deliberações do Código Divino.

Assim sendo, podemos concluir, sem medo de errar, que Deus não tem culpa pelas dores e fracassos que por ventura estejamos sofrendo, pois que tal ocorre pela inobservância das leis universais estabelecidas. Sem dúvida, é o principio da lei de ação e reação. Cada ação que desencadeamos gera uma reação da mesma natureza.

Tomemos como exemplo as leis de trânsito. Elas estabelecem o limite de velocidade nas estradas. Atentos a tais limites, viajaremos com segurança; desobedecendo-os, poderemos sofrer acidentes de graves consequências. Os ferimentos que surgirem em decorrência da nossa invigilância, por certo, não serão culpa de Deus.

Diante de situações como essa, ninguém precisará julgar a nossa atitude, pois que a lei de ação e reação já determinou seu veredicto; o descuido trouxe o seu natural reflexo.

Há mais de dois mil anos Jesus nos apresentou o Seu Evangelho, a Boa Nova, onde alinhou uma série de informações e advertências para que a humanidade possa viver em clima de harmonia e entendimentos. Mas ainda temos imensas dificuldades em vivenciar tais orientações e, por isso, vivemos dias de tormentas e insatisfações, onde somos os construtores das desditas que nos acompanham.

O Divino Amigo nos orientou sobre a necessidade do perdão, não simplesmente como um gesto de sublimidade da nossa parte, mas, acima de tudo, como um roteiro de vida. Aquele que perdoa apresenta um coração limpo, desarmado, e, por isso, não sofre o peso do ódio, do ressentimento e da mágoa, que tantos prejuízos nos acarretam. Mas conseguimos exercitar o perdão quando necessário?

Falou Ele que devemos amar ao próximo como a nós mesmos, no entanto, pouco temos feito nesse sentido. Na realidade, em inúmeras oportunidades, temos explorado o nosso irmão do caminho ao invés de ajudá-lo.

Pediu aos mais fortes que amparem aos mais fracos; aos mais ricos que desenvolvam ações em favor dos mais pobres; aos mais inteligentes que protejam aos menos dotados intelectualmente; aos mais influentes que prestem socorro aos esquecidos e abandonados; aos mais corajosos que descubram e auxiliem os tímidos. E o que temos feito?

Os resultados das nossas ações estão espalhados no contexto social em que vivemos: dores, sofrimentos, insatisfações, medos, remorsos, lágrimas... Deus terá necessidade de fazer julgamentos? Será Ele o culpado?

O Código Divino aí está. Deus não precisará perdoar ou castigar qualquer criatura. As ações que desencadeamos nos trarão os reflexos da mesma natureza...

Reflitamos...

Waldenir Aparecido Cuin




27 março 2014

A necessidade de vivermos o Evangelho - Marcus De Mario


A NECESSIDADE DE VIVERMOS O EVANGELHO


Diz-se que estamos vivendo o século do conhecimento, o século da tecnologia, entretanto, mais importante que as conquistas científicas de ordem material, ou as aquisições proporcionadas pelo avanço do conhecimento, precisamos igualmente fazer destes tempos o século do amor. Disse-nos Jesus que o segundo maior mandamento da lei divina é “Amai-vos uns aos outros”, e como a mensagem do Evangelho é a mensagem do amor, vivê-lo deve ser nossa prioridade, em regime de urgência.

O sentimento do amor deve ser cultivado para impregnar nossa alma e sensibilizar aqueles que conosco convivem, num contágio que a todos levará para o campo da sabedoria, onde colocaremos os instintos selvagens e egoístas que ainda nos caracterizam subordinados às virtudes da solidariedade, da fraternidade e da humildade.

Embora muitos digam não ser possível viver na mansuetude, porque seríamos hostilizados pela sociedade atual, a verdade é que o mundo clama por paz, por amor, por entendimento, somente encontrados nas sublimes lições do Evangelho. Que os homens de bem encham-se de fé e coragem, no cumprimento fiel de seus deveres para com Jesus, colocando-se acima de ironias e calúnias, dando o próprio exemplo de como é bom viver os ensinos da Boa Nova, assim como fizeram os primeiros cristãos, que mesmo perseguidos e violentados, mantiveram-se firmes na fé, o que proporcionou ao mundo o estabelecimento do Cristianismo.

Sabedores que a encarnação é transitória, que o corpo biológico um dia logrará o retorno de seus elementos constitutivos para a natureza, os espíritas devemos viver de tal modo a mensagem cristã, que no retorno ao mundo espiritual a consciência seja capaz de nos levar para o continente das bem-aventuranças, na expressão do Espírito Bezerra de Menezes, em mensagem psicofônica recebida pelo médium Divaldo Pereira Franco.

Jesus é nosso Mestre, sigamo-Lo. Sua mensagem está conosco há mais de dois mil anos, convidando-nos à realização da transformação moral de nós mesmos, único caminho para que a coletividade também se transforme, pois o contágio do exemplo é o mais forte que existe neste planeta. Eduquemo-nos para educar. Tenhamos coragem para sermos bons e humildes. Isso não é um atestado de covardia, pelo contrário, é certificado de coragem moral, pois demonstraremos sermos possuidores da energia necessária para enfrentar a taça da amargura gerada pela incompreensão, sem reclamação, mas sim com resignação e perseverança na fidelidade à crença que nos distingue.

