Certa feita, em uma sessão mediúnica destinada a desobsessão e esclarecimento de espíritos em condições menos felizes, um espírito se apresentou bastante revoltado e endurecido por conta de suas convicções e condições de sofrimento.
Após algumas sessões, já mais aliviado, contou parte de sua história.
Falou de uma reencarnação sua há cerca de trezentos anos, quando, na condição de adulto, envergou a posição de feitor de escravos em uma fazenda no interior do Brasil, e sem nenhum sentimento humano tratava-os conforme as ordens dos proprietários em sintonia de sentimentos.
Os valores morais da Senhora proprietária da fazenda eram voltados para a avareza, para a frieza de coração, e portava uma vaidade doentia. Sobrepunha-se ao marido na questão dos castigos infligidos aos escravos.
Os valores morais da Senhora proprietária da fazenda eram voltados para a avareza, para a frieza de coração, e portava uma vaidade doentia. Sobrepunha-se ao marido na questão dos castigos infligidos aos escravos.
Passaram-se mais algumas sessões e o espírito comunicante apontou o local onde o casal estava reencarnado, no último quarto do século vinte, conclamando os componentes do grupo mediúnico a visitá-los para amparo espiritual, e também material.
A família que os recebera como irmãos era numerosa e sobreviviam, penosamente, do resultado do trabalho pouco remunerado do pai adotivo, e também da ajuda caritativa de voluntários da benemerência. Em termos sociais a condição era precaríssima, porém de bom nível moral, mas a condição reencarnatória pessoal dos dois era ainda mais terrível.
A família que os recebera como irmãos era numerosa e sobreviviam, penosamente, do resultado do trabalho pouco remunerado do pai adotivo, e também da ajuda caritativa de voluntários da benemerência. Em termos sociais a condição era precaríssima, porém de bom nível moral, mas a condição reencarnatória pessoal dos dois era ainda mais terrível.
Estavam reencarnados dentro da raça negra, e quase que vegetavam em um quartinho nos fundos, os dois juntos. Ele, outrora dono de fazenda, portava deficiências física e mental severas, mas conseguia manter-se sentado, e portava um humor surpreendente ao receber visitas. Não falava, apenas balbuciava alguns monossílabos.
Ela apresentava uma condição ainda mais complexa. Sua insuficiência mental era quase total, e a sua condição física quase não permitia outra posição senão a de manter-se deitada de lado, com todo o corpo encolhido, como que na posição fetal. Vivia grunhindo e numa agitação física constante. Quando recebia visitas precisava ser sustentada sentada, por curto período de tempo.
No entanto, era surpreendente ver sua reação ao receber visitas que portavam adereços como anéis, relógios e pulseiras, colares e brincos. Ela se excitava de tal forma que chegava a avançar, pacificamente, para acariciar os objetos, e quando lhe era permitido tocá-los, o fazia com um carinho excedido, deslumbrando-se e acalmando-se.
Confirmaram-se as informações do espírito comunicante, e constatava-se que a vaidade da antiga senhora tornara-se multissecular.
Confirmaram-se as informações do espírito comunicante, e constatava-se que a vaidade da antiga senhora tornara-se multissecular.
Em O Livro dos Espíritos encontramos esclarecimentos a respeito:
Questão 395: Podemos ter algumas revelações de nossas existências anteriores? – Nem sempre. Muitos sabem, entretanto, o que foram e o que fizeram; se fosse permitido dizer abertamente, fariam singulares revelações sobre o passado.
Questão 399: Os acontecimentos da vida corporal são, ao mesmo tempo, uma expiação pelas faltas passadas e provas que visam ao futuro. Pode-se dizer que da natureza dessas situações se possa deduzir o gênero da existência anterior? – Muito frequentemente, uma vez que cada um é punido pelos erros que cometeu; entretanto, não deve ser isso uma regra absoluta. As tendências instintivas são a melhor indicação (grifo nosso), visto que as provas pelas quais o Espírito passa se referem tanto ao futuro quanto ao passado.
Podemos, portanto, ter algumas revelações do passado para bom uso no presente, e no presente o espírito apresenta suas tendências e aptidões, para correção das más e desenvolvimento das boas.
A condição reencarnatória está em consonância com as necessidades espirituais particulares do espírito, e visa sempre o melhor para cada um, em obediência ao princípio da lei de ação e reação, restando a nós outros mudar nossos valores para que, no futuro, o que fazemos hoje não seja refletido penosamente, tanto quanto o passado esteja se fazendo presente na atual reencarnação.
Podemos, portanto, ter algumas revelações do passado para bom uso no presente, e no presente o espírito apresenta suas tendências e aptidões, para correção das más e desenvolvimento das boas.
A condição reencarnatória está em consonância com as necessidades espirituais particulares do espírito, e visa sempre o melhor para cada um, em obediência ao princípio da lei de ação e reação, restando a nós outros mudar nossos valores para que, no futuro, o que fazemos hoje não seja refletido penosamente, tanto quanto o passado esteja se fazendo presente na atual reencarnação.
Pensemos nisso.
Referências Bibliográficas:
O Livro dos Espíritos, Allan Kardec
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