FALANDO
Fazer o bem a outrem pensando no estipência é cobrir a fraternidade de usura ou revestir a caridade de egoísmo. A remuneração é de responsabilidade da lei que governa com justiça, sem a nossa participação. Qualquer interferência da nossa parte, no que se refere a exigências, é imprudência que fermenta o superior, tornando-se em massa que se destaca pela sua corrosividade.
O salário da palavra não nos pertence. Cabe a cada alma dar o que tem de amor, de fé, de bondade, de gratidão de tolerância, porque são os talentos em forma de suprimento no Espírito inesgotável, que exige circulação, para brilhar mais nos sentimentos e recender em profusão, na consciência.
Se queres aprender com maior intensidade, aprende a falar, porque é falando que se aprende. Não deixes congestionar, nos teus centros de força, a energia destinada à fala, assim como também não deves usá-la para as conversações improfícuas. Já meditaste sobre o quanto tens aprendido com a cooperação alheia? Quantas lições valiosas têm vindo ao teu encontro, por intermédio da fala dos teus semelhantes? E como reconhecer isso? Será pela gratidão?
De que forma seria essa gratidão?
Falando bem, por onde transitares, aprumarás o teu verbo nas linhas dos bons costumes, e falarás com discernimento. Fala ajudando! Fala aprendendo mais! Deves permanecer na palavra de Cristo, que é a mesma de Deus. Para que sejas discípulo do Mestre inconfundível, vejamos o que Ele próprio afirmou, anotado por João: “Disse, pois, Jesus, aos judeus que creram nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos”. João, 8:31.
A palavra de Jesus Cristo é a palavra cordial, instrutiva, disciplinada, cheia de graça, de perdão, de caridade e de otimismo. É a palavra que faz sorrir os tristes, levantar os caídos e saciar os sedentos, que mata a fome dos estropiados e famintos. Agitamos a nossa consciência e a dos outros, quando falamos de coisas de que o magnetismo inferior serve de veículo. E de onde vem esse plasma decadente? Vem dos nossos sentimentos: é o mesmo éter cósmico, deturpado com a nossa inferioridade, com a falta daquela moral que Jesus nos apresenta como colunas básicas.
Desconhecer o Evangelho é o mesmo que desconhecer a felicidade, e muitos dos seus conceitos já haviam sido, em épocas diferente, proclamados: pelos lábios de Buda, pelos escritos de Confúcio, pela vida de Zoroastro, pelo que diz de Fo-Hi, e pela ação de Moisés e dos profetas. Pois todos esses e outros mais, foram enviados do Cristo de Deus, por aquiescência do Pai Celestial.
Se queres aprender com serenidade o vocabulário do amor, não deixes que a tua boca pronuncie sons deturpados pela invigilância e não fales quando o mau humor apagar a tua alegria. Desprende-te primeiro das peias da contrariedade, pede à natureza, a mãe poderosa que é a Terra, em nome do Todo Poderoso, um clima interno diferente. Se tiveres fé, logo verás as nuvens da melancolia passarem, carregadas pelos ventos divinos do amor, e o Cristo surgirá em ti. A natureza íntima pode ser mudada, dependendo do querer , da persistência e da confiança que depositares em ti mesmo e no Pai Celestial.
Confere com Cristo as tuas forças, e começa a trabalhar, que não faltarão os seareiros do bem comum, no incentivo santo de nos fazer felizes.
É falando que aprendemos
É falando que ensinamos
É falando que ajudamos
É falando que sentimos
É falando que perdoamos
É falando que descobrimos
É falando que granjeamos amigos,
em todos os horizontes da vida. Não devemos esquecer, todavia, de falar bem, mostrando o nível de educação que a palavra já atingiu, pela fala de Deus.
Livro Horizontes da Fala
Cap. 25, Espírito Miramez
Psicografia de João Nunes Maia
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