Como espíritas sabemos que o acaso não existe, que não estamos na posição em que nos encontramos por uma questão aleatória. Todos estamos na esteira da evolução, chegados ao momento de receber o convite redentor do Evangelho, convocando-nos à luta, mesmo que árdua, contra a impiedade, a violência, a sexolatria, a drogadição e outros males que ainda levam a humanidade a uma verdadeira loucura.

Asseverou Jesus: “Bem aventurados os que são brandos, porque possuirão a Terra. Bem aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus”. Nisso compreendemos que não são os violentos, nem os materialistas, que herdarão esta morada divina, mas sim os brandos e pacíficos. Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, em seu capítulo 9, item, 4, comenta Allan Kardec:

“Por estas máximas, Jesus faz da brandura, da moderação, da mansuetude, da afabilidade e da paciência, uma lei. Condena, por conseguinte, a violência, a cólera e até toda expressão descortês de que alguém possa usar para com seus semelhantes”.

E complementa o entendimento no último parágrafo do item 5 desse mesmo capítulo:

“Por aquelas palavras quis dizer que até agora os bens da Terra são açambarcados pelos violentos, em prejuízo dos que são brandos e pacíficos; que a estes falta muitas vezes o necessário, ao passo que outros têm o supérfluo. Promete que justiça lhes será feita, assim na Terra como no Céu, porque serão chamados filhos de Deus.

Quando a Humanidade se submeter à lei de amor e de caridade, deixará de haver egoísmo; o fraco e o pacífico já não serão explorados, nem esmagados pelo forte e pelo violento. Tal a condição da Terra, quando, de acordo com a lei do progresso e a promessa de Jesus, se houver tornado mundo ditoso, por efeito do afastamento dos maus.”

Temos necessidade urgente de vivenciar o Evangelho e, através da educação, preparar nossos filhos igualmente para essa vivência.

Com o Evangelho encontramos a razão de viver no amor e na paz, visando um futuro mais promissor.

Somente o amor pode nos redimir de um passado delituoso. 

Somente o amor pode acabar com o egoísmo. Somente o amor pode garantir um futuro muito melhor.

Fiquemos com Jesus. Vivamos o Evangelho, vencendo a nós mesmos e ao mundo, e receberemos cem por um pelas sementes plantadas nos corações de nossos irmãos.


Marcus De Mario


26 março 2014

A Verdadeira Causa e o Verdadeiro Remédio - Espírito Lúcius


A VERDADEIRA CAUSA E O VERDADEIRO REMÉDIO

Quanto mais elevados se tornam os Espíritos, mais do alto podem ver e entender os verdadeiros motivos ocultos por detrás de uma esposa infeliz e de um marido imaturo e ambicioso..… 

Sexualidade desregrada, afetividade frustrada, infelicidade material ou moral, tudo isso pode parecer a causa de muitos desastres. 

No entanto, quando aprofundamos a análise de sua origem, constataremos que há fatos mais graves que precisam ser medicados, situações mais dolorosas que ainda não eram do nosso conhecimento.

 Se nos ocuparmos em atender apenas à dor do coração ferido, a remediar um prazer sexual mal exteriorizado, a satisfazer uma necessidade material imediata, deixaremos escapar a possibilidade de ajudar a todo o conjunto dos sofredores envolvidos naquelas questões.

O que vale mais, tratar a febre que fustiga o corpo ou tratar a infecção que provoca a febre?

E para tratarmos a infecção, muitas vezes não podemos usar medicações que inibam a febre a fim de que não mascaremos os sintomas e dificultemos o tratamento eficiente da verdadeira causa.

É melhor deixar a febre presente por um tempo, ainda que controlada, do que permitir ao organismo o estado de normalidade na temperatura, enquanto a infecção se alastra, colocando em risco a vida do corpo.

Assim é que o Bem atua. 

Por isso é que, enquanto os ignorantes e maldosos se reúnem em Organizações canhestras e Departamentos desajustados, a ação do Bem, a benefício dos próprios maus, se alonga no tempo, a fim de que, no momento adequado, tudo se transforme em um maior número de almas amparadas pelas bênçãos do despertamento.

Se não fosse assim, Deus não seria igualmente Misericordioso para com todos os seus filhos, principalmente para com aqueles que se afastaram do bom caminho.

Entende?


Livro:- Despedindo-se da Terra
Cap. 28
 Espírito Lúcius 

Psicografia de André Luiz Ruiz


25 março 2014

Não será o "rótulo" de Espírita Cristão - Jorge Hessen


NÃO SERÁ O "RÓTULO" DE ESPÍRITA CRISTÃO

A violência, em suas mais variáveis expressões, tem assumido lugar de destaque na sociedade. Jamais houve tanto embate, tanta exclusão social e tanta multiplicidade de ideias. Onde identificar as origens de tanta brutalidade? Com tantos recursos tecnológicos e a sociedade sofre com esta tensão constante onde cada um se sente ameaçado. Um planeta que oferece intensas dicas de que a extinção da espécie humana será possível, se não buscarmos desenvolvimentos autossustentáveis.

