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09 abril 2013

A Cada Geração os Pais Devem se Reciclar - Wilson Focassio



A CADA GERAÇÃO OS PAIS DEVEM SE RECICLAR


“Você pode transmitir aos seus filhos o seu amor, mas não os seus pensamentos, porque ele tem sua própria maneira de pensar. Podem acolher seus corpos, mas não suas almas, porque essas residem no amanhã, que não poderá ser visitado por você, nem mesmo em sonhos. Você pode se esforçar para ser como eles, mas não tente que eles sejam como você, porque a vida não volta atrás nem estaciona no dia de ontem. Você é arco de onde seus filhos, como flechas vivas são lançados para adiante”.

                                                                                                              Kalil Gibran



Temos assistido ao longo das décadas mudanças significativas no comportamento do ser humano, mais especificamente entre os jovens. A tecnologia da ciência, a televisão e o currículo escolar, alteraram o itinerário da evolução que, de há muito, era mais ou menos regular entre os povos. A comunicação gerou alterações comportamentais incomparáveis. Considerando que cada criança que nasce faz parte de um programa espiritual para aquela família, deduz-se que cabe aos pais um perfeito acompanhamento do desenvolvimento dessa criança, incluindo-se ai os aspectos morais, intelectuais, sociais, etc.

Como poder entender as mudanças se os pais não mudam? Bem, ai está o grande problema. A cada geração os pais devem se reciclar. Somente assim poderão acompanhar e dar assistência aos filhos que a eles foram confiados.

Em um comboio, se os vagões forem de última geração e a locomotiva for a vapor, com certeza essa viagem resultará em surpresa, às vezes até desagradáveis. Por isso os pais devem se ajustar ao modernismo, e, através de suas experiências, colaborarem com os filhos a fim de que esses cresçam com estrutura sadia, sem tropeços ou desajustes. No passado, quando as informações eram escassas, os pais, embasados na cultura religiosa, colocavam “cabrestos” nos filhos e os educavam por uma linha da ignorância. Essa “ignorância” também habitava nos pais. Isso leva a dizer que faziam as coisas como se fossem absolutamente certas. Mas, nem tudo era certo. Os tabus gerados nesses períodos encheram os sanatórios de pessoas desajustadas, cheias de culpas, complexos e alta estima baixa.

Hoje, as crianças são outras, extremamente inteligentes, mais informadas, mais esclarecidas, mais dispostas à evolução, mais perspicazes, mais violentas e também, mais amorosas.  É difícil dividirmos as pessoas por faixa etária, mas é fácil destacarmos épocas. Há duas gerações anteriores a esta que vivenciamos em (2007), o comportamento era um. Na última, o comportamento era outro e, agora, neste momento, tudo é diferente.

Ao lado do crescimento tecnológico, onde a criança se desenvolve para a sabedoria, temos a miséria que faz com que outras crianças amarguem a rua, a fome, a prostituição, o abandono, o desprezo. Como o pai de uma criança viverá quando sentir que se filho esta em condições piores do que ele esteve? Esse pai precisa se reciclar. Como o pai da classe média poderá vivenciar o filho cheio de liberdades e com comportamento que não deve? Esse pai precisa da reciclagem.

O que é reciclar?

Reestudar os comportamentos estruturais concebidos ao longo da existência, compará-los com aquilo que a época exige e, dentro do possível, adaptar-se, sem, contudo, perder a essência ética e moral. Pais e filhos devem andar nas mesmas calçadas. A separação do filho por imposição social ou cultural, poderá resultar em graves problemas. Os filhos não são propriedades dos pais, mas a esses cabe orientá-los, entende-los aceitá-los e caminhar com eles. Esse é o desafio moderno. 

“Pai é pai, não importa quão severo pode ser um pai quando julga seu filho. Nunca será tão duro como quando um filho julga seu pai”.

Wilson Focassio (São José do Rio Preto/SP)
w.focassio@hotmail.com


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