A MEDIUNIDADE E O SOBRENATURAL
A mediunidade é conhecida de todos os tempos e sempre foi praticada por todas as raças, num processo de interação energética entre o mundo físico e o mundo espiritual, sem que isso represente nada de assombroso ou sobrenatural, mas simplesmente uma conexão entre o que é visível e o invisível, através da intervenção dos espíritos, agitando, sacudindo ou alterando o clima psíquico dos encarnados, que já possuem certa sensibilidade para se comunicar com os chamados mortos.
É importante ressaltar que ninguém morre, e que aqueles que se foram, através do fenômeno que chamamos morte, estão em algum lugar, e recebem com carinho, alegria e felicidade, os nossos pensamentos e os nossos sentimentos.
Muito do nosso folclore popular teve sua origem na mediunidade, que com o passar do tempo vem ganhando espaço na mídia, deixando de ser apenas um baú de superstições e fatos maravilhosos, para se tornar uma realidade do próprio homem. Até mesmo aqueles que combatiam a mediunidade já se posicionam de uma forma diferente, como é o caso da Igreja Católica, que durante séculos combateu a manifestação dos espíritos, e hoje já possui grupos que estudam os fenômenos mediúnicos, com o nome de ``carismáticos´, e que de uma forma sigilosa mantém contato com os mortos, não divulgando, porém, o resultado de suas pesquisas, que, depois de analisadas pelos chefes da Igreja, são guardadas a sete chaves, para que, em outras oportunidades que possam interessar ao clero católico, sejam aproveitadas.
Em épocas remotas, os feiticeiros das tribos utilizavam rituais, danças, e outras formas visuais de apresentação, para esconjurar os maus espíritos e atrair os bons, e um passo mais à frente, os nossos matutos do interior se apegam a sortilégios, simpatias, promessas e rezas, tentando conseguir com isso a proteção dos mortos, principalmente daqueles que se tornaram famosos ou santificados pelo próprio povo, como é o caso do Padre Cícero, do Nordeste, que atrai milhares de pessoas para visitar sua estátua.
As lendas que conhecemos, e que fazem parte do nosso folclore, também são oriundas de fatores psíquicos. Conhecidas como ``mula sem cabeça´´, ´´lobisomem´´, ``mãe-d´água´´, ``saci-pererê´´ e outras entidades, umas benfeitoras, outras dedicadas ao mal, representam apenas estados mentais alucinógenos, em que a excitação mediúnica cria através da tela mental, figuras bizarras que desafiam a ação do tempo, passando de geração em geração, e só mesmo o avanço da parte moral e intelectual do homem pode apagar.
A codificação kardecista veio exatamente para isso, ou seja, desmistificar a prática mediúnica, retirando todos os recheios de aforismo, superstições, apetrechos, rituais, cantorias, paramentos, libações e sacrifícios, para deixá-la apenas com a força do pensamento contínuo, o maior instrumento já concedido ao espírito imortal, esse viajor da eternidade, esse andarilho do infinito, esse nômade do espaço, na sua caminhada gloriosa para o seu Criador.
Do livro: Segredos da Vida e da Morte - Djalma Santos
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