Inquestionavelmente, o avanço científico tem suscitado, em longo prazo, benefícios aos países industrializados e, ultimamente, para os países “em desenvolvimento”. As experiências da genética, das clonagens, das células-tronco, da cibernética, das conquistas espaciais, do uso do raio laser, das fibras óticas, dos supercondutores, dos microchips, da nanotecnologia são fascinantes. Jamais houve tanta possibilidade de conquista do bem estar, da moradia, da educação e de alimento para todos. Nada obstante, nunca existiram tantos cidadãos desabrigados (sem-teto), famintos e, sobretudo, desprovidos de educação.

Notamos, pois, os paradoxos da hegemonia tecnológica, ao mesmo tempo em que somos abatidos diante da fome, da dengue hemorrágica, da febre amarela, da tuberculose, da AIDS e de todos os tipos de drogas.

As condições psicológicas de grandes contingentes de encarnados, alimentadores do quimérico ideal do “estar bem financeiramente”, “ganhar robustos salários” e “trabalhar para enriquecer”, permanecem no caleidoscópio íntimo daqueles que ignoram os valores espirituais. Observamos a inversão de quase todas as conquistas morais. A ansiedade descomedida, encapsulada no egocentrismo, tem acirrado a falência moral de muitos indivíduos desprevenidos. As anomalias morais nas expressões de desordem e de brutalidade são nítidos indicativos de declínio moral dessa massa humana.

O homem contemporâneo articula meios para a conquista da paz produzindo armas de fogo; almeja resolver as aberrações sociais patrocinando a construção de penitenciárias e prostíbulos. Entroniza a pujança da razão sem recorrer ao suporte da fé em Deus, motivos esses suficientes para que se aniquile ante o duelo entre o “ser” e o “ter”. A coeva situação de violência, maldade, injustiça e opressão dos poderosos sobre os fracos, tanto em nível individual, como em instituições e países, certamente terá que ceder lugar a uma NOVA ERA de paz, harmonia, fraternidade e solidariedade.

Apesar das controvérsias, e longe de um otimismo surreal, reconhecemos existir encarnados que com simples atos fazem a diferença na sociedade! Em tais pessoas identificamos a tendência altruística que já paira sobre alguns agrupamentos sociais. É o ser humano em processo de aperfeiçoamento. Os Espíritos afirmam que os tempos são chegados, e a regeneração é um fato. Em que pese existir delinquência, guerra, fome, miséria, descrença na Terra, não ignoramos que há um número cada vez maior de pessoas que sofrem pelos outros, que pranteiam o choro do semelhante e que se empenham firmemente em realizar algumas coisas para além de si mesmas.

Lamentavelmente as reportagens, os documentários, os telejornais, as mídias enfim, não destacam, ou raramente dão espaço para noticiar as práticas desses abnegados cristãos. Apesar de seu anonimato, essas pessoas existem; estão entre nós e já são numerosas, graças a Deus! Quem tem sensibilidade para identificá-las perceberá que não são santarrões ou apóstolos dissimulados, não ostentam necessariamente rótulos religiosos; pelo contrário, são pessoas “comuns”. Todavia já se destacam na qualidade das ações, dos ideais, dos sentimentos em bases de fraternidade e solidariedade. O Evangelho explica que são esses os sentimentos estruturais dos mundos em regeneração.

Por oportuno, vale lembrar, mormente aos espíritas, que não adianta frequentar um Centro Espírita, cumprir rigorosamente os compromissos estatutários da instituição, fazer palestras arrebatadoras etc., etc., etc., para ser um bom cidadão. Os Benfeitores do Além advertem que o verdadeiro espírita (aquele que contribui com a efetiva transformação social) é aquele que pratica a lei da Justiça, do Amor e da Caridade na sua maior pureza. Nesse sentido, estejamos cônscios de que não será o "rótulo" de espírita cristão que terá algum valor nesse desígnio, mas o bem praticado desinteressadamente em favor de alguém. Hoje, em que todas as conquistas do progresso se submerjam nas intransigências, o Evangelho Segundo o Espiritismo é a poderosa resposta para as questões sociais, por significar a Mensagem de Jesus rediviva que as religiões textualistas tentam sepultar nos interesses mercantis e no concerto leviano de seus partidários.

Recompondo os ensinos de Jesus para o homem e elucidando que os valores verdadeiros da criatura são os que resultam da consciência e do coração. O Espiritismo reafirma a verdade de que a cada homem será dado de acordo com seus merecimentos, no empenho pessoal, dentro da aplicação da lei do trabalho e do bem, razão pela qual representa o melhor antídoto dos venenos sociais atualmente espalhados no mundo pelas filosofias políticas do contrassenso e da cobiça colossal, restaurando a verdade e a concórdia para os corações, conforme doutrinam os Espíritos da Codificação.

