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24 março 2016

Pompas e Rituais - Cairbar Schutel


POMPAS E RITUAIS

Dizendo-se herdeiro do Cristianismo, o Catolicismo Romano, ao longo dos séculos, vem adulterando sistematicamente os pensamentos e lições de Jesus, descaracterizando a Sua mensagem consoladora e de renovação moral, capaz de libertar o Homem das cadeias da imperfeição que ainda carrega, direcionando-a, através de pompas e rituais superficiais, com vagas promessas que permitem alcançar o Reino dos Céus, através de arrependimentos apressados, missas encomendadas para o corpo inanimado de carne ou bençãos inócuas, supostamente capazes de derrogar as Soberanas Leis de Deus, como se a vida não tivesse prosseguimento apos a desintegração da matéria, e o ser pensante que ali habitara estivesse isento da prestação de contas diante da Consciência Divina.

Os parâmentos ritualísticos, as oblatas e preces votivas, os mantras ritmicos, fazem parte da pompa exterior, substituindo as reflexões meditadas, as rogativas sinceras, o arrependimento consciente e a decisão de mudar o comportamento equivocado em busca dos novos paradigmas, vivenciados pelos apóstolos e novos discípulos.

Dificilmente qualquer individuo que se diga discípulo do Cristo, dotado de bom-senso e discernimento, reconhecerá nas Igrejas e Templos Católicos da atualidade, qualquer vestigio do Cristianismo dos primeiros dias, sendo, também, necessário muito esforço e boa-vontade para enxergar no Clero e Bispado de agora, os "pastores das almas" que existia no núcleo dos pescadores arrebanhados por Jesus.

O consolo e a abnegação, a afabilidade e a renúncia, a fraternidade e a resignação, a compaixão e a misericórdia, a autodoação e a solidariedade e a caridade e o amor, não são palavras vazias de significado; são posturas que exigem ação, energia, dinamismo, resgatando sentimentos plenos de sentido, dando universalidade aos ensinamentos de Jesus, mostrando a intemporalidade de suas lições que, tendo ultrapassado dois milênios, continuam atuais e necessárias para a Humanidade.

O Espiritismo, que procura muito apropriadamente reviver o Cristianismo, dilatando sua compreensão em novas interpretações, não deve distanciar-se da simplicidade para não perder a humildade e a autenticidade da proposta de Jesus. E os espiritas tem diante de si uma imensa responsabilidade e um grande desafio: avançar "pari-passu" com a Ciência, incorporando o conteúdo do conhecimento psicológico atual nos limites da Filosofia, sem perder a essencia imanente da Religião, honrando e dignificando uma Doutrina enviada por plêiade de Espiritos Nobres, sob a terna e amorosa vigilância de Jesus, com o objetivo de elevar o Homem espiritualmente, transformando-o em construtor do seu próprio destino, por opção eletiva, rumo ao seu fanal, que é o Supremo Bem.

Cairbar Schutel

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