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13 março 2016

Momento de gratidão - Joanna de Ângelis


MOMENTO DE GRATIDÃO


Não postergues indefinidamente o teu momento de gratidão.

Sorris e amas, trabalhas e sofres, renuncias e cresces, sonhas e progrides bendizendo a vida. No entanto, muitas vezes asfixias, na garganta, a palavra de reconhecimento que o afeto te ergue do coração aos lábios, sem que a deixes cantar o hino de louvor que pode modular com felicidade.

Atrais amigos e conquistas pessoas; padeces dores, que buscas dissimular no vaivém dos deveres cotidianos; crês-te em soledade antes as provações que se camartelam as horas. Sem embargo, há alguém que chora contigo, sem que lhe vejas as lágrimas; que te acompanha por toda parte, sem que lhe percebas a presença; que faz silêncio e passa com discrição pelo teu caminho; que ilumina as tuas horas com as estrelas sublimes da oração, nada te exigindo, não te perturbando, fazendo espaço para ti, porque a sua é a tua alegria e tudo por quanto anela é ver-te feliz.

Gasta-se, na luta, como uma chama que brilha, porém consome combustível, a fim de que não falte claridade onde te encontras; oculta as próprias dores de modo a não te afligir; extenuando-se no trabalho, emoldura o lar com alegria e repleta-o com a esperança de paz, de forma que os teus conflito aí se asserenem.

Ouve-te, sem queixas, e, quando te desequilibras, sempre te oferta o bálsamo da renovação na taça da paciência, que transparece em cada palavra e gesto, sem reproche nem azedume.

Há momentos em que se converte em anjo protetor sustentando-te as horas; doutras vezes, faz-se o apoio das tuas aspirações como alicerce que passa desconhecido; quase sempre realiza a sua e parte da tua tarefa sem chamar a atenção, nem cobrar qualquer contributo.

Porque nunca te defrauda nem deixa que te falte qualquer coisa, não lhe valorizas o sacrifício, a pontualidade, a permanente ação benéfica.

Dessa forma, não lhe vês os vincos da dor silenciosa, a palidez das renúncias constantes, nem as lágrimas que lhe aljofram os olhos.

Momentos houve em que quiseste dizer-lhe mil palavras de carinho e doar-lhe toda a ternura que represas nalma. Sufocaste, porém, o arroubo, ante a equivocada reflexão de que ela o sabe.

O amor abastece a quem ama e àquele que é amado. Todavia, é necessário doá-lo, demonstrando que o seu potencial tem vida e direção.

Se o ser amado tem conhecimento, melhor será que o confirmes, que o expresses, que enriqueças com as tuas vibrações a pessoa a quem o doas.

Faze isso com a tua Mãezinha.

Não aguardes que ela te solicite carinho. Dá-lho, conforme a ti ela o oferece.

Não adies o momento de dizer à tua Mãe o quanto a amas, como dela dependes, o tanto que a necessitas.

Se deixas para fazê-lo depois, pode suceder que, ao intentares, seja tarde, muito tarde para que o logres.

Fala-lhe hoje sobre a tua imensa ternura e gratidão, envolvendo-a em bênçãos de amor filial.

Ela sorrirá, e, na explosão do júbilo de que se verá possuída, verterá transparente cortina líquida de emoção, falando-te, trêmula e ditosa:

— Meu filho, meu filho, tu me honras em demasia e eu reconheço não o merecer, porquanto sou apenas tua Mãe.


Pelo Espírito Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo P. Franco
De “Otimismo”


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