Jorge Hessen


24 março 2014

De Sol a Sol - Emmanuel


DE SOL A SOL

Dizes-te numa época de tensão, na qual os sucessos de ordem negativa surgem aos montes, compelindo-te aos mais graves testes de fortaleza moral.

Tão grande a massa de conflitos, na esfera da alma, que muitos dos nossos irmãos de jornada evolutiva se recolhem à retaguarda, buscando refazimento, quando não a cura dos nervos destrambelhados.

À vista disso, indagas, por vezes, como trabalhar eficientemente e, ao mesmo tempo, resistir com êxito ao assédio da inquietação. Realmente, isso envolve questão muito importante no mundo íntimo de cada um de nós, porquanto nem podemos parar nos domínios da ação e nem desconhecer a necessidade de equilíbrio para suportar construtivamente as provas que venham a sobrevir. A única solução a nosso ver, será focalizar a mente do Espírito do Senhor, e Ele, o Divino Mestre, dar-nos-á rendimento em serviço e descanso ao coração. Se aparecerem dificuldades imprevistas, entrega-lhe os obstáculos que te aborrecem, e prossegue no dever que te esposaste. Se tribulações te caírem na estrada, imagina-lhe as mãos vigorosas nas tuas e procura atravessa-las, de ânimo firme, aproveitando a lição bendita do sofrimento. Se problemas te desafiam, transmite-lhe as tuas apreensões e atende com paciência aos encargos que a vida te reservou. Se amigos te desertaram, mentaliza nele o companheiro infalível e continua fiel aos compromissos que te honorifiquem a existência.

Dividamos diariamente com Cristo de Deus a carga abençoada de trabalho que nos pese nos ombros. Ele é o gerente de toda a empresa de elevação e sócio provedor de todas as nossas necessidades. Deixa que o Senhor faça por ti a carga de trabalho de não consegues fazer, e segue a frente oferecendo os melhores recursos de que disponhas, no desempenho das obrigações imediatas que te compete, e observarás que quaisquer aflições se dissipam, em torno de ti, como as sombras se desfazem à luz dos Céus, a fim de que sirvas alegremente, no bem de todos, com invariável serenidade, de sol a sol.

Pelo Espírito Emmanuel
Do livro: Alma e Coração
Médium: Francisco Cândido Xavier - Espíritos Diversos



23 março 2014

A Sabedoria e o Pseudo-sábio - Adelvair David



A SABEDORIA E O PSEUDO-SÁBIO

A sabedoria é uma experiência da alma e não apenas do intelecto.
O homem sábio compreende e apreende a vida em sentido mais profundo do que o homem comum, objetivando mais os valores de natureza espiritual que material.
Entre os que necessitam de destaque, estão os chamados pseudossábios. Desprovidos de maiores conhecimentos, buscam através de palavrórios, longas palestras ou conversas, convencer os demais das suas ideias.
Estão na sociedade nos poderes públicos, nas religiões e em todos os seguimentos tentando tirar algum tipo de vantagem, sem se preocuparem se estão ou não lesando aqueles que lhes dão crédito. 
Com intenções de se dar bem a qualquer custo quase não possuem desejos de se melhorar, ou de adquirir verdadeira sabedoria, querem o conforto momentâneo.
O homem que busca a sabedoria é sempre humilde, dócil e tem seus desejos voltados para o bem comum antes que o seu. É solidário, caridoso, de coração sensível às fraquezas e dores do semelhante. A instrução que procura nunca é para atender ao império do “ego”, do destaque, mas sim para ser útil. Em qualquer grupamento humano em que esteja é prestativo e procura fazer o melhor para aqueles que dependem da sua atuação, sem a necessidade de privilegiar alguém em detrimento de outrem, é justo, gentil mesmo quando não é compreendido.
Sendo mais ético, sua conduta e decisões visam manter a própria consciência tranquila, fazendo o que é correto e não o que lhe é conveniente. Por isso, disse o Cristo à mulher equivocada: “mulher, onde estão os teus acusadores”, anunciando que a hipocrisia era, e é, uma marca muito presente onde não existe verdadeira sabedoria e moral, pois que dos mais velhos aos mais novos todos foram se retirando sem lhe fazer qualquer mal. Ninguém poderá viver de aparências todo o tempo, desgastando-se e revelando o que lhe constitui o verdadeiro caráter.
Ser melhor é  impositivo da vida, ninguém pode abster-se deste dever; mais cedo ou mais tarde o homem perverso de hoje será o homem bom de amanhã, mesmo que lhe custe alguns milênios para isto, afinal, a vida é eterna e a reencarnação é benção que endireita as estradas íntimas do homem; rogará ele o perdão de quem ofendeu, dará amparo a quem abandonou, devolverá a quem tirou e, assim, se tornará feliz.
Existem pseudos-sábios entre os homens e entre os espíritos, porém, somente os seus iguais se lhe tornam suas vítimas. A lei divina é de amor, e a sabedoria será edificada na renúncia das más paixões e na prática do bem.
O sábio ama, o pseudo-sábio necessita ser amado.




 e-mail: addavid@ig.com.br

22 março 2014

Vamos todos pro Inferno - José Reis Chaves

VAMOS TODOS PRO INFERNO


O inferno é a vibração dum estado de consciência dos espíritos. E, realmente, o fogo dos ínfernos de todas as escrituras sagradas, não só da Bíblia, é simbólico, exotérico, e não esotérico como o terreno.
 

