MEDIUNIDADE NÃO É OSCAR
Amigos, noutras oportunidade já pudemos comentar, e nunca é demais
voltar ao tema, dado o caráter equivocado que muitos atribuem à
mediunidade, ao ponto de médiuns se sentirem compelidos a tomar o maior
cuidado no trato de determinados assuntos, para não serem tomados como
pretensiosos ou arrogantes, no tão só citar, ocasionalmente, o cotidiano
do seu trabalho com as equipes do invisível - que nada mais são do que
seres afins a nós mesmos, por decorrência de todo tipo de vínculo
estabelecido na esteira das vidas passadas, ou quando muito, espíritos
um pouco mais evoluídos ou "mais velhos" no percurso milenar, que de boa
vontade nos tutoram ou auxiliam, nas iniciativas confraternas neste
mundo ainda tão convulsionado.
Todo médium consciencioso, lúcido, sabe que mediunidade é dom comum a
toda gente. Lei natural se manifestando mesmo aqui, entre reencarnados
em situação de sintonia para com o bem ou para com o mal; nos casos de
telepatia, premonições de fatos das vidas dos entes queridos, e noutros
fenômenos. Assim, esvaí-se, por si, a idéia novelesca de que mediunidade
é antes troféu, à moda de Oscar evolutivo conferido a seres especiais e
superiores em estadia temporária no mundo!
Nada mais equivocado! Na maioria esmagadora das vezes, e ainda, nesta
esfera material de retificações pesadas dos nossos enganos do passado, o
serviço mediúnico, quando ostensivo, está preso à provas, e comumente
nada fáceis! O indivíduo, antes de reencarnar, assume o compromisso de
vir ao chão terreno para beneficiar, quanto possível, um número de almas
para com as quais estabeleceu relação pesada de dívidas por malfeitos
anteriores. Assim, o fará através do trabalho ativo no Centro Espírita,
como passista, incorporador, palestrante inspirado, ou noutras inúmeras
situações possíveis com o advento mundial da internet e da globalização,
que permite em larga escala o serviço de parceria com instrutores
invisíveis no terreno da literatura mediúnica, dos textos veiculados em
sites de cunho espírita ou espiritualista, ou noutras tantas
modalidades!
Torna-se, portanto, compreensível que, neste contexto, hoje, seja mais
do que comum que toda gente ativa no Movimento Espírita, por exemplo, se
refira com naturalidade aos amigos das dimensões espirituais que, por
sintonia ou compromisso comum planejado antes do reencarne, e em
identificando nossa perseverança no trabalho da luz, se tornem em
companheiros do dia-a-dia tão constantes quanto os que nos ladeiam na
carne desde o nosso renascimento, a conta de pais, mães, irmãos,
parceiros de trabalho e tantos outros!
Deve-se, a partir desta compreensão, se alijar definitivamente o
pensamento simplório ainda predominante em muitas mentalidades mal
formadas no entendimento de como acontece o trabalho mediúnico, de que
os médiuns devem emudecer sobre a sua assistência invisível como prova
patente de modéstia! Paremos para pensar: modéstia em quê?! Baseando-se
na ideia distorcida de que apenas almas de luz, espíritos de grande
envergadura evolutiva, atuam junto aos reencarnados no serviço de
melhoria gradual do mundo?! Médiuns, então, ao mencionar o seu trabalho,
seja no Centro, na psicografia de mensagens dos desencarnados ou
transmissão de textos literários, ou de livros, são pretensiosos, por
simplesmente exporem sobre a questão com tanta naturalidade quanto se
discute música nos Conservatórios ou receitas de cozinha no nosso
cotidiano? Pois não se trata, a realidade mediúnica, de fator comum a
todos, quanto são todos os outros aspectos das leis naturais atuando no
repertório humano durante a passagem do tempo?
Não poderia existir compreensão mais equivocada!
Sem precisar aqui mencionar em quais circunstâncias, ontem me aconteceu
sofrer um destes ataques. Em meio a um debate comum sobre tema
jornalístico banal, mencionei, por uma eventualidade, a minha parceria
mediúnica no trabalho com a literatura espírita - o que me coube como
tarefa das mais gratificantes e produtivas, certamente visando aparar
arestas inconvenientes do meu passado evolutivo, pois jamais pretendi,
ou aludi sequer, ser assistida nisso por seres de alto quilate
espiritual, senão que pelo meu mentor mais direto, com quem tenho
vínculos afetivos antigos no passado milenar, e por mais outros dois
queridos, Tarsila e Iohan - espíritos bondosos, é certo! - mas que
também se reconhecem, como todos nós, em marcha ascensa eterna no
aprendizado espiritual! Pois bastou isso, para que um participante,
certamente dotado desta distorção perceptiva para com a atividade
mediúnica, me lançasse sutilmente em rosto que quem de fato trabalha com
os reencarnados nestas atividades prescinde que mencionemos tais
parcerias, pois não precisam disso. Insinuou, com a assertiva,
claramente, que o simples detalhe de eu mencionar tal trabalho conjunto
apontava soberba e arrogância da minha parte!
De fato, amigos, nossos amados do outro lado da vida, em situação melhor
que a nossa de conscientização do que concerne a eternidade, não
precisam ser alardeados entre nós, os reencarnados, como salvadores ou
espíritos privilegiados sobre todos os demais - a exemplo também do
médium - pelo simples fato de realizarmos tais coisas nesta esfera de
vida onde ainda existem entrechoques demasiados de opiniões e de
entendimento devido, para a verdade da reencarnação e da continuidade da
vida noutra dimensões e mundos! Mas em nenhum momento, também, nem
mesmo na Codificação Espírita nos anotam, os Espíritos, que aos médiuns é
vedado o se mencionar as particularidades da ação mediúnica na Terra!
Ao contrário! Sinalizaram, em mais de uma vez, que a divulgação destes
fatos é a maior caridade que se pode fazer em favor do entendimento
humano para com as verdades da Terceira Revelação!
Ajustemos, portanto, os nossos conceitos, caros leitores! Mediunidade
não é um Oscar evolutivo! Não se trata de um privilégio, ou prêmio
conferido pelos maiorais da "Academia Universal dos Espíritos
Desencarnados" para outros reencarnados em função de excelência
espiritual de qualquer espécie! Ao contrário - no presente grau em que
ainda se encontra o nosso planeta, mediunidade não ultrapassa dom comum a
todos: aos que dele não são conscientes, e aos que o são, agindo
voluntariamente pela melhoria da vida com esta poderosa ferramenta
educativa para a conscientização final das verdades espirituais e dos
valores cristãos vigentes na eternidade que nos aguarda!
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