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26 abril 2013

Dramas ocultos, um Novo Conceito de Responsabilidade Social - Ermance Dufaux



DRAMAS OCULTOS, UM NOVO CONCEITO DE RESPONSIBILIADE SOCIAL


Os serviços de assistência solidária são canais de alívio e misericórdia perante as dores e os testemunhos das calamidades sociais. Muitos buscam a sopa e o remédio nos encontros socorristas, outros solicitam agasalho e alimento. A caridade material em um mundo de provas e expiações é bênção de amor e solidariedade que anima e conforta.

Surgem, também, as calamidades ocultas. Aquelas que não são ditas e ninguém vê. Outro gênero de fome e doença. Calamidades que raramente ganham destaque em razão da complexidade de sua realidade.

Suicidas potenciais; deprimidos arredios; pais fragilizados ante o peso dos deveres da família; filhos prestes a se consorciar com os portais das sombras morais; juízes dolorosamente atormentados pela culpa de sentenças interesseiras; políticos à beira de vender sua honra; mulheres enredadas em lamentável amargura pela ausência de afeto correspondido; homens vilipendiados pela tortura dos pensamentos ante as fantasias libidinosas; corações partidos pela dor da separação de qualquer natureza; pessoas que desistiram de lutar e progredir, escravas de obsessões de amplo leque; patrões materialistas dipostos a encetar golpes lesivos; empregados revoltados a ponto de estabelecerem demandas injustas; jovens desorientados quase se rendendo ao encontro macabro com as drogas; idosos arrependidos que não se perdoam.

São essas e muitas outras calamidades sutis que atormentam mentes e enfraquecem corações. Fomes e doenças que exigem medidas de auxílio mais conscientes e devotadas.

Nossas instituições de amor têm um desafio pela frente: uma campanha para que a caridade, que tanto estimulamos, possa, igualmente, beneficiar esses dramas ocultos da alma.

Para isso, nos preparemos por meio da autorrenovação, do estudo e da disposição sincera de servir e amar sem condições. Abramos espaços largos para o socorro fraterno a quantos recorrerem em busca de orientação e consolo, e dessa forma estaremos espalhando a bênção da misericórdia e da bondade.

Entretanto, saibamos usar de discernimento e alruísmo, empatia e abnegação para aprender a descobrir qual é a verdadeira calamidade que atinge a quantos nos pedem “pão e água”.

Um novo e mais emergente conceito de responsabilidade social será necessário para corresponder aos tempos novos das sociedades. As dores imperceptíveis e ocultas causam mais destruição que aquelas que os olhos conseguem alcançar.

Jesus, Expressão Sublime da Generosidade, em meio à multidão atormentada, indagou: “Quem tocou nas minhas vestes?” Uma mulher sofrida e virtuosa, que aguardava em silêncio as provas dilacerantes, manifestou a verdade sobre sua dor e o Mestre a curou.

No burburinho da massa, nos sorrisos enfeitados da falsa alegria e nas passarelas do realce humano há muita fragilidade e sofrimento à espera da nossa sensibilidade. Em muitos casos, basta dizer, de alguma forma: conte comigo!


Livro Diferenças Não São Defeitos, cap. 4, 
Espírito Ermance Dufaux
Psicografia de Wanderley Soares de Oliveira




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