E aos defensores do inferno bíblico literal pergunto quando Deus o criou e onde ele fica? O Fogo de Pentecostes, do Batismo de Fogo e da kundalini queima? O espírito seria combustível e automaticamente renovável, para se queimar e para sempre? Poderia Deus nos ensinar o amor e o perdão incondicionais, se Ele fosse o criador e mantenedor desse tal de inferno teológico oriundo da Mitologia Grega (hades) e da “Divina Comédia” de Dante, e que O identificaria como um grande demagogo? Seria Deus injusto e mais cruel do que o mais implacável tirano humano, e que aplicaria penas infinitamente maiores do que as nossas faltas finitas? Porventura nós seríamos melhores do que Deus, já que não sujeitaríamos jamais nossos filhos a tal crueldade? Não, pois Deus, perfeito que é, e o Ser Cósmico amorável por excelência, jamais criaria esse inferno que não é bíblico, mas é produto da imaginação mitológica dos teólogos e de Dante Alighieri com sua “Divina Comédia”. De fato, na Bíblia o inferno e seu fogo são metafóricos, não podendo, pois, ser interpretados literalmente como o fizeram os teólogos e exegetas do passado, e muitos ainda hoje o fazem por ignorância e como meio de manipularem seus fiéis.


Na Bíblia (Septuaginta), hades, sheol e geena significam: sepultura, buraco, limbo, tártaro, inferno(s) e submundo. Mas como já foi parcialmente dito, trata-se da vibração variável do estado de consciência de todos os espíritos dos mortos, justos e injustos (Eclesiastes 12,7; Gênesis 37,35; Números 16,30; Atos 2,27; e Apocalipse 20,13). E até Jesus, em espírito, foi fazer trabalho de evangelização nos infernos para os espíritos ainda atrasados ou dominados pelo pecado (1 Pedro 4,6). Se o inferno fosse, pois, só de maldição, Jesus não faria lá a sua pregação. Aliás, isso significa que depois da morte ainda continuam as nossas chances de regeneração e evolução espiritual. E essa dimensão espiritual (céus, purgatórios infernos, submundo, limbo, tártaro etc.), para a qual todos os espíritos dos mortos vão, é denominada no Espiritismo de Mundo Espiritual ou Além (Eclesiastes 12,7). Geena era também o nome duma área baixa de Jerusalém, onde se queimava o lixo da cidade e onde ficavam isolados os leprosos. Esse fogo esotérico da geena de Jerusalém trouxe confusão para o fogo simbólico e exotérico da geena bíblica. E a eternidade (aionios) é um tempo indeterminado e não para sempre: “De eternidade a eternidade” (Salmo 90,2), o que nos demonstra que ela tem fim. E eis o que diz Paulo sobre o fogo bíblico: “Se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo” (1 Coríntios 3,15).


E é a própria Bíblia que desafia o poder do inferno como sendo um mal e um sofrimento sem fim, condenando-o ao desaparecimento juntamente com a morte: “Onde está, ó inferno, a tua destruição?” (Oséias 13,14). “Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo” (Apocalipse 20,14)!


Esta matéria é da coluna publicada por José Reis Chaves, às segundas-feiras, no diário O TEMPO, de Belo Horizonte. Publicada na Rede Amigo Espírita com autorização do autor.


21 março 2014

Modo de Olhar - Saúde Mental à Luz do Evangelho - Inácio Ferreira


MODO DE OLHAR
SAÚDE MENTAL À LUZ DO EVANGELHO

As pessoas são como nós: nem tão boas quanto imaginamos , nem tão más quanto pensamos !

Assim, não exijamos de ninguém o comportamento que não temos...
Que tome as atitudes que não tomamos...

Ou que não nos decepcione qual não deixamos de decepcioná-las !

As pessoas não têm a obrigação de ser conforme queremos que elas sejam - nem os nossos filhos !

Cada espírito com sua trajetória, com suas necessidades e experiências a serem vivenciadas.

Se quisermos ser amados como somos, cabe-nos amar as pessoas como elas são.

Isto é compreensão da Vida em sua essência.

Sendo, há milênios, esperados por Deus, por que não podemos esperar por alguém alguns poucos anos ?

O amor não é um cinzel sobre a pedra - o amor é uma luz sobre ela...

Quem ama uma pessoa, não a ama por suas virtudes ou mazelas - simplesmente a ama !

Não raro, os filhos enfermos e problemáticos merecem de seus pais maior amor do que aqueles que já não os preocupam tanto.

Foi pelos mais doentes que Jesus se submeteu ao sacrifício de vir à Terra.
Olhemos para as pessoas que nos testam a paciência e colocam à prova nossa capacidade de perdoar como quem olha para um anjo que ainda não nasceu.

Obra: Saúde Mental À Luz do Evangelho
Médium: Carlos A.Baccelli
Espiríto de Inácio Ferreira


20 março 2014

De Retorno – Amélia Rodrigues


DE RETORNO

Amorável Jesus:

Estamos de retorno.

Ontem, nesse passado sempre presente, ouvimos-Te nas paisagens formosas da gentil Galileia e fascinamo-nos com os Teus sublimes ensinamentos.

Tocados sinceramente no coração, resolvemos seguir-Te à distância através dos tempos, vivendo e cantando a Tua mensagem libertadora.

No entanto, o mundo que enfrentamos não era semelhante às praias formosas e calmas de Cafarnaum e deixamo-nos vencer pelas ondas encapeladas, pelo tumulto das nossas paixões não apaziguadas, afogando-nos lamentavelmente.

Durante largo período em que procuramos retornar ao Teu rebanho de amor, somente complicamos a conduta, cada vez afundando mais nas águas revoltas do desespero íntimo.

Sentíamos saudades de Ti e não conseguíamos decodificar corretamente. Por isso, fugíamos de nós mesmos, buscando fora o que somente é possível encontrar no interior dos sentimentos profundos.

Enquanto nos ensinavas correr para o deserto, para acalmar a febre das paixões primitivas, atirávamo-nos nas labaredas dos incêndios morais em gozos alucinantes.

Largo tempo transcorreu desde aqueles dias inolvidáveis.

Mas Tu não desististe de nós e nos trouxeste às regiões calmantes do Teu coração.

Retornamos na condição do homem que foi assaltado na descida de Jerusalém para Jericó e socorrido pelo samaritano.

Com a alma em frangalhos, recebemos o bálsamo e o carinho da misericórdia do Céu em Teu nome e nos erguemos.

Agora estamos de volta à Tua barca e ouvimos-Te outra vez cantando os hinos de eterna beleza de que se enriquecem os nossos corações.

As baladas das bem-aventuranças comovem-nos de maneira muito especial e os Teus convites de afeto e alegria de viver e de servir, dão-nos resistência para vencermos o mal interno e acompanhar-Te na áspera subida e permanência na perversa e imensa Jerusalém da sociedade contemporânea.

O mundo estertora e desejamos acalmá-lo, iniciando a revolução da paz no próprio coração e alongando-a pelas terras desérticas das vidas estioladas mediante as chuvas de gentilezas e amizades, evocando-Te as atitudes e repetindo-as.

Continuamos ouvindo o Teu poema de luz e de liberdade total, com a musicalidade sublime do amor que nos enriquece e plenifica.

Direciona o Teu olhar para nós e acolhe-nos novamente, sorrindo, como se estivesses a dizer:

- Sejam bem-vindos, filhos diletos de meu Pai!

...E acolhe-nos.


Amélia Rodrigues
Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na manhã de 30 de janeiro de 2014, em Jerusalém, Israel.


19 março 2014

“Despacho” e “trabalho” mediúnico - Espírito Lúcius


"DESPACHO E "TRABALHO" MEDIÚNICO


Como conseguir arrancar uma árvore secular usando apenas o poder de uma tesoura? Mas é assim que as criaturas pensam em conseguir aquilo que lhes parece mais vantajoso.

Somente enquanto existirem tolos é que vai existir espaço para levianos jogadores com as forças espirituais.

Somente enquanto as leis do Universo forem ignoradas é que esses charlatães, que se autoproclamam médiuns, poderão exercer a sua fantasia terrorista. Quando o esclarecimento permear a humanidade, ninguém vai mais imaginar que a Lei de Justiça e a Misericórdia de Deus valem menos do que uma garrafa de bebida ou um animal morto rodeado de velas em alguma encruzilhada do caminho.

A sintonia com o mal é algo que possui duas vias. Tanto serve para solicitar favores quanto acaba trazendo ao solicitante as consequências desse conúbio espúrio e perigoso, cujo preço é sempre muito mais caro do que os favores que possa parecer conseguir.

Isso sem nos referirmos à questão da sintonia da vítima a quem se destina esse tipo de ritual. Se o destinatário do mal não estiver vibrando no mal, tais forças não conseguirão atingi-lo. É por isso que a pessoa a quem se dirigiu o encantamento, sabendo que foi objeto de algum “trabalho” ou de alguma coisa misteriosa, acaba por ficar amedrontada com um fantasma que não compreende e, pelo medo que começa a sentir, passará a se impressionar com qualquer coisa negativa que lhe aconteça, mesmo com um simples tropeção no tapete de sua casa.

Antes de saber, esse evento seria interpretado como descuido ou distração. Depois que a vítima do misterioso “despacho” fica sabendo que está sendo objeto de uma ação oculta, o tropeção passa a ser “empurrão”, “trança-pé”, coisa do tipo.

Isso propicia a fragilidade emocional necessária para a penetração das entidades perseguidoras no seu campo vibratório e, a partir de então, a sua sintonia no medo é que vai permitir que se sinta mal, se sinta abatida, se veja perdida….

É assim que as entidades inferiores agem, impressionando a vítima de sua perseguição, sem o que não conseguirão nada além de esforços perdidos.

E quando tais energias negativas não atingem o destino, retomam por natural efeito à origem de onde emanaram, atingindo aquele que a emitiu, que se encontra no mesmo padrão inferior por ter sido o foco de tal emanação.

O mal invariavelmente volta para quem o pratica. Não importa que demore a acontecer. Isso sempre acontecerá para que cada um aprenda a conhecer o sabor do fruto que semeou.

Apesar de todo o mal que estaremos observando nas atitudes e nos efeitos dolorosos que derivam dos atos negativos, o Bem procurará atender ao maior número de Espíritos para colocá-los na posição de acordarem diante de si próprios.




Livro Despedindo-se da Terra, cap. 28
Espírito Lúcius
Psicografia de André Luiz Ruiz


18 março 2014

Palavrão - Momento Espírta

Está se tornando comum o palavrão. A pouco e pouco, palavras de baixo calão vão sendo incorporadas ao vocabulário. Passam a ser utilizadas, habitualmente.


Lá se foram os anos em que o palavrão era utilizado pelas pessoas ditas de má educação. Hoje, atingiu status. Políticos se permitem utilizá-lo para defesa das suas ideias ou para a própria defesa.


O teatro foi inundado por artistas que fazem dos palavrões meios de comunicação. Tudo em nome de uma pretensa arte.


A televisão exibe cenas de violência e sexo, manipulando gestos e palavrões. As empresas públicas, que exploram a telefonia, permitem que, com o simples discar de um número, se ouçam piadas maliciosas e se aprendam mais alguns palavrões.


Atores e atrizes não se limitam a dizer piadas fortes. Vão além. Fazem também gestos agressivos. E o pior: o público aplaude. Como se ouvissem frases de efeito que encerrassem uma filosofia ou um ensinamento.


Pais ensinam aos filhos os palavrões. E as ocasiões para os utilizar. Para ofender os brios de alguém. Para irritar simplesmente. Ou só para desabafar.


Observamos como a linguagem vai se tornando grosseira, grotesca.


Em O livro dos Espíritos aprendemos que se reconhecem os Espíritos pela linguagem. Entre os Espíritos, como entre os homens, a linguagem é sempre um indicativo de qualidade moral e intelectual.


Ao abordar a questão da palavra, Jesus foi enérgico: Aquele que disser a seu irmão: “Raca, merecerá condenado pelo conselho. Aquele que lhe disser: és louco, merecerá condenado ao fogo do inferno.”

Raca, entre os hebreus, era um termo desdenhoso. Significava homem que nada vale. Era pronunciado cuspindo e virando-se para o lado a cabeça.


Ao afirmar que mereceria o fogo do inferno, o que significa intenso sofrimento, Jesus vai bem longe. Como pode uma simples palavra, louco, se revestir de tanta gravidade que mereça tão severa reprovação?


É que toda palavra exprime um sentimento e vai carregada de vibração correspondente. Desse modo, toda palavra ofensiva exprime um sentimento contrário à lei do amor e da caridade. Constitui um golpe desferido na fraternidade.


Quando vemos nossa infância e juventude absorvendo tão rapidamente os palavrões, esquecendo as verdadeiras denominações dos objetos, lamentamos.


Alguns defendem o retorno aos antigos métodos repressores. Da pimenta na boca, palmada nos lábios à censura ostensiva em todos os veículos de comunicação.


A repressão, a agressão não resolvem o problema. Existem sempre os que afirmam que a lei existe para ser violada.


O problema é, pois, de educação. Educação do pensamento para uso da palavra devida.


A boca fala do que está cheio o coração. A boca expressa os sentimentos. A ideia é uma força criadora e nossas palavras aderem a ela elaborando formas e coisas.


De maneira simbólica, podemos comparar a palavra ao ferro gusa. Após escorrer do forno da nossa mente se solidifica nos trilhos, bons ou maus, sobre os quais o comboio da nossa existência seguirá.


*   *   *


Habituemo-nos a falar o bem. Não incorporemos ao próprio vocabulário expressões de cunho malicioso ou grotesco.



Vigiemos o pensamento. Habituemo-nos à boa leitura.


Alimentemos a mente e o coração com o que é belo e bom.


A palavra tem vida. Vitalizemos o bem.


Redação do Momento Espírita, com base no item 102, de O livro dos Espíritos e nos itens 3 e 4 do cap.IX, de O Evangelho segundo o Espiritismo, ambos de Allan Kardec, ed. FEB; no item 124, de O Consolador, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB e no cap. 24, do livro Bênção de paz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. GEEM.


17 março 2014

Ama a tua Dor - Joanna de Ângelis


AMA A TUA DOR

Paradoxalmente, anelavas pela paz, quando edificando o bem entre as criaturas humanas, e és defrontado pela incompreensão e repúdio.

Sentes desencanto ao constatares que os sagrados misteres a que te entregas são recebidos com acrimônias e suspeitas.

Desanimam-te os comportamentos daqueles nos quais confias, na grei onde mourejas, produzindo amarguras e mal-estares.

Entristece-te a maneira como te tratam os amigos da seara em que te movimentas, desconfiados em relação à tua entrega.

Constatas insanas competições onde deveriam multiplicar-se as cooperações, como se o labor pertencesse a cada um e a seara estivesse destituída de administrador e abandonada pelo Senhor.

Sentes cansaço e não consegues renovação íntima, diante da ausência de tempo hábil para a reflexão.

Pensavas que os corações afetuosos, que sorriem contigo, permaneceriam acessíveis ao teu nos momentos difíceis, constatando, porém, que o ego neles predomina, em relação ao coletivo no grupo em que te fixas.

Ocorrem-te a desistência e o retorno às tuas origens, porque o paraíso que acreditavas estar ao teu alcance, na convivência com os demais servidores, é somente uma aparência com os mesmos desvãos que encontravas no anterior convívio social por onde te movimentavas.

Sofres, porque anseias pela harmonia e acalentas o sonho da plena solidariedade, que se te apresenta muito distante...

Não te esqueças, porém, de que os santos e serafins transitaram também no corpo e alcançaram esse nível de evolução porque enfrentaram equivalentes ou mais ásperas refregas.

Ninguém atinge o altiplano sem a caminhada pelas baixadas sombrias e difíceis de acesso.

Revigora-te na luta, sendo tolerante para com todos e exigente para contigo mesmo.

O reino dos céus é construído com os materiais da renúncia e da compaixão, da bondade e da comiseração, sob o patrocínio do amor.

Repara a Natureza sacudida frequentemente pelos fenômenos destrutivos que a visitam, permitindo-lhe, logo depois, renovação, exuberância e beleza na produção dos tesouros da vida.

De igual maneira ocorre na floresta humana.

Não te desencantes, pois, com os outros que, por sua vez, também se permitem frustrações em relação a ti.
Se amas Jesus e o teu objetivo é servi-lO, avança contente, conforme o fez o Irmão Alegria.

*

Ama a tua dor.

No momento em que o teu amor seja capaz de superar o sofrimento, sem rebeldia nem queixa, terás alcançado a meta que buscas.

A dor é um buril lapidador das anfractuosidades dos minerais duros dos vícios e dos arraigados hábitos infelizes.

Quem não enfrenta com harmonia interior os desafios da evolução, acautelando-se do sofrimento, permanece em lamentável estagnação que o conduz à paralisia emocional em relação ao crescimento íntimo.

Os caminhos do Gólgota, assim como os da Úmbria, ainda permanecem com sombras por cima e espinhos no seu leito, exigindo coragem e abnegação para serem percorridos com júbilo.

Vencê-los é o dever que a fé racional te impõe, a serviço de Jesus, a quem amas.

Se almejas alegria e bem-estar nos moldes profanos estás em outro campo de ação, mas se buscas o serviço com o Mestre de Nazaré, os teus são júbilos profundos e emoções superiores bem diferentes das habituais.

Não relaciones, pois, remoques e erros, antes aprende a retirar o melhor, aquela parte boa que existe em todos os seres humanos e enriquece-te com esses valores, sem te preocupares com a outra parte, a enferma, ainda não recuperada pelas dádivas da saúde espiritual.

Tem mais paciência e aprende a compreender em vez de censurar e exigir. Cada qual consegue fazer somente o que lhe está ao alcance, não dispondo de recursos para autossuperar-se no momento.
Jesus, modelo e guia da humanidade, conviveu com mulheres e homens bem semelhantes àqueles com os quais hoje partilhas a convivência, em labuta ao teu lado, suportando-se reciprocamente e dedicados ao amor.
Se, por acaso, sentes a sutil visita da intriga, da acusação e de outras mazelas que atormentam a sociedade, acautela-te, não lhes concedas guarida nem atenção, ignora-as e segue, irretocável, adiante.

Melhor estares na luta de sublimação, do que no leito da recuperação sob o impositivo de limites e restrições, impostos pelo processo de crescimento para Deus e para ti mesmo. 

Em qualquer situação, alegra-te por te encontrares reencarnado, portanto, no roteiro da autoiluminação.

Ama a tua dor e ela se te tornará amena, amiga, gentil companheira da existência. E enquanto amas, trabalha pelo Bem, compensa-te com as bênçãos dos resultados opimos que ofereças ao Senhor, que transitou por sendas idênticas e mais dolorosas que essas por onde segues.

Assim, continua em paz, viandante das estrelas que te aguardam no zimbório celeste.

*

Francisco de Assis amava as suas dores e transcendeu todos os limites, conseguindo demarcar os fastos históricos com a renúncia, a simplicidade e as canções de inefável alegria.

E Clara, que lhe seguia o exemplo sublime, impôs-se dedicação integral e, ao partir da Terra, achava-se aureolada pelo sofrimento no qual encontrou a plenitude.

De tua parte, ama também a tua dor e experimentarás incomparável bem-estar.

Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 16 de dezembro de 2013, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.